7 de set. de 2010

Capitulo 10

Posted by sandry costa On 9/07/2010 3 comments


A Crise de Ciúmes de Renesmee.

A floresta fria me acolheu com desconfiança, havia uma tensão em cada folha de árvore e cada gota de água que pingava indiferente da vegetação úmida, tirei as roupas sem pensar muito e um segundo depois já corria pela mata em forma de lobo, menos de vinte metros eu já me amaldiçoava e retornava para abocanhar pelo menos as minhas calças...eu já havia aprendido a duras penas que por mais que não precisasse, era sempre bom ter um par de calças por perto porque nunca se sabe quando precisamos delas.
“Seth...” – eu chamei com urgência.
“Jacob...”
“O que está havendo?”
“Embry, Paul, Sam e Jared emboscaram o vampiro intruso próximo à borda leste de La Push.”
“Jacob...” – disse Sam em minha mente – “Acho melhor você vir até aqui...”

Eu vi então aonde os lobos me aguardavam, um pequeno e pantanoso vale que se espreguiçava pela ala mais ao leste da Reserva, uma planície curta e lamacenta aonde quase ninguém ia; na mente de Sam eu vi os acontecimentos que começaram quando Paul e Jared faziam uma busca pelo perímetro, eles deram de cara com um cervo morto muito recentemente cujo sangue ainda quase nem fora totalmente drenado, o cheiro do vampiro era muito fresco e eles o seguiram até este pequeno vale. Foi por isso que não conseguíamos distinguir seu cheiro, o odor era facilmente perdido em lugares com solos instáveis e úmidos como aquele charco; vi os lobos reunidos em volta de uma grande árvore.

“Seth?”
“Estarei lá num segundo, chefe.”
“Eu já estou próximo. Leah? Quilan?” – eu chamei porque querendo ou não, Quilan pertencia a minha matilha por ser filho de Leah.
“Estamos aqui Jake – respondeu Leah – Eu apenas pude sentir a apreensão do pequeno Quilan – Aguardamos você.”
Eu vi quando Seth chegou na minha frente, eu levei pelo menos mais meio minuto até atingir o terreno pantanoso onde poucas e esparsas árvores cresciam; não era um lugar bonito, a umidade tornava tudo pegajoso e a lama era fétida e gelada, os lobos – todos os 40 vieram com o uivo de Sam – estavam em guarda rodeando um imenso salgueiro que se erguia majestoso e altivo sobre os outros pequenos arvoredos que nos cercavam.

Eu caminhei até Sam que se encontrava muito próximo à árvore e olhava desconfiado para cima com seus olhos amarelos e ariscos.
“Está lá em cima...” – ele disse.
“Apenas um?”
“Sim, nós não pudemos vê-lo porque era muito veloz...”
“Será que é perigoso?”
“Todos os vampiros são.” – disse Sam caçoando.
“Nós não conseguimos subir em árvores...qual o plano?”
“Aguardar um pouco, ele pode tentar saltar para uma das árvores menores...e então nós o pegaremos.”
“Deveríamos permitir que ele se explicasse, talvez ele vá embora na base da conversa.”
“Jacob, nós somos aliados e amigos de Carlisle e sua família, mas não podemos generalizar ou estender esta simpatia a todos os vampiros que encontramos pela frente.”
“Tudo bem, vou derrubar a árvore então...”

Na verdade eu falei em tom de brincadeira a ultima frase, eu até poderia realmente derrubar a árvore apesar de demorar um pouco e acho que faria mais mal do que bem, só que algo não se encaixava em minha mente, era um vampiro que matava animais e não humanos e fazia isso há muito tempo porque vampiros não mudam seu cardápio de uma hora para outra. E acho que todos os vampiros “vegetarianos” mereciam uma chance de poder se explicar...
“Talvez não seja mal... – eu disse a Sam – Vamos dar uma chance a ele.”
“Hei, você aí em cima – Disse Paul em tom irônico – Você veio em missão de paz?”

Qual foi a nossa surpresa quando, de repente, uma voz feminina invadiu nossa mente...era delicada e seu tom melodioso era típica dos vampiros, doce, suave e quase musical como se tudo se harmonizasse com aquele timbre perfeito, entretanto, eu senti medo naquela voz.

