8 de dez. de 2010

Capitulo 29

Posted by sandry costa On 12/08/2010 3 comments





Surpresas


Bella





Edward analisou meu rosto por um longo momento.


- O que? – perguntei impaciente.


Ele riu delicadamente.


- Você tem noção do que acabou de acontecer? Do tamanho... da importância, Bella? Você viu sua mãe, você viu Renée depois de tanto tempo, depois de descartar completamente a possibilidade de tê-la em sua vida. – disse ele baixo e suavemente. – Então relaxe.


Sim... eu a vi. Mas a preocupação com o que ela achou e como ela absorveu tanto em tão pouco tempo impedia que minha mente se concentrar no fato.


Edward continuou com a mesma voz baixa e suave.


- Ela ficou tão feliz em revê-la, Bella. Eu tinha esquecido como a mente de Renée era diferente... como de uma criança. – ele riu.


- O que mais? – sussurrei. Ele tocou meu rosto.


- Tudo correu perfeitamente bem. Não poderia ter sido melhor. Sim... ela ainda vai questionar muita coisa, Renée é muito observadora. Esteja preparada para a chuva de perguntas amanhã.


Permaneci séria... Argh! Edward sempre será Edward. Sempre tentando me poupar de qualquer coisa que possa me ferir. Ele ainda não disse o que eu precisava saber.


Eu insisti.


- O que ela achou de tudo? Não... o que ela achou de mim? A verdade, por favor.


Ele respirou fundo. Seu sorriso diminuiu, mas ainda estava presente. Seu rosto sereno enquanto explicava.


- Ela ficou... confusa, como esperado. Basicamente com relação a parte física – essa foi a única mudança que ela identificou. Ela não entende e debateu internamente durante todo o tempo se deveria perguntar alguma coisa a respeito. Renée está com medo de tocar em um assunto que possa te chatear. Ela não sabe se é algo que você queira conversar a respeito.


Renée estava se contendo? Comigo?


- Isso é novo! – exclamei. – Ela nunca teve restrições comigo.


- Oh... isso foi só hoje. Como disse, esteja preparada para as perguntas amanhã.


Soltei o ar que estava preso em meus pulmões – por quanto tempo eu não sei – Uma discreta, mais verdadeira, sensação de alívio tomou conta de mim.


- Então tudo está bem. – sussurrei para mim mesma olhando além de Edward.


- Sim – respondeu ele a minha afirmação. – Tudo está perfeito. Você esteve perfeita.


Então ele me abraçou forte. Ele estava tão feliz também.


Passei meu braços ao ser redor e ri, permitindo que a calma tomasse conta de mim.


- Acho que não me saí tão mal.


- Talvez... você poderia mencionar Nessie para ela. – ele disse lentamente, do nada.


Me afastei para ver seu rosto. Ainda sereno.


- Nessie? Edward, eu não...


Ele colocou um de seus dedos em meus lábios me interrompendo.


- Só mencione. Use a mesma história que usou com Charlie. – ele sugeriu muito calmamente.


- Se eu disser a minha mãe que estamos adotando uma criança ela vai surtar.


- Então pule essa parte, melhor ainda, diga que Carlisle e Esme é quem estão adotando.


Pensei naquilo por um segundo.


Poderia dar certo? Quero dizer... eu amaria que minha mãe conhecesse minha filha, mesmo que não fosse como sua neta, mas para que Renesmee pudesse ter guardado no fundo de sua memória a imagem de Renée. Para sempre.


Ele estava esperando enquanto eu considerava a possibilidade.


- Talvez...


- Você pode mostrar fotos ou simplesmente falar sobre ela. Imagine como seria divertido. – completou ele com um sorriso – que agora era enorme. - É apenas um sugestão, mas acho que pode funcionar.


A imagem que Edward estava pintando em minha mente naquele momento era perfeita.


Sorri – bem pouquinho - ao perceber que já estava aceitando a idéia.


- Sim... pode funcionar. – concordei, me sentindo um pouquinho pessimista.


- Vai funcionar. – afirmou ele.


Mas uma vez suspirei satisfeita. Estava me sentindo assim com muita freqüência.


- Você vai me estragar ainda mais para mundo, com tanto mimo. Sempre me dando tudo o que quero e preciso.


- Quase tudo veio por seu próprio mérito. E sim... não existe nada que eu não faria por você, mas esse não é o ponto aqui.


Naquele exato segundo, o telefone de Edward vibrou. Ele olhou rapidamente para ver quem era e sorriu.


- Nessie. – disse ele colocando o telefone no ouvido.


Sorri também.


Era tarde e ela já deveria estar dormindo. Eles estavam bem e ela parecia estar se divertindo. Se entendi bem, Kate havia acabado de receber mais alguns amigos essa tarde. Edward os conhecia por nome, Collins – nome que não me pareceu nem um pouco familiar, ninguém nunca os havia mencionado – Não me importei, nem sequer me preocupei. Se houvesse motivo para isso, ele teria reagido de alguma forma.


Edward conversou com ela por vários minutos, perguntando tudo e depois passou o telefone para mim.


- Oi, meu amor, você não deveria estar na cama?


- Eu sei mamãe, já vou, só queria falar com vocês antes e tia Alice só me deixou ligar agora. – seu tom era desgostoso. – E tem dois amigos de Kate aqui. Eles são divertidos.


