10 de out. de 2011

Capitulo 11

Posted by sandry costa On 10/10/2011 No comments


 MÃE E FILHA...

NESSIE


Meus olhos estavam pesados e meu corpo dolorido. Consegui abri-los lentamente. O quarto estava escuro. Não reconheci a mobília de imediato. Mais ao olhar mais atentamente, na mesinha de cabeceira tinha uma foto da minha mãe. Numa prateleira mais ao fundo alguns poucos livros. A colcha que me cobria também Ra dela. Vovó René a deu antes da formatura no colegial. Era a famosa colcha de retalho de camisetas de viagem.

Respirei profundamente. Agora sim estou me lembrando de como vim para aqui na casa do vovô Charlie.

Logo depois que Jake saiu eu coloquei um sobretudo peguei a chave do carro e dirigi como uma louca até a casa dele. Eu queria fugir de todos e sabia que se pedisse a ele, ele não deixaria ninguém se aproximar de mim. Lembro que quase derrubei uma arvore que fica na lateral da casa quando cheguei. Fazendo com que ele saísse sobressaltado com a arma em punho procurando por um delinqüente qualquer.

Quando me viu seus olhos se arregalaram. Ele não falou nada, somente abriu os braços e me acolheu num abraço terno me levando pra dentro. Nos sentamos no sofá, eu em seu colo chorei litros de lágrimas. Ele só pedia que eu me acalmasse e que tudo ia ficar bem.

Depois disso não me lembro de mais nada.

Me levantei  observei que tinha uma muda de roupas e objetos pessoais em cima de uma poltrona. Provavelmente obra da “Fadinha”. Fui até elas, mais para meu espanto não eram minhas, tinha o cheiro da minha mãe. Um cheiro diferente, mais ainda sim o cheiro dela. Junto com as roupas uma escova de dente nova, hidratantes...
Será que foi vovô quem separou essas coisas?” – pensei.

Bom o fato é que peguei tudo e fui ao banheiro. Fiz minha higiene matinal, me vesti e desci.

- Vovô? – chamei enquanto descia as escadas. O barulho da TV ligada denunciava seu paradeiro.

- Bonequinha. Pensei que ia dormir pro resto da vida. Estava quase deixando seu príncipe encantado ir te acordar – príncipe encantado. Se ele existe, pode chamar. To precisando. Eu pensei. – estávamos preocupados. Seus pais ligam de hora em hora pra saber de você.

- Ai como eles são exagerados! Eu só dormi... – olhei pro relógio que marcava 13:30h. – a manhã toda vovô. Como se isso fosse uma novidade. – falei dando um beijo estalado em sua bochecha e sentando ao seu lado.

- A manhã toda de ontem, a tarde, a noite e a manhã de hoje. Acho que você dormiu umas 36 horas.

- Uau! Bati meu recorde.

- Também, no estado em que você chegou aqui. Não era pra menos.

- É não era. – falei pesarosa.

- Todos eles vieram te ver. Seu pai até queria te levar pra casa. Mais como você me pediu pra ficar e pra que u não deixasse ninguém entrar no quarto. Eu não deixei.
Ele disse orgulhoso. É estou lembrando, o pouco que eu falei quando cheguei foi exatamente isso: não deixar ninguém subir pra falar comigo. Que quando eu quisesse, falaria com eles.

- Vem. Vamos preparar alguma coisa pra você comer. – ele me chamou e para meu desgosto, o estomago resolveu se manifestar nos fazendo rir. – Viu. Tem um buraco ai querendo te sugar.

Realmente existe um buraco. Mais não é no meu estomago é no coração.

Fomos até a cozinha e ele muito atencioso me preparou um sanduíche. Me serviu suco. Comi em silêncio, ele só me observava como bom policial que é observando o perímetro à procura de algo.

- Nessie. Quer conversar? – não eu não queria conversar. Só queria ficar quietinha no meu canto. – Não. Eu sei que você não quer. Mais vai te fazer bem, sabe. Eu sei que falo algumas besteiras às vezes, mais eu sou um bom ouvinte. Alias, eu preciso saber por que eu não deixei ninguém subir naquele quarto e até briguei com seu pai por causa disso.

