Transformação
Clara
_Vamos.
Eu disse esperando pela
recusa, os dois novamente sorriram.
_Nós já esperávamos que
você se apressasse.
Seria mamãe que iria me
morder, eu me deitei e sim senti um pouco de medo, então olhei nos olhos
vermelhos que nunca me amedrontou e senti segurança de novo. Eu estava
consciente enquanto minha mãe tocou meu pescoço como se estivesse me beijando,
senti uma dor insuportável quando seus dentes afiados rasgaram a pele dali. O
fogo não demorou a acender, onde minha mãe mordeu parecia estar em chamas,
chamas que tomava cada parte do meu corpo que balançava em pulos em cima da
minha cama, eu não tinha forças para me segurar. Ouvi Miley chorando, segurando
minha mão, enquanto isso o fogo percorria minhas veias, e minha mente começou a
clarear.
Depois de um século o fogo
começou a ceder, se dirigindo para o órgão que chamava mais atenção no momento,
ele parecia saber que seu tempo estava contado, pois galopava no meu peito,
como se tentasse fugir das chamas que tinham destino certo. O torpor saiu do
meu ouvido e eu ouvi gritos agoniados que percebi saia da minha boca, meu corpo
se lançava ao ar como se eu estivesse sendo eletrocutada. Meu ouvido agora
captou o tocar suave dos pés de minha mãe enquanto ela atravessava o meu quarto
e se sentava a meu lado, seu cheiro era o melhor perfume que eu já havia
sentido, uma mistura de jasmim com mel. Ela passou sua mão por meu rosto e
então ouvi meu pai e Miley se aproximarem também, ao mesmo tempo em que o fogo
atingiu seu propósito, cercando seu alvo por todos os lados, meu coração
valente tentou duelar com ele, porem nem toda sua coragem foi suficiente contra
o poder avassalador do fogo. Ouvi o que viria a ser a ultima batida no meu
bravo coração antes do silencio reinar absoluto no meu quarto. Pude contar dois
mil e quatrocentos segundos antes de sentir uma mão quente tocar meu braço, meu
primeiro instinto foi arrancá-la fora, mas aquela mão me trouxe tanta paz
quanto uns certos olhos vermelhos me trouxeram quando tinha sete anos, soube na
mesma hora que era minha mãe. Abri meus olhos pra um novo mundo, um mundo onde
agora ninguém poderia me separar da minha família.
Miley
Eu fiquei muito feliz pela decisão dos meus pais em relação à transformação da Clara. Mas era horrível vê-la daquele jeito. Sofrendo. Eu não agüentei ficar no quarto e ficar vendo aquela cena, fui para o meu quarto e me deitei na cama que fica de frente para a parede onde tem um mural com algumas fotos da minha família e eu, e a última foto era uma minha abraçada com a Clara, no aniversario de dezoito anos dela. Aquilo me deu um aperto no coração, eu me senti culpada por não estar com a minha irmã nessa hora tão dolorosa e digamos até importante para ela. Eu me levantei e fui até o quarto dela onde estava acontecendo à transformação. Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão e fiquei observando ela. Fiquei ali talvez por horas olhando para ela, a transformação dela estava quase terminando eu podia sentir isso.
_Miley querida, vá descansar. Disse meu pai entrando no quarto. Eu não ia sair dali, eu ia ficar com ela até o final da transformação, não me importa se eu estou cansada ou não.
_Não. Eu vou ficar com a Clara. Meu pai se aproximou de mim, e retirou a mão da Clara da minha e a pegou e me levantou da cama.
_Vá querida, você não tem que ver isso.
_Sei que não pai. Mas eu quero ficar com ela.
_Querida não faça isso, você só vai sofrer a vendo desse jeito. Saia daqui querida tome o ar, depois você volta. Eu assenti mais com raiva, não queria sair dali. Fui para o quintal e respirei fundo, de repente a raiva me consumiu, por que meu pai não deixou que eu ficasse com a Clara até o final? Por quê? Quando olhei para frente vi pedras, flores e folhas flutuarem.
_Miley! Gritou meu pai vindo em minha direção, mas antes que ele pudesse tocar em mim ele estava levitando como as pedras, flores e folhas.
_Miley calma, me coloque no chão filha. Eu queria mais não conseguia, eu ainda estava com raiva.
_Miley, a transformação está no fim. Quando minha mãe disse isso eu coloquei tudo no seu devido lugar e coloquei meu pai no chão.
