06 de Novembro de 2018
POV Carliste
Assim que nos trancamos no abrigo e verificamos tudo o que dizia respeito a nossa segurança, fui obrigado a sedar minha neta. Ela estava incontrolável a dor do seu sofrimento era tão grande que achei que ela poderia enlouquecer. Após sedá-la e aplicar-lhe uma alimentação intravenosa a deixei com a Bella e Edward e fui em direção ao salão principal a TV já estava ligada e o que os jornais mostravam era arrasador, jornais do mundo inteiro só sabiam falar disso, milhões de pessoas mortas, o estado de Washington desapareceu.
Fiquei monitorando minha neta durante o resto da noite, o efeito da sedação terminaria pela manhã do dia seguinte. Edward e Bella ficaram velando Nessie a noite inteira e assim como eu já havia percebido Edward também percebeu.
- Papai, já era pra Nessie ter acordado não?
- Sim meu filho, e eu estou preocupado com isso também vamos dar mais um tempo pra ver o que acontece. Já verifiquei seus sinais vitais e está tudo certo não entendo por que ela ainda não acordou. 4 horas depois estava constatado, Renesmee tinha entrado em estado de coma profundo e não havia medicação que a fizesse voltar. Nessie não reagia a nenhum estímulo externo.
- Meu filho ela recebeu uma sobrecarga emocional muito grande e seu sistema não suportou desligando totalmente, vamos ter que esperar seu corpo se recompor, pois não há medicação para isso.
- Falando assim parece que estamos falando de um fusível de uma casa que queimou suspendendo assim toda sua a energia.
- Mas foi exatamente isso que aconteceu com a Nessie. Vamos ter que esperar ela acordar por si só.
Coloquei uma sonda vesical de demora, e uma sonda para alimentação enteral. Não sabia quanto tempo ela ficaria naquele estado e ela não podia ficar sem se alimentar.
Os dias foram seguindo Renesmee continuava na mesma. Os países em guerra lançando bombas e mais bombas, muito sofrimento, vários canais saindo do ar. As programações que tinha eram somente boletins e reportagens de pessoas que conseguiram correr para um abrigo nuclear a tempo. Assim que a guerra terminasse nós vampiros poderíamos sair tranquilamente do abrigo, mas contaminaríamos o ambiente e Renesmee não suportaria e morreria. Então ficaríamos ali durante todo tempo até a descontaminação fosse completa.
A perda do Jake foi algo terrível. Eu gostava muito daquele garoto, tão altruísta, humano, bom caráter. Ele foi fundamental para mantivéssemos a paz entre nós e os Quileutes. Nossa aliança nos tornou respeitáveis e muito fortes, não que guerra fosse algo que gostasse. Mas era bom saber que poderíamos manter a justiça juntos. Seu casamento com Renesmee foi um dos momentos mais agradáveis em todos os meus 380 anos. Eu sentia muito por tudo o que tinha acontecido.
POV – Nessie
Depois de falei com Jake pelo telefone, me senti mais aliviada. Pude senti em seu tom de voz que ele também já estava morrendo de saudades de mim. Após desligar o telefone senti saudades novamente e me sentindo terrivelmente só. Não consegui terminar meu café larguei tudo dentro da lava louças e fui pra casa do meu avô. Ultimamente ficávamos sempre juntos. Apesar do condomínio ser enorme não demorei a chegar, mesmo não tendo a velocidade arrasadora de minha família eu conseguia correr bem rápido. Entrei na casa do meu avô e fui recepcionada por minha mãe.
- Oi meu amor que bom que veio se juntar a nós!
- Ah mamãe eu tinha que vir... tenho que ocupar minha mente pra ver se o tempo passa mais rápido. – O que tem pra fazer?
- Nada, nós os maridos super poderosos já vimos os detalhes e estamos aqui somente jogando conversa fora, esperando por Alice que esta vasculhando o futuro para ver se é seguro sairmos para caçar.