É ele tinha razão. Eu precisava mesmo conversar com alguém, e quem melhor do que ele que viveu a época da paixão de “meu namorado” pela “minha mãe”, para poder me dar uma visão em terceira pessoa do ocorrido?

- É vovô vamos conversar lá na sala. – eu sentei numa ponta do sofá e ele na outra. – Vovô, o que você sabe sobre o Jake e a mamãe? Alem do fato de eles serem “amigos”, é claro!

- O que exatamente você quer saber bonequinha?

- Algo sobre um beijo... – sussurrei a última palavra.

- Humm. Então é isso. 

- Então existiu uma história?

- Eu não sei bem se houve uma história Nessie. Eu não sei o que se passava na cabeça daqueles três malucos.

- Vovô, me conta tudo. Por favor. Eu quero saber tudo.

- Filha eu posso te contar o que eu sei. Mais se você quer saber de toda a história acho que você deve pergunta a sua mãe ou ao Jake.






BELLA


Eu simplesmente não acredito que o Jacob fez isso. PQP! Por que ele tinha que ter contado isso pra ela? Ele deveria ter nos comunicado primeiro. Todos juntos íamos com calma contar pra ela.
Juro que se não fosse por que muito provavelmente minha filha ia me odiar pelo resto da vida dela (olha que ela tem toda a eternidade pra viver), eu mesma arrancaria a cabeça do Jacob. Aquele Lobo Bobo Idiota!

- Bells. – ele ainda tentava se defender.

- CALA A BOCA! Jake eu estou muito magoada com você. E não fala comigo ate eu ter certeza que esta tudo bem ouvindo isso da boca da Nessie.

Ele alegou que com o desenvolvimento de seus podes, ela poderia ouvir a historia na cabeça de alguém, do próprio Billy ou ate mesmo do um Pai. Ele não queria deixar nada inexplicado.
Pensando por esse lado, ate que ele tem razão, “mais eu nunca vou admitir isso”. Nessie ia se magoar mais ainda se ela descobrisse por outra pessoa que não fosse um de nós.

Já fazia mais de 36h que ala dormia. Segundo Carlisle, o choque emocional foi tão grande que abalou seu sistema nervoso central causando um pequeno distúrbio e como efeito colateral, ela está dormindo profundamente. O que não chega a ser um coma. Como descobrimos isso? Fácil, somos vampiros e isso nos dá algumas vantagens. Eu passei a noite com ela apesar de meu pai ter nos proibido de subir a pedido dela. Mais como já falei, ser vampiro tem lá suas vantagens...

- Quer saber... – falei me levantando de supetão. – Eu vou agora mesmo consertar essa bagunça!

- Eu vou com você.

- Não Edward. Eu vou sozinha. Ela deve estar cheia de dúvidas e todas com relação a mim. Eu sinto que devemos ter um conversa franca de mãe e filha.

- Tudo bem. Tudo bem meu amor, confio em você. – Edward disse me beijando.

Já estava entrando no carro quando olhei nos olhos de Jake. Podia ver seu sofrimento refletido neles. Não pude deixar de me compadecer dele que tentando acertar, acabou fazendo uma enorme confusão. Corri até ele e o abracei. Apesar do cheiro forte de lobo, Jake é o um melhor amigo. Meu sol particular.

- Jake. Jake. Você é um grande idiota. Mais fazer o que se eu te amo.

– falei enquanto sentia ele me apertar mais.

- Bells diz pra ela que eu a amo. Que sem ela eu sou um lobo sem patas. Ela é minha vida!

- Vou tentar consertar esse fuzuê.

Entrei no carro e acelerei fazendo o pneu cantar.

20 min. Depois estava estacionando na porta da casa do chefe Swan. Podia ouvir sua conversa na sala. Quando meu pai ia começar uma narrativa eu entrei.

