11 de jun. de 2010

Capitulo 8

Posted by sandry costa On 6/11/2010 4 comments


 Veneno



Jacob não teve tempo de se explicar. Com um tremor violento ele se lançou no ar, um ruído abafado de algo se rasgando foi tudo que pude escutar. Ele pousou no chão já nas quatro patas e recebeu de frente a investida hostil de meu pai. Um rugido bestial cortou a noite. Jacob tentava esquivar-se das dentadas de meu pai. Tentava imobilizá-lo, mas lutar com um adversário que lê todos os seus movimentos não é algo muito fácil. Jacob estava, visivelmente, lutando na defensiva. Ele não tentou, nenhuma vez, fechar a mandíbula quando conseguia agarrar algum membro de meu pai. Os outros estavam às margens da luta, tentando se aproximar o suficiente para segurar meu pai. Eu estava paralisada, assim como Alice e Esme. Meu coração martelava em meus ouvidos. Eu podia imaginar o que fez meu pai agir daquela maneira.
Ele ouviu Alice, viu o que eu mostrei a ela, mas obviamente não viu o bastante para entender. E agora estava querendo matar Jacob por ter me contado sobre o imprint – e por ter me beijado.
A luta era um borrão barulhento no meio da noite. Emmet, Jasper e Carlisle tentavam cercar meu pai e agarrá-lo, mas ele era rápido. Minha mãe gritava, aflita, pedindo que meu pai parasse. Mas ele não ouvia ninguém. Estava cego de ódio.
Se ele colocasse os dentes em Jacob, o veneno o mataria. Do jeito que ele estava furioso, eu podia imaginar quanto veneno estava fluindo em sua boca agora. Estremeci. Eu não podia deixar meu próprio pai matar meu Jacob – meu amor. Sem pensar muito no que estava fazendo eu cruzei o jardim num rompante. Quando passei por Emmet e Jasper, que estavam fechando o cerco pelos flancos de meu pai, parecia que todos congelaram ao mesmo tempo.
Meu pai estava prestes a pular na garganta de Jacob. Quando ele avançou, eu não tive tempo de segurá-lo. Só consegui chegar a tempo de empurrar o corpo enorme e peludo que iria ser mastigado. Ouvi o baque de Jacob contra a orla de árvores a três metros. Ouvi o estalo metálico de pedra contra pedra. Ouvi o ar passando por meus ouvidos enquanto eu voava de encontro ao chão. Ouvi o grito sufocado de minha mãe. Mas a única coisa que eu procurava ouvir com atenção era o coração irregular que batia a alguns metros de mim.
***
- Meu Deus Carlisle, ele mordeu ela. – Minha mãe gritava enquanto as mãos geladas de Carlisle examinavam o corte fundo e curvado que sangrava em meu antebraço.
- Nessie, você está bem? Bella, se seu sanguessuga idiota fez alguma coisa com ela eu não vou mais apenas me esquivar dele – Eu podia ver o rosto de Jacob contorcido de preocupação e raiva. Sua mão tremia ligeiramente enquanto ele afagava meu rosto.
- Cale a boca Jake, e vá por uma roupa. – Minha mãe sibilou para ele.
- Ela está bem Jacob. – A voz de Carlisle era baixa e calma. – O veneno só a deixou um pouco tonta. O corte já está fechando.
Enquanto Carlisle, minha mãe e Jacob discutiam, eu podia ouvir Emmet e Jasper tentando manter meu pai dentro da casa. Alice e Rose tentavam bloquear a porta enquanto meu pai se debatia no abraço de ferro de Emmet.
- Bella, é melhor eles irem agora. Se Edward colocar as mão em Jacob… – Carlisle olhava seriamente o rosto pálido e assustado de minha mãe.
- Mãe, Carlisle tem razão. Se meu pai fizer alguma coisa com Jake por causa de um imprint idiota eu nunca vou perdoar ele. – Aproveitei a deixa. Se aparecesse uma chance de partir, eu agarraria. Não podia me arriscar mais.
Alice cruzou o gramado como uma brisa leve. Ela estava aturdida, segurava duas mochilas pretas que ela atirou a Jacob.
- Vão. Vocês têm cinco minutos até Edward se soltar. – Ela lançou uma olhar nervoso a minha mãe e em seguida voltou a casa.
