Capítulo 31° Adoção

Gabriel

Dizem que a esperança é a ultima que morre, pois a minha já está quase morrendo. Minha esperança começou a morrer a partir do momento em que meu irmão Cayo morreu. Logo depois veio a morte de minha mãe e eu fui mandado para o orfanato. Eu não poderia me queixar de nada, lá eu ganhava roupas, comida, estudo e ainda de quebra eu ganhava alguns brinquedos. O pessoal lá era legal. Mas não podemos esquecer que é um orfanato. As pessoas podem ser legais com você, mas nunca estão verdadeiramente com você.
Meu aniversário de 10 anos? Nada houve. Passei o dia isolado dos outros e a noite fui para o quintal, fiquei olhando a Lua enquanto desenhava no chão de terra um bolo com velas. Minha única companhia foi o vento, ele me ajudou a apagar as velas.
Talvez eu estivesse reclamando de barriga cheia, mas não estava quem nunca passou por um orfanato nunca vai sentir o que eu sentia. Mas se eu tinha roupas, comidas e brinquedos o que mais eu poderia querer? Eu digo o que eu queria. Eu queria amor, amor de pai e mãe o amor e proteção que um dia eu tive de meu irmão que fora assassinado a sangue frio. Eu sinto falta de minha família que mesmo sem dinheiro sempre esteve junto até que um por um foi morrendo até me deixarem sozinhos.
Mas aquilo estava para mudar. Eu fui adotado. Caramba aquele foi um dia especial para mim. Eu poderia ter sentindo medo de ter sido adotado, mas eu fui adotado pela Sol, uma enfermeira que visitava a gente no orfanato. Nós sempre conversávamos, até que ela decidiu adotar-me.
Ela tinha um namorado, o Bernardo. Mas ele não estava aqui no Brasil, ele estava nos Estados Unidos, em uma cidade no interior de Washington, Forks. Sol e eu já estávamos de malas prontas para embarcarmos. Mas estava com medo de Bernardo não gostar de mim e também eu quase não sei falar inglês, Sol disse que quando chegássemos lá ela me ensinaria. Eu não via à hora de chegarmos.
A minha vida havia melhorado. Eu estava indo em direção a um novo país, a uma nova cidade, em fim eu estava indo começar uma nova vida.
Pela pequena janela do avião eu via a cidade do Rio de Janeiro. Olhei para ela pela ultima vez.
-Vai sentir saudades? –Sol perguntou ao meu lado.
-Vou. Mas eu quero começar uma vida nova. E sei que Forks é uma bela opção.
-Não tenha dúvidas. –Sol era uma mulher encantadora e linda.



-Bernardo é brasileiro? –perguntei.
-É sim. Quero só ver quando ele ti vê. –ela disse entusiasmada.
-Ele sabe que você me adoto? –perguntei de repente assustado.
-Na verdade eu quero fazer uma surpresa. Mas eu sei que ele vai gostar muito de você. –ela disse me puxando para um abraço.
-Obrigado Sol. –e ali nos braços da Sol eu adormeci, adormeci pensando no que o futuro me reservara.

***

A cidade chovia mais do que fazia sol. Ela era muito tipo assim muito, muito, muito verde. Caramba nunca vi tanto verde em toda minha vida.
-Onde está – olhei para a Sol que estava ao meu lado no taxi. – sei lá... A terra? –perguntei arqueando uma sobrancelha. Ela apenas riu.
-Seu engraçadinho. –eu sorri.
-E aqui tem água? –perguntei fingindo pânico.
-Em La Push tem um penhasco lindo. –ela disse sorrindo.
-Podemos ir lá? –me animei.
-Claro. –a conversa não passou disso. Fiquei olhando a paisagem até chegarmos a uma linda casa.



-Bernardo é rico? –perguntei não conseguindo tirar os olhos da casa.
-Ele ganha bem Gabriel. –ela disse saindo do carro, eu fiz o mesmo sem desviar minha atenção da casa.
Nos pegamos nossas bagagens e fomos em direção a porta, mas antes que chegássemos a ela um homem saiu de lá.



Ele veio na direção da Sol e a beijou, depois ele olhou para mim.
-E ai moleque. Valeu. –ele pegou as bagagens da minha mão e depois me deu uma nota de cinco reais, ou melhor, cinco pratas.
-Oh não Bernardo. –a Sol pegou o dinheiro de minhas mãos e devolveu ao Bernardo. –Lembra que eu disse que tinha algo para ti contar? Então, é isso. –ela saiu de seus braços e veio pra trás de mim e depois me abraçou. –Esse é Gabriel, eu o adotei. –ela disse. A reação do Bernardo foi estranha, primeiro ele ficou paralisado, depois vermelho e por ultimo estreitou os olhos. Minhas pernas já estavam bambas por causa do medo.
-Você O QUE? –ele gritou.
-Bernardo, eu pensei que você ia gostar. –a Sol disse indo para o lado dele.
-É? Mas eu não gostei. Como você faz um negocio desse sem me consultar? Pelo amor de Deus Solange nós somos noivos, você não pode tomar decisões sem me consultar primeiro. Esse moleque não vai ficar conosco.
-Como? –Sol ficou chocada e eu estava quase chorando. –Eu não posso deixá-lo Bernardo. Entenda, ele é uma criança. –tentou Sol o convencer.
-Eu não quero saber. Sei lá manda ele para o orfanato. Mas você decide ou eu ou ele. –ele cruzou os braços no peito.
A esperança é a ultima que morre, mas a minha já está morta.



Quero agradecer a Jess por ela ter dado a idéia do Gabriel o irmão do Cayo entrar na segunda temporada de Recomeçar! Vlw ameeuga! Amei a idéia! Vamos ver agora o que as outras leitoras vão achar dessa idéia!
Comentem! Obg!
Bjsuclos^^

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