- Eu escutei. Fico feliz que esteja se divertindo.


- Eles chegaram depois da gente. Tia Alice disse que não é para você se preocupar porque elas os conhece.


Eu ri.


- Não estou preocupada. Agora você tem que ir dormir, descançe bem e amanhã a gente se fala bem cedinho, tudo bem?


- Tudo bem.


- Amo você.


- Amo você também, mamãe. Papai também.


Ela bocejou alto. Eu ri e desliguei. Renesmee precisava descançar.


- Quem são eles? – perguntei a Edward assim que o entreguei o telefone.


- Não os conheço pessoalmente. Eles são irmãos e nômades. Amigos antigos de Tanya e Kate. Quase nunca as visitam. A última vez foi um pouco depois de conhecermos Tanya. Foi uma estadia muito rápida, eu estava caçando com Emmett e nem cheguei a vê-los.


- Oh... ninguém nunca mencionou o nome Collins. – indaguei.


Ele riu e respondeu.


- Existem muitos vampiros que cruzaram nossos caminhos com o passar dos anos. Existem diversos que você não conhece, amor.


Honestamente eu não estava preocupada, só não estava afim de receber mais visitas de imortais desconhecidos... pelo menos para mim.


Edward e eu tínhamos a casa toda para nós... coisa rara. Então ao invés de voltarmos para o chalé, ficamos em seu quarto.


Estava no banheiro, escovando meu cabelo de frente ao grande espelho. Podia ouvi-lo no primeiro andar, na cozinha. Eu sorri. Ele estava preparando algo para o dia seguinte. Sempre tão cheio de consideração... Cozinhar era uma coisa que nenhum de nós precisávamos fazer, bastava comprar alguma coisa.


Algo me ocorreu naquele momento e meu sorriso se tornou perverso.


Ao invés de usar minha camisola – que eu havia separado especialmente para aquela noite – decidi mudar... só um pouco.


Ainda podia ouvi-lo se movimentando no primeiro andar, então me apressei e peguei uma de suas camisas sociais no closet – algodão, azul claro, manga comprida.


Vesti por cima da lingerie que já usava - nada muito incrementado - fechei alguns botões e baguncei um pouco o cabelo com as mãos.


Segui em direção a escada, andando – descalça.


Edward acompanhou – com os olhos - todos os movimentos que fiz – desde o momento que entrei na cozinha até quando pulei sutilmente para me sentar na bancada ao seu lado, ignorando as cadeiras presentes.


Minhas pernas balançavam, longe do chão, então as cruzei.


- Eu estava pensando... – comecei a dizer - Já que estamos aqui que tal você me dar uma daquelas prometidas aulas de piano? – completei baixinho. Ele parou por uma curta fração de segundo o que estava fazendo.


– Explicando um pouco melhor, você podia tocar para mim, algo fácil para que eu possa aprender. Não quero aprender os detalhes técnicos... Quero dizer, estamos sozinhos, então é melhor... aproveitar... acho que seria vergonhoso ter uma platéia... acompanhando meus erros.


Pude ouvir o sorriso em sua voz.


- Eu estava pensando nisso. – murmurou ele, voltando a misturar algo em uma tigela de vidro. Não sabia o que ele estava preparando e no momento também não estava interessada.


- Jura? Isso é bom. Estamos em sintonia no assunto.


Mantive meu rosto suave.


- Só me deixe terminar...


- Precisa de ajuda? – perguntei, entrelaçando meus tornozelos.


Seus olhos acompanhavam qualquer movimento que eu fazia. Um olhar rápido e depois voltava a atenção ao que estava fazendo.


- Não. Não preciso de ajuda, já estou terminando. Esse aqui, é você quem cozinhou. Pelo menos é isso que vamos dizer a Renée amanhã.


Ele parou de misturar, tampou e colocou na geladeira.


Eu sempre observando e sempre fingindo não ver quando seus olhos se voltavam a mim.


- Eu ainda acho isso impressionante, sabia? – comentei, quebrando o breve silêncio que preencheu o ambiente.


- O que? – perguntou ele enquando lavava as mãos na pia ao meu lado.


- O fato de que você consegue cozinhar.


- Você também consegue cozinhar. – afirmou ele, colocando suas mãos ao meu redor, na bancada, ficando de frente a mim. – Você já cozinhou para Charlie centenas de vezes desde que se transformou.


- Eu sei. Mas eu sabia como cozinhar antes. Você aprendeu tudinho de novo a pouco tempo. Bom... não “de novo” porque eu duvido que homens cozinhavam na sua época como humano.


Ele riu.


- Não sabíamos. – respondeu ele balançando a cabeça.


- Viu... impressionante. – reafirmei. – Você aprendeu mesmo sem ter o paladar apropriado.


Ele riu novamente e seus olhos percorreram todo meu “novo” pijama.


- Eu gostei. – sussurrou ele, tocando no colarinho da camisa que usava.


- Esqueci minha camisola no chalé. – grande mentira – Não queria ir até lá agora, então decidi pegar uma de suas camisas emprestadas. Espero que não se importe. – Aúltima frase soou indiferente.


Perfeito.


- Me importar? Nunca. Ficou muito bom em você.


Sorri para ele em resposta e o puxei para mais perto pelo colarinho.


Ele veio de boa vontade e seus lábios tocaram os meus.


