13 de jan. de 2011

capitulo 19

Posted by sandry costa On 1/13/2011 2 comments



Encontros


Cyclades o lugar que ganhei e perdi tantas coisas só de estar aqui o vazio que senti durante o milênio, e que se intensificou nos últimos meses, atingiu-me com vigor. Perdi o controle.

Um controle que levei séculos para adquirir, esvaiu-se instantaneamente, quando meus pés, que só são meus em uma noite durante o mês, pés que preciso tanto que me pertençam definitivamente, tocaram as areias finas dessa maldita praia!

Minhas forças se foram e meus joelhos cederam, era impossível não ser atingidas por memórias. Milhares de memórias. Memórias que nesse momento de minha vida são super dolorosas!

_Você demorou! – Hera estava sozinha na praia com minhas roupas nas mãos. Instintiva e desintencionalmente procurei por mais alguém na praia!

_Ele não vem! – abri minha boca para falar e fui interrompida – ele esta bem e ainda te ama! Fui eu quem pediu para ele não vir!

_Porque fez isso Hera? Perguntei não brava ou exaltada, mas curiosa! De todas as pessoas hera nunca faria isso!

_Porque sinto falta de estarmos juntas! Sabe só nos duas... Como era antes!

Eu sorri, por mais que a presença de Atheir seja como oxigênio pra mim também sentia falta desses momentos!

A lua me tocou e Hera, como uma irmã mais velha, ajudou-me com meus cabelos, os trançando habilidosamente e sorriamos implicando uma com a outra.

_Porque você sempre demora Murgen? E um saco ficar nessa praia sozinha olhando pro mar, esperando e esperando!

_Não demoro – a respondi já sorrindo zombeteiramente – você é que é muito certinha e se adianta! - Hera me mostrou a língua

_O que vamos fazer hoje? - Ela perguntou como de costume.

_Posso ser sincera? Não quero fazer nada de especial, apenas conversar. Já seria divertido!

_O que esta acontecendo com a moleca da Murgen?! O Atheir ta realmente te mudando! – ela soltou minha trança perfeita e se sentou ao meu lado olhando pro mar.

_Ta aí uma coisa que acho que nunca vou permitir. Um homem mudar minha personalidade!

_Você fala isso porque ainda não conheceu o amor da sua vida!

_E nunca vou conhecer Murgen! - Hera não estava chateada ou preocupada, quando afirmou isso. Ela apenas não imaginava isso em sua realidade - Nunca saio daquele maldito quarto no Olímpio, o único lugar que visito é essa praia por ser pouco habitada. Um sonho... é tudo o que isso é pra mim! – uma das qualidades da Hera, nunca por o coração na frente da razão. Uma coisa que a invejava, pois, comigo isso sempre foi o inverso!

_É claro que não amiga! Você tem pessoas que te amam! É um ser maravilhoso, logo, logo, conhecerá alguém que lhe fará muito feliz! Não vê com foi comigo! Nunca imaginei conhecer um ser tão diferente de mim e, no entanto, nos completamos. Você vai encontrar alguém especial em sua vida!

_Pra que outra pessoa? – hera me olhou serenamente com um leve ar de sorriso no rosto.

_Você já tem alguém? Perguntei confusa – mas acabou de dizer que...

_Que não tenho um homem! E realmente não tenho! Mas tenho alguém especial em minha vida e me deixa sempre muito feliz! Sabe quem é?... Você! Minha irmã de coração!

Do mesmo jeito que a imagem dos olhos azuis de hera me encarando docilmente veio à mente, elas se esvaíram e outras imagens se fizeram presentes. Um turbilhão de sentimentos acionou as lagrimas a muito casadas de rolar por esse rosto!

_Eu te amo Muito! Murgen Walter! – Atheir estava deitado na areia, com um ar de satisfação no rosto, um sorriso prepotente em seus lábios, suas mãos em minha cintura num sinal claro de possessão, que não me incomodava em nada, afinal sou realmente dele e só dele.

Aquela noite Hera não pode sair do Olímpio devido a uma festa e segurança redobrada havia meses que estávamos juntos porem nunca tivemos um momento tão intimo como aquele! Ate porque nunca imaginei ate então que podíamos ter algum grau de intimidade com esse corpo!

