21 de fev. de 2011

Posted by sandry costa On 2/21/2011 3 comments


Anjo ou demônio
Miley


Meu coração deu um salto quando ouvi Leon me chamando, olhei desesperada pra Clara sem saber o que fazer.
         _E agora? – Perguntei e ela me olhou sem saber o que dizer.
         _Ly? – Leon nos alcançou. _Oi, está tudo ok? Você sumiu ontem. – Leon se inclinou e me deu um selinho. E mesmo com toda a ansiedade e medo não teve como não deixar de sentir meu coração estrondar no peito. Deu um sorriso amarelo.
         - Desculpe Leon, foi minha culpa. – Clara falou. – Eu resolvi ir embora mais cedo e a Ly não quis me deixar ir sozinho. – Lancei um olhar de gratidão a minha irmã querida.
         - Ok, eu só queria apresentar vocês aos meus pais. – Leon falou e continuou falando com a Clara. – É estranho, mas eu já gosto tanto de você. Deve ser por você ser irmã da Ly. – Leon passou a mão por minha cintura e eu pude ver os olhos da Clara se arregalar minimamente.
         - É. – Ela falou automaticamente e eu também concordei.
         Mudei de assunto e logo estávamos sorrindo, a Clara e ele se deram bem de cara e eu sabia que ela estava começando a gostar dele, se não como um irmão, já como um amigo.

***

         Os dias se passavam rápidos, todos os dias víamos o Leon e ficávamos conversamos, fizemos vários programas junto, mas evitando sempre conhecer os pais dele. A cada dia eu estava mais apaixonada por ele e a cada dia a amizade entre ele e a Clara crescia mais.
         - O que foi Mané? – Clara perguntou abraçando ele pelo pescoço. Leon estava cabisbaixo, coisa anormal para ele.
         - Nada não. – Ele tentou sorrir, mas seu sorriso não alcançou seus olhos.
         - Amor. – Falei o abraçando e me assuntei quando ele me apertou, tão forte que se eu fosse humana poderia ter me machucado. Nós ficamos nessa posição por um bom tempo, sem que ninguém falasse, até que Leon falou, em um sussurro.
         - Hoje é um dia triste para nossa família. – Ele nos olhou nos olhos, decidindo falar, percebi que a Clara ficou desconfortável, mas não sabia por que, porem como ela já estava diferente desde quando eu acordei, deixei pra lá, até Leon falar suas próximas palavras. – Meu pai foi casado antes dele conhecer a minha mãe, e hoje faz 20 anos que a mulher dele morreu e sua filha desapareceu. – Eu olhei para Clara que olhava para olhava para longe, então era isso. Leon continuou falando. – Apesar de todos darem a minha irmã como morta meu pai não aceita isso, ele acha que ela ainda pode estar viva.
         - Vou indo nessa pessoal, te vejo depois Ly. – Clara se apressou em sair, em sua mente ela acrescentou. “não se preocupe que não irei pra casa, te esperarei na campina próxima ao lago.” Meus pais não sabiam do meu namoro com o Leon, e acho que eles não iram gostar quando souberem. Concordei com a cabeça de forma que o Leon não percebesse. Quando a Clara saiu ele prosseguiu, como se não tivesse sido interrompido.
         - Normalmente este é um dia triste em minha casa, eu sempre quis conhecer minha irmã e meu pai... – Leon engasgou com suas lagrimas. – Meu pai sofre mais que todos. – Eu não sabia o que fazer, ou o que dizer, então somente o abracei.

Clara


         Este era sempre um dia triste para mim, e quando ouvi as palavras de Leon achei que não fosse ser capaz de disfarçar, por sorte ele estava tão envolvido em sua dor que não notou. Corri pela floresta lembrando-me de tudo que havia acontecido quando eu era pequena. Quando não consegui mais correr, encostei-me em uma arvore e me curvei sobre meu corpo, sobre minha dor. Senti meus músculos se contraírem e fiquei nessa posição por um bom tempo. Saber que ele sofria tanto fez com que eu me sentisse horrível por tê-lo deixado.
         - Clara. – Ly falou tocando meu ombro, porem eu não sai da minha posição, senti seus braços me envolverem e ela sussurrar palavras carinhosas em meu ouvido. Passei toda à tarde no meu quarto não respondendo quando alguém da minha família chamava. Ao anoitecer uma chuva forte caiu sobre Florença, era como se os céus lamentasse esse dia, tanto quanto eu. Quando a noite já estava escura eu sai e fui até o cemitério da cidade.
         Sentei-me na catacumba da minha mãe e acariciei a foto dela que estava na lapide. Meus olhos arranharam por falta das lagrimas, as palavras ficaram presas em minha garganta, eu queria dizer o quanto eu a amava, e que sentia a falta dela.
         - Quem esta ai? – Uma voz familiar perguntou se aproximando, em um reflexo me escondi rapidamente. Ele olhou de um lado para o outro e abanou a cabeça. Meu pai se sentou onde eu estava sentada, colocou um arranjo de tulipas brancas, ele sussurrou palavras de carinho e chorou copiosamente. Meu peito apertou, eu queria poder abraçá-lo, diminuir um pouco a sua dor, mas isso era impensável. Arrastei-me pela floresta até nossa casa, quando cheguei La senti os braços frio do meu pai de criação em envolver, ele não disse nada, só ficamos ali em um abraço mudo e cheio de amor e carinho.


