30 de set. de 2010

Capitulo 24

Posted by sandry costa On 9/30/2010 No comments

Desejo e Reparação


Caímos do paraíso ao inferno em segundos. É estranho quando fazemos algo que sabemos não estar completamente certo, mas, ainda assim, sem a menor possibilidade de nos arrependermos. Hoje, quando o crepúsculo chegou, eu e Renesmee nos amamos... um ato que apenas fortaleceu ainda mais o que sentíamos um pelo outro e que consolidou definitivamente o nosso amor.
Mas também, serviu para eu aprender que há uma conseqüência para todos os meus atos e para todas as escolhas que eu tomo; há tempos atrás eu prometi a Edward que só me casaria com a filha dele quando ela completasse dezoito anos – apesar de Nessie já aparentar essa idade tanto física quando mentalmente – este ato, claro, envolvia tudo o que um pai espera de um casamento... inclusive a castidade de sua filha.

Eu rompi minha promessa e Edward iria me matar por isso... e eu não o impediria.

Eu sentia os cacos de vidro cortando minha carne, Edward não se conteve quando me viu com Nessie na cama e me atirou pela janela do quarto dela... agora a chuva caia gelada sobre mim tentando em vão lavar a culpa que me assolava por dentro. Eu me levantei, estava em pé, nu, no meio do jardim que antecedia o chalé aonde Bella e Edward moravam desde que se casaram e que Renesmee nasceu; minhas costas arderam em fogo quando eu me estiquei para flexioná-las com o intuito de encontrar alguma fratura mais grave... mas não havia nada. Como lobo eu não podia morrer tão fácil e as feridas abertas cicatrizariam em poucos minutos... mas não era a dor no corpo que me incomodava.

Nem bem um segundo depois, eu ouvi o vento uivar e sabia que era o deslocar-se de Edward de dentro da casa... ele parou a alguns metros longe e me encarava, seus punhos estavam cerrados e seus olhos queimavam numa raiva mal contida. Mas o pior veio depois, nada despedaçou mais meu coração do que a expressão no rosto de Bella... quando ela saiu da casa se postando atrás de Edward eu vi seus olhos e não havia raiva neles... apenas decepção. Eles confiaram em mim e eu os traí.
- O que foi isso, Jacob? - Edward gritou, sua voz reverberando por toda a floresta.
- Escute... – eu tentei começar mas sua voz estrondou novamente.
- Não..., não há nada para ser ouvido aqui. Você traiu a minha confiança quebrando a sua promessa... 
- Eu tentei... 
- O quê? Tentou o quê, Jacob? Eu confiei em você para tomar conta de Renesmee, mas não imaginei que encontraria isso aqui quando eu voltasse... Renesmee tem apenas dez anos de idade...
Ele vociferava e nada do que eu dissesse faria diferença, Edward havia perdido a razão e eu sabia que se ele não se controlasse poderia me matar mesmo sem querer... bastava um movimento mal calculado e minha cabeça rolaria pela floresta e é claro que fator de cura de lobo nenhum me traria de volta.
Neste meio tempo eu vi Renesmee sair correndo pela porta da casa, não sei se de nervosismo ou de pressa, mas ela não havia se vestido e saiu para a chuva fria enrolada nos lençóis brancos que cobriam sua cama. Seu rosto estava assustado, tanto pela raiva de Edward como pela vergonha que sentia de ter sido pega por seus pais logos após ter feito amor com seu namorado... mas isso foi apenas o começo da encrenca.
- Pai – Nessie gritou e lágrimas corriam de seus olhos brilhantes, a chuva imediatamente ensopou os seus cabelos e os lençóis claros tingiram-se de barro enquanto ela se colocava entre mim e Edward – Por favor... não faça nada com Jake.
- Renesmee... eu vou falar só uma vez – sibilou Edward – Saia da frente... se Jacob foi homem o suficiente para quebrar a promessa que me fez então terá de ser homem para agüentar as conseqüências.
- Nessie – eu disse segurando seus ombros e a afastando para trás de mim – Deixe que eu me entendo com seu pai.

