12 de fev. de 2011

capitulo 14

Posted by sandry costa On 2/12/2011 3 comments


– CUIDADO! – Anthony gritou, quando virei-me para ver o que estava acontecendo, um travesseiro acertou meu rosto – Opss… HAHÁ! – Deitou-se na cama gargalhando.

– Pirralho! – Resmunguei.

– Você era a lixeira, e não me viu jogar o lixo.

– Porque eu estava guardando os outros lixos – Apontei para o travesseiro e depois para o guarda-roupa – No caminhão.

– Lerda!

– Eu não sou lerda!

– Lerda, lerda, lerda… – Começou a cantarolar. Thony ficou de pé na cama e começou a pular – Ledona!

– Vou te mostrar a lerdona!

Pulei na cama agarrando-o pela cintura e o imobilizando.

– Pede perdão. – Exigi.

Sim, eu virava criança quando estava com ele.

– Nãoooo…

– Pede perdão!

– Nãoo…

– Certo, vou ter que apelar?! – Arqueei uma sobrancelha.

– Ta, ta, ta! – Ele abriu um sorriso – Peeerdãaoo!

– Bem melhor. – Dei a língua.

– Vou contar pra vovô que você fica mostrando a língua. – Me ameaçou irritadinho.

Revirei os olhos.

– Alguém está nervoso porque pediu perdão. – Zombei.

– Você é chata!

– Você também! – Soltei seus bracinhos e o abracei – Mas fazer o que se eu te amo.

– Eu saibo.

Gargalhei.

[…]

– Vamos almoçar fora hoje?! – Perguntei a Anthony, que estava concentrado em não piscar.

– Sim! Sim! Sim! – Cantarolou piscando rapidamente. Ele havia piscado várias vezes, mas eu fingi não perceber.

– Quem piscar primeiro paga a conta. – Propus.

– Feito.

Manti meus olhos abertos.

Fiquei confusa quando o vi fazer uma espécie de “V” com o dedo indicador e o do meio, e fiquei mais confusa ainda quando eles vieram em minha direção e acertaram meus olhos.

– Ow, merda! – Resmunguei levando minhas mãos aos meus olhos.

– HÁ, Você piscou! Você paga!

Com dificuldade abri um olho e o vi correr.

– Isso não vale! Você roubou! – Choraminguei me levantando e indo atrás dele.

– NAÕ ROUBEI, NÃO! – Ele gritou de algum lugar do andar de baixo – VOCÊ NÃO DISSE NADA SOBRE TRAPAÇAS.

O pior é que ele tinha razão.

– Isso vai ter volta! – Avisei enquanto descia as escadas.

Ele me mostrou a língua e fez uma dança esquisita.

– Às vezes eu me pergunto quem é a criança… – Renée, que assistia tudo do sofá, falou rindo.

– Vó, vai se arrumar, vamos comer fora, tia Bells vai pagar. – Ele piscou para mim, enquanto girava nos calcanhares.

[…]

Depois que almoçamos fomos para o supermercado e compramos de tudo.

– Chocolates?! – Perguntei.

– Aqui! – Anthony apontou para a prateleira a frente.

– Mas vocês já compraram tanto doces. – Minha mãe apontou para um dos carrinhos que só tinha guloseima.

– Vó! – Thony a repreendeu. – Deixe tia Bells comprar tudoooo o que ela quiser.

– Mas se comprarmos tudoooo o que quiser não vai ter dinheiro para o seu carrinho…

– Certo, acho que podemos guardar isso… – Ele mostrou as barras de chocolates em sua mão e as colocou de volta na prateleira. – Podemos guardar tudooo e comprar tudooo em carrinhos.

– E você come borracha.

– Ew! – Ele fez cara de nojo – Borracha é ruim tem gosto de… borracha!

– Não acredito que você já comeu!

– Não comi, mas tentei, mas era duro.

Balancei a cabeça negativamente. Peguei uma caixa de moranguetes.

– Vamos levar desses. – Balancei a caixa no ar – O nosso está acabando.

– Ta!

[…]

O resto do dia passou rápido, quando percebi já era hora de Anthony ir dormir.

– Outro dia jogamos mais… – Peguei o controle do Playstation de sua mão.

– Mas eu não quero dormir, ou…

– Ou…?! – Perguntei curiosa.