Atheir me olhou com desejo pela primeira vez, ou foi a primeira vez que percebi e correspondi ao olhar de meu amado! E meu jeito sincero só facilitou as coisas!

_O que você tanto olha? – perguntei sem conhecer minha própria voz ela estava carregada de desejo, precisava sentir os lábios dele nos meus – assim fico envergonhada!

_Você é linda Murgen! – ele se aproximou e tocou meus lábios com os dedos – você é doce! – beijou-me levemente afastou-se para olhar minha alma segurando meu olhar acariciou meus cachos e com a mão livre cortou a distancia de nossos corpos.

_Você me ama de verdade?! - Sussurrou em meu ouvido! Assenti com a cabeça incapaz de falar, uma sensação nova e desconhecida se apoderava de mim e ate o simples ato de falar ou respirar se tornava difícil realizar.

Foi à confirmação que precisávamos e ele nada mais falou apenas me beijou urgentemente suas mãos exploravam meu corpo e as minhas, o dele e por onde elas passavam deixavam rastros de fogo e calafrios de desejo.

Atheir manteve uma conversa entre sussurros e movimentos sempre cuidadoso testando limites e descobertas. Demonstrou sem vergonha ou receio que, como eu, estava inseguro. Quando pensei que morreria de tanto prazer atingimos o auge, o êxtase total, o contentamento, juntos e em unissimo. E estávamos ali naquela areia quando ele, naquela mesma noite, disse que nunca me deixaria e que se fosse preciso morreria por mim.

Estávamos ali naquela mesma praia Hera e eu quando fizemos um pacto. Juramos nunca abandonar uma à outra no importa-se o que, ou quem. Ela sabia que algo ia acontecer mesmo sem saber o que e lá no fundo de meu ser eu também sabia, só não queria acreditar.

A cada lembrança e especulação, a dor em meu peito aumentava abracei-me tentando me manter inteira. Pedaços de mim eram tirados a cada nova lembrança.

“_meu nome é hera quer brincar?”

“Ué cadê a grande telepata Murgen Walter?”

“Porque demorou tanto?”

“Pra que ainda trança os cabelos vou desarrumá-los”

“conto os segundos para matar a saudades que sinto de você”

E essas lembranças não queriam ir! Então finalmente explodi!

_NÃO! CHEGA! VOCÊS NÃO ESTAO AQUI! ESTOU SOZINHA!

QUEBRARAM A PROMESSA DE NUNCA ME DEIXAR! OS DOIS! – então a raiva desabou do mesmo jeito que veio. Foi necessário gritar para a noite toda a minha dor, falar para o mar todo o meu desespero.

_ eu falhei, perdi vocês! Agora sussurrava – não posso te sentir Atheir e não te vejo mais Hera, nem em meus sonhos! Seu rosto esta borrado em minhas memórias e não posso deixar isso acontecer com você Atheir!

Ergui minha cabeça para o céu e pronunciei as seguintes palavras com a alma.

_Tetis, minha mestra ancestral, deusa do mar, esposa do oceano, tu que conhece toda a magia, todo o poder do grande mar, me ajude! Sei que não existem lendas e que as feiticeiras são reais, me permita encontrá-las!

Um ato realmente desesperado, pois nunca fiz uma prece sequer. E não parei por aí.

_Afrodite mestra do amor, tu sabe como é amar melhor que ninguém. Sabe que tudo que quero é em prol desse amor. Convenças a Tetis de que não quero deixar o mar só quero meu amor de volta!

As lagrimas rolaram e deixei que secassem por conta própria me levantei olhando sem ver a paisagem ao meu redor e comecei a caminhar em direção as arvores de costas para o mar, quando ouvi um som que me chamou atenção.

Passos, apresados, alguém corria e logo estaria na praia, apressei-me em e esconder estava desprovida de roupas. Só que tarde de mais seja quem for não era normal quem chegaria à praia com tamanha rapidez.

Congelei quando meus olhos viram a mulher que estava em minha frente a cinco passos de distancia.

Longos cabelos lisos e dourados como os meus, olhos azuis como os hera ou talvez mais claros não lembro qual era o tom correto dos de minha irmã.