- Jake, cuide dela. Assim que as coisas se acalmarem por aqui eu ligo para vocês e nós nos encontraremos em Forks. – Minha mãe me ajudou a levantar, me deu um beijo no rosto e sumiu na escuridão do gramado.
- Vão agora. Nós cuidaremos de tudo aqui. – Carlisle nos olhava sério.
Olhei para Jacob – já tremendo – e corri para as árvores. Ele me atirou as mochilas enquanto corríamos e em um segundo já estava nas quatro patas.
Nós corremos em nosso limite de velocidade por quase meia hora. As árvores passavam por nós como um borrão em meio à escuridão de uma noite sem estrelas. Eu e Jacob corríamos em silêncio, lado a lado, pelas árvores que circundavam a rodovia.
Se meu pai resolvesse nos alcançar, ele teria que se esforçar bastante. Eu não tinha muita certeza, mas eu e Jacob estávamos bem longe de casa quando chequei a hora no visor luminoso do aparelho de celular que levava no bolso de traz de meu jeans. 1:50 da manhã.
Tínhamos corrido por mais ou menos cinco horas numa velocidade que poucas vezes eu tentei atingir, Jacob me seguia de perto, disparando seus grandes e redondos olhos negros para meu rosto, toda vez que eu tomava uma rota diferente. Nós viajamos pelas florestas, como caçadores noturnos. Eu não ia arriscar nenhum transporte, não com a sede que começou a arranhar minha garganta conforme eu queimava minhas energias na corrida. Eu não estava tão controlada assim. De vez em outra eu sentia meu corpo formigar a partir do antebraço direito, onde – eu queria acreditar – meu pai cravou os dentes sem perceber. Por mais que eu tentasse entender seu acesso de fúria repentina, eu não conseguia. Eu sempre soube do gênio difícil de meu pai, mas a atitude dele não condizia com a pessoa que ele era por traz da posição de pai. Ele era o Edward. Sempre gentil, prestativo, tão impossivelmente altruísta. E ele mais do que qualquer outro, via a verdade em cada pensamentos ao seu redor.
Eu me sentia sonolenta, a sede aumentava a cada quilômetro que deixávamos para traz, minha cabeça girava, dando voltas em torno dos acontecimentos daquele dia que parecia nunca chegar ao fim.
Avistamos uma clareira, razoavelmente escondida por seixos e árvores altas, tão próximas umas das outras que Jacob não conseguiria passar pelos troncos na forma de lobo. A brisa que soprou do oeste trouxe uma cheiro fresco e úmido e eu pude ouviu um riacho alguns metros à frente. Decidi que era hora de descansar, estávamos longe o suficiente para isso.
- Jake, vamos caçar alguma coisa. Podemos nos lavar no riacho à frente e depois descansamos na clareira. Partimos antes do amanhecer. – Jacob me olhava angustiado. Eu podia perceber que ele queria voltar à forma humana. Eu via em seus olhos escuros que ele queria me abraçar, falar alguma coisa para me animar, mas nós precisávamos caçar e ele precisava se manter nas quatro patas.
Encontramos uma manada de cervos poucos quilômetros depois do riacho, depois que nos saciamos, eu atirei uma calça jeans que Alice colocara numa das mochilas à Jacob e ele desapareceu atrás das árvores. Um minuto depois ele estava de volta, o peito nu brilhando de suor e os cabelos emaranhados. Eu o esperava sentada num tronco alto. Jacob subiu na árvore com agilidade e se sentou a meu lado. Ficamos olhando a noite em silencio por um tempo. O céu começara a se abrir, as nuvens que encobriam as estrelas se dissipavam lentamente, deixando a noite menos escura. Jacob arrancou uma flor pequenina de um ramo da árvore e colocou na palma de minha mão, em seguida ele fechou seu punho sobre o meu, esmagando a pequena flor em minha mão.