Eu estava no paraíso. Meu paraíso.


Isso sempre acontecia quando ele me beijava.


Começou doce e delicado e em poucos segundos se tornou profundo e cheio de paixão.


Tinha que manter em mente meu plano inicial... ele iria gostar. Tinha certeza.


Edward colocou as mãos em minha cintura e me puxou para mais perto com firmeza. Automaticamente eu passei minhas pernas ao seu redor.


Pare. Pare. Pare.


Quando ele estava beijando minha mandíbula eu consegui reunir forçar para falar. Como já estava “sem fôlego” minha voz saiu ainda mais baixa.


- Minhas aulas?...


Ele não parou. Beijando meu ombro esquerdo que estava exposto – porque ele baixou um pouco a camisa.


- Agora? – sussurrou ele contra a minha pele.


- Sim... eu acho.


Ele passou a dar pequenos beijos em minha pele, seguindo o caminho de volta aos meus lábios.


Como Edward sempre, colocava o que eu queria em primeiro lugar...


- Então vamos as aulas. – disse ele em meu ouvido me puxando para seu colo, mantendo me entrelaçada a ele.


Ele me colocou no banco a frente de seu Grand Piano e sentou ao meu lado – ao centro.


- Você tem alguma composição que seja “fácil” para de aprender?


- Deixe-me pensar. - Edward murmurou sério e concentrado. Alguns segundos depois ele colocou os dedos no teclado e a mais adorável melodia ecoou por todo o ambiente. Era suave, doce e muito lenta.


Ele amava tocar seu piano. Ficava claro em seu rosto - que estava suave e com um pequeno sorriso de satisfação.


- É linda. – sussurrei. Sabia que mesmo depois de mil anos, ainda ficaria impressionada com seu talento.


- É sua também. – disse ele me surpreendendo.


- Você compôs outra música para mim?


Ele balançou a cabeça confirmando.


- Quando? – perguntei. Minha voz saiu mais baixa que nossa respiração.


- Um pouco depois do nascimento de Nessie.


- A tanto tempo...


- Existem mais algumas.


- Por que só estou sabendo disso agora? – demandei.


- Por que tenho um acordo com Nessie. – ele respondeu sorrindo largamente.


- Acordo?


- Sim, acordo. Não posso contar é coisa dela.


- Oh... segredos.


- Segredos entre pai e filha. – ele respondeu e o assunto morreu ali.


Não pressionei mais. Um dia seria colocada a par desse tal “segredo”. Isso com toda a certeza.


Ele parou de tocar, puxando-me para seu colo, colocando-me de frente ao piano.


- Agora é a sua vez. Você não quer saber dos detalhes técnicos, correto?


- Aham... deixo isso para você.


Ele riu baixo em meu ouvido.


Edward pegou minha mão e posicionou do teclado, como ele já havia feito antes... em nossa lua de mel. Logo em seguida, ele pressionou alguns de meus dedos sobre as teclas, fazendo o mesmo som doce ecoar novamente. Eu sorri.


- Agora... você, sozinha. – murmurou ele.


Repeti cuidadosamente os mesmos movimentos – os memorizei facilmente - que ele havia feito com meus dedos. Soou melhor do que eu poderia ter imaginado.


Gargalhei baixinho... orgulhosa.


- Perfeito. – disse novamente em meu ouvido, me fazendo arrepiar. – Agora tente isso.


Edward colocou novamente as mãos nas minhas e continuou fazendo o piano cantar. Prestei atenção e depois ele descançou as mãos em minhas pernas deixando as minhas livres para repetir os movimentos.


Aquilo era muito divertido. Podia sentir que ele estava gostando também... mas decidi que já tinha aprendido demais por uma noite e me virei para beija-lo.


Claro... ele me beijou de volta com bom gosto. Senti seus lábios se esticarem em um sorriso sobre os meus.


- Não chegamos nem sequer no segundo verso da música. – Edward murmurou contra meus lábios.


- Aprendi o suficiente por hoje.


- Ok.


Ele me pegou firme pela cintura e me colocou sobre o piano. Várias teclas foram pressionadas ao mesmo tempo, formando um som alto e sem melodia.


Me diverti ao relembrar em como Edward era afetado por momentos como aquele.


Era diferente fazer amor com ele na casa que quase sempre estava cheio de vampiros, meus vampiros, nossos vampiros.


Quando voltamos para o quarto a luz do sol entrava pela janela. Edward estava mais sorridente e brincalhão do que qualquer outro dia. Me senti novamente orgulhosa por ser responsável por sua felicidade. Um pedacinho de minha mente estava certo de que toda aquela alegria estava no fato de que agora... eu tinha tudo. Ele estava feliz, porque agora, eu tinha em minha vida, todas as pessoas que mais amava.


O conhecia bem demais para saber que ontem foi um dia marcante para ambos. Um dia onde ele pode ver que nada foi tirado de mim quando me juntei a ele. Absolutamente nada.


Então... esse momento era muito importante nós.


E foi celebrado a altura.


Saímos novamente para caçar. Estava cheia, mas o sangue fazia minha pele parecer menos fantasmagórica. Com menos de uma hora estávamos de volta.


Ainda era cedo quando ouvimos os pneus cantando e entrando na estrada que daria acesso a casa dos Cullens. Nossa casa.