Renesmee estava em choque com a raiva do pai e eu não desejava que ela confrontasse Edward porque isso apenas pioraria as coisas, além do mais, eu tinha que me resignar ante sua fúria desvairada. Mas, para piorar tudo, nem tive tempo para abrir a boca e senti o vento uivar novamente... como se vários corpos velozes cortassem o ar vindo ao nosso encontro. “Ótimo” pensei comigo mesmo, “agora toda a família veio ver o circo armado”.
E não deu outra, num piscar de olhos estávamos cercados pelo restante dos Cullen e Kaori, todos nos encarando assustados e ansiosos e quando sete pares de olhos correram de um Edward furioso para mim e Nessie enrolada nos lençóis uma centelha de entendimento perpassou por todas as faces... foi Kaori que nos despertou do susto.
- Jacob?!!! – ela gritou assustada e virou rapidamente o rosto para o outro lado.
- Pelo amor de Deus, Jacob. – disse Jasper caminhando até mim enquanto retirava a jaqueta do próprio corpo – Cubra este troço aí porque ninguém é obrigado a ficar vendo esta coisa balançando... 
- Gente, isso é o pior dos meus pesadelos... – murmurou Nessie se escondendo atrás de mim enquanto eu enrolava a jaqueta de Jasper na cintura para cobrir a minha nudez.
- Mas o que foi que você fez, Jacob? - Perguntou Alice e sua voz carregava um tom insuportável de acusação.
- Ah, Jacob sem vergonha – rugiu Emett rindo alto – O lobo mal veio jantar a chapeuzinho vermelho... – e ele continuou rindo alto até que Rosalie o cutucou com força...
- Emett... você está falando da nossa sobrinha. – Ela não disse mais nada mas seu olhar sobre mim poderia ter rachado ao meio um planeta inteiro.
- Ah é... – disse Emett suspendendo imediatamente o riso, ele se virou para mim com o olhar sério – Cachorro mal, Jacob... cachorro mal.
- Calem-se todos... – rugiu Edward – Isso é um problema meu e de Jacob.
- Pessoal – disse a voz de Carlisle se sobrepondo à confusão, ele olhou para Edward e depois para mim e eu pude perceber que seu olhar continha a mesma cadencia do de Bella... decepção, afinal de contas, quem estava seminua ali na chuva era a neta dele – Vamos embora, isso diz respeito apenas a Edward, Bella, Renesmee e Jake... Edward, filho, não faça nada com que vá se arrepender e por favor, conversem lá dentro... Renesmee não deve ficar aqui fora trajando apenas os lençóis da cama.
- Vamos.. – disse Esme baixinho e parecia que ela estava mais assustada que Nessie com tudo isso.

Um a um, os Cullen no deixaram... todos continham uma Expressão de espanto no rosto, por um segundo eu me senti acalmar e vi que Edward também estava mais tranqüilo e descerrou os punhos parecendo inspirar o ar com mais calma... só então eu percebi que ali, no limiar do jardim com a floresta, Jasper permaneceu imóvel nos olhando... foi então que me toquei que era ele que estava nos acalmando.
- Jass? - chamou Alice já oculta na floresta – Você não vêm?
- Não. – respondeu Jasper simplesmente.
- Eu não quero mais ninguém aqui, Jasper. – rosnou Edward – E apesar de desejar muito, eu não vou matar Jacob... você não precisa ficar.
Jasper olhou para Edward e assentiu rapidamente, sem dizer qualquer palavra ele seguiu pela trilha escura na floresta em direção à mansão de Carlisle. Bella puxou Edward gentilmente para dentro da casa fazendo sinal para que eu e Renesmee entrássemos também.
- Vão se vestir – disse Bella quando chegamos na sala.
O quarto de Renesmee, anteriormente tão impecável, estava totalmente bagunçado. No lugar da janela havia um buraco fragmentado por onde meu corpo fora atirado e por onde o vento e a chuva entravam indiscriminadamente fazendo com que um amontoado de folhas de papel voassem pelo quarto erguidos da escrivaninha de estudos. Enquanto eu colocava as calças senti os dedos delicados e frios de Renesmee tocarem minhas costas machucadas.
- Me desculpe... – ela sussurrou.
- Por favor. – eu respondi com firmeza – Não peça desculpas por isso, eu não me arrependo de nada.
- Você se machucou...Jake.
- Isso vai sarar em poucos minutos, Nessie.
- Você está zangado comigo? - ela perguntou numa voz fraca, ao me virar para ela meu coração se esvaiu mais um pouco; Renesmee estava encolhida em si mesma, seu rosto assustado estava úmido por lágrimas e seus olhos vermelhos pelo choro.
- Não estou zangado com você, Nessie... – foi a única coisa que pude falar naquele momento, eu segurei em sua mão e a conduzi novamente para a sala aonde os pais dela de aguardavam.

