2 de dez. de 2010

Capitulo 26

Posted by sandry costa On 12/02/2010 3 comments




temperamento


Edward





Ele estava parado na limite entre a campina e a floresta a trezentos metros de nós. Seus pensamentos permaneceram em silêncio por vários segundos. Ele apenas nos observava, seus olhos alternavam entre Bella e eu.


Tudo a minha frente ficou vermelho. Poderia simplesmente matá-lo, aqui e agora. Seria tão fácil, tão libertador.


Por instinto me posicionei um passo à frente de Bella, colocando-a fora do campo de seu campo de visão.


- O que você está fazendo aqui? Pensei ter sido clara antes. – Bella falou irritada e dando um passo à frente. Automaticamente minhas mãos foram até sua cintura, trazendo-a de volta e mantendo-a próxima a mim.


Ele não a respondeu, mas pareceu intrigado com meu gesto protetor. Seus pensamentos começaram a vacilar, mas ainda não conseguia distinguir nada. Era tudo muito confuso.


- Tenho que admitir, você tem muita coragem em aparecer aqui novamente. – disse a ele, mantendo minha voz fria e calma.


- Coragem? Não. Coragem não é o motivo de ainda estar aqui. – seus olhos se prenderam a Bella. E sua mente vacilou, então pude ver. Pude sentir.


Abadir jamais se importou com o fato de Bella desprezá-lo, os sentimentos dela não importam para ele, seu egocentrismo era maior que isso. Ele a cobiça, a deseja, não por amor ou algo parecido, ele deseja dominá-la para ter sua parceira ideal – a que ele considerava ideal – e para isso, ela deveria pertencer a ele, somente a ele.


Traços claros de uma mente perturbada, doente, que dissimula friamente para alcançar seu objetivo. Agora está claro, ele não vai parar até alcançá-lo.


Instintivamente rosnei baixo e avancei um passo em sua direção. Bella pegou meu braço. Negando-se a ficar para trás.


Sentia a urgência – alavancada pela fúria - de arrancar mandibula e fazê-lo pagar por desrespeitá-la, por desrespeitar minha casa. Mas não podia fazer isso. Não com ela aqui. Imortal ou não, a imagem de Bella em meio a um confronto era agonizante.


Senti meu rosto se contorcer em dor e dúvida.


Tentei me recompor.


- O que quer, é impossível. – minha voz ainda era fria, calma e completamente contrária ao que sentia.


Estava impossibilitado de avançar mais, as mãos de Bella ainda em meu braço.


- Pelo contrário. O que quero nunca foi tão possível quanto agora. – seus olhos ainda presos a ela.


Bella rosnou e o som se tornou mais alto acompanhado do meu.


- Por que está fazendo isso? – questionou ela.


- Você sabe por quê. Já disse, você é única.


Naquele momento – como um flash de recordações, pude ver tudo que estava escondido. A forma como ele a olhou pela primeira vez, tão intenso e satisfeito ao constatar a veracidade da história que havia escutado ainda quando estava na Grécia. O desejo que sentia na simples possibilidade de exibi-la ao seu lado, como se Bella fosse um objeto valioso, sem vida.


Queria poder arrancar de sua cabeça essas imagens. Arranca-las violentamente.


- Ela é mais do que única, você pode apenas imaginar como ela especial e o mais importante de tudo, ela é minha. – praticamente rosnei as últimas palavras.


Ela era minha, minha vida, meu mundo. Não existia a mais remota possibilidade de ninguém tirá-la de mim, mas o fato de Abadir pensar que sim, fazia o monstro dentro de mim – o monstro que a muito tempo estava adormecido - querer ressurgir.


- Sim, entendo que a veja dessa forma. – murmurou ele, dando um passo a frente, aparentemente sem o menor receio. Mesmo respondendo a mim, seus olhos cheios de cobiça ainda permaneciam presos em Bella.


– Mas também deve entender que não poderia deixar essa oportunidade passar com ou sem você aqui... com ela.


Falei lentamente, enfatizando palavra por palavra.


- A única coisa que entendo e a única coisa que está clara aqui é que se você não se retirar por vontade própria vou ser obrigado a fazê-lo. E acredite quando digo, você não vai querer isso.


Seria doloroso... para ele.


Ele me olhou, absorvendo a ameaça. Minha reação o pegou desprevenido.


Ababir não entendia a conexão que existia entre Bella e eu. Seus pensamentos, apesar de confusos entregavam seu entendimento pessoal sobre minha família.


Ele honestamente acreditava que estávamos juntos por pura conveniência. Que precisávamos um dos outros apenas por nossas habilidades.


Soltei uma risada curta e seca.


- Estou errado? – perguntou ele sorrindo.


A fúria que preenchia meu corpo tornava difícil continuar trocando palavras com o ser que adoraria fazer em pequenos pedaços - e ainda sentiria muito prazer fazendo-o.


Estava lutando para manter minha cabeça no lugar. Podia ouvir a respiração acelerada de Bella. Suas mãos apertando meu braço. A conhecia muito bem para saber que ela estava ansiosa, tensa, com medo.


Era por ela que estava mantendo meu temperamento em controle. Só não sabia até quando iria conseguir... a cada segundo se tornava mais difícil.


A falta de entendimento de Abadir não me surpreendia.


- Não espero que entenda o tipo de conexão que temos aqui, e não vou perder meu tempo explicando-a a você. A única coisa que quero e que exijo... que NÓS exigimos, é que você volte para o lugar de onde veio.


Não era verdade. Eu queria mandá-lo de volta com um pedaço a menos, queria fazê-lo pagar por ter tocado seus lábios imundos em meu anjo.