Ela me olhava desconfiada, me tirava de cima a baixo. Tentei me aproximar sem dizer nada e cometi meu primeiro erro. Do nada visualizei uma lamina brilhante e pontiaguda apontada para meu pescoço, uma espada, muito parecida com a de Atheir e majestosamente diferente. não pensei, apenas reagi. Com um movimento lancei aquela espada longe! E a mulher se enfureceu, pretendia atacar, mas algo aconteceu. Derepente ela flutuava sobre a areia seus cabelos deixaram a amostra orelhas compridas e ela falou uma língua estranha!

O que é esse ser tão belo e tão assustador?! Achei que levaria mais uma investida. Comecei a me posicionar para me defender, percebi que a mulher fazia o mesmo, flexionado a perna direita na frente do corpo em pleno ar e me lançando um olhar mortal, mas algo mudou em seu olhar ela relaxou me deixando confusa. Tirou a capa que vestia revelando um vestido que me lembrava campos de rosas, roupa perfeita para seu corpo definido.

_ola – me disse como se cumprimentasse uma velha amiga. E jogou a capa bege em minha direção a peguei por reflexo e ouvi as palavras saírem de minha boca.

_Quem é você? – confesso que estava assustada. Muito assustada!

_digamos que seus deuses ouviram suas preces! Venha comigo, Sophia quer te ver!

***

É incrível como o novo pode assustar! Sim novo! Pois o caminho que percorri para chegar aqui é um velho conhecido, porem hoje, na presença desse ser, era completamente novo!

Estou sozinha em uma das tantas falhas dessa floresta, que explorei inúmeras vezes ao lado de Hera, a mulher que me trouxe ate aqui pediu para esperá-la! E assim o fiz. Ainda encantada com o que vi ao decorrer do caminho.

A cada passo dela, a floresta cintilava não como o de costume por conta da luz da lua, era diferente mágico! ela flutuava bem na minha frente sem medo de ser atacada, provavelmente por eu parecer um pequeno peixe na rede de um pescador. Inofensiva!

E a cada movimento a floresta ganhava vida, os seres daqui sentiam a presença dela, os pássaros cantavam como se o dia estivesse raiando e as arvores se sacudiam como se estivesse ventando. Ate a lua pareceu mais bela!

Com toda a beleza das cores e luzes que ela me propôs não consegui me sentir melhor, o medo, a desconfiança, a saudade, o desespero me eram bem reais ao contrario daquela mulher, que só me parecia um sonho.

Ela disse que os deuses me ouviram! Mas não me disse o que era! Uma semideusa, assim como a hera? Talvez?

Ouvi o som de passos, e logo a mulher saiu de entre as arvores acompanhada por uma figura desconhecida, provavelmente outra mulher que vestia uma capa parecida com a que agora me vestia e o capuz encobria seu rosto, elas são da mesma altura e de poucas palavras o silencio tomou conta do pequeno descampado iluminado pela luz da lua cheia, exceto pelo som dos animais noturnos.

Olhares foi tudo que tive delas, durante um momento e calafrios percorreram meu corpo, e o embrulho no estomago provavelmente me deixava pálida diante aquela luz lunar. Perceptível era meu medo, mas ousada é minha coragem. Impulsiva como sempre não agüentei e quebrei o silêncio.

_quem são vocês? – pronunciei lentamente para ser bem compreendida ou talvez para não demonstrar todo o pânico que estou sentindo.

_Não importa quem somos! – a mulher de capuz falou e sua voz doce pareceu-me musica. Com certeza uma mulher!

_O Importante é quem você é? – a loira completou como se soubesse o que se passa na cabeça da outra.

_Escute não começamos muito bem e o clima entre nós esta tenso. Isso não me agrada em nada. E acredito que a vocês também não, então que tal começarmos novamente... Meu nome é Murgen Walter sou a princesa de Atlantic um lugar não muito distante daqui, mas que, acreditem vocês não conhece mesmo sendo claramente viajantes – disparei a falar acredito que depressa demais, efeito colateral ao nervosismo! – bom sabem quem sou! Agora quem são vocês?!

Elas se entre olharam e falaram uma língua estranha, a mesma que a loira disse quando me achou na praia. Por um momento pensei que o sensato seria fugir dali, estava em território conhecido seria fácil me desvencilhar delas, contudo algo me segurava. Tentei me convencer que era só curiosidade, mas as palavras daquele ser não saiam de minha cabeça “os seus deuses ouviram suas preces” e de fato o que me segurava ali era esperança!