Escutar isso doeu em mim. Senti um calafrio correr minha espinha. Quer dizer que não era seguro sair. Não era seguro Jake ter ido a La Push. O medo percorreu todo meu corpo e eu não gostei dessa sensação. Minutos depois saímos todos para caçar e isso aliviou um pouco a tensão acho que esse alivio deve se também ao meu tio Jasper... ele não parava de olhar pra mim. Chegamos até uma região que tinha uma grande manada de alces vi que eram muitos, mas não contei quantos. Tomei um e a sensação foi maravilhosa, me revigorou bastante, amanhã eu estaria perfeita para recepcionar meus amigos de La Push e o meu lobinho. Eu era mais lenta que os demais então quando estava indo correr em direção ao segundo alce percebi que estavam todos voltando ao encontro de Alice, seus olhos estavam desfocados olhei para o meu pai, com certeza ele sabia o que estava acontecendo, e ao ler sua fisionomia percebi que não era algo bom.
- O que esta acontecendo? Gritei.
- Temos que correr para o abrigo.
Foi só o que meu pai falou, e a palavra abrigo esclareceu tudo. Nós só entravamos lá para preparar tudo, enquanto isso ficávamos em nossas casas tentando viver normalmente.. Abrigo... Eu paralisei, senti mãos me sacudirem ouvi eles dizerem que precisávamos correr, mas minhas pernas não recebiam comando algum uma dor dilacerante entrou em meu peito e a única coisa em que eu pensava era Jake. Senti que me pegaram no colo, mas eu não identifiquei quem era... não enxergava, não cheirava, não sentia nada, quando voltei a mim estava no colo do meu pai eu só sabia gritar.
- Me solta!! – Eu tenho que ligar por Jake! Eu tenho que ligar por Jake!!!
Entramos no abrigo e meu pai me deixou com minha avó, rapidamente peguei o celular e tentei ligar pra ele, a pouco tínhamos conversado ele já devia estar na estrada. Era apertar o SEND e eu escutava o recado: “Sua chamada está sendo encaminhada para caixa postal e estará sujeita a cobrança após o sinal...”. Desliguei e tentei de novo, 1, 2, 3, 4... 9 vezes e nada! O desespero me tomou, a dor em meu peito estava insuportável. Meu Jake, eu não vou suportar viver sem meu amor. Ele não vai sobreviver. Meu corpo começou a tremer eu gritava seu nome na esperança de que ele pudesse me escutar.
- Carliste temos que seda-la, ela está enlouquecida.
Senti uma picada em meu braço e tudo escureceu.
***
27 de Novembro de 2018
Respirei fundo senti o cheiro do mar, abri meus olhos olhei para o horizonte e vi Jake pulando do penhasco, sorri ele era tão perfeito, meu peito inflou de tanta felicidade. Como eu amava aquele homem, eu era totalmente dele e ele era tudo pra mim... Ele saiu do mar e veio em minha direção e ao olhar em meus olhos ele sorriu e eu quase perdi as forças das minhas pernas ao ver aquele sorriso. Corri ao seu encontro e o abracei não me importei por ele estar molhado. Senti o seu calor invadir todo meu corpo e gostei da sensação encostei meu nariz em seu pescoço e inalei profundamente.
- Senti saudades... Promete que nunca vai me deixar? – Tive um sonho tão ruim um sonho em que você m...
Não consegui terminar as palavras. Chorei... lágrimas de alegria, de alívio... Aquilo tudo fora apenas um pesadelo.
- Shhh, calma eu estou aqui, prometi pra você naquele dia que sempre voltaria pra você. Minha pequena eu nunca vou te abandonar, o temos transcendo o físico.
Quando ele falou aquilo eu caí na real. Quando ele me prometeu voltar foi quando tinha ido e se ele foi... e se tudo aquilo aconteceu porque estávamos aqui? Como se lesse meus pensamentos ele me respondeu.
- Nessie, isso é um sonho. Eu estou aqui pra dizer que eu te amo e sempre te amarei onde quer que eu esteja. Você foi tudo pra mim, minha vida, meu ar, minha razão, meu tudo. Tudo o que eu queria era te ter protegida e poder voltar pra você, mas acho que isso não será mais possível, digo, voltar para você. Mas quero que você seja forte, que lute para sobreviver, era isso que eu sempre quis. Meu amor, não desista lute para ser feliz. E saiba que eu te amo e sempre vou te amar.
Eu chorava compulsivamente e me apertava mais em Jake. Comecei a beijar seu pescoço percorrendo todo o seu rosto com meus lábios e dizendo.
