6 de nov. de 2010

Capitulo 4

Posted by sandry costa On 11/06/2010 3 comments


Queimando Parte 1






Ela ficou em silêncio por vários segundos.


- Não achei que fosse atender. – ela comentou, surpresa.


- Então por que ligou? – demandei. Não estava com paciência para conversa fiada.


- Preciso falar com você... sobre... – ela não continuou. Seu tom de voz soou estranho.


- O que você quer, Rosalie? – demandei novamente.


- Bom, como disse, preciso dizer... lhe colocar a par dos últimos acontecimentos.


- Está tudo bem? Carlisle, Esme? – perguntei um pouco preocupado. Não ligava para ele havia várias semanas.


- Sim, está tudo bem com eles.


Respirei fundo, tentando manter a calma. Não havia motivos para explodir com ela, mas não conseguia imaginar as motivações por trás de sua ligação. Rosalie provavelmente seria a pessoa que mais aproveitaria minha ausência.


- Então, diga logo o que quer. – falei mais rispidamente.


- Como disse, queria te colocar a par dos acontecimentos. Talvez dessa forma você pudesse reconsiderar... e voltar.


Reconsiderar? Não podia fazer isso. Me afastar foi a única coisa boa que fiz em meses de puro egoísmo.


Não poderia voltar, nem mesmo para minha família. Não nesse momento.


- Rosalie, não posso voltar...


- Mas precisa, Esme sente muito a sua falta, você não está sendo justo com ela.


- Ela entende. – sussurrei.


- Ela está sofrendo mesmo assim.


- Não posso voltar... – falei sem saber por onde continuar, ou mesmo como continuar sem saber onde Vitória estava.


- Sei por que acha que não pode, mas não precisa se preocupar mais com isso.


Suas palavras me confundiram.


Vitória havia aparecido por lá? Por que? Não havia motivos para ela ir até o Alasca. Será que Emmett e Jasper a pegaram? Eles sabiam de minha missão e não perderiam a oportunidade de ajudar...


Além de confuso, me sentia extremamente ansioso.


- Você não precisa mais se preocupar com a ruiva.


- Por que não? – cuspi a pergunta entre os dentes. Estava a cada segundo mais difícil me manter “paciente”.


- O problema não estava no fato dela possivelmente ir atrás de Bella, que por algum motivo ridículo ela perderia tempo tentando se vingar de uma humana?


Ouvir o nome de Bella ser dito em voz alta me fez perder a voz por vários segundos. Senti meu rosto se contorcer e o ar desaparecer de meus pulmões.


Desespero tomou conta de mim. Vitória havia voltado... Bella!


Essa foi a única conclusão que cheguei, mas não disse nada – completamente incapacitado de encontrar minha voz.


Se Vitória tiver encostado um dedo sequer em...


- Ok, vou ser direta agora. Não existe maneira adequada para dizer o que vou dizer... – sua voz se tornou um pouco mais macia, porém acelerou. Ela suspirou com ardor - Edward, Bella se foi. Alice a viu pulando de um precipício ontem... e correu para socorrer Charlie. Claro, não há muito o que fazer com relação a Bella, considerando que ela não a viu sair da água. Sinto muito. De verdade. Você pode achar que não, mas nunca desejei a morte da humana...


Ela continuou, mas o telefone caiu de minha mão. Era como se não pudesse sentir mais, suas palavras me anestesiaram por alguns segundos e depois... dor.


Bella... morta. Não!


Muita dor. Como se meu corpo estivesse sendo partido em pequenos pedaços e sendo queimado lentamente.


Meu maior medo se tornou realidade. Bella não existia... não mais.


Minha mente considerou – rapidamente - que aquilo poderia ter sido apenas um artifício cruel de Rosalie para me fazer voltar e esquecer do que me fizera partir. Ela era egoísta e cruel o suficiente para fazer isso.


Peguei o telefone novamente – Rosalie ainda falava – e pressionei a tecla “end”. Com um suspiro doloroso, disquei os números...


O telefone tocou poucas vezes.


- Residência Swan. – uma voz jovem, rouca e desconhecida atendeu.


- Gostaria de falar com Charlie. – imitei perfeitamente o sotaque e o timbre de voz de Carlisle.


Não pode ser verdade. Não pode ser verdade.


Ouvi a respiração do jovem se acelerar do outro lado da linha.


- Charlie não está em casa.


Seu tom me irritou, precisava de mais informação que isso.


- Onde ele está? Preciso falar com ele, é urgente.


- Ele está planejando o funeral. – a voz não familiar cuspiu as palavras e foi como se algo pontiagudo tivesse acabado de atingir meu peito.


Foi como se o mundo em que estava vivendo – destruído, vazio, sem vida – tivesse acabado de desabar completamente.


Era verdade. Era verdade.


Nada mais existia. Estava sozinho na escuridão e a dor que sentia antes, pareceu querer destruir meu corpo. Como se estivesse sendo puxado em sentidos opostos por uma força arrebatadora.


Bella estava morta. Ela tirou sua própria vida.


Por que?!


Achei que a estaria libertando da morte quando me afastei, nunca imaginei...


O que fiz?!


Eu a destruí. Destruí sua vida, mesmo sem estar presente, fui capaz de matá-la.


Não consegui expressar o ódio que sentia de mim mesmo. Estava paralisado...