Controle era necessário. Mas o que parecia impossível aconteceu. Consegui ficar ainda mais irado.


Não existia nenhum traço de compaixão em mim – não por ele. Era como se o homem que por quase toda a vida fui tivesse dado lugar ao mais frio dos assassinos. Tentei me agarrar ao pequeno pedaço de meu verdadeiro eu...


- Você precisa ir, Abadir. Você teve a oportunidade de falar comigo e eu deixei claro minha posição... agora vá! – ordenou Bella.


Ele suspirou e voltou seu olhar a ela.


- Ainda não tive oportunidade de lhe fazer minhas perguntas, minhas propostas. – murmurou ele gentilmente.


- Eu não quero ouvi-las. Vá embora, Abadir.


Decepção. Foi o que passou por sua cabeça ao ouvir as palavras de Bella. Ele esperava que ela partisse com ele, por vontade própria.


Ridículo. De onde ele estava tirando essas coisas?


Incrivelmente irritante.


Até que ponto ia o nível de insanidade de Abadir, era impossível identificar.


Ele ainda não pretendia lutar. Ele ainda estava certo que podia convencer Bella. Argumentar com ela. Certo que se ela decidisse ir, eu não me colocaria em seu caminho.


Minha atenção foi momentaneamente dividida... os pensamentos de meus irmãos eram altos. Eles estavam perto.


... vamos ficar por perto por precaução. – Pensou Jasper.


Alice e Emmett também estavam por perto.


Não precisava de ajuda, poderia cuidar de Abadir sozinho. E se estivesse sozinho játeria o feito.


- Bella, por favor, volte para o chalé...


- Não. Vou ficar aqui com você.


Ele reagiu ao som de sua voz.


- Eu preciso entender, Bella... – disse Abadir.


Dessa vez o rosnado que saiu de minha garganta foi tão alto que o chão pareceu tremer levemente.


- Não. Isso já foi longe demais. –minhas mãos estavam fechadas em punho ao lado de meu corpo. – Você tem que partir agora. Não estou pedindo.


Lentamente, dei mais um passo a frente. Ele recuou. Ele não queria lutar.


Ele tinha instinto de preservação.


Quem diria.


Por tudo que aconteceu era fácil imaginar o contrário.


E então puder ver ainda mais... Abadir estava acostumado a usar a lógica para conseguir o que queria, mas aqui estava agindo exatamente ao contrário, deixando de analisar as conseqüências de seus atos, porque ele estava cego por cobiça.


Ele pareceu entender – agora – o que poderia acontecer e as ramificações de antagonizar um clã tão grande e poderoso.


Mais uma vez Abadir suspirou balançando a cabeça de um lado para o outro.


Ele não queria partir... apesar de tudo.


Estava ficando a cada segundo mais furiosamente irritado. Bella podia sentir.


- Edward! – sussurrou Bella.


- Bella, por favor... por favor, volte para o chalé. – estava praticamente implorando. Não via uma forma de terminar tudo com ela ali e Abadir se negando a partir.


Me senti restringido. Tinha poucas opções.


Seria mais fácil se ele decidisse partir, mas nunca seria o suficiente para mim.


Bella soltou meu braço e deu um passo para trás, postando-se um pouco mais afastada de mim.


Seu rosto era um misto de emoções. Ela ficaria decepcionada comigo, mas como colocar um ponto final nessa situação sem usar força?


EU não queria colocar um ponto final sem usar força.


Queria mostrar a todo o mundo quais seriam as conseqüências se alguém ou alguma coisa a tocasse sem sua permissão.


O monstro que vive dentro de mim e que havia sido silenciado a algum tempo ameaçava resurgir a qualquer minuto.


... mantenha seu temperamento sob controle, Edward.


Alice estava gritando em minha mente. Ela era tão contra ao que eu queria fazer do que Bella.


Eu a dessintonizei.


Meu autocontrole já estava praticamente perdido.


A única coisa que me mantinha no chão e longe da garganta de Abadir era Bella.


- Vocês montaram um show interessante por aqui. – falou Abadir.


Havia chegado ao ponto onde mal podia escutar suas asneiras


- Um Show? É isso que pensa de nós? – perguntou Bella, ofendida.


Ele sorriu vitorioso por ter conseguido sua atenção.


- Isso tudo aqui – Abadir apontou a mão para nós. – é muito bonito, interessante e incrivelmente complexo, mas sei que não passa de um
teatro. Sua família quer atenção e foi isso que você proporcionou a eles. Esse estilo de vida... com sangue animal é a coisa mais nojenta que já poderia ter experimentado. Ridículo. Mas se for isso que você precisa, estou disposto a continuar... se vier comigo, pelo menos por um tempo.


Ir com ele? Ele a queria temporariamente? Para exibi-la e depois devolvê-la?


De onde ele continuava a tirar tantos absurdos?


Tudo a minha frente pareceu banhado de sangue. Eu estava vendo vermelho. Minha respiração acelerada eu estava pronto para atacar. Pronto para enviá-lo de volta a Grécia.


Avancei um pouco mais. Parte de mim, esperava que Bella se colocasse entre nós dois, mas ela não se moveu.


Abadir deu mais um passo para trás.


- Está disposto a levar essa farsa à diante? – perguntou ele a mim, colocando um dos pés atrás – disposto a fugir. Ele virou-se para Bella. - Está disposta a ficar aqui e fazer parte disso? Ser usada por pessoas que se dizem “família”? Entendo a atração que eles exercem sobre você. Ainda é muito jovem e impressionável. Mas a única coisa que eles querem é assumir o lugar que hoje pertencem aos Volturi.