_Não devemos revelar nossa identidade, ate sabermos quem é você. sinto o cheiro de magia vindo de você. – a loira me olhava diretamente nos olhos - fale logo o que você é. – ela exigiu.

Porem, como elas eu também me sentia ameaçada e nesse momento perdi um pouco de minha paciência.

_não vem ao caso se sou normal ou não, Ou quem sou ou deixo de ser! Você disse que os deuses ouviram minhas preces, então? – exigi. – Quem é essa tal Sophia de quem falou? Preciso de respostas e não de mais perguntas estou em uma busca e não posso perder tempo com tolices! Se não tem nada pra mim, minha cara devo me retirar.

Elas se entreolharam novamente e a encapuzado falou:

_O que busca tanto mulher?

_Procuro por feiticeiras puras, Seres que vocês não devem conhecer, o que so me lembra que não devo desperdiçar meu tempo tenho alguém a me esperar. – virei-me em busca do caminho para a cidade e a voz musicalmente doce me segurou ali

_espere! Chamo-me Sophia e sou quem procura – as palavras dessa mulher acenderam uma chama de esperança em minha alma! Ela, com as duas mãos, retirou o capuz que ocultava seu rosto revelando uma beleza rara e terrivelmente familiar, sem duvidas uma ex Walter, marcada com o símbolo da insatisfação, da repulsa pelo mar! A loira pareceu desaprovar o gesto de Sophia o que me lembrou da Hera e sua proteção!

Paralisei! Enfim meu primeiro objetivo estava completo. A encontrei.

_agora o que deseja de mim Murgen Walter?

_Finalmente! – respondi mais para mim mesma do que para a feiticeira a minha frente!

_Diga logo o que quer dela! A loira exigiu e foi interrompida!

_Acalme-se Lizii ela é confiável posso sentir isso! ela tem muito sofrimento em seu semblante! É incapaz de fazer mal, contudo, esta ocultando muita coisa! – Sophia não tirou os olhos dos meus enquanto falava.

E as palavras se perderam de tantas que eram não soube por onde começar e decidi começar assim.

_Não encontro as palavras para lhe contar quem sou, acredito que já saiba! Se as lendas foram verdadeiras ate aqui são verdadeiras por inteiro!

__Chega de enigmas! Eu Lizii Thiderek ordeno que revele sua verdadeira identidade ou forma!

Ela se aproximou e suas mãos brilhavam intensamente, encostou suas mãos em mim e perdi o equilíbrio! Voltará a minha forma o oxigênio me afogava!

Não consegui respirar então a escuridão tentava se apossar. Lutei, mas em vão e logo ela me venceu me dominou. A ultima coisa que vi foi o rosto de Sophia com verdadeiro desespero.

***

_Não me culpe! Como eu saberia! Não tenho esse dom! a arrogância embutida nessa voz... Lizii

_Não lhe culpo só não imaginei que um ser mágico como esse ainda existisse! Quase a matamos, e ela só quer ajuda, disse que esta em uma busca...

_Sophi, ainda não confio nela! Você é boa de mais, se deixa levar! Se for uma...

_Não acha, que já estaríamos com problemas, se fosse uma emboscada!

Meus sentidos voltavam aos poucos, primeiro ouvi tais palavras, senti minhas barbatanas, minhas mãos... E estavam molhadas!

Abri os olhos e me deparei com uma noite estrelada e uma lua gigantesca no céu. Estávamos na praia, virei meu rosto e deparei com elas! Paradas me observando!

_Melhor? – Sophia me perguntou e assenti com a cabeça.

_Desculpe! Disse Lizii superficialmente, não demonstrava emoções em sua face! Elas me colocaram em contato com a água e isso me fez respirar novamente. Eu nada respondi, mas confesso estar grata por poder respirar novamente.

_Diga-me Murgen, como é possível você mudar de forma? Só conheço uma forma de isso acontecer e é irreversível... ou quase! Mais assim que Lizii te tocou... Só se... Não entendo!

_Nem eu! O que você é? - perguntei diretamente a Lizii, mas Sophia quem me respondeu.

