14 de nov. de 2010

Capitulo 13

Posted by sandry costa On 11/14/2010 1 comment


A perda

Murgen

"Pessoal se estiver dificil entender a letra é só me avisar que eu mudo, bjjss Sandry. Leiam e comentem."

Crescer é inevitável. E com o crescimento sofremos e conseqüentemente aprendemos. Hoje estou vivendo outra decepção, mais uma vez chego tarde de mais, também com apenas uma noite por mês para procurar é impossível chegar a tempo. Como de costume só encontro o rastro das feiticeiras puras.
Antigas lendas do mar, dizem que sereianos em crise de existência, não se conformando com o mestiçismo, buscaram se tornar um ser único. Pesquisaram e pediram aos mestres, ou como a Hera diria deuses do Olímpio, poderes. Poderes estes que foram concedidos pela mestra Nix os deixando marcados pelo símbolo da noite. Alguns se tornaram peixes completos e outros poucos em humanos.
Acredito que, de lenda essa historias não tem nada! Tiro por mim, que em toda noite de lua cheia, desde que tinha nove anos, me transformo em humana. Dizem também que essas feiticeiras, guardão o segredo da magia, que conservam os dons das antigas Walters, como uma beleza sobre humana e uma voz encantadora. Os humanos têm outras explicações para a espécie, não sei quem está certo, pois como Hera dizia: “varias teorias, única verdade!” e a verdade é que existem e podem dar-me, o que quero.
Quero pernas para poder invadir Volterra atrás de Atheir, meu Wind, meu amor, minha vida!  Permitir-me tocar nesse nome depois de três meses o ignorando me trouxe lembranças depredativas.
“Quem é você?” – Ouvi a voz mais linda do mundo, pela primeira vez e imaginei o rosto do ser que a tinha, tão imponente. Corri para me esconder, esperava por Hera já na forma humana, pois na superfície somos clandestinos. Sim na época já tinha 16 anos e o que todos compreendiam como empolgação com o novo, eu entendia como companhia. Estar com a pessoa que, apesar de tão diferente de mim é mais irmã que meu povo. Hera minha eterna saudade, que naquele momento se encontrava em apuros.
“porque quer saber?” a voz de Hera era estável, mas a conhecia bem e sabia que havia muito medo embutida naquela pergunta. Quis ajudá-la, será que poderia persuadir esse ser? Quem seria esse ser?!
“nunca te vi no Olímpio!” aquela voz desprendeu-me do mundo, queria fulminantemente ver esse rosto, contudo esperei para ver se eu realmente seria necessária. – “nem poderá ver” minha amiga sempre foi a mais diplomática de nos duas, e sempre me ensinou a conversar antes de partir pra agressão. Sua voz estava tão imponente quanto à do homem. – “não deve contar a ninguém sobre minha existência, isso pode custar algumas vidas, dentre elas a da deusa dos deuses.” Agora seria hora de sair, se ele não guardar o segredo por bem guardará por mal! Mais uma vez aquela voz desconexiçou meus pensamentos.
“Não vou contar a ninguém! Mas se você é um segredo, deve saber que não deveria sair com harpias rondando a noite. – caminhei de trás dos arvoredos em direção a conversa na praia, acreditando que seria necessário mandar aquele ser embora, me ocultei no escuro. Ele continuou:
“poderia ser outro em meu lugar, e acredite contariam, afinal a Deusa Hera não é muito querida por nós!”
“eu precisava vir!” Hera falou agora demonstrando sua angustia, acreditava que o ser a levaria de volta, como eu. Foi à hora de me mexer e aparecer, o ser perguntava: “por quê?” e meu olhar se encontrou com o dele, tudo ao meu redor desapareceu só aqueles olhos me eram visíveis, só a beleza daquele ser me era real. Registrei com o subconsciente a resposta de Hera.
“por isso!” e senti seu olhar em mim.
Atheir correspondeu o meu olhar e a partir dali nunca mais nos separamos.
Já a Hera?! Não posso dizer o mesmo! Não esqueço o quanto foi doloroso, quando cheguei à praia de Cyclades e esperei por eles a noite toda, justo no dia em que iria me despedir, tinha uma carreira a trilhar, e partiria no dia seguinte para Livorno, onde vivo ate hoje. Mais doloroso ainda foi o que aconteceu depois, quando o Atheir me procurou.
Meu novo lar é movimentado muito próximo a costa e com muitos pescadores, o maior problema do mar mediterrâneo.
Em uma de minhas missões de salvação de ovas de dourado, senti a necessidade de conhecer a superfície de Livorno. Um lugar muito bonito, com um deque, basicamente um porto moderno aqui não há areia, não tenho uma praia, são apenas rochas. Olhei em volta e lá no deque estava um anjo, parecendo fazer parte da paisagem. Meu coração disparou finalmente a certeza que tudo que vivi não foi sonho de criança.
_Atheir é você? – minha voz era inexpressiva, mas os sentimentos dentro de mim se agitavam.
_Murgen, minha vida! Realmente te encontrei! Hera disse para guiar-me pelo que sinto e vim parar aqui! Por que veio pra cá?