Oh! Finalmente. Era isso que pensava de nós. Abadir acreditava que nossa família queria poder e nos mantínhamos unidos por isso. Um interesse em comum.


As coisas ficaram claras agora. Ele sinceramente acreditava que ela estava sendo enganada e que se fosse sincero o suficiente a convenceria a segui-lo.


Seria engraçado se eu não estivesse tão irritado.


- Mal posso acreditar que sua cabeça seja tão pequena. Que seu entendimento sobre as coisas seja tão limitado. Os Denalis o receberam de braços abertos. Nada ali foi falso. Nada do que vê aqui é mentira. Essa é a forma que eles escolheram viver e eu não tenho nada mais a fazer a não ser agradecê-los por terem me aceitado. Meu lugar é ao lado de minha família, ao lado de Edward. – afirmou Bella com a voz firme. – Não há nada que ninguém possa dizer ou fazer que irá mudar essa realidade.


Sorri discretamente ao ouvir a certeza em suas palavras.


- Você tem dez segundos para dar a volta e partir. É o meu último aviso.


Ele teve tempo para falar. Tempo demais.


Abadir pareceu ponderar, levando minha ameaça mais a sério, mas decidindo ignorá-la.


Não iria aceitar mais essa situação. Estava raciocinando melhor agora. Podia ver a razão. Não iria matá-lo.


- Edward! – protestou Bella.


- Por favor... vá e fique com Alice. – sussurrei para ela.


Lancei-me em direção a ele.


Em um movimento rápido, porém previsível – mesmo sem a habilidade de ler pensamentos – Abadir se posicionou defensivamente, por achar que não havia outra opção. Bella agarrou meu braço novamente, me desvencilhei dela com cuidado para não machuca-la mantendo-o em meu campo de visão e disse entre dentes:


- Bella, fique com Alice! – minha irmã no mesmo momento estava ao lado de Bella puxando-a para trás. Bella assentiu, interpretando como se não houvesse outra escolha. Ela confiava em mim e demonstrou isso me dando espaço para agir.


Concentrei-me nos pensamentos de Abadir enquanto voltava meu corpo em sua direção. Não seria uma luta justa, certamente eu acabaria com ele antes mesmo de sentir o prazer de um bom confronto.


- Agora somos nós. – com único salto, estava com uma de minhas mãos em seu pescoço. Deveria me controlar, qualquer deslize poderia matá-lo. Era fácil demais e isso não seria interessante, não serviria como lição.


Eu poderia deixá-lo fugir. Essa era uma de minhas opções dentre várias.


Uma coisa era certa, deveria deixar claro, muito claro que sua presença aqui seria considerada hostil, se algum dia decidisse voltar. Deixando-me sem outra escolha a não ser matá-lo.


Com certeza estaria fazendo um grande favor à humanidade.


Forcei seus joelhos se dobrarem e atingirem ao chão. Decidi que era hora de proporcionar um pouco de dor... não seria exagero. Pisei em uma de suas pernas, fazendo o som metálico de nosso contato ecoar entre as árvores.


Ele gruiu de dor.


Tudo bem, ele voltaria ao normal em pouco tempo.


Ele tentou se soltar, mas suas investidas eram fracas e não me atingiam, - ele não tinha experiência alguma nisso.


Ainda o mantinha imobilizado, agindo com frieza. Peguei seu corpo e lancei contra o tronco de árvore há alguns metros dali. Antes que ele pudesse se recompor, fui ao seu encontro, Abadir se colocou de pé rapidamente, impossibilitado de manter sua posição ereta. Impossibilitado de fugir.


- Realmente acreditou que seus atos não teriam conseqüências? Que poderia colocar suas mãos imundas em minha mulher e depois ir embora...


Ele tentou se afastar... não poderia permitir aquilo. Ainda não.


Com mais um movimento rápido lancei-o para as rochas, floresta adentro.


Ouvi os apelos de Alice.


- Edward, já chega. Por Favor!


Estava nervoso demais para parar agora.


O vampiro tinha a desvantagem de não possuir nenhum dom especial, mesmo não havendo necessidade de usar os meus nesse momento, estava concentrado na luta que pouco ouvia seus pensamentos, mas um deles se destacou para mim, como uma última tentativa de me atingir. Como uma provocação – Abadir estava certo de que iria matá-lo - ele discorreu em sua mente


... Ela esta com você por que a enganaram desde o começo, porque ela acredita honestamente nesse teatro sobre “família” . Isso o faz um covarde, incapaz de ser honesto – Como ele poderia pensar em me provocar em momento de tamanha desvantagem?


Rosnei como preparação para o final.


Puxei minha presa colocando-a de pé em seu corpo fraturado.


Já havia provocado muitos danos... e ainda não estava satisfeito.


Estava visivelmente envolto às circunstancias, pronto para matar sem vacilar.


... Edward, por favor! – Ouvi os pensamentos de meu anjo. – Por mim... não faça isso. Não vale a pena. Você não é assim.


Parei ao ouvir seu apelo silencioso.


Olhei para trás e pude ver em seu rosto um misto de agonia e decepção. Foi como se um golpe tivesse atingido meu peito senti a dor por sua reprovação.


O que eu estou fazendo? Bella estava vendo tudo aquilo.


Como permiti isso?


Tentando protege-la, acabei expondo-a ao monstro que posso me tornar.


Com esse pensamento em mente, minhas mãos relaxaram e Abadir foi ao chão.