_Desculpa papai eu não queria, mas é que eu... Ele não esperou que eu terminasse e me abraçou.
_Tudo bem querida. Ele beijou o alto da minha cabeça. _Está tudo bem, vamos ver a sua irmã agora? Nem precisava perguntar isso, eu dei um sorriso para ele e fomos ver a minha irmã, a minha irmã vampira.
Clara
Miley e eu estávamos
sentadas em um tronco onde costumávamos brincar quando éramos crianças, Miley
estava mais uma vez imaginando como seria seu parceiro.
_Como ele será?
Perguntei dando assas a
sua imaginação.
_Bem ele teria dezessete anos, um metro e oitenta, cabelos pretos, olhos azuis, de bom caráter, charmoso e claro romântico, estilo Bruce Wayne.
_Bruce Wayne? Você é louca.
_Ah não sou não. Olha temos até o mesmo sobrenome. Não daria trabalho eu mudar o meu nome quando nos casássemos.
_Bem ele teria dezessete anos, um metro e oitenta, cabelos pretos, olhos azuis, de bom caráter, charmoso e claro romântico, estilo Bruce Wayne.
_Bruce Wayne? Você é louca.
_Ah não sou não. Olha temos até o mesmo sobrenome. Não daria trabalho eu mudar o meu nome quando nos casássemos.
Nós gargalhamos, era
incrível como nós nos divertíamos juntas, fazíamos planos de ir para outro
lugar, conhecer o mundo e sair da Itália, tão temida por nossa família, papai
odiava os Volturi e ele sabia bem o que ele estava falando, afinal ele foi um
de seus guardas por séculos. Ainda de mãos dadas perguntei.
_De onde ele seria?
_Pode ser de Verona mesmo,
sabe não é muito longe daqui e eu não quero que ele se canse para vim me
visitar.
_ Até parece uma vampira com preguiça de correr.
_Mas Verona é pertinho, eu posso ir voando... Eu até imagino como ele seria.
_ Até parece uma vampira com preguiça de correr.
_Mas Verona é pertinho, eu posso ir voando... Eu até imagino como ele seria.
Ela disse, e quando eu
pensei algo estranho aconteceu, em minha mente veio a imagem de varias pessoas
diante de mim, com dados de sua vida como se fosse uma ficha. Arregalei meus
olhos.
_Você viu isso?
Perguntei a Miley, minha
voz quebrando duas vezes, ela estava paralisada e somente assentiu com a
cabeça.
_Cooomo você fez...
Sua voz diminuiu até
sumir, ela olhou para nossas mãos. Naquele momento eu sabia o que tinha
acontecido, eu não sabia o que era ou o nome que se dava a ele ou como
funcionava, mas eu sabia que aquele era o meu dom.
_Vem, vamos falar com o
papai.
Quando chegamos em casa
contei para nossos pais, eles ficaram abismados, mas papai já tinha visto de
tudo, ele resolveu que faríamos alguns testes. Eu pensei novamente no que eu
havia pensado antes, e como antes uma lista se passou em minha mente em
segundos.
Carmem Brunn, casada, trinta e dois
anos, baixa, sessenta e oito quilos, morena, dois filhos, humana, sem dom.
Heitor Mchim, solteiro, dezessete
anos, moreno claro, alto, oitenta e dois quilos, humano, dom agilidade.
Diana Sher, solteira, cento e quatro
anos, loira, alta, cinqüenta e seis quilos, vampira, sem dom, habilidosa em
luta.
Como esses, eu vi mais de
cem pessoas, meu pai pesquisou e como eu havia imaginado esse era o meu dom,
com o tempo,o papai descobriu varias coisas sobre o meu dom, eu era como um
rastreador, eu podia fazer uma varredura de uma área e saber quem morava la,
quais seus dons; se eu me concentrasse em uma pessoa especifica, eu poderia
entrar em sua mente, saber tudo que ela já viveu em sua vida, e ver tudo ela
estava vendo; todos estivessem tocando em mim, via tudo que eu via.
Junto com meu dom veio à
alegria por eu ser tão poderosa e o medo de que Aro soubesse da minha
habilidade.
Miley
Minha
conversa com a Clarinha me fez refletir, não que eu esteja carente, eu recebo
muito amor, de meus pais e de minha irmã. Mas eu sinto falta daquele tipo de
amor que um homem tem por uma mulher, não posso dizer que sinto falta, pois
nunca amei de fato. Às vezes eu anseio por esse tipo de amor, mas em outras
vezes eu sinto medo, dizem que o amor machuca, e se for para mim me apaixonar
eu quero que isso aconteça com a pessoa certa. Sem sofrimento, sem mágoas.