4 meses depois


         Ly e eu éramos inseparáveis desde pequenas, ela era a irmã perfeita e eu nunca senti falta de outro irmão, mas esses últimos meses convivendo com o Leon me fez perceber que eu queria ter o conhecido melhor, ter convivido com ele, como irmão. Tornamos-nos amigos e percebemos varias coisas em comum, como a natureza.
         - Acorda branquela. – Leon falou balançando a mão na minha frente. Estávamos nós três em uma parte da floresta, tínhamos trago comidas e estávamos fazendo um piquenique.
         - Oiee. – Falei fingindo me zangar e ele gargalhou.
         O dia passou rápido e já estávamos quase na hora de ir embora quando o Leon pisou em cima de um vidro e fez um corte fundo.
         - Merda. – Ele xingou ficando nervoso. Olhei pra Ly, mas ela assim como eu não se importou com o sangue dele. Corri até a toalha e rasguei um pedaço pra parar o sangramento. Quando cheguei onde eles estavam Ly o estava encarando petrificada.
         - O que... – A pergunta morreu em meus lábios quando eu vi o pé do Leon, onde há alguns instantes atrás tinha um corte fundo, agora só tinha sangue e o machucado estava curado. – Como? – Ele nos olhou temeroso e abaixou a cabeça.
         - Eu não sei como isso é possível... Desde pequeno eu me recupero facilmente quando me machuco. – Vi nos olhos da Ly as mesmas duvidas que as minhas. Será possível que ele é especial, ou só predisposto a um grande dom, se fosse transformado. – Vocês devem estar pensando que eu sou uma aberração...
         - Você não é. – Falei o abraçando. Eu cheguei a pensar em contar a verdade pra ele, mas no final me calei. Voltamos pra cidade, o Leon e a Ly ficaram na praça namorando e eu voltei pra casa. 
         Enquanto corria pra casa novamente veio àquela sensação estranha, como se algo muito ruim fosse acontecer. Meu pai estava sentado do lado de fora da nossa casa e eu me aproximei dele.
         - Fazendo o que aqui fora? – Ele ergueu a cabeça e sorriu. Um sorriso triste que não alcançou os seus olhos.
         - Somente pensando querida. Onde está a Ly?
         - Com o Leon.
         - Eu não gosto dela com ele.
         - Por que? Ele é legal e a Ly ama ele.
         - Sim, sim. – Papai voltou a ficar serio.
         - Qual o problema? – Me sentei ao seu lado e acariciei os seus cabelos.
         - Um mal pressentimento. – Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo.
         - Você também? – Meu pai olhou fundo nos meus olhos e pediu.
         - Querida. Se acontecer alguma coisa a sua mãe e a mim, preciso que me prometa cuidar da sua irmã.
         - Não vai acontecer nada papai.
         - Promete?
         - Prometo. – Respondi o abraçando. Depois de um tempo subi pro meu quarto e me deitei em minha cama. Algo muito ruim se aproximava de nós e meu pai também já sentia.
         Já passava das dez horas da noite quando a Ly chegou, ela estava alegre e sorridente. Tanto papai quanto eu disfarçamos nossos pressentimentos.
        