“Por favor – disse a vampira – Eu não quero fazer mal a ninguém.”
“Como pode fazer isso?” - perguntou Sam alarmado.
“Você se comunica através de pensamentos? Telepatia é seu dom?” – perguntei gentilmente.
“Sim. – ela respondeu oculta na árvore – Eu não pretendo mais caçar no seu território, estava aqui por não ter escolha...”
“Não ter escolha?” – indaguei.
“Sim, eu estava sendo caçada”.
“Escute...- eu disse de modo tranqüilo – Você pode descer, nós não faremos mal a você.”

Como ela não respondeu, percebi que não acreditou em mim...sendo assim:
“Espere um segundo.” – eu disse e corri para os arbustos mais próximos, lá eu me transformei novamente e vesti minhas calças que estavam empapadas de babo na minha boca, ainda bem que as trouxe junto, sorte extra de lobo eu acho.
Aproximei-me da árvore e me postei ao lado de Sam, seja lá quem fosse, ela provavelmente achou uma imagem fantástica...um índio imenso parado ao lado de um lobo descomunal.
- Vê? - eu gritei para o alto – Não somos monstros....
“Sua voz – ela disse em minha mente – Mas não pode ser...você era...?”
- O lobo vermelho que acabou de sair? - eu respondi – Sim, nós todos somos transmorfos e podemos nos transformar em lobos, eu não peço para que todos se tornem humanos porque você veria o maior desfile de índios nus do estado...
“Não entendo” – ela disse alarmada.
- Escute – comecei novamente – Nós não faremos mal a você, pode descer da árvore....prometo, pode confiar em mim, temos amigos vampiros que moram aqui perto e acho que você provavelmente já sentiu o cheiro deles...escute, nós queremos apenas esclarecer as coisas porque este é nosso território e nos preocupamos com estranhos vagando por ele.
Ela continuou em silêncio, não estava certa sobre nossas intenções o que me fez adivinhar que ela não tinha o mesmo dom de Edward ou Nessie de ler o pensamento das pessoas, ela podia apenas se comunicar através do pensamento...tinha apenas o dom de telepatia.
- Sam, afastem-se um pouco e relaxem – eu disse e caminhei até mais perto do tronco da árvore abrindo meus braços em sinal de paz – Moça, eu prometo que não farei mal a você.
Acho que porque os lobos se afastaram um pouco ou porque eu pareci tão tranqüilo em relação a tudo que a voz dela se fez presente novamente em minha mente.
“Está bem”.

Súbito e quase sem qualquer ruído, ela se desprendeu do galho onde estava escondida e pousou suavemente à minha frente. Não posso dizer que não fiz cara de assombro...vampiras são um problema, lindas demais para qualquer mortal.
Era diferente no mínimo, nada com o que eu já havia visto, era oriental, provavelmente japonesa e seus olhos não era tão oblíquos como sugere a etnia, eram, na verdade olhos levemente puxados o que lhe dava um ar caricaturado dos desenhos japoneses da TV; realmente era “vegetariana” porque seus olhos eram dourados e brilhantes como o dos Cullens rendendo-lhe  um porte celestial e divino como um anjo de luz pousado na minha frente. Era muito mais baixa que eu, claro, tinha a estatura de Bella mais ou menos mas havia algo nela que era mais belo que a maioria dos vampiros que eu conhecia, era mais madura e deveria ter algo em torno de 23 ou 25 anos de idade, seu rosto era jovial e tenso mas sua voz era uma voz de mulher...firme e exata; os cabelos lisos caiam-lhe emoldurados abaixo dos ombros e seus braços fecharam-se em torno do corpo como se estivesse tensa – assim como Nessie fazia. Eu realmente nunca tinha visto uma garota japonesa tão linda em toda a minha vida.

Não sei porque, mas meu coração deu um pulo anormal quando olhei para ela, talvez fosse compaixão, afinal ela era terrivelmente linda mas estava com as roupas gastas como se tivesse fugido por muito tempo, seu rosto perfeito também trazia sinais de lama de sua fuga desenfreada dos lobos.
Mas, o que me chamou realmente a atenção foram seus olhos, não a cor ou o formato melodioso, mas a expressão....ela estava assustada e desde que me conheço por lobo eu não lembro de ter visto algum dia um vampiro assustado. Ela parecia tão vulnerável, tão frágil que eu não pude nem por um segundo pensar nela como um predador mortífero...eu sorri e percebi que estava meio nervoso, algo realmente estranho.