- Mamãe! – ela disse surpresa. Estava linda vestida com uma roupa minha antiga.

- Filha. Pai.

- Bells. Chegou na hora certa. – meu pai falou se levantando e vindo me cumprimentar. – Como você está filha?

- Bem pai. E a minha princesa, dando trabalho?

- Nenhum. Só querendo fazer uma limpeza no baú do passado.

- Sei. – Nessie continuava inexpressiva.

- Nessie. Bonequinha sabe aquela história que você pediu pra eu te contar? Então, acho melhor perguntar direto da fonte não é? Eu tenho que ir a delegacia. Vou deixar vocês à vontade.

- Obrigada pai. Mais nós também vamos sair. Eu vou levar Nessie a um lugar especial. – falei. – Filha. – me aproximei e afaguei seus cabelos. Ela não rejeitou um carinho mais abaixou a cabeça. – Vamos. Acho que temos muito que conversar.

Ela se levantou e foi se despedir do avô enquanto eu a aguardava ao lado do carro.

Meu pai veio junto até a porta da frente.

- Tchau pai. Prometo demorar mais na próxima visita.

- Eu vou cobrar.

- Vamos Nessie. – disse enquanto abria a porta para que ela entrasse. Dei a volta e tomei meu lugar no banco do motorista.

- Aonde nós vamos? – ela me perguntou.

- Logo você verá.         

NESSIE

- Aonde vamos mamãe? – perguntei. Ela me olhou por um momento.

- Logo você verá.

Não trocamos mais nenhuma palavra durante o curto trajeto que fizemos de carro. Logo ela saiu da estrada e adentrou um pouco pela floresta. Parou o carro e saiu.

- Vamos correr daqui até lá. – ela disse abrindo a porta pra mim.
Nem deu tempo de responder por que ela me pegou pelo braço, colocou nas suas costas e desatou a correr.

Eu não reclamei, pois confesso, estou um pouco fraca por falta de me alimentar de sangue. Então... Me deixei ser carregada.
Sentir o vento cortando um rosto era uma sensação única que me transmitia paz. Notei que começamos a subir uma colina e logo chegamos próximo ao topo. A baixa camada de neve branquinha tornava o lugar lindo!

Minha mãe estava em pé numa parte onde dava pra ter uma boa vista lá de baixo. Os poucos raios de Sol que teimavam em sair, passavam por ela e fazia com que seu rosto brilhasse. Era uma “Bella“ visão.

Isabella Cullen. Tão linda com seu corpo esguio, os cabelos compridos, rosto de anjo. Como não se apaixonar por ela? Impossível! (N/A: delirei ok!)

Isabella Cullen. Minha mãe, a mulher que deu a vida por mim. Que me amou incondicionalmente desde o primeiro instante. A mulher que eu mais amo no mundo.

- Nessie... – nem percebi que agora ela estava sentada ao meu lado em um tronco de arvore caído por ali.

- Sim.

- Jake não deveria ter te contado desse jeito.

- Por que, você acha que eu não deveria saber?

- Não. Não é isso. Você deve saber sim. Por isso eu te trouxe aqui. Eu vou te contar tudo e agente só sai daqui quando tudo tiver sido esclarecido, e quando você tirar todas essas caraminholas da sua cabeça dona Renesmee.

- Estou ouvindo Dona Isabella.

- Claro. Vamos lá então. Eu e o Jacob nos conhecemos desde crianças. Eu me mudei pra Phenix junto com a René e nos afastamos. Mais então eu voltei, conheci seu pai e reencontrei o Jake.

- Isso tudo eu já sei mamãe.

- Calma você não sabe tudo ainda. Eu e o Jacob sempre fomos só amigos. Até que seu pai resolveu ir embora e me deixou achando que seria “melhor” pra mim. Depois de alguns meses morgando dentro do meu quarto, o Jake me ajudou a voltar a viver, ele me levava no cinema, me ensinou a andar de moto. Ele se tornou um grande amigo nessa época. Foi ai que eu passei a chamá-lo de meu Sol particular porque ele veio aquecer minha vida que estava completamente fria.

