Perda
Clara
Leon correu até mim e me apoiou em seus
braços, encarando o homem a minha frente. Um desespero enorme me invadiu. Eu
não sabia o que fazer, eu só sabia que não poderia deixá-lo morrer. O joguei em
minhas costas e corri, corri o mais rápido que eu já corri em toda a minha
vida, eu ouvia os passos dele sempre perto. Ele estava somente nos seguindo,
pois se quisesse ele teria nos alcançado. Forcei-me a correr ainda mais rápido,
mesmo meus ossos ainda estando quebrados e então vi que estávamos sozinhos.
- O que... O que...
- Agora não. Eu prometo explicar
tudo... Um dia. Agora você precisa se esconder.
- Como?
- Não discute Leon. – O subi em uma
arvore alta e pedi pra que ele não fizesse barulho e ficasse ali o quanto ele
conseguisse. Ele afirmou com a cabeça, com lagrimas nos olhos.
- Você vai ficar bem?
- Vou. – Respondi tentando passar
confiança para ele, confiança que eu não tinha. O olhei e o abracei, como eu
queria poder dizer a ele quem eu era, que nós éramos irmãos, mas era algo
impossível. Pulei La de cima e subi em varias arvores por ali, pra disfarçar
meu rastro. Voltei a correr, eu tinha que achar a Ly. Então na minha frente
voltou a aparecer o anjo de antes.
- O que fez com o humano? – Ele
perguntou, sua voz em um rugido.
- Fique longe dele. – Eu o respondi com
um rosnado. Ele me olhou por um minuto e veio em minha direção, só que desta
vez eu estava esperando. Quando ele pulou eu me foquei em seus movimentos, e
mesmo sendo muito mais rápido eu consegui desviar. Ele passou por mim e virou
sua perna acertando a minha barriga. Me curvei sentindo o golpe certeiro e ele
aproveitou pra dar outro soco, desta vez no meu rosto, eu senti meu maxilar
quebrar. Sem piedade ele continuou a me socar, hora no rosto e hora corpo, eu
desviava de alguns, mas muitos outros me acertaram.
- Clara. – Eu ouvi a voz do Leon e
senti um nó se formar em minha garganta. Mesmo odiando eu implorei.
- Não o machuque, por favor. – O meu
anjo carrasco me olhou e por um segundo eu vi através da mascara do seu rosto,
ele não era mal, sua alma era boa. Ouvimos ao mesmo tempo quando vários outros
vampiros se aproximavam, ele me jogou longe e sussurrou.
- Se esconda. – Eu olhei desesperada
para onde eu ouvi a voz do meu irmão, porem os passos dos vampiros estavam
próximos, eu não ajudaria ele se os outros vampiros me pegassem.
- Oliver. – Um dos vampiros falou se
aproximando de onde eu estava.
- Afton. - Antes que eu tivesse tempo de pensar no que fazer, eu vi que
eles traziam algo, ou melhor, alguém. Ly estava se debatendo, chutando e
socando os vampiros que a segurava, mesmo de longe eu pude sentir o cheiro do
sangue dela. Ela estava muito ferida. – Olha o que encontramos. - Eu vi os
olhos de Oliver vindo até mim e vi em seus olhos ele pedindo pra que eu ficasse
quieta.
- Devemos levá-la para Aro. – Ele falou
e senti o ódio me dominar.
- Não. Ela não é tão importante, vamos
usá-la como isca para pegarmos a outra. – Eu sabia que a outra era eu e eu não
deixaria que encostassem na minha irmã. Antes que eu me levantasse eu vi Leon
entrar na clareira.
- Ly. – Ele falou ao mesmo tempo em que Ly gritava.
- Corre. – Tudo foi muito rápido. Ly
juntou todas as forças e começou a levitar tudo em sua volta, jogando galhos e
pedras nos quatro vampiros que estavam na clareira. Leon correu, mas correu na
direção da Ly e um dos vampiros o pegou, o ergueu no ar e quebrou sem pescoço.
Meus olhos não saiam do corpo sem vida do meu irmão enquanto ele caia no chão.
– Não. – O grito de Ly estava cheio de dor e de ódio.
Uma das arvores próximas se soltou do
chão e voou batendo no vampiro que tinha matado meu irmão, eu sabia que isso
não era suficiente e eu sabia o que eu tinha que fazer. Porem meu corpo não me
obedecia, era como se eu estivesse dentro de um escudo de força. Ly se soltou e
correu ate o Leon, arrancando outras arvores e jogando contra os quatro
vampiros.
- Parem ela. – Eu ouvi Afton falar. Um
vampiro alto foi até minha irmã e tudo pareceu estar em câmera lenta. Eu vi
quando ele deu um soco em seu estomago, a fazendo desconcentrar e deixar tudo
voltar ao normal. Ele a segurou pela nuca e pelas pernas, a ergueu e desceu em
direção ao seu joelho que se erguia. Eu ouvi o grito e o som da coluna da minha
irmã se quebrando, o grito que saiu da minha boca não foi ouvido por nenhum dos
vampiros ali. Com o corpo quebrado no meio Ly capturou meu olhar e assim como
minha mãe suas ultimas palavras foram ‘Eu amo você’. Eu senti todas as minhas
forças acabarem e enquanto eles saiam e deixava os corpos dos meus dois irmãos
sem vida no chão, eu me embolei no chão, sentindo uma dor maior do que se
tivessem quebrado todos os meus ossos, uma dor na alma. A dor foi tão grande
que se tornou insuportável e eu me vi afundar num buraco negro.