_Uma elfa da luz! – sua voz era leve e descontraída - Elfos podem exigir ver nossa verdadeira identidade porque também mudam de forma se é que me entende, contudo como um feitiço, como esse, foi quebrou tão facilmente?! – Sophia me olhava curiosa. Pausou pensativa e continuou - Era por isso que procurava uma feiticeira para reverter o feitiço?

_Não, Sophia não há feitiço algum. - Minha voz esta falha, devido a quase asfixia - Descobri que posso mudar de forma em todas as noites de lua cheia, nossa lua é mágica, mais ao amanhecer volto a ser metade peixe.

Sophia me encarou espantada e em seguida para a lua que já estava alta no céu estrelado. Prossegui

_Procuro uma feiticeira porque preciso da permanência dessa mágica. Tenho alguém preso em terra e não posso resgatá-lo assim. Você já deve ter se apaixonado deve entender como é amar! - Sophia me olhou incrédula - Se faço loucuras é por amor! Preciso dele Sophia, como preciso de oxigênio.

_Murgen, te entendo e se pudesse te ajudaria, mas sou nova demais e nunca realizei um feitiço assim! Alem do mais você ficaria presa em terra, é irreversível!

Surpreendentemente foi Lizii quem argumentou:

_Sophi você conhece o feitiço? - Sophia que se encontrava ajoelhada me olhando chorar, sim a essa altura já estava chorando, em suplica a essa necessidade, levantou a cabeça e os olhos acinzentados se prenderam aos azuis em uma cumplicidade muda que me feriu. Elas eram irmãs de coração, assim com eu e Hera fomos um dia. As lagrimas vieram fortes.

_Sophia! – a chamei entra soluços – acredito que nunca realizou esse feitiço. Mas se você conhece como o fazer, por favor, tente!

_Ele é irreversível, e pode ser doloroso Murgen, e ainda corremos o risco de dar errado devido a minha inexperiência. Tem certeza que não há outra maneira? Só existe uma feiticeira antiga o suficiente para reverte-lo e ninguém sabe seu paradeiro! É arriscado demais! Eu posso te matar no meio do processo!

Estava, a essa altura desesperada e sussurrei. _Mesmo que me mate, só de tentar terá valido a pena!

_Tente Sophi, tente. Já vi seus feitiços, sabemos que é poderosa o suficiente apesar de ser nova, deve tentar! - Lizii pareceu enfim se compadecer do meu sofrimento. Será que ela já perdeu um amor?

_Isso será desgastante para mim Lizii, como nenhum outro feitiço foi, preciso que me deixe descansar em segurança assim que acabar, tenho certeza que ficarei sem energia. Talvez inconsciente.

Eu sorri aliviada. Ao menos elas tentariam.

_eu posso ajudar! Sou um ser mágico afinal e te darei minha energia e só você canalizá-la.

_Não Murgen precisara de toda sua força para suportar a mudança. Eu darei conta sozinha.

_Ei você não está sozinha, se for necessário canalize a minha energia. – Lizii se comprometeu como eu faria caso a Hera precisasse – as invejei secretamente pelo menos elas têm uma à outra e eu estou só!

_Vamos logo antes que eu desista! Agora entendo porque isso deve ser feito na lua cheia! – sophia era so negócios mudou ate seu tom de voz nunca perdendo a melodia – Lizii preciso de um pouco de terra preta, vá buscá-la, por favor! Quanto a você preciso que não fique em contato com a água o mar pode ficar um pouco revolto. Vamos, te ajudo!

Assim está melhor! Agora deite sobre a areia e evite pensar deixe sua mente vazia.

Antes de começarmos, você tem alguma duvida? – pensei por um instante deixaria de ser um ser mágico e seria uma simples humana...

_Sophia sabe se perderei meus dons?

_Você tem dons? Surpreendeu-se Sophia, mas prosseguiu – provavelmente não. Só terá dificuldades de dominá-los sua mente vai mudar e toda mudança tem suas conseqüências.

_Você disse que minha mente vai mudar certo? Eu perderei a memória?

_Não principalmente se seus dons forem psíquicos eles equilibraram suas memórias. Assim espero!

_Mais algo? – neguei com a cabeça – então podemos começar! Não importa o que Murgen mantenha sua mente vazia!