_longa historia! – sorri eu queria tocá-lo me aproximei do deque, ele abaixou-se para me beijar e que saudades desse beijo!
_pensei que nunca mais fosse te ver! E tão bom você estar aqui! – olhei o negro dos seus olhos completando – sabe aqui em Livorno posso ser uma guerreira, é incrível a Hera ira adorar... Mais seu olhar triste me chamou atenção, sua feição se entristeceu.
_ o que há de errado Atheir? - ele recusou em responder e o seu silencio me deixou muito nervosa o que era desconfiança agora era medo. – É com a Hera? Responda-me, por favor! O que há de errado?
O sol iluminou o rosto de menino do meu amado e incapaz de falar ele afirmou com a cabeça! Eu já sabia que não a veria mais, meu amor por ela me dizia isso, meu coração já estava despedaçado, mas precisava ouvir, foi quando exigi.
_Atheir se me ama pare com essa tortura e me conte o que aconteceu com minha irmã!- ele suspirou e falou:
_A Hera foi descoberta e que está pressa no Olímpio! Murgen por favor, não me olhe assim eu também me apeguei muito a ela.
_Temos que ajudá-la não podemos deixá-la sobre a fúria de Zeus. Hoje à noite me leve lá! Já esta quase escurecendo e...
_Murgen não podemos! - a voz harmoniosa de meu anjo era firme, não compreendia bem o que aquilo queria dizer como não podemos?! Devemos!  O olhei com muita vontade de usar meu dom e ele pareceu perceber.
_nem pense nisso! Não vai funcionar, pois sei que quer usá-lo! – meu ponto fraco se a pessoa percebe minha intenção meus poderes anulam-se e Atheir me conhece muito bem!
_ Eu talvez não deva ir! Mas o que ainda esta fazendo aqui?! Deve ter levado dias para me achar, e Hera esteve só por esses dias! Agora volte e proteja minha amiga! Será sua maior prova de amor!
Atheir me lançou um olhar ate então desconhecido, não pretendia magoá-lo, mas se magoei foi preciso. Não disse mais nada apenas se por de pé e ainda me olhando ergueu suas assas e voou sem ao menos dizer adeus. Sei que ele fez o seu melhor na tentativa de me provar o seu amor, mas falhou e nunca mais vimos Hera!
 Acreditamos que ela esta morta, pois quando meu anjo chegou ao Olímpio, era como se ela nunca tivesse existido, ate seu quarto estava diferente e ninguém, nem sua mãe, tocavam em seu nome. Antes de partir ela esclareceu para o Atheir que nosso amor não é normal é mágico. E que podemos nos encontrar em qualquer lugar! Vem acontecendo a sim a mais de milênios. Na ultima vez que estivemos juntos foi esplendido.
Meu Wind pousou majestosamente, eu ainda trançava meus cachos, com as pernas no mar.
_Não sei por que você ainda trança os cabelos. Vou bagunçá-los! – ele veio do porto atrás de mim já sem suas asas a lua chegou cedo dessa vez. Sorri ao responder – habito! Desde que tinha treze anos faço isso, antes era a Hera!
Não vamos falar nela hoje sim! - Sei que é difícil esquecê-la, mas, por favor! Conto cada segundo para o dia em que, finalmente, posso preencher o vazio que a sua falta me traz, não quero perde-lo com lembranças tristes. – e ele estava certo não era hora pra isso, ate por que ele ainda se sente culpado.
Eu te amo Atheir! – exigi os lábios de meu amado, preenchendo o meu vazio, ou parte dele, acreditando que nunca serei completa outra vez! Faltava-me a Hera! Hoje sou um rio seco, pois tudo que eu amo foi arrancado de mim. Não quero nem imaginar o q será de mim, se a vida do meu Wind for tirada. Conto os dia, pra que possamos ser um só, novamente...
O jeito é voltar para a água, na próxima vez irei a Cyclades é o único canto da Grécia que ainda não procurei, soube que o local esta movimentado, soube também da existência de um mostro por lá! Tenho medo do que sentirei ao pisar no lugar em que ganhei e perdi tantas coisas. Lá ganhei um novo mundo para chamar de meu, ganhei amores, e lá os perdi. Sim foi em uma de minhas visitas a Atlântic que perdi Atheir.
No inicio acreditei que fossem pescadores enraivecidos que queriam vingança contra a mãe d’água, que é como sou conhecida pelos homens do mar, nunca me viram, mas sabem da minha existência, pois sou eu quem os caça ou castiga quando há algo errado, e/ou abusivo, quando os vi percebi que estava muito enganada.
Lindos, tão lindos que tive vontade de me aproximar e assim o fiz! E pude perceber outra coisa...
_Atheir! Atheir! Por favor, você não pode se render! Preciso de você!
Atheir estava com os olhos inexpressíveis, assas aberta, em sinal de rendição, foram se fechando e vi meu Wind cair. O homem me olhou e o que pensei não existir estava ali na minha frente!Os olhos de um vermelho sangue provavam.
