12 de set. de 2010

Capitulo 13

Posted by sandry costa On 9/12/2010 4 comments


Mas olhou para trás.
E viu quando o vampiro arrancou a cabeça de Damon.
E ela gritou...gritou como nunca havia gritado antes e seu grito se misturou ao grito de seu filho.
Ela se embrenhou na plantação de trigo, correndo rumo a cerca de acesso à uma pequena mata fechada que levava até a propriedade de seu vizinho...ela pediria por socorro lá. Kevin berrava em seus braços e ela tentava faze-lo ficar quieto para que a criatura não a ouvisse, mesmo eu sabendo que não faria diferença eu também desejei que a criança se calasse.

Kaori se lançou contra uma cerca e a escalou com rapidez se jogando do outro lado para atravessar correndo a estrada até onde começava um aglomerado de árvores escuras, além daquelas árvores ela encontraria ajuda. Aos tropeços ela seguiu chorando e tentando fazer seu filho se calar, depois de passar por um largo tronco de árvore caído ela viu a luz de uma casa cintilar na escuridão distante e uma farpa de esperança cravou-se em seu coração. Mas foi então que muito rapidamente uma sombra mais escura que as sombras da noite passou por ela em uma velocidade alucinante, Kaori se assustou e olhou mais à frente.

Em pé, junto de uma pequena elevação o vampiro a esperava.
- Por favor, por favor...deixe meu filho ir.
Mas a resposta foi um impacto fortíssimo em o seu corpo atirando-a para trás de encontro ao tronco caído, ela bateu com a cabeça e caiu no chão esparramada, folhas grudaram em seu cabelo e o sangue correu em uma profusão constante de um corte fundo em sua testa...Kaori ficou tonta mas ao pensar no pequeno Kevin sua visão voltou instantaneamente; ela notou que estava com os braços vazios e apressou-se a procurar na escuridão pelo seu filho...não o encontrou.
- Quanto mais jovem o sangue...mais delicioso.
Kaori olhou para  escuridão e viu o vampiro segurando a garganta de seu filho com as presas brilhantes, seu coração perdeu o compasso e ela não pode respirar, o pijama de bolinhas azuis estava empapado num sangue vivo e escuro que saia do ferimento aberto, o vampiro sugava avidamente o fluido vital enquanto ela não pode fazer nada a não ser perder toda a esperança. O vampiro soltou o corpo inerte da criança, o pequeno caiu desajeitadamente no chão, seu corpo sem vida ficou ali deitado, seco e inanimado.
A criatura caminhou lentamente em direção a Kaori, sorrindo com sua boca de lábios finos e pegajosos do sangue recente do pequeno Kevin, ele parou na frente da menina e se agachou para ficar mais perto do rosto dela.
- Interessante como a sua vida termina de uma hora para outra, não? - disse ele zombando.
Kaori olhou para ele e eu vi em seu rosto o profundo pesar, não era raiva nem tampouco dor, mas uma completa falta de vida, era como se ela já estive morta por dentro e nada mais importasse. Kaori já havia perdido tudo, seu marido e seu filho em uma mesma noite e o vampiro imundo não tinha mais nada para tirar dela.
- Me mate. – disse ela numa voz inexpressiva – Me mate de uma vez, você já carregou minha família...então, agora, me carregue para as trevas também seu maldito.

O vampiro a encarou por um instante e então ele deixou de sorrir e passou a olhar para ela como se planejasse alguma outra coisa, encarou a menina com uma expressão obscura enquanto as lágrimas rolavam silenciosas pelo rosto de Kaori e seus olhos permaneciam fixos no corpo do filho.
- Não. – disse por fim o vampiro – Eu não vou matá-la.
- Eu me matarei de um jeito ou de outro seu maldito...não vou viver sem minha família... eu não preciso da sua piedade.
- Piedade? - respondeu o vampiro com escárnio – Piedade não, menina. Seria muito fácil matá-la e enviá-la ao encontro de sua família, eu posso fazer algo muito pior do que matá-la. Eu...vou amaldiçoá-la....
E então a criatura se abaixou e cravou suas presas na garganta de Kaori, não sugando sangue mas injetando o veneno; veneno que a tornaria imortal e faria com que ela passasse a eternidade lamentando a perda de sua família. Então eu conheci o quão amaldiçoado era aquela criatura, seu coração de pedra era tão maligno que condenou não apenas o corpo de Kaori, mas também sua alma.
Agonizando enquanto o veneno do vampiro queimava suas veias, Kaori ainda pode sussurrar.
- Porque?
- Simples... cansei do gosto do sangue das vacas. O sangue humano é mil vezes melhor.
E dito isso ele saiu caminhando lentamente como se nada tivesse acontecido, enquanto Kaori era deixada à sorte de seu próprio destino.