- Isso não é um sonho, isso é real, estamos juntos, estamos aqui, não vamos nos separar. Nunca!
- Você me perdoa?
- Jake, perdoar o que?
- Eu prometi que voltaria, e de certa forma eu voltei, mas acho que isso não vai mais acontecer. Nessie eu vim me despedir.
Meu mundo caiu nesse momento eu não senti mais o chão sobre meus pés Jake me segurou e sentou comigo na areia.
- Nessie, por favor, me perdoe. Meu tempo está acabando, eu preciso ir. Eu não ficarei sossegado em partir sabendo que você não me perdoou.
- Jake, - eu falei em meio às lágrimas. Não há o que perdoar, e eu te imploro, por favor, não vá. Eu não vou sobreviver. Eu sei que não conseguirei viver sem você.
Ele se levantou e me tomou pela mão me puxou para um abraço seguido de um beijo... esse beijo tinha sabor de reencontro, saudade, despedida tinha desespero e acima de tudo muito, mas muito amor.
- Eu te amo, sempre vou amar. Sempre.
Ele me disse isso me deu um selinho e se afastou. Quando abri meus olhos ele não estava mais lá. Eu me ajoelhei na areia e chorei amargamente...
- Jakkkkkkkeeeeeee, Jake, por favor volta, não vá!
POV Bella
Eu nunca em toda a minha vida imaginaria que passaria por uma situação dessas. Perder meu melhor amigo, ver minha filha nesse estado tão cruel. Já estávamos no final da terceira semana e nada da Renesmee reagir. Carliste falou que não tinha o que fazer a não ser esperar seu corpo estabilizar, mas eu não imaginava que esse processo iria durar tanto tempo assim. Minha filha não era metade-metade? Por que ela não voltava? Meu coração sangrava muito, há pouco tempo estava tudo tão maravilhoso e perfeito, eu simplesmente tinha encontrado a perfeição ao ter meu esposo minha filha, meus familiares e Jacob conosco. Por que as coisas não poderiam continuar assim. Edward estava acabado e eu sabia que ele estava se culpando por não ter impedido Jake de ir a La Push, mas nós não imaginaríamos que tudo ia acontecer antes do prazo da visão de Alice. Eu não entendia por que os Quileutes não quiseram vir e isso era algo que eu nunca mais iria saber. Agora nesse momento a única coisa que poderia fazer era fazer preces para que minha filha acordasse e prosseguisse com sua vida novamente.
Eu não queria imaginar como ficaria seu estado quando voltasse. Quando Edward me abandonou, doeu muito, mas eu sabia que ele estava vivo em algum lugar, e de certa forma isso era bom. Mas Jacob não esta mais vivo, ele não vai mais voltar, não tem um lugar no mundo onde poderíamos procurar por ele. Sabia que ela iria sofrer e eu torcia para que ela superasse isso.
Levei um susto... só havia o bipe do monitor cardíaco quando de repente minha menina começa a gritar:
- Jakkkkkkkeeeeeee, Jake, por favor volta, não vá!
- Nessie, acorda filha.
Chamei pelo Edward em voz alta "Edward me ajuda ela não para de gritar".
Eu segurei seus braços que estavam se debatendo contra a cama quando ela abriu os olhos. Eu sorri de felicidade!
- Oh meu Deus até que enfim. Eu abracei e beijei seus cabelos
- Minha menininha você me deixou preocupada.
- Onde estou?
Eu hesitei, não sabia se ela se lembrava de tudo o que tinha acontecido... – Estamos na clínica, no abrigo.
Seu rosto desmoronou, pude perceber que ela se lembrou de tudo o que tinha acontecido ela virou de lado e ficou encolhida numa posição fetal. Nesse momento Edward chegou ao quarto, junto com Carliste.
- Ela acordou. Cochichei.
Edward foi até ela tocou seu ombro com uma delicadeza como se ela fosse quebrar ao sentir o seu toque. – Nessie, filha? Você se sente bem, quer dizer, está sentindo alguma dor, claro que esta, digo, algo fisicamente?
Percebi que ele tentava ser gentil e procurar as palavras certas, mas tudo tinha duplo sentido, até a sua resposta tinha.
- Não sinto nada só quero ficar só em paz!
