14 de out. de 2011

Capitulo 5

Posted by sandry costa On 10/14/2011 No comments

Eu fiquei acordada boa parte da noite, pensando naquele pesadelo e só dormi quando o cansaço me venceu. Tomei banho, me vesti e fiz uma maquiagem pra esconder as olheiras. Depois de tomar meu café, papai me deixou na escola. Assim que me viram as meninas correram até mim e me abraçaram. Elas não comentaram nada sobre o ocorrido, o que é uma qualidade delas. As aulas passaram voando e quando eu estava indo para casa, senti uma mão segurar meu braço e antes que tivesse tempo de falar algo. Nathan me beijou. Seus lábios forçaram os meus com violência e sua língua forçou a minha boca, me fazendo ceder. Eu não lutei contra ele, apenas deixei meus braços caírem ao lado do meu corpo e fiquei imóvel. Quando ele separou seus lábios dos meus, eu encarei a pequena platéia que tínhamos: seus amigos e... Samanta e suas fiéis seguidoras. Ela continha uma expressão de ódio no rosto. “Você vai pagar” a frase muda se formou em seus lábios antes dela virar as costas e sair. - E então, vai negar que gostou? – eu o encarei, sem expressão alguma no rosto. - Tão sutil quanto a traseiro de uma vaca. – virei de costas para ele e estava prestes a sair quando seu braço me segurou com violência. - Quem você pensa que é pra falar assim comigo hein garota? - Larga ela.Agora. – ouvi meu pai rosnar atrás de nós. Os amigos de Nathan se aproximaram de nós, com agressividade. - Ui, eles são corajosos Scott. – essa voz eu não conhecia. Natha me largou e os encarou com raiva. - Quem são vocês? – eu ergui meus olhos e senti minhas pernas fraquejarem quando dei de cara com o tio Alex. Ele é lindo.Estava parado ao lado do meu pai, com uma expressão divertida no rosto. - Eu? – meu pai se aproximou perigosamente do Nathan – Sou o pai dela. – os olhos dos garotos de arregalaram e meu pai o pegou pelo colarinho, erguendo-o do chão com apenas uma mão. – E só quero dizer que se encostar mais um dedinho que seja na Gabi, você vai se arrepender. - Hei cara é melhor soltar ele, ou... – Jeremy falou dando uma de machão - Ou o que? – tio Alex falou dando um passo á frente e cruzando os braços, no peito.Meu pai largou o Nathan no chão e rosnou de uma maneira assustadora. - Se chegarem perto da Gabi eu vou, pessoalmente, “cuidar” de vocês entenderam bem? – meu pai avançou e eles recuaram. - E isso serve para as amigas dela também – tio Alex ressaltou. - Sumam daqui – os garotos saíram correndo. Meu pai caminhou até mim e me abraçou. - Você está bem? – eu assenti enlaçando sua cintura. Eu olhei para o meu tio e reprimi a vontade ir abraçá-lo. Ele sorriu e abriu os braços. - Eu não ganho um abraço não é? – mesmo eu não o conhecendo, eu soube que vergonha era algo desnecessário. Meu tio. Depois da vó Sue e do “vô” Charlie, ele é o único que conheço da minha família. Sorri timidamente e caminhei até ele, abraçando-o. Sua temperatura é igual a do meu pai, assim como sua altura e tantas outras coisas. Ele se afastou um pouco e me olhou. - Você tem o sorriso do seu pai e os olhos da sua mãe, pequena. – eu sorri abertamente. - Papai também me diz isso.