18 de mar. de 2011

Capitulo 1

Posted by sandry costa On 3/18/2011 1 comment


P.O.V – Alec Volturi

Acordei atordoado, esfreguei meus olhos com força. Mais um daqueles terríveis pesadelos. Levantei-me, indo em direção ao espelho pendurado em meu banheiro.
Grossos círculos arroxeados circulavam meus olhos. Suspirei encarando os olhos verdes escurecidos. Estavam como duas esmeraldas sujas plantadas no rosto juvenil de dezesseis anos.
Passei minha mão por meus cabelos castanhos, bagunçando-os. E joguei um borrifo de água gelada em meu rosto, para mim, não estava nem um pouco gelada, talvez para um humano estivesse.
-Alec... – ouvi uma voz cantarolando meu nome. Pelo reflexo do espelho vi a imagem da minha pequena e angelical irmã deitada na minha cama. – Noite ruim? – riu olhando em minha direção.
Ela brincava com fiapos que desprendiam das almofadas de cetim. Parecia que filetes de ar gelado escapavam de seus olhos azuis.
Diferente de mim, Jane parecia uma menininha de quinze anos. Possuía curvas amenas, e corpo pequeno. Seus longos cabelos dourados caiam retos e compridos, selando suas costas, e seus olhos azuis, me lembravam pedras de gelo.
Ela era totalmente meu oposto, tanto em aparência, quanto em dom, e na maior parte das vezes, em personalidade.
-Como todas as outras terríveis noites que compõe a pós-vida agonizante de um vampiro... – falei cético. Eu não tinha tanta certeza de ser o único a passar noites mal-dormidas.
-A minha noite foi ótima. – ela debochou.
Revirei os olhos e fechei a porta do banheiro. Liguei o chuveiro e entrei de baixo da água refrescante. Continuei a ouvir o que Jane fazia, ela como sempre, mexia em minhas coisas.
Sai do banheiro enrolado em uma toalha, peguei minhas roupas e voltei para o banheiro.
-Não precisa ter vergonha de mim Alec... – Jane riu. – Sou sua irmã, não tem nada ai que eu não tenha visto já... – usou seu jeito cético e sarcástico.
-Isso é incesto, Jane. – sai do banheiro com os cabelos molhados, e já vestido. Ela me encarou, estava sentada em uma poltrona que dava vista para o jardim interno. Observava o sol nascer.
-Não estou pedindo para dormir comigo. – ela revirou os olhos. – Estou apenas pedindo para voltar a me tratar como sua irmã! Não como uma amiga que você conheceu no meio da rua! – reclamou. Segurou os braços ta poltrona com tanta força, que fez buracos no lugar onde seu dedos estavam.
Olhei para ela cansado, e de relance, vi seus olhos adquirirem aquele tom carmim, que só assumimos quando estamos caçando, ou ameaçados. O vermelho preencheu todo o espaço azul, deixando-os com um leve tom avioletado.
-Jane... – eu sussurrei, me sentia exausto. A noite me fizera um mal terrível, nunca me senti tão esgotado em anos.
-Ah, já sei qual a culpada de tudo isso. É Corin não é? – Jane gritou se levantando da poltrona. Começou a rodar por meu quarto. Aquele ciúme incontrolável que ela tinha estava me deixando irritado. – Eu vou torturá-la tanto, mais tanto, que ela vai começar a sangrar a própria refeição!
-Jane... Jane! – eu segurei seus ombros, forçando-a a me olhar. – A culpa não é de Corin ok? Ela não fez nada... Estou apenas com alguma coisa que vampiros velhos de mais tem, ou sei lá, daqui a pouco passara... Quem sabe eu vá em Clarisse mais tarde.
-Doença que vampiros velhos de mais tem? – ela riu. – Se fosse assim, Aro já teria se desintegrado há muito tempo há muito tempo... – balançou a cabeça descrente.
-Eu ficarei bem Jane, só preciso de um tempo só.
-Mais do que já tem? – aquelas cinco palavras feriram o meu ego, porque eu sabia mais do que tudo, que era a pura verdade.
Relaxei a pressão em seus ombros, e abaixei os olhos. Percebendo minha mudança de estado, ela segurou meu rosto, espalmando suas mãos em cada lado de minha face.
-Desculpe se te magoei Alec... Sinto muito. Não quis entristecê-lo... – ela sussurrou perto do meu rosto e me abraçou com carinho. – Estamos juntos, meu irmão, sempre.
Concordei, e passei a mão pelo cabelo dela.
-Não se atrase para o almoço... Quem sabe uma boa refeição faça você se sentir melhor? – ela se desvencilhou de meu aperto e olhou em meus olhos. Nada vermelho faiscava neles, havia apenas o profundo azul claro.
-Ah... – ela disse como se lembrando de dizer algo. – Teremos visitas em breve... – falou de um jeito sombrio.
-Quem? – franzi as sobrancelhas.
-As sucumbos. – sussurrou me dando as costas, e partindo.

