Edward
Não Confie em Ninguém!
Não desgrudei os olhos da tela do computador.
Eu estava paralisado. Os meus sentidos, mais do que sobrecarregados. Cada parte do meu corpo estava entorpecida.
Não era possível. Eu sabia. Bella não caíra de um iate e fora considerada afogada, seu corpo nunca encontrado. Ela não havia sido queimada a ponto de se tornar irreconhecível ou algo semelhante. Seu corpo foi localizado em uma vala á margem da Rodovia 80. Surrado, talvez, mas ela havia sido identificada.
Não por você...
Não por mim, mas por um membro da família: o pai. De fato, foi Charlie Swan, meu sogro, quem contou que Isabella estava morta. Ele foi ao meu quarto no hospital pouco depois que recobrei a consciência. Charlie era policial em Nova York, agente federal e veterano de guerra. Ele tirou o chapéu e tentou dar a noticia com a empatia de um profissional, mas não me convenceu e ele mesmo não fez muito esforço para isso.
Portanto quem eu acabei de ver?
No monitor ondas de pedestres continuavam passando. Fiquei olhando, torcendo para que ela voltasse. Mas não voltou.
Que lugar seria aquele? Uma cidade movimentada, foi tudo que consegui observar. Que eu saiba, poderia ser Nova York.
Então é melhor procurar por pistas.
Tentei me concentrar. Roupas? OK, vamos examinar as roupas. A maioria das pessoas trajava casaco ou jaqueta. Conclusão: se tratava de algum lugar ao norte ou pelo menos não muito quente. Ótimo. Posso descartar Miami.
O que mais? Examinei as pessoas. Os penteados? Isso não adiantaria. Eu conseguia ver um canto de um prédio de tijolos. Procurei características identificáveis, algo diferente, nada. Esquadrinhei a tela em busca de algo, qualquer coisa. Resultado? Nada.
A cena da câmera sumiu. Apertei a tecla de recarregar, mas a tela de erro retornou. Voltei ao e-mail original e cliquei no link, outro erro.
A cana sumiu e com isso minha Bela sumiu.
Olhei para a tela vazia e a verdade me atingiu novamente: eu acabei de ver Isabella, sim minha Bella.
Poderia tentar argumentar que aquilo não era possível, mas não foi um sonho. Eu tive sonhos em que Bella estava viva. Vários. Na maioria das vezes eu aceitava aquilo como uma breve visita do além ou uma lembrança boa de bons momentos. Eu sabia muito bem o que era um sonho, mas aquilo com certeza não era nenhum parecido aos que já tive ou mesmo um sinal de que estou ficando louco.
Nem havia sido um fantasma, não que eu acreditasse neles, mas, na dúvida era bom ter a mente aberta. Só que fantasmas não envelhecem, e a Bella do vídeo envelhecera. Não muito, mas já havia se passado oito anos. Fantasmas tão pouco cortam o cabelo e o dela estava curto, num estilo mais moderno.
Era Isabella, ela estava viva.
Senti as lagrimas voltarem só que dessa vez tentei conte-las. Eu sempre chorei com facilidade, mas, após a morte de Bella, era como se eu não conseguisse mais. Não queria ter que gastar todas as minhas lagrimas por alguém que vai voltar. Mas ela não esta viva? Então por que não estou chorando?
Quando Bella morreu, escancarei as portas e deixei o sofrimento entrar. Não me incomodei de senti-lo integralmente. E doeu, doeu tanto que algo não deixava tudo aquilo acontecer de novo.
Não sei por quanto tempo fiquei sentado ali. Meia hora talvez. Tentei acalmar minha respiração e mente. Eu queria ser racional comigo mesmo. Tinha de ser. Eu deveria estar na casa de Charlie e Reneé agora, mas não conseguia me ver os encarando-os.
Foi aí que me lembrei de outra coisa. Marie Goodhart.
O agente Eric perguntou se esse nome me dizia alguma coisa. Dizia-me e muito.
Bella e eu costumávamos fazer uma brincadeira infantil. Você pega seu nome do meio e o transforma em prenome, depois pega o nome da rua onde nasceu ou cresceu e o transforma em sobrenome. Por exemplo, meu nome completo é Edward Anthony Masen Cullen e eu cresci na Dardy Road, portanto eu era Anthony Dardy e Bella seria....
Marie Goodhart.
Só que tem um problema, como ele sabia disso sendo que eu e Bella não contamos pra ninguém? Muito estranho.
Peguei o telefone. Primeiro liguei para Renee e disse que chegaria mais tarde. As pessoas aceitam isso de médicos. É um dos benefícios da profissão.
Quando liguei para Eric, a secretaria eletrônica atendeu. Pedi que me ligasse quando possível.
