26 de jun. de 2010

Capitulo 4

Posted by sandry costa On 6/26/2010 5 comments

YOU'RE UNABLE TO COMUNICATE.




"Eu não me importo com a chuva que cai,
afinal, Tenhos meus encontros com o sol”
Mara Chan.


Alguns dias se passaram, sem chuva. Era estranho o sol gostoso que se apossara de Forks desde o meu segundo dia aqui. Todos de La Plush estavam animados, cheguei até a cair na água com os garotos no fim de semana. A cada dia eu me divertia mais e não me arrependia nem um pouco de ter vindo passar as férias de verão aqui, mas hoje estava entediante. Embry e Seth passaram aqui mais cedo e me disseram que fariam algo importante e não poderiam me fazer companhia hoje.
Então aqui estou eu, sentada na soleira da porta, olhando as arvores se balançando com a brisa leve do mar. Levantei assim que cansei de descascar a tinta do assoalho, e sai andando pela trilha. Iria dar uma volta pela vila. As casinhas amontoadas foram se aproximando, algumas tinham até crianças brincando nas varandas.
Continuei caminhando, chutando pedrinhas e então meus olhos caíram sobre um senhor na cadeira de rodas, na casa à minha frente. Ele lia concentrado um livro grosso sobre seu colo.
— Billy! — aproximei-me, chamando sua atenção.
— Luciana! — Ele me fitou fechando o livro e virando a cadeira em minha direção. — Dando uma volta?
— É. Tenho que aproveitar enquanto o sol está dando as caras. — Sentei no degrau que levava até a porta e o encarei espocando um sorriso.
— Engraçado esse tempo. — Billy fitou o céu azulado com uma expressão confusa e eu fiz um mesmo. — Fazem mais de dez anos que o tempo não se firma dessa maneira por mais de dois dias.
— Pois é — eu ri — e eu achando que viria apreciar o céu cinzento e a grama molhada do lugar mais chuvoso de Washington.
— Você gosta de chuva. — Blilly afirmou, fitando-me sério.
— Pode parecer estranho pra alguém que mora em uma cidade como Phoenix, mas gosto. — Sorri sincera, brincando com o cadarço do meu Nike 6.0.
Ouvi o barulho das rodas da cadeira de Billy se arrastando pelo assoalho de madeira, e no segundo seguinte ele passava pela porta, entrando na casa.
— Vem Luh.
Levantei do degrau aonde estava sentada e caminhei seguindo-o porta adentro. Era incrível o quanto as casinhas da reserva eram iguais. Os mesmos cômodos. A casa dos Black parecia uma réplica da minha, com exceção de alguns móveis mais antigos e uma Tv velha na sala.
Billy levou sua cadeira até uma pequena mesa onde o tabuleiro de xadrez estava exposto.
— O que acha de fazermos aquela partida prometida?
— Claro Billy! — ele arrumava suas peças e eu fiz o mesmo, já sentanda na cadeira a sua frente.
— Não está com os garotos hoje Luh? — Ele fez um sinal para que eu começasse a partida e eu o fiz. Andei duas casas com um peão brano, esperando ele movimentar um seu da ponta esquerda. — Ando sabendo que você não se desgruda de Embry, ou ele de você. — fazíamos mais algumas jogadas, o jogo estava evoluindo mas o que Billy havia dito tinha tirado toda a minha atenção das jogadas. Aquele garoto fofoqueiro! Aposto que Jacob andava falando mal de mim para o Billy. Movimentei meu cavalo, tentando encurralar o bispo de Billy.
— Não sei, eles me disseram que tem algo importante pra resolver hoje, então não poderiam me fazer companhia. — enchi a boca para falar “poderiam”, no plural, deixando claro que não era apenas Embry. Abri a boca abobada por minha jogada ter virado contra mim. Meu cavalo agora estava jogado junto com outras peças que já foram minhas perto do tabuleiro do lado de Billy.
— Você anda se divertindo muito com eles não é? — Ele riu, fitando minha cara incrédula e continuou o jogo, movimentando mais uma peça.
— Aham, mais do que imaginava. Esses garotos são engraçados. — mordi o lábio fitando o tabuleiro, percebendo que eu estava ficando com poucas peças. Eu iria perder feio!
— E o meu Jake? — Billy perguntou enquanto fazia sua jogada, sem me fitar. O que? Levantei os olhos do tabuleiro, o encarando sem expressão alguma na face.
— O que tem o Jacob? — pousei as mãos sobre meu próprio colo, me desligando totalmente do jogo. Ele percebeu, soltando um riso nasalado.