***

         Não se passaram nem uma semana, Ly havia saído com o Leon pra passear, mamãe estava dentro de casa e papai e eu estávamos treinando. De repente ele paralisou e olhou para mim atordoado.
         - O que foi?
         - Os Volturi. – O pavor estava implícito na voz do meu pai. Eu sabia o quanto tanto ele quanto a mamãe odiavam e temiam a realeza vampiresca. Meu pai me puxou para dentro de casa e logo mamãe estava na sala.
         - O que vamos fazer? – Ela perguntou. O olhar do meu pai beirava a loucura. Ele nos levou pros fundos da nossa casa e em alguns segundos eles apareceram na nossa frente.
         Na frente vinham dois vampiros, um alto e muito forte, outro baixo e magro, mas sua aparência não me enganou. Logo atrás vinha um vampiro com o cabelo longo e preto e atrás dele vários outros vampiros.
         - Clarinha. – Papai falou baixo, baixo o suficiente pra somente ele, mamãe e eu ouvirmos. – Quando eu mandar você corre.
         - O... – Ele me silenciou com o olhar.
         - Aro. – Ele disse com a voz alta e clara. – O que o trás por aqui?
         - Bela família a sua. – O homem com os cabelos pretos respondeu, ignorando a pergunta do meu pai. O homem deu um passo à frente e meu pai um passo atrás. Neste momento a Ly chegou do nosso lado.
         - O que esta acontecendo. – Meus pais a olharam assustados, com certeza eles preferiam que ela não chegasse ali naquele momento, e eu também não.
         - Vai. – Papai gritou.
Quando ouvi meu pai gritar senti um nó se formar em minha garganta, como eu poderia largar minha família?
-Cuida da Ly. - Minha mãe pediu, reforçando o pedido do meu pai, há alguns dias atrás. vi quando vários vampiros entraram em minha visão periférica, outros que eu não tinha visto ainda. E foi o suficiente, mesmo sentindo por deixá-los ali, peguei a mão da Ly e corri. As arvores passavam como borrões dos nossos lados, eu podia ouvi os soluços da Ly enquanto ela corria, e sabia que ela também ouvia meus soluços sem lagrimas.
Não sabia ao certo quanto tínhamos corrido quando senti o cheiro doce característico dos vampiros.
-Ly espera. - Sussurrei tão baixo quanto o vento. Ela me olhou assustada. Olhamos em volta procurando de onde vinha o cheiro, não demorou muito e ouvimos passos, eram mais de cinco vampiros, não tinha como fugirmos juntos.
-Vamos ter que nos separar.
-Não. - Ela gemeu com os olhos arregalados.
-Será o único jeito de conseguirmos. - Ela afirmou com a cabeça e nos abraçamos, era doloroso me separar dela, muito mais que dos nossos pais. Esperei ela distanciar e fiz a única coisa que poderia para deixá-la segura. Propositalmente passei meus pés pelas folhas secas do chão, e pude ouvir todos os passos se virando para o meu lado, esperei mais um pouco e comecei a correr certa de que todos estavam atrás de mim. Os passos foram ficando longe, eu era a mais rápida da minha família. Senti um baque surdo no meu peito que me fez parar, olhei para os lados procurando o autor de tal ousadia, os meus instintos me preveniam que eu estava em perigo. Então na minha frente apareceu o ser mais lindo que eu já tinha visto, ele não era vampiro disso eu tinha certeza. Ele tinha o cabelo liso, e bagunçado, seu rosto branco, não era pálido como os vampiros e eu podia ouvir o bater do seu coração, coisa impossível para nós vampiros, os olhos azuis como o oceano eram inexpressíveis. Senti ao mesmo tempo euforia e um medo enorme, sua beleza era incomparável, ele parecia um anjo.
Ele estava com uma blusa preta e uma calça branca contrastando, e mesmo eu não sendo disso me imaginei tocando seus lábios rosado. Inicialmente eu não vi o que estava acontecendo e quando olhei atentamente o vi se aproximando, sua velocidade excedia a de minha raça, e me custou uma grande concentração para ver seu movimento. Somente quando ele estava a menos de dois metros de mim, pude ver seu olhar e perceber o que ele iria fazer, automaticamente estiquei meu punho fechado, tentando interceptar o seu ataque, com uma agilidade sobre-humana ele fez um giro de noventa graus e acertou o meio do meu braço esticado, ouvi o som metálico do meu braço sendo quebrado e senti uma dor nunca sentida antes na minha vida. Meus olhos arderam pelas lagrimas que não saíram, e um grito alto escapou pela minha boca. Ao olhar para o meu braço eu notei que ele estava em um ângulo estranho, antes mesmo que eu retomasse o controle do meu corpo, senti mais dois ataques simultâneos, seu joelho se chocou em meu baixo ventre, me jogando pro ar, e seu outro punho atingiu meu queijo, o senti estraçalhar, e uma poeira brilhante voar, tentei mover minha boca, mas percebi que não conseguiria fazer isso por um tempo.
Meu corpo curvou instintivamente e eu me senti zonza, algo pouco comum pra um vampiro, imagino eu. Se continuasse assim não precisariam queimar meu corpo, eu me desintegraria. Tentei recuar e correr porem um chute forte atingiu minha perna e a senti quebrar em varias partes, me fazendo cair, me apoiei no meu braço que estava bom e me ergui lentamente, olhei para ele, ele continuava com aquele mesmo olhar vazio, e o semblante de anjo, porem ele era um anjo ou um demônio?
_O que você quer de mim? - Tentei manter minha voz firme, porem ela quebrou no meio da frase, ele me olhou com ódio no olhar. _Nós não fizemos nada, deixa a minha família e eu em paz.
_Família? - Ele pronunciou a palavra com muito sarcasmo na voz. _Desde quando monstros têm família? – Nesse instante a ultima pessoa que eu poderia imaginar entrou na floresta, gritando meu nome.
- Clarinha.            


3 comentários:

Nossa eu parei com o
capitulo ta perfeito!!
por favor posta logo o outro
ja to morrendo de curiosidade.
adoro a fic. bjss Rebeka.

wowo, eu senti falta da fic
mas valeu a pena
adorei o cap
parabéns
Beeijos

WOW!!!!!!!!!!!!!!!!!!
lindo igual um anjo?
o q é q ele é? ai fiquei com meu coração tão apertado de ver eles sofrerem.
e coitada da Clara e da Miley
beijosss e parabens

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