20 de nov. de 2010

Capitulo 17

Posted by sandry costa On 11/20/2010 No comments




preocupações


Bella








Estava voltando da casa de Charlie, era uma quarta feira e havia passado toda manhã e parte da tarde com ele. Estava sozinha, Renesmee havia ficado com Edward.


Repassei em minha mente o dia que tive com meu pai e não pude deixar de sorrir.


Ele estava bem, era como se nada tivesse acontecido, claro, ainda estava de repouso, mas fora isso, era o Charlie de sempre.


Ele ficou claramente decepcionado quando cheguei sem Renesmee, mas superou rapidamente quando me sentei ao seu lado e acompanhei o jogo de futebol que ele havia gravado na noite anterior. Charlie estava assistindo de novo.


Vai entender.


Meus olhos se prenderam várias vezes em sua perna que estava sobre uma pilha de travesseiros no sofá... o gesso deixava a marca de seu peso na espuma.


- Ainda está tomando analgésicos? – perguntei a ele.


- Parei a alguns dias. Não tenho sentido mais dor. Só coça muito.


Ele fez careta olhando para a perna.


Lembro-me muito bem de como coçava.


- Carlisle sabe que você parou com os remédios?


- Os remédios são apenas para quando sentir dor, não é para uso contínuo, Bella.


Vou ter que checar isso com Carlisle. Charlie nunca gostou de tomar medicamentos.


Pior que uma criança.


- Por que você não fica lá em cima? Posso pedir a alguém para levar a Tv para seu quarto.


Eu era mais do que capaz de fazer isso sozinha, mais não queria assustar Charlie.


Aquela não era a primeira vez que o havia visitado desde que voltei do Alaska, mas era a primeira vez que havia ficado sozinha com ele, sem Sue e Seth nos rondando.


Ele me olhou e percebeu minhas preocupações.


- Eu uso as muletas quando preciso andar. – respondeu ele apontando para elas.


Não gostava da idéia de Charlie subindo e descendo essa escada. E se ele caísse?


- Isso vai contra a definição de repouso.


- Não gosto de Tv no quarto. Atrapalha o sono.


Revirei meus olhos.


- Eu sei que não gosta de Tv no quarto, mais seria apenas por algumas semanas, até você poder tirar esse gesso da perna...


Ele me interrompeu.


- Bells... não se preocupe, já tenho meu esquema preparado.


Suspirei. Claro que me preocupava.


- Então quando você precisa ir ao banheiro você sobe e desce as escadas de muletas?


- Aham.


- E quantas vezes por dia isso acontece? Não acha que está abusando da sorte?


Talvez eu devesse ajudar mais de alguma forma... estar mais presente.


- Não é grande coisa. Já me acostumei.


- Vou ficar o restante da semana aqui com você. Não confio nessas muletas. Você precisa de ajuda.


Ele me olhou cheio de surpresa.


- Bells, você tem uma família que presica de você, eu estou me virando muito bem. Sue, Billy, Seth e até Jacob me ajudam de vez enquando...


- Você É família e Sue, Seth e Billy tem suas vidas para cuidar. Não se preocupe, Edward vai entender.


Claro que Edward entenderia e podia trazer Renesmee comigo.


- Bells...


- Está decidido. A partir de amanhã estarei aqui para cuidar de você vinte e quatro horas por dia. Vai ser ótimo, estou com
saudades de meu quarto. E é para isso que servem as filhas. – disse sorrindo.


- E quanto a Nessie? – perguntou ele.


- Vou trazê-la, é claro. Ela vai amar saber que passará uns dias na casa do vovô Charlie.


Ele sorriu.





Quando cheguei, Alice me esperava na garagem. Ela sempre fazia isso quando queria falar comigo.


- Como está Charlie?


- Ele está bem. Vou ficar com ele pelo restante de semana, sabe, para ajudar um pouco.


- Eu sei. – disse ela com um toque presunçoso na voz.


- Edward voltou para o Chalé?


- Aham, com Renesmee e Jacob. – ela fez uma careta. – Acho que essa sua idéia de ficar no Charlie por uns dias chegou em boa hora.