A sonda naso enteral deveria esta a incomodando, pois ela já tia puxar o cabo com a mão quando Carliste a impediu.
Assim que Carliste tirou tudo o que estava conectado a ela, nós a levamos para o quarto. Quando entramos com ela eu me arrependi, havia retratos deles por toda parte. E tudo o que eu menos queria agora era ver minha filha sofrendo mais. Nessie estava tão fraca que não conseguia nem se movimentar direito, Carliste nos disse que isso era apenas pela falta de locomoção durante essas três semanas.
***
Um tempo depois Esme preparou uma refeição pra Nessie e eu fui até o quarto levar pra ela. Carliste a estava examinando e pelo que percebi fisicamente ela estava se recuperando muito bem.
Eu percebi que ela comia para que não ficássemos a incomodando com insistências. Enquanto ela comia eu preparei o seu banho. Ajustei a temperatura da água e coloquei os óleos e os sais de banho que ela mais gostava. Assim que terminei percebi que ela também já tinha terminado de beliscar a comida.
Peguei a bandeja, eu não desistiria, mais tarde traria mais alguma coisa para ela comer. A ordem era não deixa-la sozinha, mas ela pediu um momento a sós. Assim que saísse pediria ao Edward pra monitorá-la, causo ela quisesse cometer algo contra si. Antes de sair ela me chamou e eu mais que depressa fui ver do que ela precisava, eu nunca a mimei demais, mas agora estava disposta a mostrar todo meu amor e a satisfazer todas as suas vontades. Ela queria saber das datas e logo depois pediu para que eu me retirasse. Eu conhecia aquele olhar que ela tinha no rosto... Sabia que minha filha estava morta por dentro, e a única coisa que me restava era torcer para que um milagre acontecesse.
Assim que deixei a bandeja no refeitório, fui até o salão principal onde todos estavam juntos tentando encontrar alguma novidade. Alguma noticia nova na TV. O Abrigo era enorme e tinha muitas áreas de lazer, mas ninguém tinha vontade de fazer nada.
- Bella, Nessie está sozinha?
- Sim Rose, ela esta tomando banho e pediu pra ficar sozinha um pouco. Ela não quer companhia de ninguém.
– Amor, monitora os pensamentos dela por favor eu tenho medo... Não conclui meu pensamento, meu medo era o de todos ali.
- Esta tudo bem meu amor ela ainda esta no banho... Ela não esta pensando em nada perigoso...
Aquelas palavras me fizeram ter um calafrio subindo pela minha coluna... Se ela tentasse algo sairíamos imediatamente ao seu socorro. Não deixaríamos ela tentar o mal contra si mesma.
POV Renesmee
***
- Jakkkkkkkeeeeeee, Jake, por favor volta, não vá!
- Nessie, acorda filha. Edward me ajude ela não para de gritar.
Abri meus olhos à primeira coisa que vi foi minha mãe o semblante desesperado. Assim que ela viu ela abriu um sorriso, ela era linda
- Oh meu Deus até que enfim. Ela me abraçou me beijou. - Minha menininha você me deixou preocupada.
- Onde estou? Percebi minha voz rouca pelo sono.
Ela hesitou... – Estamos na clínica, no abrigo.
Então era tudo verdade, o meu encontro com Jake tinha sido realmente um sonho, tinha perguntas, várias, mas não as faria agora, não eram importantes. O meu mundo havia desabado. Virei me deitando de lado e ficando em uma posição fetal, ignorando totalmente a presença da minha mãe. O único sinal de vida se dava por minha respiração e pelas lágrimas que insistiam em escorrer mesmo estando com os olhos fechados. Um vazio enorme tomou conta de mim e eu sabia que de Renesmee só havia sobrado a casca. O resto tinha ido embora junto com o Jake. Nem seu coração havia ficado. Nada.
- Ela acordou. Escutei minha mãe cochichar.
Senti uma mão me tocar e meu pai me chamar. – Nessie, filha? Você se sente bem, quer dizer, está sentindo alguma dor, claro que está, digo, algo fisicamente?
- Não sinto nada só quero ficar só em paz!
Eu tentava engolir, mas algo estava incomodando na minha garganta coloquei a mão no meu rosto e percebi que tinha um cabo entrando pelo meu nariz, fui puxar, mas meu avô foi mais rápido e segurou minhas mãos.