Eu senti a mão de Nessie apertar a minha com força, e no instante seguinte as lembranças de Kaori se transformaram novamente num borrão, mas prestando um pouco mais de atenção eu pude ver os vislumbres de sua vida.
Ela despertou com sede e sozinha, mas a dor pela perda de seu filho e de seu marido era tanta que ela correu para longe dali, não sabia o que era e o que lhe tinha acontecido, ela era diferente agora, era mais que uma humana e, ao mesmo tempo, menos. Correu a uma velocidade incrível se emprenhando cada vez mais fundo em uma floresta desolada muito ao norte de onde tinha nascido, lá ela se escondeu e não permitiu que a sede a dominasse, só que era forte demais e ela começou a matar pequenos roedores e animais que habitavam aquela mata profunda.
Fez isso durante dez anos.

Kaori ficou isolada durante uma década inteira remoendo sua dor e compreendendo que sua nova existência amaldiçoada não permitia que ela morresse e se livrasse de todo esse sentimento que ameaçava consumir sua sanidade. Durante dez anos ela permaneceu escondida de tudo e de todos, até que finalmente ela saiu de seu covil porque a área que ela habitava estava sendo devastada para a construção de algo que ela não lembrava o que era; recordava-se apenas das máquinas e dos homens cortando as árvores. Ela não teve escolha.
O mundo havia mudado desde então, tudo estava diferente naqueles dez anos de reclusão e Kaori era movida apenas pelo medo, só agora eu compreendo porque ela parecia sempre tão amedrontada...ela havia nascido como vampira desse modo: com medo. Seu instinto sempre a afastava dos grandes centros e ela passou a roubar roupas das casas mais afastadas das cidades, viveu sempre nas florestas sem um teto e sem uma companhia, alimentando-se de animais o tempo todo. Kaori nunca matou um ser humano.
Ela tentava contar o tempo de cabeça e foi sem querer que descobriu que já ter mais de sessenta anos ao encontrar um jornal e ler o ano corrente nele em uma das suas poucas aparições em cidades pequenas; e foi em uma destas cidades que seu dom de comunicar-se com os outros por telepatia surgiu, ela ouvia e falava com as pessoas...muita gente se assustava e olhava para os lados procurando quem havia falado com elas.

Finalmente, as lembranças de Kaori tornaram-se mais recentes até que reconheci parte da cidade de Seattle por onde ela acabou chegando quase sem querer, ela não gostou da cidade e partiu logo em seguida depois de conseguir calças em melhores condições que as que ela usava. Escolheu aleatoriamente uma saída da cidade até que finalmente deu de cara com a floresta que sempre a protegeu, entrou nela e caminhava devagar quando, de repente e sem mais nem menos, deu de cara com um trio de vampiros acampados em uma clareira não muito distante da auto-estrada.
Velozmente, Kaori subiu em uma árvore frondosa se instalando em um dos galhos mais altos rezando para que o vento não mudasse e carregasse seu cheiro para os vampiros na clareira. Kaori já havia visto outros vampiros mas sempre os evitou, ela soube com o tempo distinguir vampiros sociáveis dos que não se podia chegar perto e esses três, com certeza, não eram do tipo que se podia conversar.
Kaori achou estanho três vampiros ali tão perto das cidades, eram muito diferentes de tudo o que ela lembrava e havia algo suspeito neles como se tivessem sido selecionados de locais diferentes e postos ali por algum motivo premeditado. Por isso, ela resolveu ficar e apurou os ouvidos para saber o que aqueles vampiros estranhos faziam ali.
- Não importa – falou um deles, um vampiro que parecia o mais novo com algo em torno de seus 19 anos de idade, trajava jeans gastos e uma jaqueta de couro puída, seus cabelos negros caiam longos abaixo dos ombros – Não acho um bom local para esperar todos eles, aqui é muito perto da cidade e os humanos são desconfiados por estes locais, esta cidade é grande e violenta demais, os criminosos dali sempre fogem para a floresta para evitar a polícia.
- Você não vai querer voltar atrás agora, Miguelito.... – Disse um vampiro que estava vestido com roupas estranhamente elegantes para aquele lugar, eram finas demais: um terno cinza com sapatos de couro pretos, uma sobrecasaca preta e um sobretudo preto que parecia caríssimo, estava de costas e Kaori não viu seu rosto – Afinal de contas, nós só poupamos sua vida devido à sua capacidade peculiar...
- Escute aqui meu camarada – interrompeu o terceiro vampiro, um homem de meia idade tão magro e careca que nem mesmo a beleza transcendental dos vampiros o ajudava a ficar belo, tinha um estranho sotaque que parecia russo – Já chegamos até aqui e não queremos problemas com a sua gente, está bem?
- Bom saber, Alexandrovish, mas espero que nosso amigo mexicano compreenda todas as implicações de nosso...contrato.
- Eu estou fazendo tudo o que mandam, só não entendo porque não vamos de uma vez por todas até o ponto de encontro, acho este lugar exposto demais.
- Escute – disse o vampiro bem vestido – Estamos aqui por uma razão, não podemos nos aproximar tanto para não levantarmos suspeitas. Este é o ponto de partida e precisamos aguardar aqui até todos os outros terem chegado, por isso, meu amigo apressado, ficaremos aqui até recebermos ordens de nos encontrarmos no ponto de encontro.
- Se quer saber, por mim tanto faz desde que quando tudo isso acabar eu possa seguir meu caminho livre de toda a sua gente louca. – disse Miguelito.
- Bem, e quanto aos alvos? Pelo que ouvi são cacas grossas, eu não quero entrar numa briga em que tenha certeza que eu vá morrer. – questionou o russo.
- Não se preocupem com isso, tudo estará acertado e de vocês não queremos nada a não ser seus talentos especiais; além disso... – ele calou-se de repente – Tem alguém aqui...eu posso sentir.