- Por que diz isso? – demandei me afastando do Volvo e entrando na casa, Alice me acompanhou.


- Edward e Jacob tiveram um pequeno desentendimento agora a pouco.


A olhei exigindo mais informações.


- Bom... pequeno é amenizar um pouco as coisas. – confirmou ela. – Não se preocupe, eles nem sequer discutiram. Mas Edward ficou furioso.


O que Jacob havia feito agora?


- O que aconteceu? – perguntei a ela. Quando chegasse em casa teria a versão de Edward.


- Jacob pensou em algo do tipo... levar Renesmee até La Push. Claro, não posso te dizer com certeza o que ele pensou, mas Edward não ficou nada feliz.


- É melhor eu ir. – disse.


- Sim. Te vejo mais tarde. – ela me deu um rápido beijo na bochecha e seguiu em direção ao computador.


Não demorei mas do que alguns minutos para chegar ao chalé. Edward me esperava sentado na escada de nossa pequena varanda.





Seu rosto se iluminou com minha aproximação. Não pude deixar de sorrir em resposta.


Ele se levantou, veio ao meu encontro. Seus braços ao meu redor em menos de um segundo.


Hummm... era tão bom estar sob sua proteção. Não havia melhor lugar no mundo.


- Oi. – disse ele sorrindo. – Como está Charlie?


- Ele está bem, se não fosse pelo gesso na perna ninguém saberia que ele sofreu qualquer acidente.


- Isso é bom.


Já estávamos na sala. Podia ouvir Jacob e Renesmee no jardim dos fundos.


- Edward, o que aconteceu? – perguntei suavemente, sabia eu não era nada gravíssimo, Jacob ainda estava vivo.


O puxei para o sofá. Mesmo nunca havendo necessidade de nos sentarmos, era algo normal de se fazer.


- O que Alice te contou? – sua voz estava tão baixa, que tinha certeza que eu era aúnica que escutava.


- Só que vocês dois se desentenderam, mais nada. – mantive a minha na mesma altura.

- Que bom! Fico feliz que você não tenha conversado com ele. Seu temperamento não é um dos melhores nessas horas. – disse sorrindo. Não queria irritá-lo.



E ele não pareceu irritado. Apenas suspirou, concordando com que acabei de dizer.


Levantei-me do sofá e segui para onde estava Renesmee e Jacob. Edward me seguiu, pegando minha mão.


- Mamãe! – cantou Renesmee. Ela correu em minha direção, pulou e passou os seus pequenos bracinhos por meu pescoço.


Ela estava ficando a cada dia mais ágil e forte.


- Jake estava me ensinando a fazer objetos pequenininhos de madeira. – ela colocou suas mãozinhas em meu rosto.


Nessie observou Jacob entalhando uma pequena rosa. Ela havia passado a tarde toda assim.


- Você se divertiu? – perguntei.


- Uhum.


- Quer ir com o papai até Alice e escolher o vestido da festa?


- Da nossa festa de aniversário?


- Mmmm... da sua festa.


Ela balançou a cabecinha concordando.


- Jake pode vim também? – perguntou ela.


Era muito bom que Renesmee havia aprendido a pedir permissão.


- Não, mamãe vai conversar com Jake um pouquinho e depois ele tem que ir para casa. Amanhã ele tem aula bem cedo. Então... por que não se despede dele...


Ela desceu do meu colo, pulou no de Jacob, o abraçou, beijou sua bochecha e correu para Edward.


Jacob já havia bufado e revirado os olhos diversas vezes enquanto eu falava com ela.


- Estarei lá em alguns minutos. – disse a Edward.


Renesmee já o estava puxando pelo braço.


Ele me olhou, como se não quisesse ir, mas se deixou ser puxado.


- Seu sanguessuga tem o pavio muito curto. – comentou Jacob.


O olhei, agora um pouco irritada. Não estava a alguns minutos atrás.


Ele realmente achava que Edward estava errado?


- EDWARD e ela não pode ir a La Push.


- Eu nunca disse nada a ela.