- Ei mocinha espere, já vou lhe tirar esse incomodo.
Foi ai que percebi que estava ligada a vários cabos e tubos. Ele tirou todas as sondas e o soro. Logo todos passaram por lá e me deram uma olhadinha, beijos abraços, mas nada e nem ninguém conseguia me confortar meu avô removeu os tubos que estavam conectados a mim. Minha vó trouxe uma sopa e só comi para que eles saíssem de lá e me deixassem em paz.
- Vamos sair daqui? Meu pai convidou.
Meu pai me pegou no colo e me levou até meu quarto. E aquilo realmente foi um pouco melhor, todos estavam lá o ambiente era mais agradável, eu percebi que estava sem forças, pois assim que ele me deitou tentei me sentar e não consegui.
– Porque estou fraca assim? Meu pai olhou para meu avô que sentou na cama pegou em minhas mãos e me respondeu perguntando
– Tem certeza que já quer conversar?
Eu estava fraca, vazia de sentimentos bons, triste ao ponto de depressão extrema, mas eu precisava saber, tinha que saber se eu poderia ter esperanças. Olhei para meu avô e acenei um sim com a cabeça. Eu não tinha forças para falar e tudo me levava às lágrimas e esse era o único poço que não secava dentro de mim.
- Bom. Ele começou. – Você está fraca assim porque tem três semanas que você estava em coma. Quando tudo aconteceu você ficou histérica e então te sedamos, mas após passar o efeito do sedativo você não acordou mais, foi como se você estivesse desligada... tudo funcionando direitinho, mas você não acordava de jeito nenhum, não reagia a nenhum estimulo. Essa fraqueza deve-se a você ter ficado muito tempo sem se locomover...
- E a Bomb...? Comecei mas não tive coragem de terminar.
- Meu avô só acenou com a cabeça. E nesse momento, eu entendi que não havia mais como, eu tinha perdido tudo!
- Você não perdeu tudo querida, nós estamos aqui.
Ops, eu não estava filtrando meus pensamentos, mas também eu não tinha cabeça e nem forças pra isso. Nesse momento eu não me importei de mostrar a realidade das minhas emoções, não me importava mais com nada. Meu pai veio até mim... Ele estava tão abatido nunca o tinha visto em um estado tão deplorável, na verdade todos estavam de semblante triste, mas meus pais eram os piores.
- Ah minha filha, ele me abraçou... eu sinto muito...
Apesar da falta de lágrimas ele chorava muito, seu corpo sacudia com os soluços.
- Me perdoe por deixa-lo ir, eu senti que seria perigoso. Eu sabia que não era certo.
Minha mãe veio até a gente e também nos abraçou... Choramos juntos não sei por quanto tempo, até que o cansaço me venceu novamente e dormir.
Acordei sem saber quanto tempo dormir, sem saber que horas ou dias da semana ou até mesmo que mês eram. Senti um cheiro de comida e percebi minha mãe entrando com uma bandeja enorme. No quarto só estavam ela e meu avô que verificava minha pressão e meus sinais vitais.
- Você está melhorando. Ele afirmou me dando um sorriso que não chegava aos olhos.
Eu tentei lhe sorrir, mas não foi possível, acho que nunca mais sorriria na minha vida. Eu não tinha vontade de ter companhia. Senti vontade de tomar um banho de tentar me levantar. Tentei sentar na cama e dessa vez fui bem sucedida, aceitei a comida que minha mãe havia levado... assim que terminei pedi para ficar só em meu quarto, apesar de querer me levantar não senti vontade alguma de me socializar com ninguém. Minha mãe preparou meu banho enquanto eu comia e assim que terminou pegou minha bandeja que não ficou vazia.
- Mãe. Chamei enquanto ela abria a maçaneta da porta. Ela já estava na minha frente.
- Oi filha.
- Que dia é hoje?
- 28 de Novembro. 15:00 da tarde. – Só isso meu amor?
- Sim, mãe obrigada. Agora se puder me dar licença eu gostaria de ficar só.
- Esta bem.