– Ou só se você dormir comigo.

Sorri.

– É óbvio que vou dormir contigo. – Desliguei o vídeo-game e me coloquei em pé.

– Ta.

Anthony e eu subimos as escadas, paramos na frente da porta do quarto de Renée.

– Mãe?! – Chamei.

– Pode entrar, querida.

Abri a porta, Thony e eu colocamos a cabeça para dentro.

– Boa noite. – Sussurramos juntos.

Renée tirou os olhos do livro e sorriu para nós.

– Boa noite, meus amores.

Fechei a porta e olhei para Anthony, que olhou para mim e depois para a porta de seu quarto, que ficava no fim do corredor.

– Quem chegar por último é leda! – Ele avisou enquanto já corria.

Eu cheguei por último, e durante 15 minutos ele ficou me zombando. Quando por fim ele dormiu, saí de seu quarto e desci para a sala. Renée estava lá, sentada no sofá.

– Mãe. – Toquei sua perna e me sentei ao seu lado – Eu estava pensando aqui.

– No que querida?!

– Porque você e Anthony não vêm para o meu apartamento?! – Propus – Você poderia vender essa casa e ainda ter um dinheiro só para você comprar tudo o que tanto gosta, e eu ficaria perto de você e de Anthony.

– Eu não acho que isso seja uma boa idéia. – Ela desligou a TV e me olhou – Querida, você tem sua vida pessoal, não quero atrapalhar sua vida mais do que já atrapalho e já atrapalhei.

Balancei a cabeça.

– Eu não tenho uma vida pessoal. – Dei de ombros – E seria tão mais fácil ter vocês por perto, assim eu poderia cuidar de vocês dois. Meu apartamento tem dois quartos vazios, perfeito para vocês. Essa casa é tão grande só para duas pessoas… – Segurei uma de suas mãos – Por favor.

Ela suspirou.

– Certo, eu aceito.

– Tudo bem. – Sorri – Amanhã eu entro no hospital à noite, podemos levar um pouco de suas coisas para lá, depois levamos o resto e…

Meu celular – que estava sobre a mesa de centro – começou a tocar.

– Só um minuto. – Pedi a ela.

– Tudo bem.

Olhei no visor e mordi os lábios. Era Jhonny. Levantei-me do sofá e fui para a cozinha.

– Alô?! – Atendi.

– Bells! – Ele murmurou.

– Jhonny, tudo bem?!

– Aham.

– Então?! Porque da ligação?!

– Queria saber se você está a fim de sair…

Mordi os lábios. Nos dois nunca tivemos nada serio, era só uma amizade com benefícios.

– Agora?

– Sim. – Ele suspirou – Se você puder, claro.

– Claro que posso. – Mordi os lábios. – Nos encontramos aonde?

– Naquele pub que nos encontramos da última vez.

– Ok. Nos vemos daqui a pouco.

– Tchau, linda.

– Tchau. - Desliguei o celular e voltei para a sala. – Renée?

– Sim, querida?

– Eu vou… vou dar uma saída, volto mais tarde. – Pisquei para ela.

– E depois não tem vida pessoal.

– De fato, eu não tenho. – Dei de ombros – Mas todo ser humano tem suas necessidades.

– Bella! – Minha mãe corou – Não preciso ficar sabendo o que você vai fazer.

Revirei os olhos rindo.

[…]

Os dedos de Jhonny escorregaram pela lateral do meu corpo.

– Cada dia mais linda, Bells… – Seus lábios colaram nos meus. – Certo, eu queria tentar uma coisa.

– O que? – Acariciei seus ombros.

Jhonny sentou-se na cama.

– Bella, aceita namorar comigo?

Suspirei. Sentei-me, trazendo comigo o lençol.

– Me desculpa Jhonny… – Toquei seu rosto – Mas eu não posso aceitar.

– Por que, Bella?

– Porque eu não posso corresponder aos seus sentimentos. – Segurei seu rosto em minhas mãos – Você merece alguém que te ame, e eu não sou essa pessoa.

– Mas…

– Mas nada. – Beijei sua testa – Talvez seja melhor mesmo. – Acariciei suas bochechas – Você merece algo melhor, uma mulher que te ame de verdade, e infelizmente essa não pode ser eu.