_Clara como é amar? Perguntei para a Clara que estava sentada de frente para o computador. Ela fez uma careta antes de responder.
_Não sei muito bem. Disse olhando para a tela do computador.
_Mas você já namorou.
_Sim já, e descobrir que não o amavam, e isso foi antes de me tornar vampira.
_Como você descobriu que não o amava?
_Ele não me completava, não servia para mim e o principal se eu o amasse eu estaria com ele ainda.
_Clara como é amar? Perguntei para a Clara que estava sentada de frente para o computador. Ela fez uma careta antes de responder.
_Não sei muito bem. Disse olhando para a tela do computador.
_Mas você já namorou.
_Sim já, e descobrir que não o amavam, e isso foi antes de me tornar vampira.
_Como você descobriu que não o amava?
_Ele não me completava, não servia para mim e o principal se eu o amasse eu estaria com ele ainda.
_E
o Peter? Eu sabia que esse assunto era difícil para
ela, mas eu estava curiosa. O Peter foi o primeiro e único namorado que a
Clarinha teve depois que virou vampira.
_O Peter foi um erro. Ela disse
com uma magoa nos olhos, quando ela namorou o Peter, ela era recém criada e não
resistiu, ele é o único humano que ela se arrepender por ter matado. Resolvi
mudar o assunto, e voltar as minhas duvidas.
_E como eu sei que alguém
me completa ou que serve para mim?
_Você vai descobrir quando você o achar. Ela se virou para me olhar e sorriu eu retribuir o sorriso, virei meu rosto e fiquei olhando pela janela.
Todos devem sentir esse sentimento, então eu não devo temer.
_Você vai descobrir quando você o achar. Ela se virou para me olhar e sorriu eu retribuir o sorriso, virei meu rosto e fiquei olhando pela janela.
Todos devem sentir esse sentimento, então eu não devo temer.
Clara
_Vou até a cidade comprar
uma tinta, quero mudar meu cabelo. Avisei antes de sair.
_Clarinha vou com você. Esperei
minha irmã, enquanto mamãe perguntava.
_De novo querida, essa cor
lhe caiu tão bem e faz pouco tempo que você pintou seu cabelo.
_Sim mamãe, mas já vi duas
ou três pessoas comentando que me acham parecida com alguém, e uma delas foi na
escola.
Minha mãe acenou a cabeça
afirmativamente, compreendendo a situação.
_Vamos.
Ly e eu fomos em alta
velocidade por entre as arvores até chegar próximo ao centro da cidade, onde
entramos em um beco e saímos como se tivéssemos entrando no caminho errado.
Fizemos nossas compras e aproveitamos para passear, como sempre atraiamos
vários olhares e muitos garotos corajosos vinham falar conosco.
_Vamos no salão?
Ly chamou.
_Ah não, eu quero pintá-lo
eu mesmo.
Vi os olhos de minha irmã
brilhar.
_Eu ajudo.
Caminhamos em direção ao
acesso mais rápido da floresta passando por vários pedestres, antes nos
primeiros anos de minha transformação eu não poderia chegar tão perto de
humanos, porem agora isso não era sacrifício. Minha família e eu apesar de nos
alimentarmos de sangue humano procuramos caçar somente os verdadeiros monstros
da sociedade, aqueles que como aqueles homens há muitos anos atrás, em minha
outra vida, espancou e violentou minha mãe humana.
_Acho que ele gostou de
você.
Miley
falou apontando discretamente para um rapaz em pé próximo a um carro muito
bonito, ele parecia ter no maximo dezessete anos, ele me olhou e seus olhos me
pareciam familiar.
_Bem não parecer ser só a mim que ele
está olhando.
Disse com um sorrisinho no rosto, seus
olhos iam de mim para a Ly, ele era muito bonito para um humano. Ele veio até
nós e com um sorriso tímido se apresentou.
_Olá, sou o Leon.
Ly parecia uma estatua e não falava
nada.
_Clara e Miley. Falei dando a mão e um
beijo em sua bochecha, ele beijou a bochecha da Miley que pareceu acordar de um
sonho. Ficamos conversando, e ele era diferente dos humanos que eu conhecia.
Fic escrita em conjunto
Capitulo escrito por Sandry e Dany
1 comentários:
meninas vcs são fabulozas com a escrita pois esse cap ficou lindissimo parabens essa fic é demais beijos
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