- Mas pensou a respeito. Nós já conversamos sobre isso antes. Ela não pode ir a nenhum lugar sem mim ou sem Edward, especialmente em um lugar onde não podemos nem sequer nos aproximar. E você sabe muito bem, que apesar de convivermos em paz, o tratado ainda existe.


Tentei manter minha voz em um nível razoável. A expressão de Jacob agora era de realmente irritada. Como se ele tivesse direito de se sentir assim.


- Sei que já conversamos sobre isso, mais ela ficará bem em La Push e seria apenas por algumas horas...


- Não! Não quero e nem vou discutir isso com você.


Ele fechou os olhos e respirou fundo.


- Isso não é justo. – sussurrou ele.


- Pelo contrário, é mais do que justo. Você pode vê-la todos os dias, desde que siga nossas regras. Renesmee ainda é um criança e Edward e eu somos seus pais.


- Eu estou seguindo as regras, sigo todas as malditas regras impostas por você e pelo sanguessuga. Isso não me dá direito de ter...


- Jake. Não. – minha voz soou definitiva.


Quando se tratava de Renesmee não havia discussão. Jacob não mudaria minha forma de pensar. Sei que isso o magoava, mas ele teria que superar. Já era ruim o suficiente saber que em um futuro não tão distante ele poderia ser meu genro.


Arh!!!


- Tudo bem. Você é quem manda. – ele estava rígido, com os punhos fechados.


Seria tudo tão mais fácil se ele entendesse.


- Jake – disse suavemente me aproximando dele. – Você sabe que é bem vindo aqui, sempre será. Só peço para que respeite nossas decisões. Renesmee é nossa filha. Nós somos os únicos que tomaremos decisões por ela, enquanto ela mesma ainda não pode.


Ele abriu os olhos. Parecia mais calmo.


- Não começe agir como se não estivéssemos sendo razoáveis...


- Tudo bem, tudo bem... E eu nem cheguei a falar nada com ela...


- Mas ia dizer, você sempre diz o que pensa. Fico feliz que Edward tenha intervindo.


Ele começou a andar em direção a casa, parecendo mais calmo.


- Então é assim que vai ser? Sempre você tomando a frente com relação a Nessie?


- Não necessariamente. – o acompanhei. - Nesse caso foi simplesmente para evitar que você fosse feito em pedacinhos. Renesmee ficaria muito triste. – completei o empurrando – o com o ombro.


Chegamos a porta da frente.





- Até amanhã Bells. – ele me deu um beijo na cabeça. – Diga a Edward... que sinto muito. E eu entendo... vou me comportar, prometo. –esorriu. Meu bom e velho Jacob.


- É melhor mesmo, tenho certeza que ninguém o culpará se ele perder a cabeça.


- Nessie vai.


- Duvido muito. – pisquei para ele.


Jacob riu e partiu em direção norte da floresta.


Aquela situação parecia estar ficando a cada dia mais complicada. Tinha a ligeira impressão de que em algum momento ele acabaria fazendo algo...


Suspirei e corri em direção a minha família.


Edward estava sentado ao piano com Renesmee ao seu lado. Ela estava brincando com as teclas.


Juntei-me a eles, sentando-me ao lado esquerdo de Edward.


Ele me olhou, apenas sorri em resposta.


- Onde estão todos? – perguntei. A sala estava vazia e não havia nenhum som vindo dos andares superiores.


- Alice, Rose e Esme saíram para comprar algumas coisas para a festa. Emmett e Jasper estão jogando bola em algum lugar ao norte e Carlisle está no hospital.


Renesmee encostou a cabeça no braço de Edward e bocejou. Já passavam das oito da noite. Ela estava cansada.


Edward a colocou no colo e ela apagou quase que imediatamente, após se aconchegar em seus braços.


- Então...? – perguntou ele.


- Está tudo bem. Ele entendeu. – disse a ele.


Edward confiava em mim. E o assunto morreu naquele momento.


- Você está ensinando Renesmee a tocar? – perguntei. Ele nunca havia mencionado isso.