- Foram momentos difíceis pra você. – eu disse percebendo sua expressão de dor.

- Sim. Foram. Nesta época também ele se transformou em Lobo e seu pai voltou. Mais a obsessão de Jake parece que aflorou depois da transformação. Mais eu sempre amei seu pai e nunca escondi isso dele, nunca lhe dei esperança nenhuma. Nessie nunca existiu “Bella e Jacob”, sempre foi “Bella e Edward”. Até que Vitória resolveu voltar e se vingar do seu pai por ter matado seu companheiro pra me salvar. Ela queria a mim.

- Tipo olho por olho...

- Algo como companheiro por companheira. A luta contra os recém nascidos fez com que os Lobos e os Vampiros se unissem em uma aliança inédita para salvar uma humana. Seu pai me pediu em casamento nessa semana, eu não Admitia a idéia de que Edward ficasse pra lutar com os outros e exigi que ele ficasse comigo.

- Então foi aqui. – disse observando o lugar mais uma vez.

- Foi aqui que ficamos. O Jake me trouxe e passamos a noite aqui, os três. A manha da luta finalmente chegou e seu pai resolveu enumerar as 10 noites mais importantes da sua existência. Em primeiro lugar ele colocou a noite em que eu aceitei casar com ele.

- Que lindo mãe. Papai sempre romântico.

- Não tão lindo assim Nessie.

- Como?

- Jake estava ouvindo. Eu ainda não tinha contado a ele essa decisão. Seu pai sabia que ele estava ouvindo. Jake ficou transtornado com o fato e disse que ia descer e deixar que um dos recém nascidos o matasse. Eu não podia permitir isso. Eu de certa forma também o amava, não como amo seu pai, mais o sentimento existia. Uma vez ele me disse que só me beijaria se eu pedisse. E foi o que eu fiz. Eu estava desesperada pela idéia dele se matar de verdade. E achei que se ele me beijasse, mudaria de idéia. Nessa hora eu implorei que ele me beijasse.

- Mamãe. Você. Você pediu, mas...

- Calma. Olha agora eu não vou falar mais nada ok? Eu vou tirar meu escudo e vou permitir que você veja por si mesma. São lembrança turvas. Mais todas sinceras. Preparada?
Eu apenas assenti. Ela segurou meu rosto com as duas mãos encostou a testa na minha, fechou os olhos e liberou o escudo. Nessa hora eu tive acesso a tudo o que ela estava pensando.

N/a: os pensamentos da Bella são referentes ao dialogo q ela teve com Jacob antes do beijo. Vocês conseguem ler em Eclipse pag. 373 a 378. confiram lá.

A cena era tão linda. O beijo dele foi tão sincero. Cheio de amor, carinho e devoção. Como competir contra isso:
Um amor verdadeiro que nasceu do fundo do coração dele?

- O amor, o carinho e a devoção que ele tem por você é muito maior do que a que ele tinha por mim. – eita! Nem percebi que involuntariamente estava mandando meus pensamentos pra ela. Tentei me livrar de suas mãos mais não consegui. – Ainda não acabei.

Então ela começou a se lembrar de momentos entre Jacob e eu. Momentos presenciados por ela: Nós dois caçando. Ele tentando arrumar meus cabelos quando eu era criança. Eu dormindo no colo dele e sua expressão de felicidade. Nós dois deitados na grama do lado de fora olhando as estrelas de mãos dadas. Nossa excitação quando fomos contar à família que estávamos namorando. Um beijo apaixonado que trocamos na varanda de casa e como nos afastamos ofegantes e com cara de bobos apaixonados. E por último, ele pedindo pra ela dizer que me ama que eu era sua vida.

Eu estava chorando quando ela retirou as mãos e me abraçou.

- Você ainda acha que o que ele sentia por mim é maior do que o que ele sente por você?

- Não.

- Então não acha que esta na hora de voltar e acabar com esse sofrimento?

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