Minha mãe saiu do quarto e eu me arrisquei encostar meus pés no chão, senti a firmeza dos meus pés e vi que não estava tão fraca assim. Fui até a porta do quarto e a tranquei. Passei os olhos sobre o quarto que eu decorei com tanto carinho, vi nossas fotos nos portas retratos distribuídos por todo lugar... Quando me surgiu uma grande ideia, corri em direção ao closet, minha intenção era pegar uma peça de roupa do Jake e usá-la após o banho, mas eu havia me esquecido, tudo o que havia ali era novo. Senti que iria desabar e antes que perdesse o resto das minhas forças tirei minhas roupas e entrei na banheira. Chorei de novo. Eu não estava superando nada e cada coisa que eu achava ter e pedia me doía mais. Nunca mais receberia seus abraços, seus beijos; Nunca mais sentiria o seu corpo quente sobre o meu e ai me lembrei do sonho que tive com ele antes de sair do coma, lembrei-me de suas palavras “Tudo o que eu queria era te ter protegida e poder voltar pra você, mas acho que isso não será mais possível, digo, voltar para você. Mas quero que você seja forte, que lute para sobreviver, era isso que eu sempre quis, lute para ser feliz.” Olhei para o nada e perguntei? Como serei forte, Jake?
Por quanto tempo me dediquei a amar você
Não fiz mais nada porque nada mais me dá tanto prazer
Lembrando as coisas que eu te dei
Nem me dei conta o tanto que chorei
Não fiz mais nada porque nada mais me dá tanto prazer
Lembrando as coisas que eu te dei
Nem me dei conta o tanto que chorei
Me diz o que é que eu faço?
O que é que eu faço com os abraços
Se eu não tenho mais seu corpo?
O que é que eu faço agora com os meu olhos sem você pra olhar?
O que é que eu faço com os abraços
Se eu não tenho mais seu corpo?
O que é que eu faço agora com os meu olhos sem você pra olhar?
O que é que eu faço com meus beijos que só querem tua boca?
O que é que eu faço com esse amor inútil sem você pra amar?
O que é que eu faço com esse amor inútil sem você pra amar?
Na minha vida não deixei nada pra depois
Qual a saída se eu fiz tudo na medida pra nós dois?
Olhando as coisas que eu ganhei
Nem me dei conta o tanto que chorei
Qual a saída se eu fiz tudo na medida pra nós dois?
Olhando as coisas que eu ganhei
Nem me dei conta o tanto que chorei
Me diz o que é que eu faço...
E sem falar nos nossos livros e CDs
As fotos das viagens que a gente fez
Ainda sinto o teu perfume em cada roupa que eu usei
E pra eu não acabar comigo
As fotos das viagens que a gente fez
Ainda sinto o teu perfume em cada roupa que eu usei
E pra eu não acabar comigo
Me diz o que é que eu faço...
O Que é Que Eu Faço?
Eu não sobreviveria, eu não seria feliz como ele havia pedido. Agora eu tinha certeza eu não passaria mais nenhum dia viva, nem ao menos suportaria vegetar. Ao constatar aos poucos que ele realmente não iria voltar ao ver que não teria nada além de sofrimentos e lembranças eu decidi. Eu não iria sobreviver. Morrer seria o melhor. Aliviaria tudo.
Fiquei pensando em como faria isso... Eles não permitiriam que eu morresse de inanição ou qualquer outra coisas. Teria que pensar em algo que fosse rápido e eficaz e que quando percebessem fosse tarde demais. Fiquei feliz por ter minha mente bloqueada e por poder fazer falsos pensamentos, quando eles percebessem minha ausência eu já estaria muito longe daqui. Pensei nas formas na qual eu poderia me matar e decidir que morreria ali mesmo dentro da banheira. Coloquei uns pensamentos de tristeza e imagens do meu banho... Tomava um banho mentalmente e enquanto isso me afundei para escuridão.
Afundei-me na banheira fiquei um bom tempo submersa liberando todo o meu oxigênio até ficar sem nada nos pulmões e assim que eles doeram implorando por oxigênio fiz questão de aspirar à água, sabia que assim me afogaria mais rápido. Meu corpo implorava por ar... o desespero do meu corpo implorando para sobreviver, mas isso não me abalou... Sabia que esse sofrimento duraria somente alguns minutos e que talvez eu tivesse a chance me ficar ao lado de Jake novamente.