Edward seguiu para a cozinha e colocou - seja lá o que era - para cozinhar. O segui.


- Deixe-me ajudar... se for para levar crédito que seja por algo que ajudei a fazer.


- Ok... a carne está na geladeira. – ele disse.


Franzi o meu nariz e peguei a forma com grandes filés organizados em fileiras. Aquilo cheirava muito mal.


Ele riu.


- Não se preocupe, você não irá comer.


- Humm... qual a desculpa de hoje? – perguntei sem conseguir pensar em nada para fugir do almoço.


- A mesma de ontem... só que dessa vez vamos deixar as provas visíveis aos olhos de Renée e Phil.


Ele pegou um prato e colocou na bancada a minha frente, espalhando um pouquinho de molho sobre ele. – Você já comeu. – Edward afirmou.


- Nós já comemos.


- Não é muito educado de nossa parte... mas eles entenderão. Somos recém casados e nos empolgamos...


- Bem pensado. – elogiei.


Renée estava radiante quando chegou. Aquilo me fez feliz... ainda mais feliz.


Edward e Phil levaram as malas para o quarto de Carlisle e Esme. Nós os acompanhamos.


- Você se acostumou nessa casa – se é que se pode chamar essa mansão de “casa”? Acho que nunca poderia. É tão grande... poderia jurar que está maior do que quando se casou. – comentou Renée enquanto subíamos as escadas.


- Estou familiarizada a algum tempo. Antes mesmo de me casar já me sentia bem aqui.


Ela sorriu para mim.


- Podemos dar uma volta? – perguntou ela.


Renée queria espaço para poder questionar e entender diversas coisas.


- Claro.


- Só quero sair agora porque imagino que daqui a algumas horas o céu deve desabar em água. – disse ela.


Forks realmente não a agradava.


Deixamos Edward e Phil para trás.


O dedinho de sua mão se prendeu ao meu enquanto seguíamos até o rio.


Ainda bem que estava usando luvas.


Sorri para ela.


- Pode perguntar... – abri a porta. Sentia receio em seu olhar.


Renée respirou fundo.


- Bella, querida... eu amo você e eu não quero te chatear...


- Você pode me perguntar qualquer coisa, mãe. – a assegurei, assustada com as possibilidades.


- O que aconteceu? Melhor... como aconteceu? Você está tão diferente, mas ainda é a mesma... eu estou realmente confusa. – admitiu ela. – Eu sei que já falamos sobre isso, mas preciso entender melhor.


- Imaginei que estivesse confusa, todos ficaram. – murmurei, sorrindo levemente para ela. Ela retribuiu. Liguei o meu modo “mentira” e comecei a falar.


– O momento foi terrível... a doença. Poderia ter acontecido a qualquer momento, inclusive antes mesmo de me mudar para Forks, mas resolveu se manisfestar em minha lua de mel.


Era apenas uma pequena mentira. – Considerando que ninguém tenha descoberto quando e como adquiri a isso, essa foi a conclusão que chegaram. Por um tempo todos acharam que era algo que contraí no Brasil...


Não queria manchar a imagem do país que mesmo sem conhecer completamente aprendi a amar, então mudei a história um pouquinho.


– Mas não foi nenhuma doença tropical. Os médicos acreditam que seja algo que partiu de meu próprio corpo, eles usaram uma linguagem muito técnica, Carlisle que explicou melhor depois. Mas eu estou bem... e com relação ao que você vê agora, realmente não sei como explicar bem. Durante o processo da doença eu fui mudando, talvez por ter me alimentado mal durante algum tempo... eu realmente não tenho explicação exata para isso, só sei que consegui, expetacularmente, ficar mais pálida do que já era. – Falei em tom de brincadeira. Ela riu comigo.


– Seja lá o que me fez ficar assim, não está em mim mais. Meus exames estão todos perfeitos. E eu sou obrigada a fazê-los regularmente. É ótimo
ter um médico na família.


Ela considerou o que disse por uns segundos.


- Acredito que você esteja bem com relação a sua saúde. É que tudo é tão estranho para mim... você mudou... fisicamente. Charlie havia comentado, mas estava esperando outro tipo de coisa, nunca isso, não que faço diferença para mim.


Sua palavras me deixaram em êxtase. Não fazia diferença para ela.


- Você conseguiu de alguma forma amadurecer ainda mais. – disse ela incrédula, como se fosse algo impossível.


Aquele momento parecia ideal... poderia aproveitar meu repentino êxtase e seguir com a sugestão de Edward.


Com muito cuidado – a calma se foi em menos de um segundo - e completamente apavorada, disse da forma mais casual possível:


- O casamento faz isso com as pessoas – com grande maioria pelo menos, mas também acho que isso seja em razão a presença de Renesmee.


A observei com cuidado.


- Renesmee?


- Sim, a criança que Esme e Carlisle estão adotando. Esqueci de mencionar, me desculpe.


- Nome diferente... e eles estão adotando novamente! – ela pareceu chocada.


- Mmm, estão. – respondi, mesmo sabendo que ela não havia formulado a frase como uma pergunta.


- Na realidade ela é sobrinha de Edward e perdeu os pais a pouco tempo.


Renée colocou a mão no peito em um gesto de compaixão.


- O que? – perguntei.


- Eles são tão generosos. E eu não sabia que Edward tinha parentes vivos.