— Parece que vocês não se dão muito bem. — Billy também desviou o olhar do tabuleiro, me fitando com um pequeno sorriso. Eu abri a boca horrorizada.
— “Não nos damos muito bem?” Oficialmente nós nunca fomos apresentados e as duas vezes que nos encontramos, ele foi estúpido e grosseiro. — atropelei as palavras. — Uma quando eu cheguei aqui e outra na casa da Emily, mas ele me ignorou completamente nas duas, com se eu nem estivesse lá. — Billy riu e eu passei uma mão pelos cabelos, nervosa. “Não se dão bem” Puf!, não sei porque esse garoto me deixava desse jeito.
— Cheque mate. — Billy mexeu sua torre, deixando-a próxima ao bispo meu rei indefeso no canto do tabuleiro. Ou ele era muito bom ou eu era ruim demais.
— Dê um desconto pra ele Luh. Jake é um bom garoto, só anda cheio de problemas e muito confuso. — ele fitou-me sorridente enquanto eu ainda encarava o tabuleiro, analisando os últimos movimentos do jogo — ou tentando.
— Eu não tenho culpa dos problemas dele, Billy. — respondi levantando-me da cadeira. — Acho melhor eu ir continuar minha caminhada, esteja preparado para uma revanche! — nós dois rimos e Billy me acompanhou até a porta, pedindo para que eu voltasse logo pra outra partida.
O sol já estava caindo, logo iria anoitecer, mas eu não queria voltar pra casa ainda. Joseph provavelmente estaria trabalhando no hospital e sem os garotos eu ficaria sozinha. Caminhei pela trilha de terra e notei que havia uma bifurcação para a esquerda, em direção a floresta. Resolvi segui-la. Nunca fui boa nesse tipo de atividade física, mas eu gosto da proximidade com a natureza, de sentir o cheiro das plantas e da terra molhada. Coisa que hoje não havia, já que fazia quase uma semana que não chovia. Tudo estava tão seco que algumas plantas começavam a murchar sem a rotina de água constante. Quando será que choveria de novo? Descobri que a floresta é um ótimo lugar para pensar.
Enquanto andava com cuidado entre as árvores, me adentrando na mata, percebi que alguns pensamentos não eram tão constrangedores quando eu pensava neles aqui, só com a natureza de testemunha. O rosto de Tommy não vinha na minha cabeça com tanta freqüência e a idéia de viver sem ele não me parecia tão assustadora, eu podia fazer isso. A idéia de vir pra La Plush nunca me pareceu tão boa, e se eu contasse a mim mesma não acreditaria que este lugar me faria tão bem. Talvez nem fosse só o lugar, mas também as pessoas.
Definitivamente as daqui eram diferentes das de Phoenix. Os garotos eram mais humanos e divertidos, menos machistas e arrogantes. Tirando é claro de uma única e irritante exceção de todas essas regras, chamada Jacob Black. Não sabia que existiria ser tão repugnante no mundo se não o conhecesse. Não acreditava como ele poderia compartilhar o mesmo sangue de Billy, que é sempre divertido e animado. Jacob me preocupava, e tenho certeza de que não só a mim, mas de todos que o rodeavam, com toda sua carranca e esse papo de “vocês têm que entender, eu amo a Bella”. Blébléblé, patético. Parei de andar no momento em que a escuridão caiu de vez. A noite já havia chegado, era melhor ir pra casa. Girei 360 graus, rumando o caminho de volta — ou o que eu pensava que seria.
Muito tempo se passava e minhas pernas estavam amolecidas de tanto andar. Eu sabia que estava perdida, já havia passado pela mesma arvore umas três vezes, mas mesmo assim não conseguia me convencer a parar de andar. A escuridão aumentava e os ruídos da floresta noturna chegavam a ser assustadores. Bufei pesado assim que meus joelhos fraquejaram e cai sobre algumas folhas secas. Eu estava esgotada, mas o que eu faria? Ficaria ali, sentada, a ponto de algum urso me comer, esperando desesperadamente meu salvador? As duas opções me pareciam patéticas encaradas desde ponto de vista, mas eu tinha que aceitá-las. Eu não sabia pra onde ir e por mais que eu quisesse continuar, estava cansada demais pra isso.
