Capítulo 26° O Tempo Passa... As Lembranças Não

São Francisco 01 de maio de 2007, sábado ás 17h15min, Apartamento de Rhasna

Isa estava sentada de pernas cruzadas na cama de Rhasna e essa ultima estava sentada no chão. Ambas conversavam animadamente.

-Cadê sua mãe Rhasna? –Isa perguntou jogando o urso de pelúcia de sua amiga para o ar e o pegando novamente.

-Na casa do Manuel. –respondeu olhando distraidamente para a TV.

-Que Manuel? –Isa a olhou.

-O veio. –respondeu a olhando.

-Que veio?

-O doido.

-Que doido?

-O Manuel. –disse já irritada.

-Que Manuel? –Isa a questionou novamente.

-ISA larga de ser burra. O Manuel aquele veio doido! –respondeu levantando-se.

-Se eu perguntar quem é O Manuel aquele veio doido, você vai me bater? –Isa perguntou.

-Pode apostar.

-Então é melhor eu ficar calada.

-É a coisa mais sábia que você pode fazer nesse momento. –Rhasna disse cerrando os olhos e Isa deu um sorriso amarelo.

Rhasna e Isa sempre estavam juntas. Isa a conheceu na sua escola de Balé. Desde então as duas não se desgrudam mais. Elas estudam na mesma escola e as vezes dormem na casa uma da outra.

O celular de Isa tocou e ela atendeu.

-Alô?

-Oi Isa. Seus pais vão chegar daqui a pouco você tem que vim para casa. Quer que eu vá ti buscar?

-Não Jenna, eu vou andando com a Rhasna. Tchau.

Depois ela desligou o celular e o guardou no bolso.

-Jenna? –Rhasna perguntou.

-Quem mais seria? Vamos? –Rhasna assentiu e as duas foram para a casa da Isa, que não era muito longe dali, era apenas dois quarteirões de distancia.

-Tchau Rhasna. Amanhã se der você vem aqui? –Isa perguntou a abraçando.

-Claro. Tchau. –então ela se virou e voltou para casa.

Isa entrou no prédio e subiu até o décimo segundo andar. Ela andou pelo corredor e entrou em sua casa.

-Isa?

-Oi Jenna? –Isa fechou a porta.

-Vai tomar banho, seus pais já devem esta chegando.

-Ta bom. –Isa subiu as escadas e foi para seu quarto, quando ela abriu a porta Hachi pulou em cima dela. –Amigão! Hmmm ta cheiroso. Tomou banho? –Isa o fez um carinho gostoso e depois levantou do chão. –É você banhou, hoje é sábado né? Falando em sábado e banho eu tenho que banhar também. –Isa foi para seu banheiro e tomou seu banho. Ela voltou com uma toalha enrolada no corpo e com outra enrolada na cabeça.

Ela foi até o closet e depois voltou já vestida. Ela usava uma bermuda branca, com uma bata aregata lilás, uma sandália rasteira e os cabelos soltos com sua franja de lado. Ela bocejou e pulou na cama.

-Talvez dê tempo de eu descansar um pouquinho. –ela disse aconchegando-se mais ao travesseiro. Hachi pulou em cima da cama ficando na ponta. –Você não acha que já está bem grandinho pra ficar dormindo comigo não rapazinho? –Isa arqueou uma sobrancelha.

Hachi ruivo e se aproximou mais de Isa, essa ultima o abraçou.

-Não, ainda não. Você ainda é um bebezinho. –ela o abraçou e ali com Hachi ela adormeceu.

Seus olhos negros a olhavam fixamente, como se pudesse enxergar sua alma. O coração de Isa doeu. Era uma dor que ela nunca havia sentindo antes. Era como se o ar faltasse. Era como se uma parte de seu coração fosse arrancado.

Isa não tirava o olho daquele pequeno ser que um dia a fez tão feliz. E esse mesmo ser a olhava da mesma forma. Intensamente. De repente aquele ser foi se afastando, seus olhos negros nunca perdendo a conexão com os olhos chocolates, até Christian virar o quarteirão e desaparecer por completo da vista de seus amigos, fazendo assim Isa sentir-se mais triste e mais solitária.

Isa despertou de uma vez fazendo Hachi se assustar e sai de cima da cama.

-Que porcaria esse sonho nunca acaba? Que droga eu já fui embora de New York há seis anos e há seis anos eu vivo tendo esse pesadelo. É por que sonhar com o Black é um pesadelo. –ela levantou com raiva da cama. –É a treva! –ela saiu de seu quarto batendo a porta.

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