- Ele também não sabia. – continuei com a mentira.


- Como ele reagiu? Deve ter sido um choque e quantos anos ela tem?


- Ela tem cinco e no começo ele ficou chocado... de verdade. Edward sempre acreditou não ter mais familiares consanguíneos vivos. – Pressionei meus lábios para não sorrir ao ouvir minhas palavras. Era mais verdade de qualquer outra coisa que eu havia contato a Renée até agora.


- Tão pequena para perder os pais. Tão triste.


Concordei balançando a cabeça.


- O que ela tem haver com o fato de você está mais madura? – perguntou ela cheia de suspeita.


- Calma, mãe. Edward e eu ficamos com ela as vezes, quando Esme tem que trabalhar e Carlisle está no hospital. –


Estava definitivamente melhorando na improvisação, mas apenas para ouvidos humanos, qualquer imortal perceberia que o que acabei de falar não passava de conversa fiada.


Decidi naquele momento testa-la. Abusar um pouquinho mais da sorte que estava tendo.


- Ela acha que Edward e eu somo jovens demais para adota-la, por isso eles se prontificaram. Não queriam deixa-la ir para um lar qualquer e ser separada da família novamente. – disse em voz
baixa.


Seus olhos se arregalaram.


- Ela está certa com relação as duas coisas.


Olhei para baixo.


- Eu sei. Ela é tão linda e inteligente. Como Edward.


Seus olhos se prenderam em meu rosto.


- Você considerou isso? Adota-la? – Renée claramente desaprovava a idéia.


- Não, mãe. Não se preocupe. Edward e eu vamos para faculdade ano que vem. Não podemos cuidar de uma criança. Só comentei. E ela é linda. Mostro algumas fotos depois... – dispensei o assunto. Por hoje chega. Pelo menos consegui abrir a porta para o futuro.


Olhei para ela, tentando não deixar nada de diferente transparecer em meu rosto. Renée me sondou com olhos especulativos e em poucos segundos sua expressão se suavizou.


Sua reação foi o que eu esperava, mesmo assim foi decepcionante.


- Eu definitivamente vou querer conhecer essa criança que tanto te cativou. Você nunca gostou muito dos pequeninos. – ela riu.


Suspirei aliviada. A tensão se foi pelo momento.


- Eles que não gostavam de mim. – disse rabugenta.


Ela gargalhou baixinho.


- Bom, fico feliz que isso esteja mudando. Afinal, quando você tiver os seus metade do caminho já terá sido caminhado. – ela me olhou antes de continuar. – Você e Edward jáconversaram sobre isso? – ela perguntou baixinho.


- Nós somos jovens demais. Para filhos.


- Oh... eu sei. E fico feliz por perceberem isso... mas...


- Mas?


- Vocês vão querer filhos? – sua voz ainda era baixa. Sabia que ela estava se segurando.


- Eu não sei.


Paramos em frente ao rio. Encostei em um grande tronco. Ela me acompanhou.


- Nós combinamos de conversar sobre isso quando terminarmos a faculdade. – disse.


- Oh, bom! Pelo menos conversaram sobre o assunto.


- Tentamos nos concentrar em uma coisa por vez.


- Muito maduro. – ela afirmou sorrindo.


- E você e Phil, fizeram planos para me dar um irmãozinho? – perguntei. Não sei de onde saiu essa idéia. Talvez desespero para mudar de assunto.


Seus olhos se arregalaram.


- Eu não sou mais nenhuma menininha, Bella.


- Os tempos mudaram. Tudo pode acontecer.


Eu era prova de que essa afirmação era a mais pura verdade.


- Nem sequer quero pensar nisso... mudando de assunto. – falou Renée rapidamente.


Ela pegou minha outra mão e me puxou para o chão. Nos sentamos.


- Conte-me sobre Edward.


Eu ri. Até que não demorou tanto para que ela chegasse ao assunto.


- O que quer saber?


- Como ele é? Quero dizer... eu sei que ele era romântico como namorado, mas e como marido... eu não preciso dos detalhes... claro – ela revirou os olhos.


- Ele não mudou, melhor ainda, mudou sim... para melhor. – respondi com um sorriso. Era bom conversar com ela.


- Jura?


- Ele me mima um pouco demais. – mais uma verdade que podia compartilhar com ela.


- Charlie disse que ele comprou um carro como presente de aniversário. Consideraria isso um mimo e dos bons. Sem contar, muito bem vindo.


Eu ri.


- Sim, ele comprou. Foi desnecessário, mas ele comprou.


- Desnecessário? Bella... você não pode andar por aí a pé ou pior que isso... você não pode andar por aí em qualquer coisa – como naquela picape que tinha, você é uma Cullen agora. – ela piscou para mim.


- Era Swan antes de ser uma Cullen e sim... eu entendo. Por isso eu não reclamei quando ele comprou o carro e as outras coisas.


- Outras coisas?


- Sim, as jóias.


Ela riu de minha expressão.


- Se acostume. Oh, meu Deus! Você vive em um conto de fadas.


Com direito a montros e tudo mais. Completei em minha mente.


Como no dia anterior, nós passamos horas conversando ali, sozinhas. Brinquei algumas vezes sobre o fato de estar mais bonita agora, tentando aliviar a tensão com relação ao assunto. Tensão que já não existia. Falamos um pouquinho de meu pai e de Sue. Renée estava verdadeiramente satisfeita por Charlie finalmente ter encontrado alguém.