***
O meu corpo estava leve enquanto eu
abria os olhos, olhei para os lados e um lago cristalino, e então me lembrei de
tudo o que tinha acontecido, a dor me atingiu em cheio. Levantei de
um pulo e olhei onde a pouco estavam os corpos dos meus irmãos. Eles estavam
lá, só que ao invés de corpo sem vida, os dois estavam sentados, de mãos dadas
e sorrindo um para o outro.
- Finalmente acordou bela adormecida. –
Ly falou sorrindo e me olhou. Eu senti um nó na garganta e corri ate ela, a
envolvendo em meus braços.
- Você está bem? – Eu olhei para o
Leon. – Vocês estão bem? – Ignorando a minha preocupação, Ly começou a falar.
- Nós temos pouco tempo então você
precisa me ouvir. – Ela me olhou e sorrio torto. – Eu estou bem e o Leon
também, mas nós não vamos voltar. – Por mais louco que fosse eu havia entendido
o que ela queria dizer. – Você terá que voltar e o que você vai enfrentar vai
ser difícil, e você precisará de força pra seguir em frente, e você terá. – Ly
me olhou nos olhos, e eu me senti pequena diante do seu olhar. – Você tirará
força do nosso amor, nossas lembranças juntas, mas também tirará força da sua
raiva e você nos vingará. – Isso eu, mesmo que fosse preciso ir pra Volterra e
me tornar uma Volturi. Ly deu um passo e pousou seus lábios sobre os meus, eu
senti um calor percorrer meu corpo e uma luz intensa passou por nossos lábios. –
Pra te ajudar eu te dou um pouco de mim. – Ela falou ao se separar.
Leon deu um passo à frente e sorrio
para mim.
- Eu queria ter tido a chance de
conviver com você, sabendo que éramos irmãos. – Senti meu peito apertar.
- Sinto muito.
- Não sinta. – Leon falou, ele sorriu e
seguindo o exemplo de Ly ele tocou meus lábios. – Eu também deixo parte minha
com você. – Eu senti a mesma coisa que eu senti com a Ly. Quando Leon se
afastou eu pude ver uma lagrima rolar no rosto da Miley.
- Agora você tem que voltar.
- Não, ainda não. – Minha irmã me
envolveu nos seus braços.
- Eu te amo Clarinha demais. – Meus
olhos se arranharam e eu não consegui responder, olhei nos olhos dos meus
irmãos pra que eles pudessem ver que eu também amava os dois.
***
Desta vez quando eu abri os olhos a dor
me atingiu em cheio, eu sentia como se meu corpo fosse se partir em dois. Todos os meus
ossos doíam, eu tossi e cuspi uma baba gosmenta, ao qual nem prestei atenção,
pois toda a minha atenção estava no meio da campina. Leon e Ly estavam caídos,
sem vida, um deitado no colo do outro. Corri até eles, mesmo sentindo meu corpo
protestar, e abracei os dois, algo quente rolou por meu rosto e eu toquei com
assombro em uma lagrima. Só então eu percebi as varias mudanças em mim, desde
as lagrimas, ao sangue que cobria todo o meu corpo, o rápido pulsar do meu
coração ate então sem vida. Olhando pros meus dois irmãos eu soube que isso era
obra deles.
Rapidamente eu cavei uma cova funda,
sentindo deixar meu pai sem noticias de mais um filho, e enterrei os dois. Eu
queria poder ficar e chorar, eu queria poder me esconder, mas não era isso que
eu devia fazer. Eu pensei no anjo que lutou comigo “Oliver” e vi que eles não
estavam muito longe. Corri o mais rápido que eu pude, e que os machucados pelo
meu corpo deixaram.
Os encontrei em uma cidade vizinha, em
lugar nenhum eu vi meus pais e torci pra que eles estivessem bem. Oliver foi o
primeiro a me ouvir aproximar e levantou seu olhar para mim, eu pude ver a
reprovação no seu olhar, mas não me importei. Logo em seguida Afton me
viu, então todos os demais.
- O que você esta... – Eu o interrompi
dando um soco em seu rosto com a toda a força que eu tinha. Meu sangue estava
fervendo e eu estava consciente das mudanças em mim, pelo contrario do que se
podia imaginar eu estava mais forte e mais poderoso. Logo os outros vampiros
vieram pra cima de mim, eu desviei dele e então uma pedra do meu tamanho se
moveu e se chocou contra um deles. Eu lutei contra eles até que uma voz falou
na minha mente.
- Não faça isso. Você não pode contra
eles. – Mesmo não olhando pra ele, eu sabia que a voz era de Oliver, mas eu não
entendia por que ele estava me ajudando. Aquele pequeno aviso me fez entender
que não era assim que eu conseguiria minha vingança. Respirei fundo varias
vezes e deixei as pedras em volta de mim caírem no chão, olhei para Afton e
falei.
- Eu vou com vocês. Eu não tenho nada
pra fazer mais aqui. - E tenho muito pra fazer lá, acrescentei na minha mente.
Eles se olharam por um tempo, até que Afton acenou com a cabeça.
- Vamos pra Volterra.
2 comentários:
Nossa isso sim é que é revolução...
Ai eu fiquei com tanta dó dela por perder os irmãos assim de forma tão tragica e ao mesmo tempo.
mao gostei das melhorias nela.
a fic é um arraso e todos, absolutamente todos que escrevem ela estão de parabens pois a fic fica mais envolvente e misteriosa a cada capitulo
beijusss
e por favor não demorem muito pra postar o proximo não pois fico muito anciosa com a demora
fic mais que PERFEITA
oi gente desculpe comentar duas vezes é que escrevi errado.
era EVOLUÇÃO,no lugar de REVOLUÇÃO.
e era, MAIS no lugar de MAO.
mais mesmo comentando duas vezes eu não podia deixar de dizer q a fic é uma das melhores na minha humilde opnião
beijusss
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