Capitulo 1

O anjo





Eu ouvi vários sons, muitos podia identificar, outros não. Cantos de pássaros; grilos; escutava... Seriam pneus de carros?Acho que sim. Ouvi um vento passar, acho que por uma janela, que bateu.


Na verdade ela mal havia se movido, apenas uns poucos milímetros pelo que consegui ver com meus olhos entreabertos, mas tudo parecia muito intenso. Senti cheiro de flores, comida, esgoto, remédio e vários outros cheiros distintos que vinham de uma vez só.


Decidi abrir os olhos. Estava deitada, amarrotada e desajeitada no canto do que parecia ser um quarto.Na verdade,era uma casa inteira dentro daquele quarto,que estava completamente destruído,e havia uma marca de queimado no canto do outro lado,que tinha uma cheiro extremamente forte.Pelo menos para mim.


Quando abri meus olhos de vez a janela estava bem acima da minha cabeça,com o sol passando como um feixe.


Eu quis me levantar, então apoiei uma mão no chão, me inclinei para frente e apoiei a outra na parede para poder me erguer,mas de repente minha mão afundou no cimento,fazendo um buraco e levantando uma enorme poeira que acabou com o meu cabelo que,para falar a verdade,já estava detonado.


Droga.


Parecia que não o penteava á semanas!Em um gesto automático ergui a mão até eles.


Foi então que percebi algo em meu pulso,parecia uma matéria resistente,daqueles que quem coloca não quer que o tire.Acho que tinha algumas coisas escritas,como segurança máxima ou algo assim.A curiosidade me pegou e eu puxei aquela "pulseira" estranha que,ao contrário do que eu pensara,ela se arrebentou facilmente,como se fosse feita de papel,mais eu não podia confiar nisso,afinal,eu havia acabado de fazer um buraco em uma parede de cimento!


Naquela pulseira havia poucas coisas legíveis,já que a maioria estava riscada.O que davam para ler dizia:paciente:Alice,o sobrenome e o nome que estivera na frente estavam riscados.O que me deixou incrivelmente confusa.


Então meu nome era Alice. Eu gostei, até que não era ruim e...


Eu não consegui completar meus pensamentos porque várias imagens embaralharam minha cabeça. Vi rostos, mais um me chamou a atenção de imediato. Era um homem, alto, loiro e cheio de cicatrizes e, nossa, ele era lindo!


Senti algo diferente na hora em que ele apareceu na minha cabeça. Eu me vi com ele, e estava extremamente feliz. Estar com ele era uma sensação indescritível.


Nos vi juntos e logo depois tudo mudou. De novo. Vários rostos apareceram. O de um homem loiro, também igualmente bonito, junto com ele uma mulher, linda também, e tinha um olhar tão doce, também dois rapazes e uma garota,loira e exuberante,assim como os rapazes.


De repente na imagem apareceu eu e... Aquele homem lindo de novo, que estava de mãos dadas comigo, rindo, juntamente com todas aquelas pessoas.


Pareciam todos iguais, iguais á mim. Eu senti todo o afeto que emanava daquelas pessoas. Éramos felizes. Éramos.


Mas eles faziam algo diferente. Eles bebiam sangue! Quando, na imagem, vi uma das mulheres no pescoço de um cervo, aquele sangue escorrendo pelo pêlo do animal abatido, fez minha garganta arder como fogo!


Eles eram extremamente fortes, o que basicamente eu era já pelas coisas que havia acabado de fazer, eram rápidos, eram... Vampiros.


E naquele momento eu sabia que seria uma deles. Bom, eu e aquele homem misterioso. As imagens sumiram de repente, e eu me vi sozinha naquele quarto novamente. Era ruim ficar sozinha. Eu queria estar com alguém. Eu queria estar com ele .Eu sabia que devia encontrá-los. E eu iria...


Mais precisamente, um restaurante. È, era esse ambiente que aparecera na minha visão. Vi coisas rústicas, neve... Daria tudo para apostar que era no sul. E vi um bonequinho que segurava guardanapos na mesa.


Eu só precisava achar de que parte do sul vinha aquele boneco, e para achar o restaurante seria fácil, com a determinação em que eu me encontrava para achá-lo,só para ver ele lá.


Que coisa peculiar. Um boneco que segura guardanapos faria a diferença crucial na minha vida. Ele me faria encontrar o ser mais perfeito que caminhava sobre a terra. Dividiria minha vida, da desgraça eminente ao começa da eternidade...


Então me levantei e sai daquele quarto, já estava ficando claustrofóbica!Bom, não que aparentemente isso fosse possível, quer dizer, eu sou uma VAMPIRA e isso deveria trazer algumas vantagens, como não ter CLAUSTROFOBIA, certo?


CERTO?


Aquela pequena casa ficava no meio de uma floresta, e comecei a andar por ela, quando dei por mim eu estava correndo!Corria tão rápido que as folhas da floresta passavam por mim como um borrão. Era divertido. Ri boba.


Foi então que senti aquele cheiro. Era indescritível, era... maravilhoso!Minha boca salivava no mesmo ritmo em que minha garganta parecia pegar fogo,enquanto eu ouvia algo pulsar freneticamente..Dei alguns passos á frente automaticamente e saí de trás de uma árvore.