- Temos que voltar, você tem que almoçar. – disse a puxando pela mão.


- Não vai almoçar conosco novamente? – questionou ela.


- Quando você chegou eu tinha acabado de devorar um prato. Sei que não é muito educado – repeti o que Edward tinha falado mais cedo. – mas nós comemos e conversamos... esquecemos da vida. Você sabe como é.


- Recém-casados. O restante do mundo vem sempre em segundo lugar...





Quando chegamos na casa, Edward e Phil estavam na frente da TV... novamente.


- Homens. – resmungou Renée ao entrar.


Após o almoço Renée pediu para ver o meu álbum de casamento, nos sentamos na minha cama e o folheamos.


Parecia tudo muito surreal. A noiva corada. As lágrimas nos olhos.


As vezes ela olhava a foto e depois a mim e suspirava.


- Não pode ficar mais? – perguntei.


Não queria que ela partisse.


- Eu sinto muito querida, mas Phil tem que estar no trabalho amanhã ao meio dia. Temos que partir bem cedinho, mas prometo visitar mais. E você tem que me visitar também...


Suspirei. Meu telefone vibrou e a interrompeu. Era Renesmee. Eu já havia falado com ela hoje pela manhã.


- Pode esperar só um pouquinho, mãe... Oi meu amor. – disse ao colocar o celular no ouvido e abaixando o volume do alto-falante.


- Mamãe! – ela gritou rindo. Renée me observada cuidadosamente.


- O que é tão engraçado?


- Sam está fazendo cócegas em mim.


Ouvi uma voz feminina ao fundo dizendo “me desculpe”.


- Sam? – perguntei.


- Samantha, ela é irmã do Ethan, os que te falei ontem.


- Oh... você esqueceu de mencionar os nomes deles.


- É sim, desculpa. Alice disse que vamos para casa amanhã, estou com saudades sua e do papai.


- Estou com saudades também, querida.


- Rose e Emmett não vão voltar com a gente, eles decidiram ficar e depois viajar. – reclamou ela.


- Que pena, não vou vê-los então.


- Uhum.


- Bom... eu falo com você depois, querida.


- Oh... Tia Alice está vindo... Tchau.


Eu ri. Essas duas vão ter histórias e mais histórias para me contar.


Renée ainda me olhava.


- Era Renesmee. – disse a ela.


Ela balançou a cabeça vagarosamente e sorriu.


- O que? – perguntei.


- Nada. – foi só o que ela respondeu.


Um pouquinho mais tarde – quando o sol se pôs - nós descemos. Edward – que estava sentado no sofá conversando sobre esportes com Phil - ele virou a cabeça e sorriu. A conversa entre os dois se arrastou durante todo o dia. Os deixei um pouquinho de lado. Não gostava daquele papo todo sobre as tecnicalidades do esporte.


Renée se sentou ao lado de Phil passando seu braço pelo dele, eu me sentei ao lado de Edward.


- Sabe aquele restaurante Frances que você queria tanto ir, mas que não conseguimos reservas? – perguntou Phil a minha mãe.


- Sim...


- Edward ligou para lá e conseguiu uma mesa para nós.


- Oh, jura? – perguntou ela animada.


Isso fazia parte de mais uma das “aventuras” de minha mãe. Ela nunca gostou muito de comida francesa.


Olhei para ela com uma sobrancelha arqueada, questionando.


- O que? Eu fiquei louca para experimentar desde que ouvi falar nesse restaurante. Éfamoso.


- Famoso? Em Port Angeles?


- Eu sei, pensei a mesma coisa. – ela riu. – Mais um motivo para experimentar.


Edward de repente os olhou de forma apologética.


- Só consegui uma mesa para dois, era só o que havia disponível. Vão e divirtam-se. Phil comentou em como você ficou decepcionada por não conseguir uma mesa. Bella e eu podemos ir outro dia, afinal moramos perto.


Apertei a mão dele. Bem pensado – de novo. Ele piscou para mim quando Renée se virou para Phil. E eu era grata novamente... se ele não tivesse pensando em algo, eu provavelmente teria que comer, não teria como enrolar
Renée novamente. Não duas vezes no mesmo dia.


- Eu não sei... – murmurou ela.


- Não seja boba mãe. Ainda temos a noite toda certo? – a incentivei.


Ela sorriu para mim.


- Certo. Quem precisa dormir? – perguntou ela novamente. E novamente pensei que Edward e eu certamente não.


As reservas eram para as nove da noite, então eles partiram uma hora antes.


A idéia de Edward foi ótima por vários motivos. Estava feliz por não precisar me preocupar em não fazer careta ao engolir comida, mas também estava feliz por poder voltar a ser eu mesma por algumas horas. Organizar meus pensamentos.


Ficamos conversando... esperando por eles.





- Nessie parece ter se dado bem com os amigos de Kate.


- Era de se esperar, ela cativa a todos.


Pensei por uns segundos, decidindo se deveria perguntar a ele, a Alice ou mesmo a Renesmee quando eles retornassem.


Acho que não conseguiria esperar...


- Como eles são?


- Fisicamente, como qualquer outro vampiro, intelectualmente um pouquinho mais avançados, pelo menos o menino. Só não posso te dizer o quão avançado, como disse, nunca os conheci pessoalmente.


