26 de out. de 2011

Capitulo 6

Posted by sandry costa On 10/26/2011 No comments



Gabi



Assim que o tio Alex e meu pai saíram, eu dei um beijo na minha mãe e estava subindo para o quarto quando ela segurou minha mão.

- Filha, você está bem? – eu estranhei a pergunta

Sim, por que ? – ela pensou por um momento e sorriu de maneira maternal

- Nada não, apenas coisa de mãe. – ela saiu me deixando confusa.

Subi pro meu quarto e entrei no chuveiro. A água quente caia em meu corpo, enquanto eu pensava em tudo que estava acontecendo comigo.A visita do tio Alex mexeu com sentimentos que estavam guardados dentro de mim.

Eu sinto falta de ter uma família: tios, tias, primos e primas, avós e tudo isso.

Poder ir visita-los nos fins de semana, ir para festas, ter uma tia preferida...Essas coisas.

As vezes sinto um tanto de raiva por terem me privado desse direito.

Eu nunca entendi o motivo pelo qual meus pais mudaram-se pra tão longe dos seus irmãos. Não faz sentindo, já que ambos deixam escapar que sempre amaram e amam demais as suas famílias.

Meu corpo começou a tremer e eu senti sua temperatura aumentar e muito, eu tentei respirar fundo como da ultima vez mas não estava adiantando.Os tremores foram ficando gradativamente mais intensos.

Calma Gabriela.

Calma.

Eu fiquei repetindo essa frase pra mim mesma durante um bom tempo e respirando fundo, até que depois de muito tempo meus músculos relaxaram novamente.

Eu sai do banheiro e comecei a procurar meu celular, pois queria ligar pra Nèéka ou pra Mallê, mas adivinha só?

Ele sumiu novamente.Foi quando um idéia me ocorreu.

- Não. Deixa dessa garota – falei pra mim mesma enquanto continuava a procurar.

Eu bufei de raiva, desistindo.

Encarei minhas mãos e balancei a cabeça, não acreditando no que estava prestes a fazer.

Puxei o ar e o soltei, repetindo o movimento várias vezes.Me concentrei em não pensar em nada e depois mentalizei o meu celular.

- Celular apareça. – falei.

Continuei me concentrando e depois abri meus olhos, olhei em minha cama.

Nada.

Fiz a mesma coisa novamente, só que imaginei o celular na minha mão.

Nada de novo.

Bufei e joguei o travesseiro longe, me assustando com a minha própria força.

Deitei na cama e fiquei encarando o teto, rindo de mim mesma.

- Só você mesma Gabriela. – eu realmente cheguei a pensar que tinha.. Poderes?Ri novamente.

Encarei minhas mãos novamente e as coloquei sobre m minha barriga.

Ai celularzinho aparece vai.

Assim como o pensamento me ocorreu eu congelei no mesmo lugar.

Meu coração disparou e eu me recusei a acreditar no que estava acontecendo.Inclinei minha cabeça até poder ver minhas barriga e lentamente ergui minhas mãos.

- Não... – sussurrei. O celular estava ali, em minhas mãos.As lágrimas começaram a banhar meu rosto e uma certa raiva me atingiu.

Trinquei o maxilar a apertei o celular, mas foi pior...

A minha força fez o celular praticamente se... Desmanchar em minhas mãos.

- O-oque? – perguntei a mima mesma, com as lágrimas caindo em abundancia.

Larguei o celular no chão e abracei um dos meus ursinhos.

Não sei por quanto tempo fiquei ali chorando, desesperada e com medo a única coisa da qual me lembro foi de adormecer ter um pesadelo horrível.



Eu estava em uma campina com flores de todos os tipos quando um cheiro doce demais atingiu-me, fazendo minhas narinas queimarem.

Um som abafado e totalmente estranho saiu da minha garganta e eu me curvei um pouco abrindo um pouco meus braços, em uma posição ameaçadora.

Logo surgiu uma criatura no meu campo de visão.Era um homem alto, a sua pele excessivamente branca brilhava como diamantes, no sol, seus cabelos eram pretos como a noite e os seus olhos...Eram vermelhos.

- Seus olhos são vermelhos. – verbalizei meus pensamentos, sem querer.Ele riu.

Sua voz parecia com vários pequenos sinos.

- Não são diferentes dos seus. – encarei seus olhos e me vi refletida neles.