- Meu pai gargalhou atrás de nós - Você cresceu muito desde a ultima vez que te vi. Era apenas um bebezinho - Mas todos nós crescemos, não é tio? – seu sorriso ficou ainda maior. - É claro. Felizmente, todos crescemos e envelhecemos – percebi um olhar estranho dele para o meu pai, mas não comentei nada. - Vamos para casa. Leah já deve estar achando que seqüestrei vocês dois. – papai falou. O caminho até em casa foi de brincadeiras e muita conversa.Assim que chegamos, mamãe já nos esperava. Passamos a tarde inteira brincando e nos divertindo. Eu havia me esquecido de como esses momentos em família são perfeitos. Tio Alex pode ter um corpo de homem, mas o seu rosto deixa claro o espírito de criança que ele tem. Só faltam a tia Ash e a tia Kat. Pensei - Tio? – chamei-o e ele virou-se para mim. – Como estão a tia Ash e a tia Kat? – meus pais me olharam aturdidos, assim como ele. A pergunta pareceu pega-los de surpresa. - As duas estão muito bem. – ele respirou fundo, parecia que estava escolhendo as palavras. – Moram juntas na Inglaterra. Kat está cursando moda em Oxford e Ash medicina. Continuam as mesmas, os mesmos hábitos, as mesmas manias, estilo e etc. Não mudaram. – eu sorri. Queria tanto conhece-las também. - Elas adorariam te conhecer sabia? – o encarei – Elas costumam me falar que queria tanto te conhecer, mas que as coisas estão complicadas para elas lá. Trabalho, universidade. Mas eu fiz elas prometerem que viriam te visitar na primeira oportunidade.Espero que não fique magoada com elas. - Claro que não tio.Eu vou esperar ansiosa pra quando elas puderem vir. – ele sorriu e olhou em seu relógio. Seu semblante ficou triste de repente. - Eu preciso ir infelizmente. - Ah fica mais um pouquinho – pedi fazendo biquinho. - Eu não posso pequena. Mas prometo vir mais vezes de agora em diante – ele veio até mim e me abraçou forte.Eu tentei segurar as lágrimas teimosas, mas mesmo assim uma rolou pelo meu rosto. - Hei, não chora não pequena – ele as secou. – Eu tenho uma coisa pra você. – colocou a mão no bolso de seu casaco e retirou um caixinha e me entregou-a. Eu abri e encontrei um gargantilha com um coração.Abrindo o coração eu encontrei um foto minhas com meus pais, de um lado e de outro estavam uma foto dele, do meu pai, tia Ash, tia Kat e do irmão da mamãe: o tio Seth. As lágrimas agora inundaram meu rosto. - É pra você nunca se esquecer que independente do que aconteça a sua família vai estar sempre com você. Não importa onde, quando e nem o por que nós estaremos lá. – ele beijou minha testa e novamente secou minhas lágrimas. - Obrigada tio. – agradeci, abraçando-o novamente. - De nada pequena. Ele se despediu da minha mãe e saiu com meu pai, que o levaria até o aeroporto. Scott Já era noite e estava mais frio que o normal. Eu levei o Alex até o aeroporto, mas antes dele embarcar nós nos sentamos em uma lanchonete ali. - Quando você pretende contar a ela? – ele perguntou - Eu não sei Alex.Eu não sei.Eu e Lee não pensamos que seria tão complicado fazer isso...Mas e você e a Chris, já contaram pro Douglas? – ele fez uma careta. - Também não.Já não sabemos mais o que fazer.Ele não conversa conosco.É rebelde, irresponsável estou sem saber o que fazer. – soltou o ar pesadamente. Nós ficamos em silêncio por algum tempo. - Nunca deveríamos ter escondido a verdade deles – lamentei - O que está feito, está feito e não há como voltar atrás. Teremos de consertar o erro que cometemos de uma maneira ou de outra. O vôo dele foi anunciado e nós nos levantamos. - Quando vamos nos ver de novo? – perguntei enquanto o abraçava. - Eu espero que muito em breve e de preferência com as nossas meninas junto. – eu me lembrei da Ash e da Kat e uma saudade avassaladora bateu em meu peito. 14 anos longe das minhas irmãs. - Eu espero. Boa viagem meu irmão – ele sorriu e encaminhou-se para o portão de embarque. Antes de sumir pela porta, virou-se para mim e acenou. Eu retribui e ele foi. De novo eu disse Adeus ao meu irmão.A ultima vez foi a 14 anos.

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