Vitória não importava mais. Minha família... não importava mais. Minha vida significava nada.


Eu não estava mais perdido.


O telefone começou a vibrar incansavelmente. Não olhei para ver quem era, apenas o joguei em uma lixeira, ouvindo apenas meu destino chamar.




Eternidade... foi o que pareceu levar para chegar. O tempo, que antes parecia ter parado, agora, parecia estar se movimentando, dolorosamente devagar... para me torturar.


Mais uma prova de que mereço a dor... dor que me impede de respirar de tão intensa.


Sim. Eu mereço. Eu! Ela não.


Bella não!


Era estranhamente mais doloroso... a mistura... de dor, perda, luto e determinação.


Esse último sentimento era o que me impulsionava, o que fazia minhas pernas se moverem, sem me arrepender ou mesmo reconsiderar por um segundo a decisão que havia tomado.


Estava atento, concentrado. Nem mesmo meus irmãos seriam capazes de me deter.


Tenho que agir rápido para que eles nem sequer tentem.


A melhor forma era ser direto. Pedir para morrer. Por que eles se negariam a me conceder esse desejo? Conhecia bem os Volturi através da memória de Carlisle. Alguns de seus seguidores cessariam minha vida com prazer, sem ao menos ouvir o motivo por trás de minha decisão.


O motivo por trás de minha decisão...


Podia ver seu rosto com tanta perfeição a minha frente, que minha mão automaticamente começou a se mover, erguendo-se para tocá-la.


Claro... não pude. Bella não pertencia mais a esse mundo. Mas meu subconsciente conseguiu conjurar sua voz com tamanha perfeição, que podia jurar que ela estava comigo. Desde o início de meu novo trajeto, venho escutando sua voz – como se acariciasse meus ouvidos – pedindo para parar. Para pensar em Esme e o que minha morte poderia significar para minha família.


Ainda não havia enlouquecido pela dor que sentia.


Ainda.


O que estava sentindo era tão extremo, tão dominador quanto qualquer outra coisa. Meus pensamentos só se mantinham coerentes porque estava determinado e sabia que minha dor, iria em breve encontrar seu fim.


Não merecia viver.


Ao entrar nos limites da pequena cidade italiana, na calada da noite, percebi pela movimentação – discreta - ao redor do grande portão que era apenas questão de minutos antes de ser abordado pelos seres que clamavam esse território como deles.


Esperei – pacientemente – ao lado de um dos grandes muros. Longe o suficiente de qualquer possível olhar humano.


Faltavam poucas horas para o sol se levantar e os olhos que estavam – discretamente – me observando e imaginando o que eu estava fazendo ali, começaram a considerar o que fazer comigo.


A entrada de vampiros em Voltera não era proíbida – desde que a discrição fosse mantida - as leis eram claras e todos de nossa espécie as conheciam. Foi por esse motivo que não fui abordado imediatamente por nenhum membro da guarda. Mas claro, estava sendo observado. Cuidadosamente observado.


Poucos minutos depois, um dos guardas internos se aproximou decidido e me tirar dali.


Não me movi. Ele me arrastou até um local “seguro”.


- Não conhece as regras ou é apenas suicida? – sua pergunta não precisava de resposta. Sua mão posicionada estrategicamente em meu pescoço.


Aquilo poderia ser mais fácil do que imaginei.


- Preciso falar com seus mestres. – anunciei em uma voz completamente sem vida.


Ele considerou aquilo por um segundo.


- Então você conhece as regras. – ele afirmou, se perguntando por que não havia tentando os métodos mais tradicionais de contato.


- É de meu conhecimento que seus mestres não recebem qualquer um e eu gostaria muito de falar pessoalmente com eles... ou um deles. – falei, respondendo sua pergunta silênciosa.


Ele franziu a testa e me olhou curiosamente.


Esse vampiro hostil, não tinha a menor intenção de cessar com minha vida ali. Ele não podia. Não sem a autorização de Aro.


Ele considerou minhas palavras...


- E você não se considera importante? – ele questionou ironicamente.


- Nem um pouco.


Sua mão deixou meu pescoço. Ele havia chegado à conclusão que eu estava fraco demais para fugir ou tentar qualquer coisa.


- Conhece as regras e tem desejo de morte. – murmurou ele para si mesmo. – O que o faz pensar que meus Senhores perderiam tempo... – ele me olhou criticamente, tentando entender minha expressão – pude ver meu rosto em sua mente.


- Temos uma pessoa em comum... Aro e eu.


Seus olhos que estavam presos a mim se apertaram ligeiramente. Continuei.


- Pode dizer a seus Senhores que Edward Cullen, filho de Carlisle Cullen, deseja vê-los. Tenho certeza que Aro ficará muito contente em ter notícias de seu velho amigo, Carlisle.


Após ponderar por alguns segundos...


- Espere aqui. – ele ordenou.

3 comentários:

Ai meu Deus!!! Coitado do Edward, ainda bem que sei a continuação dessa fic pela visão da Bella do livro Lua Nova, senão tava pirando agora mesmo. Parabéns!!!
Bjs

Omg amei o cap....é perfeito...tadinho do Ed!!!
Parabens!!!

perfeito
nossa ate arrepiei
vc escreve maravilhosa bem

parabens

Postar um comentário

Não esqueça de comentar, isso incentiva os escritores e também a mim que tento agradar a vocês.