Então eu o ví, um homem baixo, com uma barriga saliente e a falta de cabelos mostrava que não era do tipo que parecia se importar muito em cuidados. E ainda trazia um cheiro forte de álcool.À sua volta havia uma barraca,um pouco trôpega,caixas de cerveja e roupas espalhadas pela terra,além de algumas varas de pescaria por ali.Mas a coisa que não consegui desviar meus olhos, ou meu nariz,era da veia pulsando em seu pescoço enquanto minha garganta ardia mais e mais,


De repente,o homem se virou na minha direção e eu vi sua expressão mudar;um olhar de cobiça,de malícia.Deu um sorriso um pouco desconcertante para mim,revelando a falta de um dente,enquanto analisava meu corpo de cima á baixo,cobiçando-o.


-Oi doçura – disse o homem dando um passo em minha direção – O que faz aqui,sozinha,no meio da floresta? – o sorriso dele aumentou e ele passou a ponta da língua em seu lábio inferior.


Eu mal o escutei.Estava completamente hipnotizada na garganta dele.E então o vento nos atingiu de novo,contra mim,passando pelo ser nojento á minha frente primeiro.


E eu não resisti mais.


Quando vi, já estava na garganta dele, meus dentes fincados em sua veia e aquele sangue, quente e delicioso, escorrendo pela minha garganta, ia apagando aquela queimação incômoda.


Eu não conseguia parar, mesmo com aquele homem se debatendo. Me senti péssima quanto á ele, mais realmente não conseguia parar, era delicioso.


Algum tempo depois me senti finalmente saciada e o soltei. Ele caiu mole no chão. Eu o olhei ali, e no mesmo instante uma tristeza me invadiu. Eu me sentia saciada, mas péssima.


Decidi não fazer mais aquilo. Não sabia se podia confiar nos meus instintos, mas eu havia visto minha família, como éramos felizes e como nos alimentávamos. Eu podia tentar, não podia?


Eu quis sair logo dalí, então corri o mais rápido que eu pude. Logo encontrei um pequena casa,bem simpática,tinha algumas vegetações mortas e outras lutavam pra ficar de pé,tinha umas janelas com a vidraçaria quebrada,umas flores um pouco amareladas na varanda de madeira...simples,mais não deixava de ser simpática.Não ouvi ninguém dentro dela,então entrei.


E então,outra vez,minha cabeça começou á ser tomada por novas imagens.


Era ele. E estava abraçado á mim,sorrindo.O sorriso dele era a coisa mais linda do mundo!


Bom, certo que eu não havia visto muitas coisas no mundo. Eu deveria tomar providências quanto á isso!


Nas imagens,ele ergueu meu queixo com o dedo e me beijou.


Caramba.


Eu tive que me segurar. Era um sentimento indescritível ter os lábios dele nos meus. Mas cedo demais ele os separou. E isso me irritou(á Alice da minha visão e á mim mesma). Mais então ele falou algo que foi ainda melhor. Ele olhou fundo em meus olhos e disse que me amava. E eu senti como se tivesse borboletas em meus estômago.


Cels! Ele me amava! E foi então que ele sumiu da minha visão e eu estava de volta naquela casa estranha.


Mais algo na Alice da minha visão era diferente de mim. Ela não tinha os cabelos compridos como os meus e sim curtos, repicados de forma desigual,e serpenteavam para todas as direções.


E eu adorei!


Era bonito, combinava, sei lá. Procurei uma tesoura e o cortei sem dó, contando o fato que ele batia na altura das minhas costas.


E ainda cortei sorrindo.


O meu loiro iria adorar, eu havia visto!


Após ter retalhado meu cabelo, o que acabei reparando que me deixou até mais alta, o que foi uma GRANDE vantagem, continuei andando pela casa.


Foi aí que passei por um espelho enorme atrás de uma porta. Arregalei os olhos e minha boca ficou em formato de "o".


Eu estava vestida tenebrosamente.Agradeci mentalmente o fato de apenas uma pessoa haver me visto daquela jeito.Aquela roupa era terrível!Toda branca,com uma camiseta larga e comprida.


Como eu iria encontrar ele vestida daquela forma?Não!Não iria!


Procurei pela casa algo que coubesse em mim.Tive sorte,achei uma calça.Tá que não era de um tecido lá muito bom mais pelo menos era meu número.


E não era branca.


E tinha uma blusa com botões brilhantes.Providenciaria roupas melhores mais tarde...


Então,já satisfeita,sai daquela casa e fui,atrás do que parecia,ser o homem da minha vida...













Então, essa é mais uma das inúmeras histórias Alisper's que eu tenho espalhadas nos meus cadernos...é, muitas árvores morreram para isso, mais tudo bem.
Comentários nos animam á escrever rápido, uma vez que eu já tenho ela completa e é só postar. Não ligo pra ter "1654987" comentários, se 1 pessoa comentar e gostar eu vou continuar escrevendo para essa 1.
Enfim, é isso.
E sim, a história é melhor do que a sinopse.

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