capitulo 67

Narrçao Symon

Eu voltei pra casa sem ter muita certeza do que estava fazendo, parecia que o chão debaixo de meus pés tinha desaparecido, e eu estava caindo num abismo sem fim.

Eu ainda nao acreditava que aquilo realmente tinha acontecido.

As palavras de uma despedida triste ainda rodeavam em minha mente.

"-Eu nao quero te perder - sussurrei.

-Tarde demais - ela disse, seu olhar era triste e tinha lagrimas em seus olhos.

-Como é? - perguntei confuso, nao era verdade o que eu estava escutando.

-Eu tenho que ir - falou - Preciso de um tempo pra pensar - as lagrimas que estavam em seus olhos escorreram por seu rosto.

A lembrança de quando ela foi embora passou imediatamente pela minha cabeça, ela estava me deixando outra vez, e só porque eu tinha sido um idiota.

-E nós dois? - perguntei.

-Eu nao sei - ela falou balançando a cabeça levemente.

Entreguei a ela seu presente de aniversario , ela pegou sem abri-lo de minha mão.

-Obrigada - murmurou - Eu tenho que ir.

Ela começou a andar sem dizer nada.

-Isabell - eu a chamei.

-Tchau - ela falou sem olhar pra tras."

Fiquei pensando naquilo por muito tempo aquela noite ate o telefone tocar e me tirar de meus devaneios.

-Alo? - falei.

-Symon, esta tudo bem com voce? sua voz esta tão estranha.

-Oi Julie, eu estou bem sim, só estou um pouco rouco. Aconteceu alguma coisa? -perguntei olhando a hora, duas da manhã, ela nunca ligava tão tarde.

-Não, estou sem sono e resolvi ligar, sei que voce nunca dorme cedo mesmo - explicou.

-Ah - murmurei - E como está o papai?

-Bem, já esta dormindo - respondeu ela

-Manda um abraço pra ele quando acordar - falei um pouco desanimado.

-Claro, mais... Symon o que aconteceu com voce - perguntou.

-Nada eu ja disse, esta tudo bem - disse tentando traquiliza-la.

-Eu te conheço muito bem e sei quando tem algo errado, desembucha - murmurou.

E ela sabia mesmo, por mais que eu tentasse esconder de uma forma ou de outra ela ia descobrir.

-Eu e Isabell brigamos - falei.

Ela ficou seria por uns instantes.

-Voces terminaram? - ela hesitou.

-Sim, não, eu nao sei mais nada ha essa altura - murmurei.

-Eu sinto muito. Voce ta legal? - ela perguntou preocupada.

-Mais ou menos, eu vou tentar descansar um pouco - respondi.

-Tudo bem então, se precisar de alguma coisa me ligue.

-Ligo sim - falei - Tchau.

-Tchau irmãozinho, fique bem ai.

Ela desligou o telefone, eu deitei no sofá novamente.

Dormir era a ultima coisa que eu ia conseguiria naquele momento.

Eu precisava fazer alguma coisa pra concertar o que eu tinha feito áquela noite.

Peguei a outra parte do presente de aniversario de Isabell e o abri, uma parte que talvez eu nunca mostrasse.

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