Olhei fundo nos olhos de meu inimigo. Dessa vez ele iria entender


- Preste atenção no que vou dizer, pois assim será de agora em diante. Você irá partir, agora! E nunca mais retornará. Se em algum momento, em qualquer momento - pode ser daqui a mil anos - eu souber que tentou fazer contato com qualquer pessoa de minha família, irei caça-lo, e só vou parar quando fizer de sua existência história. E o mais importante... se você se aproximar de Bella novamente, não importa onde estejamos, mesmo se for acidentalmente, vou matá-lo. Então reze para que nossos caminhos não se cruzem. Nunca. Estou sendo claro?


Sua respiração começou a desacelerar. Ele tentou se endireitar sem êxito. Por um curto momento ele sentiria uma dor excruciante. Dor que em alguns minutos passaria, seu corpo logo se recuperaria das fraturas.


Ele balançou a cabeça com esforço, mostrando que entendeu o recado.


Covarde.


No momento que dei um passo para trás, me afastando – dando-o espaço – Abadir se levantou sem nem sequer olhar para Bella, virou-se e correu para longe. Levando a sério minha ameaça.





O observei até que não pude mais vê-lo, ouvir seus passos e seus pensamentos incoerentes.


Respirei fundo e me virei. Todos estavam lá.


Emmett, Alice e Jasper.


Cada um com uma expressão fácil de ler. Cada um falando algo. Silenciosamente.


... finalmente você colocou um fim nisso. – Pensou Emmett. – Estava demorando.


... foi desnecessário. Ele iria partir hoje de qualquer maneira, se você tivesse prestando alguma atenção, poderia ter evitado tudo isso. – Pensou Alice mostrando a visão que havia tido. Eu estava tão concentrado em Abadir que não percebi na hora.


Mas foi a avaliação de Jasper que me fez sentir melhor.


... você fez a coisa certa. Temos que proteger nossa família. Nossas esposas. É nossa função.


Balancei a cabeça, mostrando-o que concordava.


Ele também pode me passar de primeira mão o que Bella estava sentindo.


Meus olhos estavam nela. Ela parecia assustada... triste. O quanto a decepcionei? Ela odiava qualquer tipo de violência e havia pedido repetidamente que evitasse a todo custo o que acabei de fazer.


Mesmo a vendo assim, não consegui me sentir arrependido por ter conseguido passar o recado a Abadir.


Coloquei-me ao seu lado. Ela não se moveu.


Minha mão tocou sua bochecha automaticamente. Ela se virou para meu olhar.


- Você está bem? – perguntou Bella, sua voz baixa e contida. Ela parecia tão triste.


Sempre preocupada com coisas desnecessárias.


- Estou bem, amor. Como você está? – Sabia o que ela iria responder.


- Estou bem.


- Alice...? – Bella se antecipou a mim.


- Ele se foi e não tem a menor intenção de voltar, pelo menos não por enquanto. Vou ficar de olho nele. Não se preocupe.


Bella suspirou.


- Bom... agora que tudo acabou, vou voltar a casa e terminar de arrumar tudo. Perdi muito tempo aqui. A festa começará em algumas horas. – anunciou Alice antes de partir com Jasper.


- Vou voltar para liberar Rose. - falou Bella a Emmett.


- Vou voltar também. Alguém terá que explicar o desaparecimento de Abadir para Tanya e Carlisle. Eles não fazem idéia do que acabou de acontecer.


Meus olhos não deixaram o rosto de Bella, mesmo quando falava com Alice. Seus olhos atentos a quem tinha a palavra, mas esporadicamente retornavam aos meus e quando o fazia, ela olhava para baixo rapidamente.


Ela não conseguia nem sequer me olhar.


Senti meu coração rasgar.


O que ela estava pensando agora?


- Vamos? – ofereci minha mão. Ela a pegou, sem me olhar.


Chegamos ao chalé e Rosalie estava na sala, olhando o álbum de fotos de Renesmee.


- Chegaram rápido. – disse ela quando entramos e rapidamente percebeu que algo estava errado. – Está tudo bem?


- Uhum – respondeu Bella sorrindo. Só podia imaginar o esforço que fez para esboçar qualquer resposta positiva. – E aqui, está tudo bem?


Rose sorriu de volta.


- Sim, dormindo profundamente... como sempre.


Segui para o quarto de Nessie, deixando-as as sós para conversar. Imaginei que Bella não queria ficar comigo no momento. Decidi lhe dar um pouco de espaço.


Já passava das três da manhã.


Havíamos perdido muito tempo na campina. Ao menos passaríamos o aniversário de Nessie sem qualquer possibilidade de complicação.


Isso já era algo, certo?


Sentia-me aliviado. A presença de Abadir me incomodava muito tempo. Mas também estava perturbado. Queria tanto saber o que estava passando pela cabeça de Bella.


O rosto de Renesmee era angelical e pacífico. Dessa vez ela não estava sonhando.


Ouvi Rosalie partir e depois mais nada por vários minutos.


Bella suspirou e veio ao meu encontro.


Meus olhos estavam presos a Renesmee, mas todos os meus outros sentidos voltados a Bella.


- Ela está sonhando? – perguntou ela. Uma de suas mãos em minhas costas enquanto ela se inclinava sobre a cama para tocar o rosto de nossa filha.


- Não. Hoje entre todos os outros dias, ela deveria estar sonhando... mas não.


- Talvez uma festa de aniversário não seja um acontecimento tão grande para ela quanto é para nós.


- Ela está ansiosa... principalmente porque Charlie e Jacob estarão aqui...


- Uhum...


- Vamos deixá-la dormir.


Queria conversar com ela. Conversar de verdade.


Seguimos em silêncio para nosso quarto.


Como odiava isso. Odiava Abadir por me colocar nessa situação. Por ter me forçado a agir como um monstro completamente sem controle diante dela.