Não deixava de ser uma situação ridícula para mim. Houve um período em que eu odiei Edward Cullen mais do que havia odiado alguém em minha vida, em uma certa ocasião eu vim até a casa de Carlisle justamente para matá-lo e agora... olhem só para mim, sentado em sua frente sem coragem de encará-lo por vergonha. Realmente o mundo dá cada volta...
Renesmee estava sentada ao meu lado no sofá, as mãos cruzadas sobre os joelhos e os olhos fixos no carpete do chão, Bella se aninhou em uma poltrona enquanto Edward andava em círculos e impaciente... seria cômico se não fosse trágico. Eu me sentia um adolescente que acabara de aprontar e agora levaria uma bronca por causa disso, e pensar que hoje de manhã eu acordei tão tranqüilo...
- O que eu faço com vocês? - perguntou Edward, sua voz dura como aço.
- Pai – começou Nessie – Não foi culpa de Jacob... eu planejei tudo isso enquanto mamãe me levava ao colégio, eu o convenci a ir comigo para o quarto, veja... – e dito isso ela se inclinou e pegou na mão de Edward, acionando seu poder ela passou para o pai as lembranças daquela tarde... ou, claro, quase tudo. Edward morreria se visse tudo... mas sei que ele viu o suficiente.
- Meu Deus, Renesmee – ele arfou – Nunca mais faça isso, o que você tinha na cabeça? De onde tirou essa idéia? - mas então ele parou e voltou-se para Bella – Isso é culpa sua também, Isabella.
- Como? - assustou-se Bella.
- Eu sempre digo para não fazermos essas coisas com Renesmee em casa... a menina pegou a idéia de quem? Belo exemplo de pais nós somos e, além do mais, foi sua a idéia de deixá-los em casa sozinhos hoje.
- Não fique culpando minha mãe ou Jacob pelos meus erros – interpôs Renesmee.
- Claro que não! Imagine só... Jacob nunca tem culpa de nada, afinal, ele é um pobre lobinho indefeso não é, Jacob? - Edward retrucou com sarcasmo.
- Escutem – eu disse me levantando, Edward imediatamente me encarou em resposta e eu achei melhor me sentar novamente... não queria que ele pensasse que eu o estava desafiando ou alguma coisa do tipo, além disso, eu já estava resignado a aceitar tudo o que tivesse que ouvir dele – Eu sei que não há nada para se fazer agora, mas entendam que eu amo Renesmee e ninguém melhor do que vocês para saber disso, eu perdi o controle e rompi minha promessa com você Edward... então agora me diga, o que você quer que eu faça?
- Não há nada que você possa fazer, Jacob. – ele respondeu decidido.
- Bem – disse Nessie se pondo em pé e me olhando – Jacob pode me pedir em casamento.
- Renesmee... do que está.... o quê... mas de onde? - balbuciou Edward e eu percebi que ele estava realmente chocado com o que Nessie havia dito, Bella também olhou estarrecida para a filha e foi a vez de Edward se sentar no sofá... obviamente, a conversa não pendeu para o lado que ele planejara.
- É simples... – recomeçou Renesmee – Eu não me arrependo de ter feito o que fiz com Jacob e, sinceramente, não estou nem um pouco propensa a esperar até o casamento para fazer mais vezes com ele o que nós fiz... 
- Reneesme Carlie Cullen... tenha mais respeito. – berrou Edward com um grito e interrompendo o ataque de Nessie.
- Meu Deus, minha filha... – choramingou Bella – Não piore a situação.
