9 de nov. de 2011

Capitulo 28

Posted by sandry costa On 11/09/2011 No comments


P.O.V – Hellena

Desapareci antes que Alec conseguisse me segurar, e no minuto seguinte estava em casa.
-Prontas meninas? – sai andando pelo meio dos moveis cobertos por lençóis. Aquela branquidão deixava tudo com um ar de melancolia e de hospital.
Sentia meus olhos inchados e doendo, mas eu havia parado para um lanchinho antes de entrar, o que energia não fazia a uma súcubo?
Não sei por que, mas depois de conversar com Alec, eu me sentia muito mais... Parte de minha espécie, quase me sentia... Má. Como se ver o lado ruim dele me ajudasse a superar minha parte humana.
-Vamos queimar as coisas. – Blake revirou os olhos levando uma cesta de roupas para os fundos da casa. Arregalei os meus e corri atrás dela tentando arrancar as roupas dela.
-Está louca? Tudo isso foi caro! – peguei um vestido. Ela puxou a cesta de volta e jogou em cima de uma pilha bem grande. – É tudo de marca! Isso é Vintage! – esfreguei o vestido na frente dela.
-Ah... A gente compra outros lá. – deu de ombros e arrancou a roupa de minhas mãos. Jogou na pilha. – Vai lá Georgie.
-Mas lá, as roupas são desconfortáveis e os espartilhos me sufocam!
-Temos de eliminar rastros.
-Queimem a casa então!
-Isso seria chamar atenção de toda a cidade. – ela revirou os olhos.
Georgina apontou a palma aberta de sua mão direita para a pilha de roupas caras, lindas e de marca, e uma labareda se projetou em sua mão, indo em direção aos tecidos, como se ela tivesse um lança-chamas embutido.
-Minhas roupinhas... – choraminguei.
-Feito! Agora nos vamos! – Blake se virou e sorriu pra mim.
Quenn controlava o vento para que não houvesse fumaça para todo o lado.
A loira da terra parou e fechou os olhos se concentrando, e depois de algum tempo, um rasgo dourado se fez no ar.
Apenas súcubos poderosas conseguiam abrir portais para outros mundos, e Blake era bem poderosa, eu só queria saber quantos anos ela tem, coisa que não fala nem para mim.
“Imortais não gostam de revelar a idade, ate porque, o outro imortal com você pode ser mais velho, e quanto mais velho, mais poderoso.” Tudo para os imortais era demonstração de fraqueza.
Fui andando devagar até ela, atrás de mim veio o resto das meninas. Blake praticamente pulou para o outro lado. E eu juro que ouvi uma espécie de “adeus mundo estúpido” depois que ela passou.
Hoppe e Quenn passaram com rapidez. Sorriram para mim por cima do ombro e foram.
Georgina parou ao meu lado e segurou meu ombro.
-Pronta para voltar para suas irmãs? – ela sorriu docemente, e o calor de seu hálito se espalhou pelo ar com um cheiro amadeirado que me lembrava chocolate quente.
Puxei o ar com força, saboreando o perfume doce.
Relaxei meus ombros e deixei que minhas pálpebras tremessem com o novo vento que passava por meu rosto como uma caricia. Nunca me senti tão pronta, as palavras desceram para minha boca.
-Sabe Georgie... Essas últimas horas me ensinaram muitas coisas, me mostraram muitas coisas. – meneei a cabeça para cada um dos lados repetidas vezes. – E fez com que eu me sentisse mais parte das súcubos, mais súcubo.
-Isso é maravilhoso, princesa. – ela disse sutil.
-Hellena, Georgie, Hellena. – sorri fortemente para ela.
Eu me sentia forte, eu sabia que era.
Dei um passo à frente, e mais outro, ate que me vi envolvida em uma nevoa de pó dourado, que me circundava como se alguém me abraçasse delicadamente.
Ultrapassei o portal indo de volta para meu mundo, mas antes de sair, tive a breve impressão de ouvir alguém clamar meu nome, mas foi um chamado tão baixo e tremulo que achei que fosse um dos espíritos falando comigo, ignorei.

P.O.V – Alec Volturi

Voei o mais rápido que pude para chegar a tempo na casa delas, mas o vento soprava com força contraria a minha, quase como se ele tentasse me impedir de seguir adiante.
Quando eu cheguei ao gramado da frente de sua casa, me transformei sem me importar muito com que me vissem. Havia um cheiro de queimado por todo o canto, o que fez com que eu apertasse os passos.
Arrombei a porta sem ligar para o fato de que as criaturas mais poderosas que existiam estivessem lá dentro, mas não havia ninguém no hall de entrada, nem na sala, e pelo visto, nem nos quartos.
Havia apenas uma, no gramado dos fundos.
Fui em minha velocidade vampira ate onde havia um grande buraco cinza e preto no gramado, onde ainda ardiam algumas brasinhas fracas. E uma jovem de cabelos longos e marrons estava de costas para o local.
Bem na hora em que Hellena entrava no portal dourado.
-Hellena! – gritei para o nada, mas ela já havia sumido.
Corri ate estar com os pés entre as cinzas e alguns passos de distancia de quem devia ser Georgina.
-Você voltou... – ela murmurou revirando os olhos.
-Não podia deixar Hellena ir assim. – prensei meus lábios de uma forma angustiada.
-Mas ela partiu, e não voltara. – a súcubo se virou para mim com os braços cruzados na altura de seu peito.
-Olha... Estou realmente cansado de discutir com vocês, súcubos que acham que protegem Hellena. – balancei minha cabeça me sentindo mole e vencido. Tirei meus pés das chamas quando começaram a chamuscar a bainha de minha calça.
-E estamos cansadas de ter que proibir você de se aproximar dela. – a mulher tombou a cabeça para o lado e fez uma expressão de falsa preocupação.
-Não precisa mais, ela partiu. – falei arrastado.
-Graças à deusa. – sorriu em seus lábios cheios.
Deu-me as costas sumindo no ar, e com ela, o rasgo invisível sumiu.
Tombei a cabeça para trás e gritei com toda a força de meus pulmões fazendo os pássaros saírem voando dos galhos e gralhado alto, como se sentissem a mesma dor que eu.
Mas ninguém sentiria a dor que eu sentia.
E assim, minha ultima chance de consertar tudo, foi por água a baixo.

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