Kaori não esperou para ver o que iria acontecer, de um só pulo alcançou o chão e disparou entre as árvores como um raio, atrás de si ela sentia passos velozes seguindo-a e ouviu quando a voz do vampiro que parecia ser o líder gritou:
- Peguem-na, não deixem que ela escape...
Depois disso, Kaori correu ainda mais rápido se embrenhando cada vez mais nas florestas profundas e sem uma direção certa, por sorte ou ironia do destino, ela era muito veloz e nunca seria apanhada tão facilmente, apenas teve de cuidar para que eles não a cercassem. Depois de um tempo ela percebeu que era seguida apenas por dois vampiros e não pelo terceiro.
Já havia corrido centenas de quilômetros sendo caçada e quando achou que não escaparia mais e que teria de lutar ou morrer ela ouviu o grito do vampiro russo que a seguia junto de um outro:
- Não, aí não...estamos perto demais. Não entre aí Miguel.
Kaori correu mais depressa e só depois de muitas horas parou e percebeu que não estava sendo perseguida, com isso percorreu vários quilômetros identificando odores estranhos de um grande grupo de vampiros e de criaturas que ela não soube identificar mas que tinham um cheiro semelhante ao de cachorros.
Ela não sabia porque os vampiros recuaram mas notou que dentro de um certo perímetro ela estava segura porque eles não ousavam atravessar uma fronteira invisível para estas terras; com medo, Kaori manteve-se ali na região embrenhada no pântano e alimentando-se dos animais que encontrava. Fez isso por semanas até que deu de cara com dois lobos gigantescos e teve que fugir deles indo esconder-se num alto salgueiro que crescia nos charcos ali perto.

Eu revi a conversa mental com os lobos e meu próprio rosto enquanto seguíamos para a casa dos Cullen...meu rosto aparecia muito nas lembranças de Kaori e só então eu percebi que ela me olhou muito... mesmo eu nunca tendo percebido.

Subitamente, Nessie cortou a ligação e todos voltamos para a realidade na sala de estar de Carlisle. Olhei rapidamente para Kaori e ela manteve o rosto para baixo, todos estavam com expressões de horror no rosto.
- Desculpem-me se mostrei demais, mas eu queria que soubessem que eu não sou má ou represento ameaça a vocês.
Eu não respondi, tentei mas minha voz não saiu. Nessie tinha os olhos marejados quando desfizemos o círculo e notei que Bella agarrava Edward com força como se tivesse medo de perde-lo como Kaori perdeu seu marido, Alice e Rosalie tinham uma expressão de choro no rosto apesar de que nenhuma lágrima poderia rolar por suas faces, Jasper e Emett estavam sombrios e Esme sentou-se no sofá abraçando Kaori. Carlisle se ajoelhou na frente dela segurando suas mãos e olhando em seus olhos.
- Sabe, eu posso apenas imaginar a dor que você sentiu quando perdeu toda a sua família...eu morreria se perdesse a minha – disse Carlisle afetuosamente – O vampiro que fez isso e que a transformou era um louco e merecia ser queimado mil vezes em uma pira...qualquer coisa que eu diga não vai aplacar sua dor, mas saiba, Kaori, que ao menos você não se transformou em uma vampira maligna e saiu por aí matando inocentes; você é diferente e especial por isso...porque você soube se controlar e fugiu sozinha para não machucar ninguém. Apesar de tudo o que passou, sua alma ainda está intacta e pura.
- A única coisa que senti em todos estes anos foi medo... – Kaori respondeu com uma vozinha falha.
- Você não precisa mais sentir medo, querida... – disse Esme.
- Kaori – eu comecei tocando seu ombro – Nada de mal vai lhe acontecer aqui...você está segura agora.
- Rosie – Disse Carlisle – Você poderia levar Kaori ao seu quarto para ela tomar um banho? Alice talvez consiga encontrar algo para ela vestir...
- Claro, venha comigo Kaori...- respondeu Rosalie sendo mais delicada do que de costume.
- Chego lá em um minuto – respondeu Alice.
- Alice – chamou Esme – Sem exageros por favor...
Eu quase ri...pedir aquilo para Alice era o mesmo que pedir para não chover em Forks.