Reclinei-me na cadeira, mas a voz do computador arrancou-me do transe com outro “você recebeu um e-mail”. Projetei-me para frente e agarrei o mouse. O endereço de remetente era estranho, mas o assunto era a câmera de rua. Outro aperto no peito.
Cliquei no ícone pequeno e o e-mail surgiu:
Amanhã, duas horas depois deste horário, em www.bigfoot.com [N/A: e-mail inventado kkk’]
Uma mensagem será deixada para você.
Seu nome de usuário: Bat Street
Senha: Teenage.
Embaixo disso no rodapé da tela, mais seis palavras:
ESTÃO OBSERVANDO. NÃO CONFIE EM NINGUÉM.
***
Narradora
Demetri, o homem loiro observou Felix cuidar tranquilamente da limpeza.
Felix é um Italiano de 26 anos com uma aparência forte, mais forte do que o considerado para uma pessoa de 26 anos. Demetri conhecia varias pessoas assim, mas Felix era diferente. Os músculos eram ótimos, mas o verdadeiro segredo estava em seus dedos. Passava horas exercitando-os, esmurrando blocos de concreto, expondo as mãos ao calor e frio, fazendo flexões peitorais com um só dedo. Quando aqueles dedos entravam em ação, a devastação nos ossos e tecidos da vítima era inimaginável.
Quando Felix terminou de limpar a bagunça olhou para Demetri. Os olhos sem brilho, sem nenhuma expressão ou algo parecido.
- Devo levá-lo para o Tay? – Perguntou Felix. Sua voz era grossa demais e assustadora para um jovem rapaz.
Demetri assentiu com a cabeça. Tay era dono de um crematório.
- E suma com isso também. – Demetri entregou o 22 para Felix. O revolver parecia insignificante nas mãos de Felix. Ele fez cara de reprovação, talvez desapontado porque Demetri preferia usar aquilo ao eives de uma luta corpo a corpo. Com um 22 raramente havia feridas mortais. Isso significava menos provas. O sangue havia sido contido com o plástico, nada de sujeira nada de confusão.
- Até mais tarde – disse Felix. Ele ergueu o cadáver com uma mão só e colocou o revolver no bolso. Abriu a porta, saiu e a fechou.
No final tudo estava claro. A família Volturi era rica demais e muito bem sucedida para ter seu nome sujo por um simples cidadão como Richard. Um golpe daquele iria gerar muita confusão. Se alguém mexesse com um membro da família iria mexer com todos e não estamos falando de qualquer membro, mas sim de Marcos. Imagina se ele iria ser acusado de trair a esposa? Isso seria um escândalo na sociedade e o império dos Volturi acabaria por terra por causa de um simples e insignificante golpista.
O celular de Demetri vibrou. Ele pegou e atendeu.
- Alô
- Identificaram os corpos do lago – disse a outra voz.
- E aí?
- São eles. Você estava certo, são Chelsea e Willian.
Demetri serrou os olhos.
- O que isso significa Demetri? Não podemos deixar por isso mesmo tem algo muito errado nessa historia, precisamos matá-lo.
-Não sei Aro não vai gostar disso, já se passaram oito anos cara.
- Sei que não, mas não tem outra auternativa.
- Ele precisa morrer Demetri.
- Talvez não.
- E o que vamos fazer? – a outra voz perguntou.
Demetri sabia que não havia alternativa. Ele teria de falar com Aro Volturi. Aquilo desenterraria um passado sombrio e doloroso para todos. Oito anos, depois de oito anos o passando esta vindo à tona. Aquilo abalaria novamente o coração de Aro, mas não tinha escola, era contar, pegar e matar. Demetri respirou fundo e disse:
- Deixe comigo.
Era agora ou nunca. Havia começado a caçada atrás dele.
4 comentários:
Uau! =O Vão atras de quem do Edward? NOSSA! Meu deus super curiosaaaa!
Jess. A historia esta perfeita! Intrigante, marcante e viciante.
Parabens!! Ta maravilhosa.
PS.: Posta pelo menos uma vez por semana. Você demora tanto, a gente fica aqui querendo saber mais e vc não nos dá nenhuma noticia. :S Ta joia! Faz esse compromisso com a gente! Vlw!
ahhhhhhhhhhhhhhhhh muito curiosa mesmo
tipo a bella ta viva??
quem eles estão atras??sera que é o edward??
ai que curiosadidade do caramaba
ão demora a postar viu to muito curiosa
sua fica ta maravilhosa
beijoss flor
gente a fic esta entrando num momento muito intrigante...
esta lindo e voce esta de parabens pela forma como voce esta apresentando
beijusss linda
Postar um comentário
Não esqueça de comentar, isso incentiva os escritores e também a mim que tento agradar a vocês.