Durante o desespero do meu corpo ao implorar pela vida aconteceu algo inesperado que me fez regressar imediatamente a superfície. Tossi como uma louca e vomitava a água, a sensação era de engasgo. Nesse mesmo tempo ouvi o barulho da porta caindo chão abaixo e toda minha família dentro do banheiro.
- O que está acontecendo aqui?
Meu pai entrou como uma bala dentro do banheiro pegou um roupão e me cobriu, carregando-me no colo e me pondo em cima da cama... Eu só sabia tossir.
- Filha o que aconteceu você cochilou na banheira?
Eu não sabia o que responder pra minha mãe. Alias até agora eu estava tentando entender o que tinha acontecido o que eu tinha escutado. Quando estava tentando morrer senti algo se mexer dentro da minha barriga e uma vozinha fininha falar comigo. – Por favor, eu não quero morrer.
Eu sabia que tinha que contar tudo, meu pai estava preocupado tentando entender tudo o que estava acontecendo. E antes que eu verbalizasse alguma coisa ele perguntou.
- Como você cochilou se eu não vi você dormir? Você estava na banheira tossindo e eu ainda lia em seus pensamentos que você ainda estava relaxada na banheira curtindo sua tristeza.
- Do que vocês estão falando? – Indagou minha mãe.
- Eu tenho muita coisa pra conversar com vocês, mas primeiro quero entender o que esta acontecendo. Automaticamente coloquei a mão no meu ventre e senti algo se mover lá dentro. Eu não acredito será? Será um bebê? –pensei. Liberei esse pensamento para que meu pai pudesse ler.
- Você acha que seria possível? Você escutou uma voz?
- Que voz? Será que tem como vocês terminarem essa conversa unilateral? Estamos todos aqui preocupados sem entender nada.
- Bella meu amor. Quando Renesme estava se afogando na banheira ela escutou uma vozinha implorar pra viver. E Nessie sentiu já 2 vezes algo se mexer dentro do seu ventre.
Quando ele falou a palavra afogando ele me deu uma olhada de soslaio tipo “quero entender isso tudo muito bem mocinha!”.
- Vovô, será? Tem como o senhor me examinar.
- Oh minha pequena, eu já ia sugerir isso. Vá se vestir eu estou indo na frente preparar tudo.
Em 10 minutos eu já estava na ala hospitalar do abrigo, meu avô já estava com tudo ligado só esperando a minha chegada.
- Bom, vamos ver se aparece alguma coisa no ultrassom, pois quando sua mãe ficou grávida de você nós não conseguíamos ver nada, e como você disse ter escutado uma voz quer dizer que se tiver um bebê ai ele não é um humano por já está se comunicando, e seu estágio já é avançado. Mas não tão avançado como de Bella, pois não há um sinal de barriga e sabemos que não houve coito recentemente. Alias há uma pequena protuberância, mas eu posso estar dizendo isso pensando na probabilidade, pode ser que não tenha nada haver. Você nunca teve um ciclo menstrual e pelos exames que eu havia feito anteriormente em você, seu útero não mostrava sinais de desenvolvimento, o que me fez concluir que você não seria reprodutiva.
Eram muitas suposições que Carliste tinha. Os seus olhos brilhavam de satisfação ao me examinar. Eu sabia que tinha algo ali, o que senti se mover dentro de mim a voz que eu escutei foi capaz de me tirar de dentro da banheira e me deixar perplexa. Observando bem meu ventre tinha um leve inchaço. Vovô aplicou o gel e olhou para o monitor... Eu estava ansiosa.
- E aê vovô me diz...
Meu pai já tinha identificado e murmurou hum “eu não acredito”
- Vamos me digam o que tem ai...
Eu estava ficando preocupada e, pois eles olhavam perplexos e não me diziam nada.
- É Nessie, você será mamãe.
EM BREVE:
1 comentários:
Nossa não sei dizer se fico feliz
ou triste, e olha que não sou de chorar
em fics mas vc foi cruel,
em matar o Jake, ate agora com os olhos
cheios de lagrimas não to acreditando.
Por favor faça o Jake sobreviver, faça ele esta apenas em coma em algum abrigo.
A fic sem ele não é nada.
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