Sophia retirou o capuz, libertando suas mãos as ergueu aos céus e começou a cantarolar palavras, senti Lizii se aproximar e lhe oferecer a terra que estava em um pedaço de pano rasgado de suas vestes. Sophia o pegou e ainda cantarolando foi em direção ao mar. Molhou o pouco de terra fazendo uma lama preta e ajoelhou ao meu lado ergueu os braços e disse:

_Lua! Noiva carente ai do céu impotente te peço encarecidamente me de tua coroa para o feitiço executar.

Em seguida levou sua mão livre ao meu coração e olhou em meu olhos, pude perceber que eles brilhavam como um diamante ela prosseguiu:

_Luz que queima em nossos corações, que nos da à certeza da vida me empreste teu ar para esse ser respirar.

Pegou a lama e passou na palma de suas mãos fazendo símbolos desconhecidos a mim símbolos que repetiu em minha barbatana:

_Terra que nos sustenta, que nos alimenta, quero sua força e presença para um presente lhe dar! Eu pude sentir a força dessa magia sophia não era mais sophia era magia emanava poder de cada parte do seu ser. E esse poder começava a me alcançar não pensei em nada como fui mandada estava encantada com aquilo tudo ela me olhou mais uma vez nos olhos e disse:

_Mar... Um mundo ai existe! Contudo estou a lhe roubar.

E então aconteceu.

Dor, muita dor era impossível ver, falar ou pensar... Sei que Sophia mantinha as mãos em mim, mas não podia senti-las. Não era como o fogo. Era como o gelo me rasgando, me implodindo, meu corpo gelava, todo o calor sedo tirado. Começou em minhas barbatanas e foi subindo lenta e dolorosamente se alojando em minhas costelas em meus pulmões e coração.

Não sei por quanto tempo fiquei assim, só sei que finalmente acabou e pude abrir meus olhos e o que vi foi Sophia caindo nos braços de Lizii.

***

O sol nasceu e pude sentir seu calor, acredito que fiquei horas ali sentindo ele me queimar, meus pés estavam fincados na areia e não pude deixar de olhá-los para confirmar que não sumiriam. Lizii partiu quase agora levando consigo uma Sophia muito cansada. As agradeci principalmente a Lizii por me ajudar a convencer à feiticeira. Vou estar em debito eterno para com elas e o impressionante e que quando ofereci algo pelo que fizeram Sophia me disse apenas para não me arrepender e ser feliz que assim a dívida estaria paga.

Encontro-me muito mal vestida, preciso de roupas, dinheiro e uma passagem para Volterra. Preciso ir à cidade! Sou contra roubos, e violência, mas infelizmente tive que cometê-los. Se bem que quando lhe dão as coisas não é bem roubo é?

O pequeno vilarejo agora existente em Cyclades estava a comemorar um festival um péssimo lugar para chamar atenção. Passei pela multidão e entrei na primeira loja de roupas femininas a atendente me recebeu desconfiada e segurei seu olhar _você gosta muito de mim Larissa! – li seu crachá, ela automaticamente respondeu:

_É claro my lady...

_Murgen! A disse, ela assentiu repetido meu nome!

_Então Larissa preciso de roupas e sapatos! Você vai me dar. Sim?

_Claro! Pegue o que quiser! - a vendedora se virou e saiu!

Perfeito meus dom continua a ser meu! Arrumei-me da melhor maneira possível me equilibrei em saltos, coisa que já vinha treinando a tempos em minhas noites humanas.

Sai da loja decidida a comprar as passagens quando a vi...

Mal vestida e suja, seu rosto parecia inchado, seu cabelo estava curto e na altura dos ombros meio espetadinhos nas pontas como se ela mesma o houvesse cortado, os olhos de um azul intenso estavam fixados em mim, sei que é loucura depois de tudo mais essa mulher parecia demais com... Com... A Hera!





2 comentários:

Amiga cap perfeito vc é demais!!!
Amo escrever com vc!!!

Babi

nossa eu sabia q a cada cap vcs iriam se superar
amei tudo essa fic me surpreende a cada cap
essa fic é perfeita
beijos a quem escreveu pois ficou inacreditavel
parabens

Postar um comentário

Não esqueça de comentar, isso incentiva os escritores e também a mim que tento agradar a vocês.