27 de ago. de 2010

Capitulo 4

Posted by sandry costa On 8/27/2010 1 comment


A Promessa de Jacob Black Parte 1

Sempre procuramos nos afastar o máximo possível quando estamos caçando, nenhum local próximo a Forks ou La Push é seguro o suficiente, por isso corremos para o noroeste onde a floresta é mais profunda e onde há mais caça disponível. Saímos assim que o sol nasceu e nos dirigimos rapidamente seguindo algumas trilhas utilizadas por andarilhos mas que estavam parcialmente abandonadas...Durante todo o dia Nessie não falou comigo.

Não sou hipócrita para dizer que não admiro alguns dons que adquiri como vampiro, me torna algo mais que homem e ao mesmo tempo menos...minha humanidade desapareceu apesar de eu ser mais que isso...ser mais rápido, mais forte, mais sensitivo e perceptivo além de poder ouvir a distancias imensas e, no meu caso, ler o pensamento das outras pessoas. Agora, considero a pior das maldições não poder dormir. Ontem permaneci na sala assistindo Tv e mesmo assim não pude deixar de ouvir os prantos de Nessie, até que em algum momento da madruga, Bella não se conteve e foi até nossa filha para consola-la; Renesmee dormiu enrolada nos braços da mãe e minha culpa apenas aumentou.

Nessie não ficou assim apenas por não ver Jacob...ficou assim porque ela acha que eu não a entendo...

Hoje ela não falou comigo, afastou-se do grupo junto da mãe e de Rosie para perseguir alguns cervos desgarrados da pequena manada que Emett encontrou, no fim eu também me afastei quando uma grande fêmea ganhou velocidade e fugiu para o norte...como sou mais rápido fui atrás dela. Caçada...morta e seu sangue absorvido pelas minhas presas...bati em seu torso inanimado sussurrando: “obrigado”. Depois caminhei desanimado até uma pequena elevação e ao escalá-la me dei conta de que estava no alto de um platô natural que culminava num pequeno penhasco...nunca havia estado aqui antes; do alto do penhasco a floresta suspirava tranqüila enquanto absorvia os grandes pingos de chuva que caiam pesados do céu...de meus olhos de vampiro os pingos caiam em câmera lenta como pequenas bolotas de cristal que se espatifavam nas folhas verdes das árvores.
Estranhamente, ali, num lugar tão alto e diante desta floresta gigantesca eu me senti pequeno e sozinho...minha culpa. Eu jamais imaginei em todos estes anos que amaria alguém como amo Bella, sempre pensei que por ser o que sou estaria fadado a viver sozinho para sempre...Bella é um presente acima do que mereço...e sempre me perguntei se a merecia, para tanto que certa vez a deixei, o que quase resultou em um desastre sem precedentes.
Renesmee é algo absolutamente extraordinário para mim; Bella, o casamento...eu até pude visualizar... até pude prever; agora, Renesmee? Nunca. Nem nos meus sonhos mais ambiciosos eu imaginei que seria pai algum dia...no começo eu desejei mata-la e que Deus me perdoe por isso, mas eu não sabia que Bella seria capaz de tudo o que fez... Nessie é mais do que amor...é uma loucura que me tomou, eu amo minha esposa mais que minha vida mas, sem dúvida alguma, Nessie foi a responsável por me trazer o mais perto da humanidade novamente...agora eu tenho uma família, esposa, filha e um lar. Por isso acho que o súbito risco de perde-la para Jacob me deixou tão perturbado, afinal, Nessie está conosco há apenas dez anos... eu ainda não estava pronto para dividi-la a não ser com Bella.