– Claro que pode. – Ele colocou suas mãos sobre as minhas (que ainda estavam em seu rosto) – É só você me dar uma chance, eu prometo te fazer feliz e…

– Jho… – Neguei com a cabeça – Isso não dá certo, e não daria certo.

Levantei-me da cama, comecei a recolher minhas peças que estavam espalhadas pelo chão.

– Por favor, Bells…

– Nesses cinco anos, acabei ferindo todos com quem tentei manter um relacionamento…

– Mas pode ser diferente, deixe-me tentar.

Suspirei.

– Por favor, não insista. Quero que tudo acabe como começou. – Pedi – Nós dois somos amigos há tempos, não quero perder sua amizade.

Jhonny levantou-se da cama assentindo.

– Só com uma condição…

– Qual?

Seus braços alcançaram meu quadril, puxando-me contra seu corpo.

– Me deixa sentir seu corpo novamente… – Roçou seu nariz em meu pescoço. – Só mais uma vez e…

Meu celular começou a tocar. Afastei-me dele e peguei o aparelho, que estava sobre o pequeno armário.

– Estranho… – Murmurei olhando o nome no visor – Minha mãe.

Jhonny bufou indo se sentar na cama.

– Renée? – Atendi.

– Bella, querida, desculpa por ligar.

– Oh, sem problemas. – Sorri.

– É que bem, eu… – O celular fez um som estranho, como se estivesse sendo puxado da mão dela – Você mentiu pra mim! – A voz infantil de Anthony me assustou – Você disse que ia dormir comigo!

– Ah… – Mordi os lábios – Mas a tia só deu uma saidinha.

– Você não me ama mais!

Revirei os olhos.

– Thony, deixe de bobagem. – Pedi – Claro que eu te amo.

– Você nem se despediu… – Fungou.

– Mas eu não vou para meu apartamento, eu ainda vou voltar para ai, é que eu precisei sair… um pouco.

– Você volta agora?

– Agora?!

– Por favor, por favor, poooor favoor!

– Ok, chegarei aí daqui a pouco.

– Ta.

Desliguei o celular e me virei para Jhonny.

– Preciso ir.

– Era Anthony?

– Sim.

Ele bufou.

– Não sei por que você faz todos os desejos dele, ele nem é nada seu. – Falou, irritado.

– Ele não pode ter o mesmo sangue que eu, mas é como se fosse um irmão para mim. – Vociferei. Comecei a colocar minha roupa, um tanto irritada. Eu odiava quem vinha me falar do modo como eu era apegada a Anthony. – Eu não devia ter vindo.

– Bella, me desculpa eu…

– Não diga nada Jho, você já falou demais por hoje.

Terminei de me trocar e fui embora.

Deixei meu carro na garagem, entrei em casa e fechei a porta, deixei minha bolsa sobre o pequeno armário que havia ali.

- TIA!

Ri. Anthony estava debruçado sobre o sofá, sorrindo para mim.

– O que faz acordado, pirralho?

Caminhei até o sofá e me sentei ao seu lado, puxando-o para meu colo.

– Estou sem sono… – Deu de ombros e franziu a testa – Você estava com seu namorado?!

Revirei os olhos.

– Não, eu não tenho namorado.

– A vovô disse que você tem…

– Não, eu não tenho. – Beijei sua bochecha – Vamos deitar?

– Aham.

Subimos para o meu quarto, Anthony ficou na cama enquanto eu tomava um banho. Quando saí, ele já dormia todo esparramado em minha cama. Tirei o controle da TV de sua mão e o ajeitei melhor. Deitei-me ao seu lado e o observei, ele rolou pela cama me abraçando.

– Boa noite, pequeno… – Beijei sua testa.

O apertei em meus braços, sentindo as lágrimas caírem por meu rosto. O que seria de mim sem esse pirralho? Ele amenizava toda a dor que havia em meu peito, a dor de não ter o meu filho em meus braços, algo que eu jamais superaria.

3 comentários:

Amei o capítulo. Ficou muito lindo!!!
Beijos

amei muito esse capitulo
chorei quando terminei de ler

nem parece verdade............o q nao parece verdade.....nem eu sei o q quis dizer com nao parece verdade....
cap muito lindo
beijusss

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