- Mas mãe, se papai está tão furioso porque eu e Jacob avançamos a ordem tradicional das coisas, nada mais justo do que ele ser obrigado a casar comigo... – então, do nada, eu notei o que Nessie pretendia e o pior, era isso que ela queria desde o começo talvez... um pretexto para Edward permitir que nós nos casássemos – Então papai, eu exijo que você puna Jacob obrigando-o a se casar comigo... não era assim que era feito na sua época?
- Isso não é punição!!! - berrou Edward perdendo o controle novamente – É o que este cachorro sarnento sempre quis.
- Ora... você não quer que a honra de sua filha fique manchada perante toda a família, não é? - rebateu Nessie com um sorrisinho nos lábios.
Eu olhei rápido para Bella e descobri que ela mantinha a mesma expressão confusa que eu, a coisa realmente rumou para um lado que Edward não esperava, Nessie agora deixou a defensiva e passou a atacar com todas as armas que tinha à mão, apelando, inclusive para o problema de salvar a honra com o casamento. O problema é que Edward não é burro, é um vampiro astuto de uma centena de anos e ele não seria facilmente ludibriado por uma adolescente; ele olhou para mim como um relâmpago e seus olhos se estreitaram, eu levantei as mãos como que dizendo que eu não fazia a menor idéia do que estava acontecendo.
- Claro, Jacob... – ele falou ironicamente – Você nunca tem culpa de nada.
Dito isso, Edward afundou no sofá e escondeu o rosto com as mãos, ficou assim por quase dez minutos flexionando os olhos numa tentativa inútil de esquecer tudo o que viu nas lembranças de Renesmee, quando ele voltou a nos olhar não havia mais raiva em seu rosto mas a mesma expressão de desgosto que habitava o rosto de Bella.
- Vocês dois estão proibidos de se ver a partir de hoje. – declarou Edward numa voz fria e inflexível.
- O quê? - arfou Renesmee.
- Edward... – eu me levantei falando alto – Eu prefiro que você me mate agora mesmo.
- A mim também. – desafiou-o Renesmee, mas Edward apenas ergueu a mão para avisar que isso não estava em discussão.
- Vocês estão proibidos de se ver até eu decidir o que fazer ou digerir tudo isso... claro que pode levar alguns anos. – ele terminou com a voz mais afiada do que de costume.
- Você não pode me proibir de ver Jacob... diga isso para ele. – suplicou Nessie me olhando enquanto pesadas lágrimas voltaram a correr de seu rosto perfeito. 
Eu me virei para Edward mas não disse nada. Eu havia quebrado a minha promessa e o havia traído, além de tudo, ele é pai de Renesmee e eu tenho que respeitá-lo por isso... eu sabia que os artifícios que Nessie usou não teriam efeito sobre ele, Edward não permitiria que eu entrasse em sua casa, dormisse com sua filha e ainda de prêmio ganhasse a mão dela em casamento.
Mas eu não queria piorar tudo, noutra época eu teria chutado o balde e mandado tudo às favas... mas eu não era mais assim, depois de um tempo eu fiquei mais racional e menos impulsivo do que antigamente. Toda a família de Renesmee agora estava ressentida comigo e Edward e Bella principalmente... não havia o que se fazer no momento a não ser acatar a decisão de Edward para evitar, talvez, um mal maior.
- Sinto muito, meu amor – eu disse beijando o rosto de Renesmee e me virei para encarar Edward – Está bem, se é assim que você quer... é assim que será. Vou pagar pelo meu erro e como punição não poderei ver sua filha... mas saiba de uma coisa, Edward, eu a amo mais do que tudo em minha vida e esperarei por ela mesmo que você não me perdoe pelos próximos quinhentos anos. 
Não havendo mais nada a ser dito eu sai da sala.