- O menino?


- Sim... ele é jovem, tem apenas quatorze anos. E a menina... acho que ela tem a sua idade. Bom.. tecnicamente.


- Samantha não me parece um nome muito antigo.


Ele sorriu para mim. Um sorriso muito estranho.


- Não sei exatamente a idade deles, mas me parece que são da mesma época que Tanya e Kate...


Pensei naquilo por um segundo. Eles então eram bem mais velhos do que Edward. Até mais velhos que Carlisle.


- Existe algum motivo específico para as perguntas? – questionou Edward.


- Você me conhece. Curiosidade.


- Não é porque você está com ciúmes... que Renesmee esteja se divertindo com alguém de fora da família...


- Não seja bobo. – falei rapidamente. Não estava com ciúmes, não mesmo. Só curiosa.


Ele não disse mais nada.


Renée e Phil chegaram um pouco depois das onze da noite. E eu já estava preparada para o que viria a seguir.


- Nunca mais colocou um pedacinho sequer de comida francesa na boca. É horrível.


Eu ri.


- Você nunca gostou muito desse tipo de culinária.


- Eu sei, mas pensei que meu paladar por algum motivo poderia ter evoluído. Edward cozinha mil vezes melhor do que qualquer chefe premiado daquele restaurante. E por favor, por favor, não diga a ele que não gostei, Edward foi tão gentil em fazer as reservas para nós.


- Sem problemas.


Dessa vez, todos nós ficamos juntos na sala assistindo a um filme – Orgulho e Preconceito.


Adorava observar como Renée e Phil ainda pareciam apaixonados. Muitos casais depois de certo tempo, mesmo se amando, se perdiam na rotina. Isso não aconteceu com eles.


- Adoro esse filme. Lembra-se quando assistíamos quase todo final de semana? – comentou Renée assim que os créditos finais subiram na tela.


- Sim, eu lembro de assistir o filme e de ouvir os seus roncos dez minutos depois de começar.


Ela gargalhou um pouco alto demais.


Renée cumpriu o que prometeu e só foi se deitar depois das três da manhã. Passamos o tempo todo conversando. Ela, Edward e eu. Phil apagou quase meia hora depois de colocarmos o filme.


- Você acha que ele vai estar bem para dirigir amanhã? – perguntei a Renée após Phil ter ido para a cama. – Podemos levar vocês até o aeroporto e pegar um taxi de volta.


- Não. De forma alguma. Phil está acostumado com isso. Não se preocupe. Agora vádormir, você precisa descançar.


- É você quem tem um longo caminho para casa, não eu.


- Mesmo assim...


- Boa noite, mãe.


- Boa noite, querida.


Ao seguir para meu quarto percebi que estava sendo assolada pela dualidade de sentimentos.


Comecei a me sentir triste com a proximidade da partida de Renée. Queria que ela ficasse mais. Por outro lado, estava morrendo de saudades de Renesmee. Ela já havia me ligado duas vezes, uma delas pela manhã – antes mesmo de Renée chegar - onde conversamos bastante como prometido no dia anterior – mas ela misteriosamente esqueceu de mencionar Sam e Ethan - eu tinha certeza que Alice tinha algo com isso, porque quando ela me ligou novamente – na presença de Renée e longe de Alice – ela lembrou de seus novos amigos.


O dia amanheceu em poucas horas. E diferente do anterior, a chuva era forte.


- Acho que devo caçar... de novo, ainda tenho um pouquinho de tempo antes de Renée acordar. – comentei com Edward, enquanto ele trocava de roupa.


- Nou com você.


- Não. Fique aqui. É coisa rápida – minha maquiagem para o dia. Menos de uma hora... sei que eles acordarão daqui a pouco. E se você não tivesse me distraído eu jápoderia ter saído a mais tempo.


Ele sorriu levemente e pressionou os lábios.


- Não gosto da idéia de você sair para caçar sozinha. – ele falou.


- Eu vou ficar bem pertinho. – prometi e o beijei rapidamente antes de sair pela janela.


Fui rápida. Encontrei um cervo longe do grupo, apenas alguns minutos depois – mesmo debaixo do dilúvio. Estava a uns dez quilômetros da casa e havia acabado de drenar o animal, quando meus olhos correram por todo meu redor.


Instinto.


Não encontrei nada, mais podia jurar que estava sendo observada. Me movi lentamente – não estava ventando – então não podia sentir o cheiro de nenhum rastro – não de onde estava.


Alguém esteve alí? Ou eu estava ficando louca?


Antes mesmo de dar meu segundo passo, o vento soprou e reconheci o cheiro imediatamente.


Abadir.


Era fresco. Reconheci mesmo com o cheiro de terra molhada e pesado no ar.


Rosnei. Ele não estava mais lá.


- De novo? – sussurrei. – Tão cedo?


Ele não fez contato e Alice não me ligou e nem ligou para Edward. Ele já estaria aqui.


Que estranho.


Voltei para a casa, menos de quarenta minutos depois. Renée estava levantando.


- Está tudo bem? – perguntou Edward assim que entrei pela janela. Ele estava sério.


Estava ensopada e deixando marcas no tapete dourado.


Segui rapidamente para o banheiro, tentando fugir de seu olhar especulativo.


- Sim.


Ele estava atrás de mim, assim que peguei a toalha.