- Na verdade não. Ela demonstra tantos interesses, o piano foi um deles por uns dois segundo e depois passou. – ele riu. – Ela perguntou por Charlie, um pouco antes de você chegar.


Oh! Por causa da confusão com Jacob, eu estava esquecendo de avisá-lo sobre amanhã.


- Por falar em Charlie... eu acho que ele está precisando de mais ajuda do que deixa transparecer, então ofereci para ficar com ele por uns dias. Não é justo que Sue e Billy assumam a responsabilidade de cuidar de meu pai.


- É uma boa idéia. Ele precisa de você. – Edward concordou com um sorriso. – Vamos amanhã?


Sorri com a palavra “vamos”. Adorava quando ele automaticamente se incluía.


- Sim, pela manhã. Mas tecnicamente você não vai se ficar lá. Só vai passar o dia e depois ir embora.


Seus olhos se estreitaram e o canto dos seus lábios se contorceu.


- E quando você supostamente estiver dormindo, na realidade estará na floresta comigo da frente... comigo. Certo? – perguntou ele.


- Certo.


Ele riu e me beijou rapidamente.


- Sinto saudades do seu quarto. – comentou ele, nostálgico. – Aquela janela escura foi a porta de entrada para meu paraíso pessoal por tanto tempo. Vai divertido ter Renesmee lá ao invés de você.


- Por que eu vou estar com você na floresta da frente? – perguntei, debochadamente.


- Exato.


Edward colocou Renesmee em seu quarto. Ela dormia profundamente.


Ele retirou delicadamente o cabelo de seu rosto e a observou sorrindo.


- Ela é quase tão linda dormindo como você era. – sussurrou ele. Os olhos presos em Renesmee.


Envolvi meus braços em sua cintura.


- Ela é mais...


Ele riu e se virou.


- Não vou discutir isso com você de novo. – disse ele rindo baixo. – Vamos descer. Quero conversar com você sobre algo muito importante.


Ele me pegou no colo e desceu na maior velocidade possível, me colocando no grande sofá branco e sentando ao meu lado.


- Eu posso correr também, sabia? – reclamei.


- Eu sei, mas sou mais rápido. – ele piscou para mim.


- O que é tão importante?


- Bom... eu queria organizar os últimos detalhes de nossa lua de mel....


- Lua de mel? – perguntei surpresa.


- Sim... – ple respondeu lentamente. – Você achou que nós casaríamos novamente e não teríamos outra lua de mel?


- Não... só achei que seria surpresa. Você sempre pareceu gostar muito de fazer isso.


Ele sorriu amplamente.


- E gosto. A lua de mel em si é surpresa... claro. Mas achei que seria justo ter sua opinião em uma coisa ou outra.


- Uma coisa ou outra? Então são mais do que duas coisas? – perguntei, já sentindo uma pitada de ansiedade.


- Muito muito mais... eu preciso saber por quanto tempo você acha que devemos ficar fora. Não posso decidir isso sozinho.


- Hummm... eu realmente não sei.


E não sabia mesmo. Quanto tempo conseguiria ficar longe de Renesmee?


Ele fez uma careta.


- Eu não sei também. Vou ter que rever alguns detalhes, priorizar alguns lugares... – Edward agora falava com ele mesmo. – Acho que posso
fazer dar certo.


- Fazer funcionar?


- Sim.


Esperei por mais alguns minutos e ele não disse mais nada.


- Então é isso?- perguntei. - Era nisso que queria minha opinião? Somente nisso?


- Aham. Não se preocupe com o resto.


Tive que rir.


Eu não estava preocupada. Se essa lua de mel fosse parecida com a primeira, tudo seria perfeito.


Por algum motivo, acreditava que essa seria muito melhor em vários sentidos.


Ficamos conversando por mais algumas horas, até que Rose, Alice e Esme chegaram. Deixamos Renesmee a seus cuidados e saímos para caçar.


Apesar de estar feliz com meu novo casamento, também estava ansiosa. Havia mudado em muitos aspectos, mas ser o centro das atenções ainda me deixava apavorada.


Seria por um bom motivo. Por um ótimo motivo.

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