28 de nov. de 2011

Capitulo 34

Posted by sandry costa On 11/28/2011 No comments


P.O.V – Alec Volturi
Pelos meus cálculos, chegaríamos ao Armageddon em algumas horas.
Fomos informados que Hellena era a única súcubo do espírito presente, e que ela coordenaria a reunião e os tratos de paz. Achei isso um absurdo, como alguém tão jovem poderia fazer isso?
Mas... Elas sabiam bem o que faziam, eu acho.
Eu ainda não sabia exatamente o que fazer quando a encontrasse, mas estava contando com minha criatividade ao chegar.
Meu cavalo deu um solavanco pulando um galho seco caído no chão, a noite fazia com que parecesse uma cobra gorda, mas ele passou reto sem se importar muito.
O ar cheirava a perigo, o verdadeiro aroma de uma pré-guerra, e isso me gratificava, fazia parte de minha natureza desejar a batalha, desejar matar, e o desejo crescia mais a cada hora.
Cada minuto.
P.O.V – Hellena
–Não estou pronta Donna, eu não estou! – reclamava enquanto varias criadas humanas me vestiam ao mesmo tempo e arrumavam meu cabelo, tentando me fazer parecer mais rainha.
–Claro que esta sua boba. – revirou os olhos verdes analisando minhas roupas e escolhendo as jóias que eu deveria usar. – Sua mãe e Kahlan só viajaram, pois confiaram que você conseguiria.
–E estaremos o tempo todo ao seu lado. – Blake estava parada no canto vestida com as roupas de guerra e os cabelos bem presos no alto da cabeça.
–E porque eu tenho de usar um vestido e vocês não?
–É o seu reino, você tem que representar a realeza, tem que se vestir apropriadamente, nos somos apenas a guarda. – Trianna meneou a cabeça me dando coragem.
–Se eu fizer algo errado? – choraminguei.
–Você é a encarnação do certo. Nasceu para governar, saberá o que fazer.
Puxei o ar com força.
–Todos não estão achando estranho uma súcubo bebe conduzindo a reunião? – pisquei os olhos demoradamente depois que me maquiaram com rapidez e precisão.
–Eles não têm que achar nada, a um estalar de seus dedos, e estarão todos mortos. – Donna sibilou prendendo algo brilhante entre meus cabelos em coque.
–E ai, teremos uma guerra anunciada e aberta com todos os clãs vampiros que existem. – revirei os olhos.
–Não se arranjarmos uma desculpa. – Blake sorriu perigosamente.
–Sempre damos um jeito princesa, sempre. – Trianna repetiu os gestos de boca de Blake.
As humanas terminaram de me arrumar, e então todas saíram do quarto e as súcubos começaram a se dirigirem para fora do mesmo modo. Não sai do lugar.
–Podem nos dar licença por alguns minutos? – indiquei Trianna.
–Claro. – todas concordaram e saíram. Blake me deu uma ultima olhada antes de passar pela soleira, um olhar cheio de advertência.
–O que deseja princesa? – ela parou na minha frente com as mãos apertadas na frente do corpo, o cabo de uma espada reluzia em seu cinto, eu particularmente achava estúpido usar espadas, mas serviam bem para decapitação.
–Você é mãe de Alec. – não perguntei.
–Sim. – sua voz tremeu.
–Ele estará hoje aqui.
–Eu sei.
–Como se sente vendo seu filho depois de tantos anos? – franzi as sobrancelhas e andei ate ela.
–Como você se sente vendo ele de uma forma que não a que você deseja. – foi uma frase comprida, e a parte em que ela encrespava o ‘você’, me deixou assustada.
Ela agora parecia uma mãe super protetora.
–Somos duas que nos importamos muito com ele, alem de Jane é claro.
–Eu não conheço ele Hellena.
–Mas você é mãe dele. Importar vem da natureza materna.
–E você é a escolhida dele, assim como ele o seu.
–Quem é o pai de Alec? – perguntei diretamente.
Seus olhos acortinados por grossos cílios me fitaram.
–Sua mãe me proibiu de falar.
Prensei meus lábios.
–Ele é vampiro?
–Sim.
–Ele é um Volturi?
Trianna arqueou as sobrancelhas.
–Se eu disser que sim, estarei dando-lhe uma pista, mas se disser que não, eliminarei muitos suspeitos. – sua resposta deixou a desejar, e isso me deixou levemente irritada.
–Sei que você é leal a minha mãe, não insistirei, mas saiba que se quiser se aproximar dele, o primeiro passo é dizer quem é seu pai.
–E quem te disse que eu quero me aproximar? – levantou apenas uma sobrancelha dessa vez.
–Você é mãe. Sei que quer, e eu sei das coisas.
Não disse nada.
–Posso me retirar?
–Permissão concedida. – falei friamente.
Fechei meus olhos como que me preparando psicologicamente para o que teria de fazer, ate que ouvi as trombetas soarem no portão principal, onde eles deviam estar entrando, e depois, uma mensageira surgir e me comunicar que a reunião começaria em breve.
P.O.V – Alec Volturi
Fomos recebidos por um séquito de belas súcubos vestidas como mulheres, e depois, por um grupo maior de súcubos vestidas como homens prontas para a guerra.
Elas nos levaram em direção a um sala espaçosa, onde uma grande mesa ao centro, nela existiam cadeiras suficiente para todos nos e alguns lugares a mais, possivelmente para os outros clãs.