- Finja que é meu coração. – Ele abriu lentamente meu punho fechado, um dedo por vez. – Essa é a sensação. Como se meu coração tivesse sido espremido. Eu estraguei tudo não foi? – Ele baixou a mão e encarou a escuridão à frente.
Eu queria dizer a ele para parar de ser idiota, mas não consegui evitar a onda de dor que me invadiu ao vê-lo tão atormentado.
- Jake, as coisas simplesmente saíram do controle. Eu meio que contava com isso, eu sabia que ele não lidaria muito bem com a novidade. Só não consigo entender a reação exagerada dele, ele podia ter te matado. – Eu estremeci ao lembrar o quão perto meu pai esteve de cravar os dentes em Jacob.
- Acho que não posso culpá-lo Ness. Eu e seu pai estivemos disputando o amor das mesmas pessoas por muito tempo. – Jacob estava sério e falava numa voz constrangida, como se estivesse arrependido. – O destino simplesmente nos obrigou a conviver e lutar lado a lado por essas pessoas. Se não fosse por Bella e por você, Edward e eu teríamos nos matado se nossos caminhos se cruzassem por aí.
Esse era um assunto que eu aprendi a fugir desde cedo. Várias vezes eu ouvi as histórias de minha mãe e Jacob, antes dela se casar com meu pai. Ele era o melhor amigo dela, era apaixonado por ela, largou tudo por ela, deu tudo que ele tinha por ela. Era um pouco demais para mim – escutar tudo aquilo e não sentir um medo tolo e uma angústia descontrolada. E então tudo mudou quando eu nasci. Mas eu não conseguia fugir do pensamento que mais me perturbava. E se Jacob não tivesse sofrido imprint comigo? As coisas seriam diferentes?
Ele me amaria como me ama? Ele teria feito tudo que fez por mim? Ele amaria uma vampira? A resposta era tão óbvia que eu não me permitia pensar nela. Não. Nada seria como é. O que, mais uma vez me obrigava a perguntar: Será que as coisas estão certas? Por mais que eu pensasse – e desejasse – o contrário, eu não conseguia ver algo correto em toda aquela história. Eu me sentia o prêmio de consolação, dado a Jacob pelos maravilhosos serviços prestados aos Cullen para manter a vida de minha mãe intacta, até que meu pai a transformasse. E tudo isso piorou depois de hoje, por que eu finalmente soube o que realmente fazia Jacob gostar de mim. Uma macumba qualquer que tirava o direito de escolha das pessoas – de Jacob. Se não fosse por uma ligação mística patética que ele era obrigado a obedecer, ele nunca se aproximaria de mim, a não ser para me matar, por que era para isso que Jacob e seus irmãos tinham nascido – para caçar a minha espécie.
- Jake, por que você não segue em frente, sabe, uma vida normal? Você pode voltar para La Push, voltar para seu povo. Você pode voltar a envelhecer, ter filhos, família. – Cada palavra que eu dizia doía como se eu estivesse vomitando giletes. Jacob me olhava com uma expressão de incredulidade, como se fosse o absurdo mais improvável que ele já ouvira na vida. – Tem… algo errado com nós dois, não é natural. – O nó em minha garganta se apertou. Jacob se preparava para despejar um jorro de censuras, mas algo o fez engolir o que estava prestes a dizer. Ele apenas acenou como se compreendesse subitamente o que eu dissera. Um silêncio tácito preencheu a noite que se despedia. O sol nasceria logo.

Fanfic escrita por Anna Grey

4 comentários:

O jake ñ pode ir embora ñ! Nem pensar... nunca!
............ A fic está muito legal bem interessante!
Parabéns^^
Bjsculos^^

Nossa! o_o edward ciumento pacas em?
e a Nessie com esses pensamentos!
Caramba!

continuaa!

By:Aya/Bruh..

Anna amo muito a sua fic!!
É incrível!!
Parabens.. sua escrita é perfeita!!
Bjuss

:nAnna vc é simplismente incrivel
e rising sun merece virar um livro

parabens, bjss:t

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