- Bom, eu sou Jacob Black, e você? - eu disse estendendo a mão para ela.
A vampira me olhou desconfiada por um segundo e então estendeu a mão apertando a minha, seu toque gelado não me incomodou porque eu já estou mais do que acostumado com vampiros e ela notou isso, entretanto, ela pareceu surpresa pelo quão quente minha pele era.
- Eu me chamo Kaori Sayuri...
- Legal, e então Kaori...o que te levou a vir para cá? Você me disse que estava sendo caçada.
Ela me olhou, aqueles olhos dourados me perscrutaram como se decidindo a contar ou não o que quer que a esteja incomodando, ela parecia ainda mais linda quando estava indecisa, em seguida varreu os lobos ali esperando para ouvir sua historia e então seu olhar recaiu sobre o horizonte escuro e distante onde uma fraca luz de luar tentava romper o teto insuperável de nuvens.
- É uma longa história, aqui não é seguro e eu não posso permanecer parada durante muito tempo no mesmo lugar...
 - Escute, se você se sentir melhor nós poderemos ir até a casa de Carlisle, ele é o patriarca de uma família de vampiros que vivem aqui em Forks e...
- Não – ela me cortou de repente – Eu prefiro não me envolver com outros vampiros...
- Ah, mas você não precisa se preocupar, eles são “vegetarianos” como você, digo, não consomem sangue humano, apenas animal...além do mais, Carlisle é um bom homem e ele e sua família jamais fariam algo de ruim a outro vampiro...
Quando terminei de falar Sam deu um rosnado atrás de mim e eu não precisava de telepatia para saber o que significava.
- Escute – eu continuei – Se você não me acompanhar até lá terá que sair daqui, os lobos não gostam de vampiros em seus territórios, em outra época você provavelmente estaria morta...então, é me acompanhar ou se mandar, com o perdão da palavra.

Kaori me estudou por alguns segundos, era difícil de ela compreender tudo, quarenta lobos imensos a encarando, um índio seminu e a possibilidade de dar de cara com uma família de vampiros, eu não sei o que ela escondia mas deveria ser grave o suficiente para ser tão cuidadosa e tão amedrontada com tudo. Ela estudou a floresta escura por um tempo como se conseguisse ver as bordas das fronteiras que teria de atravessar para sair dali, no fim ela suspirou e olhou para mim com uma expressão de angustia.
- Vejo que não tenho escolha...
- Acredite, ninguém quer lhe fazer mal...ao menos não aqui.
- Ao menos não aqui... – ela murmurou para si mesmo.
- Vem, confie em mim. – eu disse estendo a mão para ela me seguir – Seth, Lea, me acompanhem até a casa dos Cullens por favor, se não Sam terá um infarto se eu caminhar sozinho por ai com uma vampira desconhecida.

Eu comecei a caminhar lentamente, Seth e Leah ao meu lado e Kaori seguiu atrás silenciosa e sorrateira como um animal rondando uma presa perigosa.
“Ela deve estar com muito medo de algo para não ter escolhido ir embora...” – disse Seth na minha mente...
- É. – eu respondi evasivo para ela não perceber o que ele me havia comentado.
Mas então eu me toquei, Seth não tinha falado comigo e sim com Leah, eu não estava transformado e nem poderia tê-lo ouvido, isso explicava por que ele me olhava agora com uma expressão indagante naquela face lupina.
“Hei, Jake, você pode me ouvir?” – ele perguntou surpreso.
- Mas como...?? Eu nem estou transformado.
- Ah me desculpem - Kaori disse logo atrás – Eu acabei conectando todos em meus pensamentos...
- Então seu dom funciona como uma espécie de rede telefônica em grupo? - eu perguntei sorrindo.
- Sim, eu posso me comunicar telepaticamente e consigo conectar todos que quero dentro desta “rede” de comunicação por pensamentos... eu vou parar com isso, desculpem.

Autor Angus

3 comentários:

Angus eu estou adorando a história. Mas o q o título tem a ver com o q vc escreveu?

Nossa a Carol pensou a mesma coisa que eu!!! Fiquei esperando uma cena de ciúmes da Nessie e o cap acabou... Tá maravilhosa a sua fic e vc escreve muito bem, acho que deve ter uma segunda parte do cap que explique o título, né??? P fv o Jake não pode ter interesse por outra pessoa senão estraga todo o clima de alma gêmea entre eles dois!!!

nossa Kaori q nome lindo e q poder incrivel ai só vc pra escrever tao bem assim parabens

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