- Renée acordou. – disse ele.


- Oh, eu sei. – falei enquanto passava a toalha pelo cabelo. Havia algumas pequenas folhas presas a ele.


Edward riu.


- Acho que precisa de um banho, você tem folhas por todo o corpo. – sugeriu ele.


Olhei para baixo e vi que ele estava certo. Estava completamente cheia de folhas molhadas.


- Oh.


Ele ligou o chuveiro para mim e murmurou em meu ouvido:


- Vou preparar o café para sua mãe.


Fiz cara feia. Ele teve tempo para isso enquanto estava fora.


- Não vai entrar comigo?


Edward suspirou.


- Tentador. Muito tentador. Mais tarde.


Ele sorriu, beijou meu pescoço e seguiu para cozinha.


Edward havia cozinhado tanto nos últimos dias.


De qualquer forma era bom ficar sozinha.


Abadir realmente voltou? Ele está querendo morrer?


Se fosse verdade, dessa vez eu não ficaria no caminho de Edward, pelo contrário, o ajudaria trucidar esse vampiro maluco.


Precisava esperar minha mãe partir para contar a ele...


Vinte minutos depois eu desci, com minhas lentes no lugar e vestindo uma calça jeans e uma blusa azul de manga comprida e gola alta. Meu cabelo estava ligeiramente molhado ainda. Independente da habilidade de minhas mãos, o secador ainda secava na mesma velocidade de sempre.


Renée estava com pressa.


- Querida, temos que ir. – falou Phil depois de colocar as malas no carro.


Estavamos todos na garagem.


- Oh, eu vou sentir sua falta. – disse ela me abraçando forte.


- Eu também, mãe.


- Foi tão bom te ver. – murmurou ela em meu ouvido. Meu cabelo estava cuidadosamente jogado ao lado de meu rosto. Contato direto com minha pele deveria ser evitado a todo custo. – Você está diferente, mas está linda e o mais importante é que está saudável e que continua sendo a minha Bella.


- Sempre. – respondi.


Ela me soltou e se virou para Edward.


- Venha me visitar. Estou intimando os dois.


Ele sorriu.


- E continue cuidando bem de minha menina. – continuou ela. – Você está se saindo muito bem... melhor do que eu, na verdade.


- Mãe! – reclamei.


Eles riram.


- Não precisa se preocupar com absolutamente nada. – afirmou ele.


Ela se virou e lançou um olhar para meu carro e murmurou “Wow” antes de entrar no Honda alugado.


Com um sinal de “adeus” pela janela eles seguiram para o areoporto.


Eu estava distraída pelo acontecimento mais recente, então a tristeza por ver minha mãe partindo foi menor.


Suspirei e me virei para Edward. Eu deveria contar de uma vez, antes de Renesmee chegar.


- Edward...


- Eu sei. – disse ele em uma voz fria. Seu rosto se contorceu em fúria.


- Você sabe?


- Ele esteve aqui. Eu suspeitei que ele poderia voltar, mas nunca achei que seria tão rápido. – ele olhava para algum ponto muito longe. Seus olhos desfocados.


- Quando...


- Assim que você saiu essa manhã, Alice ligou. Saí logo em seguida, mas ele partiu assim que sentiu minha aproximação.


Edward rosnou.


– Eu poderia tê-lo seguido e... – ele pausou e respirou fundo - mas o momento não ideal, com sua mãe aqui... e ela vai ficar bem – disse ele rapidamente quando fiz menção em interromper. – Ele não está mais aqui.


- Eu não o vi e também não vi você, nem mesmo seu rastro.


- Eu dei a volta. Queria saber o que ele estava pensando... mais não escutei nada coerente. – Edward voltou seu olhar para mim. Era mais suave agora. – Me desculpe, não queria te assustar com Renée aqui.


Balancei minha cabeça.


- Eu entendo... O que vamos fazer?


- Vamos esperar Nessie chegar, assim podemos conversar melhor com Alice.


- Ok.


- Bella... – seu rosto ficou mais branco que osso, seus olhos cheios de um ódio mortal. - eu o avisei, avisei o que aconteceria se ele voltasse...


Não disse nada, mas recordava muito bem das palavras de Edward: “Irei caça-lo, e sóvou parar quando fizer de sua existência, história. E o mais
importante... se você se aproximar de Bella novamente, não importa onde
estejamos, mesmo se for acidentalmente, vou matá-lo. Então reze para que nossos
caminhos não se cruzem. Nunca.”


Honestamente não acreditava que a retirada de Abadir havia sido para sempre. Como Edward, imaginei que ele iria voltar, só preferi não verbalizar, fingir que nunca iria acontecer, mas também nunca... nunca
imaginei que seria tão rápido.


Não estava assustada como da primeira vez.


Estava furiosa, mas não por ele ter retornado, mas por perceber que agora só havia uma forma de mantê-lo longe de nós.

3 comentários:

Como gosto desta fic... Parabéns!!!
Bora pro próximo cap que a história ta pegando fogo.
Bjs

Maravilhoso, eu achei que não gostava de ler historias se não fosse sobre jake e nessie, rsrs mas vc esta me mostrando o contrario.Parabéns

Esse Abadir é lokoo só pode e con certeza ele naum ter amor a sua existênciia,sua fic é maraaa.Parabéns!
Bju

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