A lua ainda não estava cheia me prendendo no mar, posicionei minhas mãos iria me defender e libertar o Atheir do transe em que se encontrava. Das sombras surgiu uma garota, digo garota por que seu porte indicava no Maximo uns 17 anos e seu rosto era tal angelical que por um momento pensei que era do bem. Como me enganei!
A menina com rosto inocente e olhar de trevas sorriu, tornando sua expressão terrivelmente assustadora, o capuz negro caiu revelando os cabelos loiros e seu olhar encontrou o meu. Foi quando percebi que ela era o verdadeiro perigo ali. Aquele olhar de sangue me mergulhou em dor, muita dor, agonia, desespero, pudi ouvir um som desesperador e percebi que saia de minha boca. Aquilo foi se intensificando, e então pedi, implorei!
_ ME MATE! ACABA LOGO COM ISSO!Por favor! Eu suplico! – e realmente eu queria o fim dessa tortura por que ali tudo se perdera! O sorriso daquele mostro, era de satisfação!
A dor queimava, era como navalhas sendo fincadas pelo meu corpo, eram como se ao meu redor tive fogo, que torrava cada célula de meu corpo. E quando finalmente pensei que fosse se ceifada pela morte, que aceitaria gratamente, a lua em sua magnitude, se iluminou e a sua mágica me atingiu! A paz, um alivio, a volta de meus sentidos, me possibilitou respirar novamente. Recuperei minha visão e vi meu amado na forma humana, pois a mágica também o alcançou.
Completei meu movimento, e o mar me ajudou de bom grado, recolhendo meu amado para seu ceio, Atheir ficou ali deitado flutuando no meio do oceano. Enquanto guiava meu anjo para o mais longe possível da margem senti o poder, do demônio, tentar me alcançar, mas foi em vão acredito que nessa forma fico intocada pela força das trevas que emana dela!  Contudo os gêmeos não estavam para brincadeira. E o homem investiu em uma briga corporal, que devo admitir seria meu fim.
Ele era rápido, muito rápido, mesmo com todos os movimentos que Hera me ensinou, não consegui muitas ofensivas, o Maximo que fiz foi me defender muito precariamente.  A mulher dizia observando:
_ Renda-se e sobreviverá, nada disso é necessário! Venha conosco a Volterra!
No momento em que percebi outra investida do ser, de olhos sangue, me abaixei e movi as mãos, jogando muita água no rosto da desgraçada. Sorrir foi meu erro, pois minha trança serviu de alça, e fui jogada para dentro do mar!
Caí, a água salgada entrando em meus pulmões, e ao tentar me erguer senti a frieza das mãos do garoto de cabelos negros, me segurarem ali. Que ironia uma sereia sendo afogada! Mas algo aconteceu me vi livre do seu aperto de aço, saí d’água buscando pelo ar, tão necessário na forma humana!
Os gêmeos estavam suspensos no ar segurados por mini ciclones. Atheir se ergueu e no que dependesse de mim não cairia! Reuni minhas forças, fechei meus olhos em sinal de concentração, precisava sentir o mar. A ventania que estava sendo provocada por meu amor não ajudou muito. A raiva por não poder ser sua companheira queimou em mim, e finalmente a água me obedeceu e como eu ela fervia!
_ATHEIR DIRECIONE A AGUA!  - ele soltou os gêmeos e se voltou com o olhar para o gêiser que tomou a forma de um mini rodamoinho fervente, Atheir começou a jogá-lo no encalço dos seres, que devo reconhecer são rápidos! O homem gritou:
 _Só queremos vocês para o nosso exercito! Como minha irmã já disse isso não é necessário! Queremos irmãos! Rendam-se ao meu mestre e serão recompensados!
Nunca servirei aos filhos de Hades! – Atheir mantinha o rodamoinho a perseguir-los, eles fugiam de nossas investidas com movimentos sincronizados, ate que a loira se desequilibrou e pingos d’água fervente tocaram seu rosto o fazendo trincar. Esse era o segredo.
Contudo a exaustão nos atingiria logo, nessa forma e impossível manter nossos poderes. E assim que a idéia passou pela minha cabeça, Atheir mostrou o primeiro sinal de fraqueza, e de repente tudo ficou escuro! 
Não sei o que houve depois que sucumbi à escuridão, mais quando acordei estava em Atlântic! Não pude mais sentir meu anjo e soube que ele havia caído nas garras dos demônios.
Dentro desses dois, longos, messes de espera, tenho me preparado para tudo ando lutando com humanos que persuadiu, e treinado como ferver a água que invoco, acredito que logo estarei pronta para ir atrás do meu homem! E sei que de onde a Hera estiver ela vai me guiar e ajudar!
_Hera minha irmã eu te amo! – disse olhando o céu onde provavelmente ela habita!
_Atheir não desistirei de você! Falei para mim mesma quando pulei na água e recuperei minha forma!

Capitulo escrito por Marilan

1 comentários:

San obrigada por ter postado o cap hj....
Marilan o cap esta simplismente perfeito lindo demais.....
triste mas muito lindo...
esses demonios vão pagar caro com tudo q eles estão fazendo,ai se vai....
parabens querida
beijos açucarados a todos

aguardando ansiosa pelo proximo cap

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