Ela soltou a minha mão e seguiu até o closet. Sentei-me na cama.


- Vou ter que sair cedinho para pegar o presente de Renesmee. – ela anunciou.


- Temos que pegar o seu também. Já liguei para a concessionária.


Aquilo era ridículo. Estávamos conversando apáticamente, como se estivéssemos nos forçando a ignorar o que aconteceu.


- Oh! – exclamou ela retornando ao quarto, com um vestido nas mãos. – Podemos fazer isso amanhã? Ou qualquer outro dia?


- Claro. – respondi com um suspiro.


Não sei o que ela viu em meu rosto. Mas Bella parou o que estava fazendo e veio se sentar ao meu lado.


Apertei sua mão.


- Sinto muito, Bella. Sinto tanto... mas apenas por ter deixado a situação chegar a esse ponto. Não havia outra coisa a se fazer e não me arrependo de ter feito... - sua testa vincou e parei de falar para questiona-la – O que?


- Sei que não havia mais nada a se fazer, por isso me afastei de você. Não há motivos para se desculpar.


Ela havia se afastado de mim na campina. E eu havia entendido como um sinal de resignação... mas ela parecia tão triste, e por algum motivo, tinha certeza que a culpa era minha.


- Então... o que? Por que você parece tão triste? Pensei que o queria longe...


Não conseguia entender. Sua mente, apesar de linda era também complicada. Ela via tudo por um ângulo diferente.


Seu rosto pareceu ficar ainda mais cheio de tristeza.


- Bella, fala comigo...


Ela balançou a cabeça. Eu esperei que ela organizasse seus pensamentos.


- Sinto que isso nunca vai acabar. – disse ela em uma voz fraca. -Que alguma coisa sempre vai acontecer... e tudo isso, tudo que tem acontecido é por minha causa. Me sinto como se agora tivéssemos que nos sentar e esperar o
próximo problema – que com certeza aparecerá atraído pela minha falta de sorte. Olhe só o que teve que fazer? Por minha causa. É sempre por minha causa! Estou cansada disso e não sei o que fazer para evitar.


Deveria saber melhor. Deveria ter antecipado que ela se sentiria culpada.


Bella estava triste por “ser responsável” pelo que aconteceu.


Absurda.


Deveria lidar com esse tópico com muito cuidado.


- Deixe-me perguntar uma coisa. Você fez ou falou alguma coisa que fizesse Abadir pensar que você estava sendo usada e que nossa vida era uma farsa?


- Claro que não! – respondeu ela com a voz pesada em horror.


Sorri.


- Então não há motivo para se culpar por isso. Ele é louco. Só conseguia ver o que o interessava.


- Mas...


- Estou falando sério, Bella. Pare de se culpar por isso ou por qualquer outra coisa que aconteceu em nosso passado. Não há motivos para se entristecer por isso.


A puxei para meu peito e beijei seu cabelo.


- Prefiro lutar todos os dias por você do que viver sem tê-la. Relaxe, por favor. Ele se foi. Tenho certeza de que nunca mais irá voltar. E se por algum motivo ele resolver fazê-lo, Alice verá...


Por algum motivo acreditava que ele iria voltar...


- Oh... – ela gemeu.


- O que?


- Alice tem tanta coisa para observar. De novo, grande parte por minha causa. Essa família nunca terá paz enquanto...


- Shhh... estamos juntos nisso, Bella, todos nós. Cuidamos um dos outros. Tenho certeza que ela não se importa, pelo contrário, ela fica feliz
em poder ajudar. Todos eles ficam.


Era verdade.


Ela ficou em silêncio por um longo momento.


- Obrigada por aturar minhas neuroses. – ela suspirou me abraçando ainda mais apertado.


- Suas neuroses? Era eu quem estava tendo pequenas crises de ciúmes... apesar de ter motivos de sobra para isso... mas nenhum deles de sua parte. E agora a pouco mesmo eu havia enfiado na minha cabeça que você estava decepcionada comigo...


E ela estava se achando a neurótica.


- Decepcionada com você? Você pensou isso? – perguntou ela se afastando para me olhar.


- Sim. Você tinha me pedido para não entrar em confronto físico...


Não queria mais falar sobre isso.


– Você está vendo como fico confuso quando não sei o que está pensando? – brinquei tentando aliviar a tensão.


Ela riu, mas ainda havia vestígios de tristeza em seu olhar. A abracei, tentando ao máximo prover conforto, imaginando se daria certo.


Ela era teimosa demais.


Não sei quanto tempo ficamos abraçados. Eustava descansando no perfume de sua pele, de seu cabelo.


Era tão bom tê-la a salvo e protegida em meus braços. Especialmente com a recente data trazendo de volta lembranças dolorosas. Há exatamente um ano atrás, quase a perdi.


Tremi ligeiramente.


Não podia pensar nisso hoje. Seria algo tão avesso ao que iríamos comemorar.


- Sei que é uma data complicada para você. – ela jogou a cabeça para trás, passando seus dedos na linha de minha mandíbula. - E sinto muito por isso.


A olhei balançando minha cabeça lentamente em completo descrer. Não foi eu quem estivera a beira da morte a exatamente um ano atrás, não foi eu que tive que lidar com a dor física de um parto humanamente impossível.


Ela era tão absurda.


Não discuti. Não adiantaria nada.


Simplesmente levantei um pouco mais seu queixo e toquei seus lábios delicadamente com os meus.


Ela me beijou de volta, com vontade. Suas mãos em meus cabelos, puxando o meu rosto para o seu.