Nisso senti a presença de alguém...e uma voz familiar e reconfortante tocou minha mente:
“Edward? Filho?
- Estou aqui Carlisle... – respondi.
- Ah... se isolando um pouco do resto da “matilha”? - disse ele em um tom amável.
- Não, eu apenas parei por um segundo para admirar a floresta e pensar...
- Imagino, só não se esqueça que não podemos ler seus pensamentos, filho...você precisa partilha-los para que possamos ajuda-lo...entende?
- Eu sei, Carlisle...eu sei. Imagino que esteja se referindo à minha discussão com Nessie ontem e à minha inabilidade em lidar com minha filha e, obviamente, ao fato de ela me odiar agora...- eu falei num rompante de emoção.
- Filho, Renesmee não o odeia e jamais irá odiá-lo...você é o pai dela e sempre a cercou de amor, o problema é que você nunca foi pai antes e acho que é minha culpa uma vez que jamais conversamos sobre isso...
- Carlisle...você não teria como adivinhar que um dia eu seria pai...- o interrompi.
- Eu sei...o que estou dizendo é que você agora está tendo que educar uma filha adolescente, Edward. O problema é que Nessie cresceu aceleradamente e o que era para levar 20 anos levou 10..ou seja, a descoberta de vários sentimentos que ela nem mesmo compreende direito...como, no caso, o amor por Jacob. Não se preocupe, tanto você quanto Nessie vão aprender a superar este obstáculo e tudo voltará a ser como antes, e acredite quando digo que todo pai se preocupa que seu filho o odeia em algum momento...era o meu maior temor com você.
- Como assim? - perguntei estranhando a afirmação de Carlisle.
- Bem, eu tinha medo que em algum momento você me odiasse por eu tê-lo transformado num vampiro...quando você passou a crer que era uma criatura amaldiçoada eu fiquei muito receoso que essa sua idéia fizesse com que você se afastasse de mim definitivamente e eu não suportaria a idéia de perde-lo, Edward...você é meu filho. Quando você foi até Volterra aquela vez eu não sabia o que fazer e temi nunca mais vê-lo...o que quero dizer filho é que você é um homem bom...um excelente marido e um pai excepcional... Nessie jamais irá odiá-lo...ela apenas é muito jovem para compreender você que é muito mais velho...mas tudo ficará bem, eu prometo.
E dito isso, Carlisle pôs a mão em meu ombro antes de se afastar entre as árvores:
- Obrigado, pai...- eu disse.
Carlisle virou-se para mim com um sorriso brilhante no rosto; ele sempre ficava assim quando o chamávamos de pai...e de fato, não podíamos negar a figura paterna que ele representava para nós.
- É para isso que eu sirvo, filho... – disse ele, e voltou-se em direção aos outros que aguardavam numa pequena clareira logo abaixo, o sol já baixava no horizonte e chegou o momento de voltarmos para casa.

- Eu hein...você está com uma cara de morto...Ed.
- Muito engraçado Emett...
- Quem diria que aquela nanica ia te tirar tanto do sério...
- Isso não é uma boa hora.
- Ah, Alice, não começa...a gente tem que se divertir com a desgraça senão...vamos nos divertir com o que?
- Emett, você tem a sutiliza de um rinoceronte.
- Edward... – Esme estava ao meu lado, sussurrando longe das idiotices de Emett – Bella e Nessie voltaram mais cedo um pouco, Nessie preferiu não demorar muito para...
- Me evitar? - perguntei.
- Não querido...mas deixe assim, ela estará melhor amanhã – Esme me deu um beijo carinhoso no rosto e se afastou pela trilha.
Ela estará melhor amanhã porque estará perto daquele lobo infame...
- Ô da fossa...você vai vir ou não? - ecoou a voz de Emett no meio da floresta.
- Podem ir – respondi – Eu vou caminhar um pouco, chego lá mais tarde.
- Caraca...ele vai chegar só na segunda-feira se for caminhando...
- Quieto Emett...vamos indo...rancorosa

Como Alice havia previsto mais cedo, a chuva parou de cair ao anoitecer e a única coisa que eu ouvia agora era a voz de um vento leve tocando as copas das árvores mais altas...para um vampiro não havia problemas em caminhar à noite, afinal, podemos enxergar no escuro tão bem quanto durante o dia. A mata me dava um singular sentimento de solidão que eu experimentei durante anos antes de conhecer Bella... neste lugar eu não era o único ser antigo, as árvores eram quase tão velhas quanto eu e eu me sentia em sintonia aqui como em nenhum outro lugar no mundo. Estranho como um conflito tão pequeno te faz se sentir tão mal...eu estava sendo egoísta, com todos.
Então o vento me trouxe um perfume que eu conheci e amava, as nuvens haviam se afastado levemente e o céu se abriu banhando a mata com uma fosforescência fátua e misteriosa, a lua cheia e prateada com sua luz inebriante lançava sombras esguias pelo chão da floresta, ergui os olhos e a vi, parada de encontro a um alto carvalho...a visão mais perfeita que eu poderia ter. Bella.
Ela nunca mudou seu estilo mesmo tendo adquirido a beleza exagerada dos vampiros...calçava tênis baixos e calças jeans...uma camiseta básica preta e me olhava com olhos brilhantes e apaixonados, parecia um anjo celeste na minha frente me fazendo imaginar o que eu fiz para merecê-la...seus cabelos ondulando ao sabor do vento me hipnotizaram. Ao chegar mais perto parei para olhá-la, ou melhor, admirá-la.
- Você estava demorando demais – ela disse com voz leve e divertida e ao não obter resposta ela fez cara de preocupada – Meu bem, o que foi?
- Nada, apenas acabei de pensar o quão minha vida seria miserável sem você... Isabella. Eu caminhei sozinho durante horas nesta floresta vazia e cinza e quando a vi me lembrei de que é você quem dá o colorido à minha existência...eu não saberia como viver sem você. Só posso agradecer por ser imortal e poder passar a eternidade ao seu lado...
Bella me abraçou passando os dedos levemente pelo meu cabelo...então ela me olhou, sua pele refletindo a luz do luar como um diamante multifacetado, com seu rosto angelical e perfeito próximo do meu, eu vi um sorriso desenhar-se em seus lábios rosas...eu não consegui falar nem uma palavra depois disso.
- Você não precisa caminhar sozinho Edward, eu estou aqui com você agora e você sabe disso...sabe disso desde o primeiro momento em que nos vimos, eu sou sua do mesmo modo como você é meu e nada nem ninguém vai mudar isso...e quando os séculos passarem eu vou continuar sendo sua, você não está mais só, têm a mim e Renesmee.
- Bem...
- Não. – Bella disse com firmeza calando minhas palavras com um beijo – Não. Nessie te ama, e nunca vai ser diferente, ouviu? Você sempre com essa mania de se martirizar e se preocupar com tudo, não é à toa que eu tinha que implorar para você me beijar...ou fazer outras coisas...naquela época...
- É – respondi rindo – E insistiu tanto que o resultado disso é uma menina de 1,60m de altura que anda me dando dor de cabeça...agora sei que a culpa disso tudo é sua.
- Eu não tenho culpa de ser casada com você....irresistível deste jeito. Aliás, nós estamos longe o suficiente para ninguém nos ouvir...seria um desperdício perder este luar...você não acha?
- Você está falando sério?
Bella não respondeu...apenas me beijou e me empurrou contra o tronco de uma árvore...de repente eu me esqueci do porque de estar tão preocupado...