Meu coração martelava no peito, eu simplesmente fora condenado a não poder mais ver Renesmee até que Edward tivesse se acalmado... não fazia a menor idéia de quanto tempo isso levaria, geralmente a noção de tempo dos vampiros é muito mais extensa do que a dos seres humanos.
Quando deixei a casa, a chuva caia mais fraca e o vento quase não era capaz de balançar as copas adormecidas das árvores na floresta, eu tive um ímpeto de voltar e levar Renesmee comigo ao invés de acatar a determinação que Edward colocara, mas eu sabia que isso apenas pioraria tudo. Eu me dirigia para a floresta onde tiraria minhas roupas e correria até em casa em forma de lobo, só então me lembrei que meu carro estava estacionado na frente da casa de Carlisle e como eu não sabia quando poderia voltar aqui, resolvi seguir a trilha e ir buscá-lo... definitivamente eu teria que atravessar o Sol Duc a nado.
Mas antes de me embrenhar na trilha, Renesmee me alcançou... ela correu e se atirou em meus braços tentando me segurar ali para que eu não partisse, seus olhos cintilantes e cheios de lágrimas me encararam e eu ouvia o soluçar incontido em seu peito.
- Jacob, por favor, volte e converse com o meu pai... eu não posso ficar sem ver você. – ela implorou.
- Renesmee, não há nada que possamos fazer... eu tenho que aceitar o que seu pai determinou.
- Porque? Eu não vejo deste modo, não vou permitir que o tradicionalismo idiota do meu pai nos afaste... como eu poderia ficar sem te ver depois desta tarde?
- Nessie, é assim que funciona... quando damos asas a nossos desejos tudo o que nos resta é reparar o dano que ele causa.
- Não, eu não aceito isso... – ela chorou e me agarrou não permitindo que eu partisse.
- Vamos fazer assim, deixe que Edward se acalme e daqui a alguns dias eu venho falar com ele novamente.
- Eu não quero ficar sem você... não posso ficar sem você.
- Só até as coisas se acalmarem, Renesmee... eu também não consigo imaginar minha vida sem você ou sem te ver todos os dias, mas, infelizmente, terá que ser assim ou é capaz de tudo ficar ainda pior. Além do mais, querendo ou não, Edward é seu pai e você não pode ficar contra ele... é sua família.
- Então vou junto com você... vamos fugir daqui. – ela me falou eufórica de repente.
- Renesmee – eu a segurei pelos braços afastando-a de mim – Para que? Para sua família ir te buscar na minha casa? Você acha que Edward permitiria? Nós falamos em casamento lá dentro e ele ainda assim não se sensibilizou... que bem esta atitude traria? Escute, eu não quero ficar longe de você mas é necessário, neste momento nós não temos escolha...
- Você não está lutando por mim... – ela falou e havia dor em seu rosto.
- Eu não quero afastá-la de seus pais deste modo, eu te amo e você sabe disso, mas não conseguiremos resolver tudo numa noite só... escute, eu preciso que faça algo por mim... fique aqui e permaneça calma, eu voltarei assim que Edward estiver mais tranqüilo. Está bem?
- Não está bem... mas vou fazer isso por você. – respondeu ela ainda com lágrimas nos olhos.
Eu beijei Renesmee com força desejando que nós nunca precisássemos ficar longe um do outro e em seguida me virei e corri pela trilha, não pensei duas vezes antes de entrar no rio veloz que cortava o caminho até a casa de Carlisle, a água gelada parecia com milhares de agulhas perfurando meu corpo e a correnteza me carregava para longe da margem, mas, ainda assim, eu não demorei muito tempo para chegar ao outro lado. Caminhei com lentidão passando pelo quintal da mansão e não encontrei ninguém no caminho... com isso, subi no carro e saí em direção à La Push. Meu coração, entretanto, permaneceu com Renesmee.

Enquanto eu dirigia, a estrada passava devagar com as luzes amarelas dos postes me acompanhando e sondando a minha infelicidade. Caímos do paraíso ao inferno em segundos... eu não sei o que virá a seguir e não faço idéia do que fazer para suportar ficar longe de Renesmee, mas não tenho escolha.
“Que dia mais estranho”, pensei comigo mesmo olhando meu reflexo no espelho retrovisor, às vezes nada sai como queremos e somos obrigados a suportar as responsabilidades de nossos desejos a fim de reparar os danos causados...


“É, Jacob meu velho, desejo e reparação...”


“Desejo e reparação”.


Autor Angus

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