Um barulho de um galho se quebrando me fez levantar correndo. Olhei pra todos os lados, mas a escuridão me impedia de achar alguma coisa. Seria o urso para me atacar ou meu salvador pra me levar de volta pra vila? Girei o corpo, afobada para encarar quem quer que fosse, mas acabei pisando em falso e torcendo o pé. Mas que droga! Agora eu estava começando a me irritar. Um trovão soou no céu, iluminando uma figura que se aproximava de mim. Eu ainda estava agachada analisando meu tornozelo torcido quando alguém me puxou pra cima, resmungando alguma coisa.
— Ai está a donzela! — Outro trovão faiscou, iluminando a cara do sujeito. Sim, era Jacob Black! Rolei os olhos admirando minha sorte e puxei o braço com força, tentando me soltar das mãos dele. Assim que consegui, tentei continuar meu caminho, mesmo se fosse impossível com meu pé inchando daquela maneira.
— Pra onde você está indo? — Ele esbravejou me seguindo.
— Não faço a menor idéia. — falei entre dentes, me apoiando na árvore próxima. Porque eu tenho essa sorte, por quê? Não podia ser Embry ou Seth ao me achar? Ou qualquer um dos garotos, menos ele. O cara estúpido que nunca dirigiu a palavra pra mim.
— Anda logo, nem era pra eu estar aqui. — Jacob reclamou, segurando de novo no meu braço. Eu não me mexi. — Mas que droga, será que você consegue ser um pouco menos arrogante? — finquei meus pés no chão, decidida de não me mover da onde estava. Se ele estava com pressa, que fosse de uma vez. Tenho certeza de que alguém além dele passaria por aqui mais cedo ou mais tarde.
— Que história é essa garota? La Plush inteira te procurando e você quer fazer cena? — Jacob estava nervoso e eu fingia nem me importar.
— Não sou eu que gosto de fazer cena por aqui. “Ó por favor, vocês não entendem, eu amo a Bella” — fitei minhas unhas mesmo no escuro, fingindo desdém e fazendo uma voz grossa tentando imitá-lo. Bom eu poderia ser um pouco grossa também, não poderia ficar por baixo.
— Você não me conhece, muito menos Bella. Nem ouse falar dela, Luciana. — Jacob se afastou de mim com os olhos fechados e as mãos cerradas ao lado do corpo.
— Lógico que eu não te conheço, Jacob — falei o nome dele na mesma entonação que ele disse o meu, o enfrentando — você estava ocupado demais pra se apresentar quando nos encontramos as outras vezes.
— Descontrolada. — Ele sorriu sarcástico e saiu correndo, se embrenhando na mata pela mesma direção que chegou. Abri a boca incrédula. Mas que diabos? E agora?
— Garoto idiota! — gritei socando a árvore em que estava apoiada. Outro trovão, e então a chuva começou a cair tão forte que parecia que haveria outro dilúvio. Em menos de um minuto eu já estava encharcada e de mau humor. Onde estava Seth em uma hora dessas pra me tirar daqui e me levar pra tomar um suco na minha cozinha? Comecei a andar em círculos, tentando me lembrar em que direção Jacob tinha saído, mas eu estava nervosa demais pra raciocinar. Um arbusto se mexeu e meus olhos caíram sobre a figura de Jacob tão encharcado quanto eu.
— A você voltou! —sorri sarcástica, me aproximando dele que estava parado me olhando sem expressão alguma. Jacob somente passava a mão pelo cabelo encharcado e sua camiseta estava grudada no corpo, não pude deixar de notar.
— Você Jacob Black, é o cara mais repugnante, machista, insensível e idiota que eu conheço em toda a minha vida. — cuspi as palavras em sua direção e ele apenas soltou um suspiro cansado enquanto levava a mão às têmporas.
— Porque você voltou? Quer saber pode ir, não preciso de você! Eu posso muito bem voltar sozinha ou esperar alguém mais gentil do que você! — Eu gritava, tentando fazer mais barulho do que a chuva que só aumentava. — Pode ir lá babar o ovo da sua querida Bella, não quero ser um fardo entre o casal do momento e..
— Tá legal, já chega. — ele me cortou, puxando-me e colando nossos lábios de maneira rude. Eu fiquei sem ação. Que diabos ele estava fazendo? O começo do beijo foi grosseiro, o que era de se esperar, por vir de Jacob. Mas a coisa mudou de figura assim que ele pousou sua mão na minha cintura. Seu toque foi tão macio e carinhoso que eu amoleci, retribuindo o beijo. Nossos corpos estavam tão molhados que eu chegava a não ter noção de quem era qual parte. Jacob passou a língua sobre meu lábio inferior e eu os separei deixando ser invadida por seu hálito quente. Nossas línguas se embolaram por alguns segundos até que recobrei a consciência e me afastei ofegante.