- SETH...ÔÔÔÔÔ...SETH...CADÊ A PORCARIA DO MOLHO DO CHURRASCO....SEEEETTTHHH ....
- Duvido que ele te escute Sam...
- Jared, seja útil e vai pegar o molho...cadê o Seth...
- Jogando baseball acho... com os Cullens...
- Ele é o quê? O gandula?
- Querido, deixe as crianças se divertirem...
- Emily, me alcança a bacia...não querida, a azul...isso...obrigado.
- Edward?...Hei...sanguessuga...acorde...segura a grelha para mim um segundo...?
- Ops...desculpe Sam...desliguei geral aqui.
- Não liga não Sam...ele é assim desde que o conheço...por que acha que nossas vidas viraram um circo desse jeito?
- Ha ha ha, essa foi boa Charlie...e não é que você tem razão mesmo?
Apesar da piadinha de meu sogro, não tinha problemas eu segurar uma grelha de churrasco incandescente, afinal, o calor não podia me ferir...então, pelo menos, eu estava sendo útil em meio aquele caos organizado que Alice tinha armado. Ela não errou na previsão, o sol brilhava absoluto em um céu de anil tão claro e límpido que parecia uma obra de arte, havia risos flutuando pelo ar e todos estavam felizes e se divertindo; uma cena que realmente valia a pena guardar na memória para sempre.

Havia tendas brancas armadas ao longo do campo verde e plano que corria alegre até chegar a uma pequena praia cuja faixa de areia era tão pequena que malmente podia-se chamar de praia; bancos, cadeiras e mesas foram espalhadas em baixo das tendas, formando, assim, uma espécie de feira de eventos particular nesta parte da reserva La Push. O ar estava fresco e uma brisa cálida soprava do leste... o almoço transcorreu perfeito durante todo o dia, todos nós misturamo-nos e cada um ficou em uma das mesas espalhadas por ali, eu acabei almoçando – ou melhor, assisti o almoço – junto de Sam, Emily, Jared, Paul e Raquel. Bella almoçou mais á frente com Jacob, Nessie, Bill, Charlie e Sue...Seth, Emett e Jasper fizeram guerra de comida contra os outros membros da matilha que se espalhavam pelo gramado...Rosalie quase teve um ataque quando uma porção imensa de purê de batatas pousou estrondosamente em seus cabelos...Alice saiu correndo dali.

Depois que tudo se acalmou e Esme e Carlisle distribuíram sorvete para todos, Bella veio sentar-se no meu colo...sorrindo e ofuscando o sol ela sussurrou no meu ouvido.
- Acho que Jake quer falar com você...
Murmurei alguma coisa que nem mesmo eu compreendi.

Autor Angus

1 comentários:

nossa eu achei super legal a camaradagem deles nossa ficou muito lindo parabens e vc escreve muitissimo bem parabens pela fic posta mais por favor pois amo sua fic:N :N :N :N :N :C :C :C :C

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