Respondi com a mesma intensidade, deixando minhas mãos abaixarem até sua cintura, prendendo-a ainda mais a mim.


Exatamente como sempre, fui tomado pela doçura de seu sabor, de seu cheiro.


Não precisávamos de uma cama. Toda a superfície era confortável para nós... mas aquele era mais uma parte de nosso refúgio.


Era incrível que mesmo com uma mente capaz de estar ciente de tudo ao mesmo tempo, perdesse completamente a concentração em momentos como aquele. Agora, ela era o centro de meus pensamentos.
Tinha que lutar para reservar um pequeno pedaço da minha consciência ao fato de
que Nessie estava no quarto ao lado.


Era uma das coisas mais difíceis que já tentei fazer.


Ri contra a pele de seu pescoço.


Era muito difícil, mais era divertido tentar.


Nem sequer sabia que horas eram. Estava ou não estava perto da hora de Renesmee acordar?


Ri novamente. Dessa vez ela me acompanhou.


- O que é tão engraçado? – ela perguntou sem ar.


- Nada.


Fiz o caminho de volta – da clavícula até seus lábios.


Suas mãos deixando traços na pele de minhas costas.


Estava tentando me controlar... bom, não exatamente me controlar, mas provocá-la, quando lentamente comecei a acariciar a pele de sua cintura,
levantando sua blusa. Só um pouco.


Sorri quando percebi que ela reagiu instantaneamente, apertando ainda mais a mão em meus cabelos.


Seus lábios deixando um traço ardente na pele de meu pescoço.


Ambos estávamos hiperventilando... por assim dizer.


Para minha completa loucura, senti seus dentes delicadamente pressionarem a base lateral de meu pescoço.


Minha resolução – de provocá-la – se perdeu imediatamente.


Eu não exercia mais nenhum controle sobre minhas ações.








O sol entrava pela porta que dava para nosso jardim, aquecendo ainda mais nossa pele – que apenas alguns minutos atrás estavam em chamas.


Ouvimos Nessie se mexer na cama.


- Ela está acordando? – perguntou Bella.


- Aham.


Ela se levantou e me puxou junto.


- Vista-se. Quero estar ao seu lado quando ela acordar.


Sorri ao ver o tamanho de sua excitação. Era algo novo, Bella feliz com alguma data comemorativa, mas também era o primeiro ano de vida
de Nessie.


Compreensível mais ainda era diferente.


A imagem me agradou.


Um pouco mais tarde, após ser extremamente paparicada por Bella – tenho que admitir que por mim também. – Renesmee começou a perguntar por Charlie. Ela estava mais ansiosa em vê-lo do que qualquer outra pessoa.


Provavelmente porque havia algum tempo que ele não nos visitava. Nós que estávamos sempre em sua casa.


- Ele vai estar aqui mais tarde. – Bella a acalmou enquanto escovava seus cabelos. Eu estava sentado ao lado delas.


Renesmee suspirou. Ela estava nervosa.


- Você vai ganhar vários presentes hoje, não há motivos para ficar nervosa. – disse. Ela sorriu e começou a pensar nas possibilidades.


Jacob chegou mais cedo que de costume.


- Jacob está aqui. – anunciei, incapaz de me sentir incomodado... pelo menos hoje.


Renesmee começou a quicar no colo de Bella.


- Pode ficar quieta? – pediu Bella rindo.


- Eu quero meu presente. Pode pentear mais rápido?


- Ok, ok. Terminei.


Ela pulou e correu em direção a porta de entrada.


Bella revirou os olhos e riu. A seguimos.


Ela já estava no colo de Jacob com uma caixa enorme nas mãos.


- Ow! O presente é grande. - comentou Bella enquanto nos aproximavamos.


- Uhum, é pesada também. – disse Nessie.


- Interessante. – disse a Jacob assim que “vi” o que era.


Uma grande coleção de livros com todas as lendas Quileutes. Com notas de rodapé, feitas por ele mesmo.


... pensei que não iria gostar se eu deixasse da forma que estava. Quileutes e vampiros tem um passado meio que sombrio. – Pensou ele.


- O que é? – perguntou Renesmee a mim.


- Não, não. Você vai descobrir mais tarde quando abrir. – respondi sorrindo.


Alice fez questão de ditar as regras para Nessie. Nada de abrir os presentes antes da hora estipulada.


Ela fez bico, pulou do colo de Jacob e seguiu para seu quarto, pronta para iniciar a pilha de caixas que receberia hoje.


- Tenho que ir a cidade... – falou Bella.


- Por que? – perguntou Renesmee resurgindo de dentro do chalé.


- Para pegar seu presente, encomendei tem um tempinho.


- Mas eu não quero que você vá. – reclamou ela.


- Eu posso ir para você. – ofereci.


- Não! Não quero que vá também.


- Eu não vou demorar meu amor. Quer ficar sem ganhar o meu presente?


Ela pensou por uns segundos. Sua testa franziu.


Tive que segurar uma risada. Ela ela fazia questão de ficar conosco o dia todo... até Charlie chegar. Além disso, estava analisando como seria uma festa sem um dos principais presentes.


- Tudo bem. - enfim disse ela, conformada.


- Não vou demorar. Prometo.


Bella beijou sua bochecha e se virou para mim.


- A comitiva deve chegar a qualquer momento. – murmumou Bella, referindo-se a Alice e a Rose. – Devo estar de volta em menos de uma hora.


Renesmee grunhiu.


- Vamos ficar aqui... esperando. – toquei seus lábios rapidamente e ela se foi.


Um pouco mais de uma hora, foi o tempo que levou para Bella retornar. Renesmee estava pronta, sua festa começaria em menos de uma hora. Nosso pequeno chalé estava abarrotado de gente.