Foi quase sem querer que vi Nessie saindo de casa pela porta da frente, eu imediatamente me afastei da sala para ir atrás dela; quando saí para o jardim ela já estava sentada num banco largo e talhado que Seth havia dado de presente para os Cullen há um tempo atrás, sua expressão era indecifrável e ela olhava para o chão como se não existisse mais nada em sua mente. Eu me sentei ao seu lado tomando suas mãos entre as minhas, só então notei que o dia já estava surgindo e a madrugada fria dava lugar à aurora resplandecente.
- Nessie? Está tudo bem?
- Ela perdeu todos eles Jacob, perdeu o marido e o filho...tiraram dela tudo o que importava...aquele maldito louco destruiu a vida dela... meu Deus Jacob...o que eu faria se tirassem você de mim? Ou minha mãe, meu pai...o que eu faria?
- Renesmee, não vai acontecer nada conosco, o que aconteceu com Kaori foi uma coisa fatalidade mas não vamos deixar que isso repita...
- Jake, e os vampiros que estão rondando por aqui? Eu sei que tem algo haver conosco, eu sei...algo me diz isso...
- Eu não vou permitir que nada aconteça com você, Nessie, ou comigo ou com qualquer um de sua família, está bem? - com isso eu a abracei e beijei sua boca emoldurada, fiquei ali para que ela sentisse o calor de meu corpo e a segurança que eu poderia lhe dar.
- Me perdoe pela minha crise boba de ciúmes...
- Não esquenta, até achei bonitinho...
- Bobo.
- Kaori precisa de ajuda, não apenas de casa ou roupas, ela precisa saber que existem pessoas que ligam para a existência dela.
- Eu sei...não vou mais ser tão rabugenta...mas ainda acho que ela se encantou com você.
- Eu acho que não. Talvez seja aquele encanto de amizade, acho que é isso que surgiu de imediato, algo que também aconteceu comigo e sua mãe; além disso, eu só amo você.
- Promete que nunca deixará de estar comigo, Jake.
- Prometo...

Nós ficamos ali por mais algum tempo até que Nessie se acalmasse, tudo o que vimos foi terrível demais para uma só noite e acho que até mesmo eu precisava por as coisas no lugar dentro de meus pensamentos. Algo estava errado por ali e eu também não gostei do que Kaori viu na mata com aqueles três vampiros, eu não sabia o que era mas provavelmente não era boa coisa.

O importante era ter Nessie comigo...para sempre.

E eu jamais permitiria que qualquer força no mundo a tirasse de mim.

Autor Angus

4 comentários:

P-E-R-F-E-I-T-O, Angus!!!!! Maravilhoso... Esse é o espírito do amos de Jake e Nessie, uuuufffffaaaaaa!!! O que será que Aro está aprontando??? Pq tenho certeza que isso só pode ser armação dele, né?!?! Parabéns! :n

OOOOOppps! *amor* de Jake e Nessie rsrsrsrsrs... Foi a emoção que me fez errar!!! Por favor não demora de postar os outros, tá? Vc bem que poderia postar dois ou três de uma vez só, né???? rsrsrsrs. Abusei, mas não custa tentar kkkkk. Bjks. :i

tadinha da Kaori ela ja sofreu tanto, e eu cheguei ate a nao gotar dela qdo ela apareceu na fic
o cap estava incrivel, parabens Angus

bjjss

a cada cap essa fic fica mas emocionante e mais envolvente.....nossa perder um ente querido doi demais eu sei disso por esperiencia........mais tbm sei q vai ficar pior nao vai,ai mais eu nao queria ;;;;;;;;;;;;;;;;;linda lindo lindissimo belissimo sua fic parabens

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