Capitulo 17

Dia das mães

Nessie

         O segundo domingo de maio era sempre um dia especial, afinal uma vampira não podia ter filhos, e pras mulheres da nossa casa Brenda e eu éramos um milagre. Falei com o Nahuel que tinha que sair com a Brenda depois da aula e fui me encontrar com ela.

         - Até que fim. – Brenda falou se desencostando do meu carro.

         - Desculpa eu tive educação física no ultimo período. 

         - E o Nahuel. Como vai voltar pra casa?

         - Ele vai com o Stw ou vai correndo.

         Entramos no carro e colocamos uma musica.

(achar uma musica legal e animada)

        

         Fomos pra um dos nossos lugares preferidos o shopping.

         - E ai o que vamos fazer? – Brenda perguntou se sentando em uma mesa da área de alimentação. Passamos a tarde toda planejando os detalhes. Quando cheguei em casa meus pais estavam sentados na sala, mamãe estava no colo do meu pai lendo um livro enquanto papai mexia nos cabelos dela. Fui até eles e me sentei no colo do papai, dividindo com a mamãe.

         - Oie.

         - Oi princesa. – Mamãe falou me dando um beijo.

         - Demorou. – Nem preciso dizer quem disse isso.

         - Fui ao shopping com a B.

         Meu pai me olhou com um olhar significativo.

         - Vou subir, hum... Pai. Pode me ajudar com uma tarefa?

         - Pede pra sua mãe, ela é melhor que eu. – Ele falou piscando pra mim, por cima da cabeça da mamãe.

         - Até parece. – Minha mãe falou sorrindo e já saindo do colo do papai. Ele deu um selinho nela e me acompanhou até meu quarto. Assim que entramos ele fechou a porta e como eu suspeitava ele queria falar algo só comigo.

         - O que vocês planejaram?

         - Ah! É segredo. – Dei um sorriso enorme com o bico que ele fez.

         - Eu comprei algo pra ela, mas só mostro se você me contar...

         - trapaceiro. – Falei o interrompendo e jogando meu travesseiro nele, ele o pegou antes que ele o atingisse. Contei o que Brenda e eu pretendíamos fazer e ele me mostrou o presente que iria dar a ela. Um lindo anel de brilhante em formato de coração, assim como o pingente que ele deu pra ela quando ainda namoravam. Ele disse também que eles iriam fazer uma segunda lua mel, rever a ilha Esme.

         - Sei. – Falei sorrindo. – Quando vocês pretendem ir? – Perguntei com uma voz triste. Ta eu não gosto de ficar sem meus pais, qual o problema?

         - Em uma semana ou duas, mas não demoraremos.

         - Ok. – Falei mordendo o lábio.

***

         No domingo bem cedo Brenda e eu levantamos e fomos até a sala central da casa. Brenda se posicionou no piano e eu me sentei ao seu lado.

“Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu.

Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer.”

De uma só vez nossa família adentrou na sala, cada um sorrindo mais que o outro. Brenda e eu finalizamos a musica e fomos até elas. Abraçamos as quatro ao mesmo tempo, enquanto meu pai, tio Emm, tio Jazz e o vô Carl entregava um ramo de rosas vermelhas pra cada uma delas. Cantamos mais algumas musicas, sempre alternando quem tocava no piano.

- Feliz dia das mães. – Falamos B e eu em um dos intervalos das musicas. Depois que terminamos nosso recital fomos dar uma volta, somente as mulheres.

Brenda

Ate eu fiquei com dó da Bel, quando a convidamos pra vir conosco, ela fez uma cara de dor e não quis vir conosco. Nahuel disse que com o tempo passa, mas pra ela parecia ainda não ter passado.

Mamãe me pegou em seu colo e correu até onde Nessie e eu dissemos. Quando chegamos próximo ao local elas pararam, Nessie e eu pegamos vendas e cobrimos os olhos das quatro. Então caminhamos pra dentro da gruta. Nahuel a havia encontrado há algum tempo, e ele e Nessie sempre viam aqui.

- Podem tirar. – Nessie falou e as quatro descobriram os olhos. Nessie e eu sorrimos ao ver as quatro de boca aberta.

- É lindo. – Vovó falou, em um sussurro. E realmente era. De um lado havia uma cascata que formava um lago, em volta havia uma grama rasteira e vários tipos de flores, enchendo o ar com seus cheiros. As rochas formavam paredes altas, que eram destampadas assim podíamos ver o céu. Interrompendo a admiração pelo lugar, Nessie correu até a beirada do lago e pulou, sendo logo seguida por todas nós. Como se fossem crianças, minha mãe, tias e vó brincaram conosco durante toda à tarde.

Quando voltamos pra casa os homens da casa saíram cada qual com sua companheira pra encerrar o dia das mães.

                  

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