Kate e Garret estavam de volta, assim como Carmen e Eleazar. Eles mal podiam acreditar na forma como Abadir partiu. Ninguém havia previsto que ele pudesse se comportar de tal forma.


- Tenho que admitir, sempre o achei estranho, mas nunca imaginei que ele seria capaz de tudo isso. Abadir sempre me pareceu tão educado. – comentou Carmen enquanto seguíamos para a casa principal.


- Ele surpreendeu a todos nós, até mesmo Edward que via algo nele não conseguiu prever suas reais intenções. – falou Alice.


Garret pareceu ainda mais chocado. Ele havia ficado próximo de Abadir, mas em um piscar de olhos já havia deixado o assunto para trás. Seguindo em frente, foi o que ele pensou.


- Nunca mais receberemos visitantes da mesma maneira. – falou Rosalie rindo.


Ela achava a situação engraçada. Agora.


Bella ficou em silêncio durante todo o nosso curto trajeto.


Quando nos aproximamos da pequena campina que cercava a varanda de entrada da casa, Alice pulou na frente de todos.


- Ok... Somente alguns viram como ficou tudo. Tanya e Esme me ajudaram a arrumar... pode ser que pareça um pouco exagerado, mas lembrem-se que se trata de uma festa infantil. – seu pequeno discurso era voltado unicamente para Bella, o que era bastante engraçado.


- Vamos entrar. – convidou Renesmee.


Alice riu. O som ecoou entre as árvores.


- Vamos. – concordou ela.








Um momento especial


Bella





Parecia um lugar completamente diferente.


Nada, absolutamente nada na sala principal parecia remotamente familiar.


Sempre soube que ela poderia exagerar. Afinal ela era Alice.


Mas isso... isso fazia a festa de formatura do ano passado parecer um simples jantar.


- Wow!!! – exclamou Renesmee.


Tudo era rosa. Desde as cortinas até o tapete.


Senti-me dentro do castelo da Barbie – não que eu tenha entrado em um.


Havia inclusive dois carros – branco e rosa – miniaturas no centro da sala.


O bolo era de três andares, também branco e rosa com o nome da Renesmee escrito em cobertura.


Até o piano de Edward havia sido substituído por um baby grand piano branco.


Todos os lados que se olhava, havia diversas flores... rosas.


Jurava que meus olhos poderiam começar a doer a qualquer momento.


Estava feliz em ter convencido Alice a comemorar apenas o aniversário de Nessie e não o meu. Meu humor azedou apenas um pouquinho com a lembrança do meu aniversário de 18 anos. Tudo era rosa também, só que em um tom mais sóbrio.


- Então... o que achou? – perguntou Alice em meu ouvido. Ela estava quicando de empolgação.


- É... muito rosa. – então olhei para Renesmee, ela estava radiante, dando a volta pela sala, passando as mãozinhas em tudo que alcançava. – Mas ficou lindo.


Alice riu e correu até a cozinha.


O lugar cheirava a comida. Só podia imaginar a tonelada que seria servida com a casa cheia de lobos famintos.


Pouco tempo depois os convidados começaram a chegar e o lugar a ficar cheio de amigos.


Renesmee não havia se interessado pelos carros que estavam bem no meio da sala até Claire chegar.


Foi muito interessante vê-la interagindo com outra criança.


Quando Charlie apareceu, sua atenção – que estava dividida entre TODOS os convidados – se voltou apenas a ele.


Ela tirou fotos com todos. Centenas de fotos.


Paramos para olhá-la quando começou a dançar. Ela não parecia nem um pouco comigo quando fazia. Renesmee era uma dançarina nata, elegante como uma bailarina, isso quando não começava a imitar as besteiras
que Jacob a ensinava. Essa parte não era nada elegante e sim engraçada.


Presentes não faltaram – e todos eram coisas não necessariamente apropriadas para uma criança de um ano ou cinco.


Livros de poesia, brincos e colares valiosos e artesanais. Somente Charlie a presenteou com uma boneca. Que a propósito, ela adorou.


Edward havia comprado para ela uma presília de cabelo cravada em diamantes. Era a coisinha mais delicada que ela já havia ganhado.


Nessie estava mais do que animada quando chegou a vez de abrir o meu.


- Oh – ela ofegou. – Lindo.


Era uma versão pequena do broche que Edward e ela haviam me dado a uns meses atrás.


Ela sempre me perguntava quando iria usar novamente – a primeira vez foi em minha segunda cerimônia de casamento.


- Podemos usar juntas. – sugeriu ela animada.


- Essa é a idéia. – respondi.


Tudo estava correndo perfeitamente bem. Já estávamos no final da tarde e ninguém parecia querer ir embora.


Edward e eu sempre andando entre os convidados discretamente e juntos.


Toda a atenção deveria ser voltada a Nessie. Mas em um determinado momento, o principal assunto passou a ser nós dois.


- Nem em um milhão de anos eu poderia imaginar que Edward fosse capaz de engravidar uma humana. – comentou Emmett... entre gargalhadas, claro.


Deveria ter imaginado que o assunto surgiria em algum momento.


- Emmett. – repreendeu Esme.


- O que? É verdade. Tenho certeza que ninguém aqui achou que isso fosse acontecer.


- Nem sequer sabíamos que era possível. Então... não, ninguém imaginou. – respondeu Carlisle.


Todos foram atraídos pelo assunto. Cada um com um comentário a fazer. Emmett sempre era o mais indiscreto e quem fazia todos rirem. E durante vários minutos esse foi o assunto principal.