Longas cortinas tapavam a luz solar da janela, e a iluminação era concedida por um candelabro alto e com chamas mágicas. Uma taça de cristal vazia estava posta a frente de cada cadeira.
–Sentem-se senhores, vossa majestade vira a qualquer momento.
A sala foi se enchendo pouco a pouco, e em menos de meia-hora, todas as cadeiras já estavam ocupadas. Presumi que os boatos sobre Hellena não passavam disso, boatos.
Blake surgiu na porta ao lado de outra súcubo. Achei normal, ela era uma súcubo das antigas, poderosa, nada fora do comum, mas o que me chamou a real atenção foi à outra ao seu lado. Aquela era minha mãe.
Nem tive muito tempo de processar as informações, pois após ela, logo veio a terceira e ultima súcubo vestida para a guerra, e atrás dela veio Hellena.
Burburinhos se formavam enquanto ela entrava na sala. Seus olhos de gato percorreram cada um com intensidade.
–Levantem-se perante a princesa. – a terceira sibilou.
Todos obedecemos e ficamos de pé, ate que ela se sentasse.
–Podem se sentar senhores, e senhora. – meneou a cabeça a única vampira presente.
–Só podem estar debochando de nós se acham que vamos fazer uma conferencia de tão grande importância com uma súcubo bebê que ainda nem saiu das fraudas! – um vampiro se levantou ultrajado.
–Senhor Amum, - ela sorriu docemente. – Criador de Beijamin e Tia, que são um belo casal, o rapaz que tem dons extraordinários, e por acaso, de exclusivo uso súcubo. Parceiro de Kebi, uma vampira mais jovem que o senhor, ainda assim velha, mas mais fraca, vivem no Egito, mais precisamente em uma cidade a beira do rio Nilo, e gostam de saírem à noite para explorarem as pirâmides por dentro.
Ele prendeu a respiração após o grande relato das particularidades de sua vida dita tão periculosamente e com precisão.
–Acho que o senhor devia ter mais cuidado com sua língua afiada, pois como diz minha mãe, palavras movem montanhas, e podem mover pedras também. Imagine que desastre seria se a bela Kebi entrasse fundo demais em uma pirâmide, e acabasse soterrada? Não seria terrível? – fez um bico de falsa tristeza.
–Isso é uma ameaça súcubo? – sibilou de dentes trincados.
–É claro que não querido, mas já te contei que eu possuo o dom da clarividência do ar? – ergueu uma sobrancelha. – Posso estar tendo uma previsão, mas não se preocupe, o futuro é incerto, ele pode mudar, só basta você querer. Agora se sente.
Obedeceu como um cão a ordem de seu dono.
–Sinto-me muito magoada de estarem me tratando dessa forma. Vocês são meus convidados, estão aqui apenas porque eu permiti. E se vocês me permitem, - ficou de pé. – Não estão tendo uma reunião com uma súcubo bebê. Estão se reunindo com a princesa do espírito.
Dito isso, ela se sentou e entrelaçou os dedos a frente de si.
–Podemos começar?
Todos concordaram com um gesto de cabeça.
Fiquei impressionado com a maneira que ela levava a reunião, praticamente tudo que ela imaginava, acontecia, não por causa de seu dom de persuasão, mas tudo que dizia era correto.
Por fim, após pensar e repensar os tratos, os cálices mostraram seu verdadeiro uso.
–Agora, selaremos os tratos com sangue. – ela disse sutilmente.
Um criado para cada vampiro surgiu com uma faca e nos entregou.
–O contrato perdura ate que o verdadeiro inimigo se revele, e faça o primeiro ato de guerra, só então, poderemos levantar armas contra outros vampiros ou súcubos.
Ela pegou a faca de prata e abriu um talho na palma da mão, deixou o sangue pingar na taça e molhou sua pena com ele. Assinou rebuscadamente na base do papel.
E assim foi passando de um em um.
Quando chegou a minha vez, ela me olhou com as pálpebras pesadas e não desviou o olhar, mostrando seu posto de verdadeira líder.
Assinei e passei adiante.
Por fim, após todos terem assinado, ela pegou o papel e rolou ele ate estar em forma de cone e selou com cera quente e o emblema súcubo. Entregou a terceira súcubo que o guardou dentro da roupa.
A princesa se levantou.
–Obrigada por tudo, e serão sempre bem-vindos enquanto o contrato de paz perdurar. Agora, aproveitem a estadia entre nós. – deu-nos as costas e saiu pela porta que entrou.
Pareceu estupidez, mas fui atrás dela sem que ninguém percebesse.
–Hellena. – murmurei seu nome.
Ela se virou e me encarou, fez um gesto de mão e as súcubos envolta dela sumiram como fumaça. Olhei-a de cima a baixo, vendo como bela e majestosa ela estava.
–Fiquei impressionado.
–Me senti magoada por não acreditar em meu potencial. – disse com a voz inflamada. – Seus pensamentos te traem Volturi.
–Me perdoe. – inclinei-me e beijei sua mão.
–Vai ser preciso mais que um beijo na mão, - falou acidamente. – Tente uma jóia. – e partiu com sua voz sarcástica.
Apertei o colar em meu bolso.
Como se eu não tivesse pensado nisso antes.

0 comentários:

Postar um comentário

Não esqueça de comentar, isso incentiva os escritores e também a mim que tento agradar a vocês.