A pele mais branca que o normal, roupas rasgadas, cabelos sujo e emaranhado.Eu parecia uma mendiga, mas minha expressão era selvagem meus olhos...Vermelho sangue, iguais ao do homem a minha frente.

- O que você é? – perguntei...rosnando?

- Um vampiro – minha visão ficou turva e ele riu.

- O que EU sou? – ele pareceu apreciar o momento.

- Uma híbrida. Metade vampira e metade humana, porém... – eu rosnei em resposta e ele prosseguiu – A parte humana é transmorfa.

Então ele avançou em minha direção e me desferiu um golpe contra o rosto.

- Você já vai entender. – eu senti meus corpo começar a tremer e minha temperatura aumentar gradativamente.

Então meus ossos começaram a doer demais e um grito escapou da minha boca, logo minha visão ficou turva e um barulho muito forte pareceu ferir meus ouvidos.Mas a dor havia parado.

- Entende agora- a voz do vampiro soou divertida e eu abri meus olhos, mas o pânico se abateu sobre mim quando vi o mostro refletido nos olhos dele.

E o pior de tudo: era eu.



- NÃO... – gritei e logo senti os braços dos meus pais me envolverem.

- Shii, calma.Ta tudo bem, foi só um pesadelo. – meu pai sussurrava contra meus cabelos, enquanto eu me encolhia mais em seus braços.

Eles não falaram mais nada, apenas ficaram ali comigo.Aos poucos eu senti que estava perdendo a consciência e sem perceber acabei dormindo.



***

Os pesadelos me perturbaram a noite inteira e quando acordei percebi que estava queimando e suando por um time de futebol, inteiro.

Caminhei lentamente até o banheiro e tomei um banho gelado, o que ajudou mas ainda assim eu continuava muito quente.

Caminhei até meu closet e escolhi uma roupa legal.Antes de descer e parei em frente ao mural na parede do meu quarto e ali avistei uma foto do meu pai e com ele meus tios.

Ele estava de braços cruzados e uma cara de bravo, tio Alex estava sentado no chão rindo muito, tia Kat estava mandando um beijo pra câmera com um rostinho fofo e a tia Ash estava com os braços por cima dos ombros do tio Alex e ria de maneira serena mas era um sorriso encantador.

E depois eu vi outra foto onde estavam vovó Sue e vovô Charlie abraçados, com a mamãe ao seu lado e tio Seth fazendo uma careta de brincadeira logo a frente.

Mas a que me chamou mais atenção foi a em que vi uma foto onde em uma clareira repleta de flores de todas as cores, formatos e tamanhos e com árvores enormes os cercando eu vi o sorriso brincalhão do tio Alex, misturado com a expressão carinhosa da tia Kat e o jeito reservado do papai unificado com a doçura e delicadeza da tia Ash.

Eram meus avós paternos.

O vovô Michael tinha um corpo musculoso e pele morena.Seus cabelos eram loiros, seus olhos verdes refletiam a luz do sol e seu sorriso transparecia carinho e segurança.Olhando pra ele eu via um pouco de cada um dos meus tios e do meu pai. O corpo, os cabelos e a cor dos olhos faziam do meu pai sua legitima “cópia”, mas o sorriso, a expressão até o...jeito lembram muito da tia Ash.

Já a minha avó, como era linda. Pele branca como o mármore que refletia ao sol e eu juro que ela estava brilhando mas minhas amigas e meus pais negam isso, mas eu via o brilho causado pela luz do sol.Seu cabelos negros como a noite caiam em ondas até o meio das costas e seu sorriso era gentil, amoroso e me traz paz.

Eu senti uma lágrima solitária rolar em meu rosto e a enxuguei depressa.

Olhei mais uma vez para aquela foto e depois desci, tomei meu café e fui pra escola.

Mesmo antes de chegar eu sentia que hoje seria um dia diferente, que algo ruim aconteceria e que minha vida nunca mais seria a mesma.Ouvi um grito vindo de um beco e hesitante eu me concentrei em ver o que era, mas reconheci uma das vozes que ouvi e meu coração deu um pulo.Sem um pingo de racionalidade corri até o beco e vi.

- Eu disse que teria troco. – a voz irritante de Samanta fez meu corpo reagir sozinho e no instante seguinte e descobri o por que daquela sensação estranha de que as coisas seriam diferentes de agora em diante.

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