Parabéns foi cantado, o bolo cortado e devorado – Nessie não queria comer, mas deu uma pequena mordida para Alice poder fotografá-la.


Era tarde, e ela começou a bocejar. Essa foi a deixa para todos perceberem que estava na hora de encerrar.


Ela não queria ir embora enquanto alguém ainda estivesse na festa.


- Grande festa, Nessie. – comentou Seth ao se despedir de nós. Então ele se virou para mim. – Tenho a impressão de que não vai demorar muito para nós nos tornarmos irmãos por meios oficiais. – comentou ele gesticulando com a cabeça para Charlie e Sue no canto esquerdo da sala.


Suspirei e sorri em resposta.


Eu já havia pensado nisso... seria bom para Charlie.


Leah apenas acenou para Nessie ao sair pela porta. Ela nunca se aproximava de mim ou de qualquer outro vampiro, mesmo depois de tanto tempo.


Charlie pegou minha pequena no colo e a abraçou forte desejando mais uma vez “feliz aniversário”.


Eu prometi levá-la ainda essa semana para vê-lo.


A casa começou a ficar vazia e Renesmee se virou para Edward, que abriu os braços para pega-la. Ela estava com sono.


Jacob havia passado a festa toda com os olhos pregados nela, mas dando-a espaço para se divertir com todos.


Foi muito gentil da parte dele. Eu acho.


O principal objetivo da festa foi alcançado. Renesmee estava exausta mais com um sorriso soldado no rosto. Se não fosse pelo sono, tenho certeza que ela continuaria com muito prazer durante toda a noite.


Eu estava mentalmente exausta. Tanta coisa havia acontecido em apenas um dia. Tantas coisas opostas.


Todos se foram, inclusive os Denalis - para caçar pela região antes de partirem.


O lugar estava uma bagunça. Esme e Rose negaram minha ajuda, argumentando que eu já havia feito muito por elas.


Não as escutei e coloquei a mão na massa. Literalmente. Havia bolo por toda a parte.


Enquanto dançávamos entre a sala e a cozinha, Edward estava tocando suavemente para nós, com Nessie dormindo em seu colo.


- Oh! – exclamou Alice enquanto juntava as embalagens de presente.


A música cessou e Edward a olhou.


Observei os dois cuidadosamente.


Algo estava para acontecer. Não parecia nada ruim, suas expressões eram apenas surpresas.


Esperei para que os olhos de Alice ganhassem foco novamente.


- O que foi agora?


- Renée está vindo para Forks. E desta vez é pra valer. Ela decidiu que esperaria você retornar de sua “viajem” por aqui.


Renée acreditava que estava viajando com Edward. Essa foi a desculpa inventada por nós para adiar sua visita.


Eu deveria saber que ela faria algo do tipo. Renée sempre foi tão errática.


Suspirei.


- Ela está arrumando as malas. – completou Edward.


- Ótimo. – resmunguei parando de vez o que estava fazendo.


Mais essa. Eu deveria ter esperado por isso.


- O que te disse sobre minha falta de sorte? – falei para Edward, relembrando a conversa que tivemos durante a madrugada.


- Isso dificilmente pode ser considerado falta de sorte, Bella. – ele respondeu gentilmente.


Eu era uma vampira, fisicamente diferente da Bella que ela conhecia. Então... sim, eu poderia considerar sua visita “surpresa” falta de sorte.


- Onde ela pretende ficar? – perguntei. Forks não tinha nenhum hotel, pelo menos nenhum decente.


- Port-Angeles. Mais ela virá aqui... depois de amanhã. - Vai dar certo. Vou providenciar tudo que precisará como lentes de contato e mais algumas coisinhas, como garantir que ela apenas se encontre com você e Edward. Como conversamos, serámelhor que ela não observe, pelo menos não agora, nossas semelhanças. Ela pode pensar em algumas, mas não estaremos por perto para que ela possa confirmar. – Alice me assegurou e virou-se para Esme. – Ela ligará amanhã.


- Podemos pensar em alguma desculpa para não estar aqui. Vocês podem usar a casa. – sugeriu Rosalie.


- Aham. – foi só o que disse.


Eles pareciam animados ao invés de desesperados.


Como já havia causado drama demais, decidi deixar que eles ditassem as regras agora. Todos faziam parecer que seria fácil vê-la depois de tanto tempo.


Tinha certeza que essa parte seria natural.


O que me preocupava, era como Renée iria reagir ao me ver.


Mais pálida e fria que antes. Muito mais fria.


E eu havia acabado de pensar em como estava exausta.


Não iria conseguir descansar... tenho dois dias para pensar nos pequenos detalhes de nosso encontro.


Sorri ao perceber que muito em breve veria minha mãe. E Edward estava certo... ela poderia fazer parte de minha vida... esporadicamente.

3 comentários:

Não sei pq mas acho que esse Abadir vai voltar.
O reencontro de Bella com sua mãe vai ser muito interessante. Estou adorando, essa história esta ficando cada vez melhor.
Bjs

QUE MARAVILHA!AMEI A SUA FIC.VC É EXELLENTE!ESTOU SUPER CURIOSA.Q TALENTO.Q CRIATIVIDADE!
POR FAVOR Ñ PARE.TÁ ÓTIMO.
VC PRETENDE IMPRIMIR?OU VENDER SÓ PARA OS FÃS DA SUA FIC?
ESTOU NA FILA,EM? HAHAHAHAHAHAHA!!!
UM GRANDE ABRAÇO
BJS

Que mega lindoo!pra mim o aniversário seria mais bonito se fosse todo azul-hehehehehehehehehe brinks.Parabéns
Beijos

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