Depois que ela saiu do meu quarto, me recostei na batente da janela, e fiquei parado observando o sol nascer lento e silencioso. Não tão belo quanto a lua, mas tão bom companheiro quanto.
Ouvi passos no corredor, e antes mesmo que ele chegasse à porta, já havia respondido.
-Pode entrar Marcus... – suspirei cruzando os braços, sem olhar para ele.
-Qual o problema meu menino? – odiava quando ele me fazia de paradoxo com uma criança, mesmo em aparência, eu já seria considerado adulto pelos humanos, e um ancião para os vampiros. – Jane esta preocupada.
-Não é nada Marcus, apenas a minha solidão sóbria e infeliz.
-Mas você tem Corin. – ele disse de modo simplório.
-Quero uma parceira, não uma amante. – falei irritado.
-Encontrara alguém Alec.
-Como? Eu já vivi dezenas de séculos, e ninguém nunca surgiu, porque só agora à de aparecer? – remexi em um botão de prata de meu paletó.
-O mundo é um grande mistério Alec, nunca se sabe o que pode acontecer ao cruzar a próxima esquina. – ele riu sem humor algum. E naquele momento, acabei por me lembrar que Marcus era tão só quanto eu.
-Esta a ficar louco.
-Não desista Alec, sei que um dia vai tomar o caminho certo. – ele se preparou para sair, mas deu meia-volta, apenas para completar a frase. – Nunca se esqueça Alec, nem tudo chega pronto para nos.
-O que quer dizer com isso? – franzi as sobrancelhas.
-Que talvez, um diamante chegue bruto em suas mãos, e seja necessário lapidá-lo. Você o jogaria fora apenas por estar sujo? – me encarou com seus olhos desumanamente negros.
-Claro que não... Mas não entendo o que tem a ver com meu problema. – reclamei.
-Ira entender... Ira entender. – se virou para sair fazendo eco com suas próprias palavras, mas o parei antes que o fizesse.
-O que as sucumbo querem?
-Vieram atrás da princesa delas. – respondeu breve.
-Princesa?
-Uma humana ainda em processo de transformação, que provavelmente virara uma delas em breve. Estão receosas que alguma criatura tente machucá-la, em função da guerra. Mas ainda estão na America...
-Foi declarada?
-Já esta em andamento. Elas estão à procura do máximo de sucumbo que ainda vivem aqui para levá-las ate o outro mundo e treiná-las.
-Elas irão participar da guerra?
-Disseram que não se intrometem em relações desse mundo, mas que não quererem suas filhas prejudicadas.
-Porque Aro dará hospedagem a elas? – rosnei irritado.
-Nunca é bom ter a inimizade de uma sucumbo, elas podem ser inimigas perigosas e letais... – se aproximou de mim, e vendo minha posição retesada tentou me acalmar. – Não se preocupe Alec, ela não virá.
Saiu do quarto antes que eu pudesse dar segmento à conversa, me deixando novamente só.
Levei meus dedos ao ponto de ligação entre a testa e o nariz, e apertei entre o polegar e o indicador, como se sentisse dor de cabeça.
Cada dia a minha morte ficava mais confusa...

1 comentários:

Oi esta legal seu fic, mas o que é sucumbos?

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