Capitulo 3

Meu novo eu. 

Aquela dor era insuportável. Eu me contorcia ao ponto de não conseguir me mover, de não conseguir respirar. Deus o que esta acontecendo comigo? Eu estou morrendo e este é o caminho para o inferno? Minha cabeça era rodeada de perguntas, mas meu consciente não formulava nenhuma resposta. Meu corpo não reagia e por isso eu não sabia quanto tempo ao certo eu fiquei ali, naquele beco vendo meu fim chegar. Agora acabou. Eu estou morrendo. Eu podia sentir isso! Os gritos acabaram e a dor que eu sentia sumiu foi então que a escuridão tomou conta do meu corpo e da minha mente.



***

Abri meus olhos e a claridade fez com que eu os fechasse. Levantei me sentindo estranho, perdido. Olhei em volta e vi que estava em uma floresta escura onde alguns raios de sol pairavam entre as arvores

-Onde estou? –Perguntei a mim mesmo. Estranho minha voz estava diferente. Eu...eu...estava...morto? Será? Não, não isso não é possível. O que foi que aconteceu comigo? O que era aquela dor? Meu casamento? Coloquei minhas mãos na cabeça em uma tentativa inútil de organizar meus pensamentos.

Comecei a caminhar pela floresta para ver se conseguia achar o caminho de casa. Eu me sentia estranho, eu estava com sede, muita sede. Coloquei minhas mãos no pescoço, estava queimando. Talvez se eu caminhasse um pouco poderia achar algum riacho nessa floresta. Andei por horas caminhando mata adentro. Estranho, eu não me sentia cansado, não sentia a necessidade de parar para descansar e nem respirar um pouco. Espera ai! Eu não estou respirando? Mas como? Minha cabeça piorava com essas perguntas. Como isso podia ser possível? Eu não estava respirando e estava caminhando por horas. Resolvi correr e encontrar esse riacho o mais rápido possível. Corri e em menos de dez segundos o avistei. Espera, eu encontrei um riacho em menos de dez segundos. Devo estar ficando louco.

Agachei-me na beira da cachoeira e joguei a água no rosto. Quando abri meus olhos e olhei para a água eu não acreditada no que estava vendo. Aquele não podia ser meu reflexo. Eu estava com os olhos vermelhos, idêntico aos olhos daquele homem, minha pele estava branca, bem branca, eu estava muito diferente. Parei de olhar o reflexo e peguei um pouco de água com a mão e levei até a boca, mas não consegui beber, pois minha sede não era disso, eu não sentia sede de água. Então do que era?

-AHHHHH! DROGA. –Soltei um grito que jurava que todo o mundo havia ouvido.

-QUE MERDA!SE JÁ NÃO BASTASSE ACORDAR NO MEIO DE UMA FLORESTA, PEDER O PROPRIO CASAMENTO, ESTAR COM A GARGANTA QUEIMANDO, E VER QUE SEUS OLHOS ESTAO VERMELHOS E AGORA PARA AJUDAR EU DESCUBRU QUE NÃO TENHO SEDE DE ÁGUA. –Eu gritava para que o céu e a terra ouvissem. Estava com raiva e precisa me acalmar. Realmente eu estava ficando louco, não sabia o que havia acontecido comigo. Andei de um lado para o outro tentando formular algo lógico em minha mente. Mas nada vinha apenas me lembrava do que havia ocorrido. Sentei em uma pedra e ali fiquei por um tempo incontável. Foi então que um cheiro forte me acertou em cheio. Minha garganta queimou de tanta sede. Me levantei e comecei a andar pela floresta seguindo aquele cheiro tão doce que me fazia enlouquecer. Cheguei a uma campina e ali avistei um grupo de garotos que acampavam perto de uma colina. Me aproximei cautelosamente e aquele cheiro só fazia minha sede aumentar. Atravessei a campina e me aproximei de um dos garotos.

-Oie! Vocês poderiam me ajudar? –Um dos garotos se virou para me encarar sua expressão foi de choque. Vi que todos ficaram com medo.

-Oi...é...quem é você? –O garoto estava tremulo, sua voz estava falhada e havia medo ali.

-Eu estou perdido e estou com muita sede será que vocês podiam me ajudar? –Perguntei como quem não quer nada. Eles se entre olharam e um dos garotos me respondeu:

-Olha a gente tem água ali dentro da barraca se você quiser eu posso pegar um pouco? –O garoto era alto, cabelos escuros e olhos claros, ele me respondeu com uma expressão estranha. Devia estar pensando que eu era algum maníaco. Talvez fosse.

-Claro, você poderia fazer esse favor pra mim?. –Perguntei com a cara mais cínica que eu tinha.

-Claro. –O garoto respondeu e depois entrou na barraca.

-Então você é da onde?. –Um dos garotos me perguntou tentado disfarçar o medo.

-Olha eu não estou com muito tempo, sem contar que estou com muita sede então enquanto seu amigo não vem acho que vou beber outra coisa. Eu não sabia o que estava fazendo muito menos o que estava falando só deixai que meus extintos me guiassem. Me aproximei dos garotos e eles me olharam assustados.

-O que é que você vai fazer com a gente? Hei espera, quem é você?. –Eles estavam assustados então achei melhor não demorar muito com aquilo. Me aproximei dos garotos devagar. Cheguei perto de um deles e o agarrei pelo pescoço. O garoto começou a gritar de pânico e seus amigos correram pra dentro da barraca.

-Parece que seus amigos são bem corajosos heim? Mas não se preocupe eles serão os próximos. –aproximei meus lábios do pescoço daquele menino inibindo o cheiro maravilhoso que ele tinha, minha garganta queimava e sem dar tempo do garoto pronunciar alguma palavra eu o mordi e me deixei levar por aquele liquido delicioso. Aquele doce sangue escorria pela minha língua. O garoto se debatia nos meus abraços numa tentativa ridícula de se soltar. Seu corpo foi ficando fraco e ele foi amolecendo em meus braços. Assim que terminei joguei o corpo do garoto no chão e fui atrás dos outros. Um por um eu fui bebendo até a ultima gota de seus sangues. Sai da campina o mais rápido possível e comecei a correr pela floresta. Então era isso? Essa era a única forma de saciar minha sede. Esse era o meu novo eu.

Oliver

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