— O que foi isso? — meus olhos caíram sobre o barro que um dia foi chão, tentando retomar meu fôlego. A chuva parecia ter acalmado, mas eu estava tão encharcada que pra mim já não fazia diferença.
— Você não calava a boca. — Jacob sussurrou, dando meia volta e seguindo por uma pequena fresta entre as árvores. — Vamos embora.
Eu o segui. Ainda estava sem reação por causa daquele beijo sem motivo — ou com total. Minha cabeça girava e eu não tinha mais um conceito formado de nada. Nem sobre Jacob, nem sobre se eu o repugnava, eu só queria um banho e meus edredons enrolados em volta de mim enquanto eu tomo uma sopa instantânea. O caminho de volta pra vila Quileute foi silencioso, por exceção do barulho dos galhos que Jacob afastava do nosso caminho.
Demorou um pouco até que eu avistasse a iluminação fraca das casinhas e muita gente conversando. Assim que pisei fora da floresta dois braços urgentes me envolveram apertado.
— Luh! Você me preocupou filha! — Joseph agora me analisava de cima a baixo, provavelmente checando se eu estava com tudo no lugar. Jacob não estava mais a minha vista, mas dois garotos preocupados me encaravam. — Nunca mais faça isso ok?
— Pai, eu só fui dar uma volta e me perdi. — suspirei cansada. Eu não estava com ânimo, nem vontade de ter essa conversa agora. Joseph me soltou, colocando uma toalha sobre meus ombros encharcados. Depois olhaou para Sam e Embry ali perto, eles trocaram um olhar e então meu pai foi até o policial no carro da patrulha.
— Você esta bem Luh? — Embry me surpreendeu quando me abraçou forte demais por alguns segundos. Apenas assenti com a cabeça, confirmando. Seu olhar mesclava entre o triste e o preocupado, e caíram sobre Sam que se aproximava.
— O que você foi fazer na floresta Luh? — Sam estava com um semblante cansado, provavelmente ele e os garotos passaram a tarde me procurando. Mordi o lábio esse pensamento, será que dei todo esse trabalho pra eles?
— Eu só quis dar uma volta, estava entediada. — Minha voz saiu fraca, eu estava me sentindo culpada por toda essa confusão.
— Por favor, Luh só não faça mais isso. — Sam colocou uma mão sobre a têmpora, se afastando de nós, se dirigindo até o lugar em que meu pai e o policial estavam. Embry me cobriu melhor com a toalha e me levou até a porta de casa. Ele perguntou se eu queria que ele entrasse, mas eu neguei. Já era tarde e todos deviam estar cansados. Eu já estava na soleira, pronta pra entrar quando ele me chamou uma ultima vez.
— Luh. — girei meu corpo pra que eu pudesse encará-lo melhor. — Só não vá mais à floresta sozinha, é... é perigoso. — Seus olhos estavam tristes e suplicantes o que me deu um aperto no peito de remorso por ter causado tudo isso. Mas o que poderia ter acontecido? Aquele bendito urso ter chegado antes de Jacob? Estremeci ao lembrar de Jake, precisando de alguns segundos pra me lembrar que Embry esperava uma resposta minha. — Promete?
— Prometo. — Sorri cansada e ele me deu um beijo no topo da cabeça, indo em direção a viatura.
— Só fique bem.
— Eu vou ficar. — Falei baixo, mais pra mim mesma do que pra Embry. Eu só precisava de um banho pra meu cansaço físico ir embora, mas pra tudo ficar bem mesmo eu iria precisar rever meus conceitos. 


Fanfic escrita por Ravena

5 comentários:

oi eu qeria te fazer duas perguntas a primeira e....eu gosto do jeito q vc escreve parabens...........a segunda e.....sabe eu li duas vezes e nao entendi direito a historia!!!! MAS TALVES SEJA POR ESTAR NO COMEÇO NE.........olha vc escreve bem talvez no proximo cap eu entendo entao parabens mais uma vez

nossa ta ótimo to muito curiosa você escreve bem mesmo por favor nao para de postar =]

continuaa, quero saber oque tem de mais nessa historia todo, tem coisas um pouco "obscura", continuaa!! parabenss beijus

ahhhhh, continua por favor nao aguento mais esperar só quero ver como essa histó ria vai desenrrolar, parabéns ta ótimo bjs

Rav ta lindooooo parabens:n
to amando:t

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