14 de dez. de 2011

Capitulo 36

Posted by sandry costa On 12/14/2011 No comments


P.O.V – Hellena
–Porque me deixou sozinha com ele? – rosnei me postando diante de Kenzi e de modo agressivo.
–Você parecia querer ficar sozinha. – ela disse de modo divertido.
–Kenzi, acho que você não esta entendendo o risco! Isso não é uma brincadeira. – agora eu estava verdadeiramente seria e bem irritada.
–Olha, pra mim, você tem apenas duas opções: Ou você fica com ele, ou não fica. Ponto.
–Não, vai muito alem disso. – balancei a cabeça como se estivesse decepcionada, e no fundo, era comigo mesma. Eu era uma hipócrita falsa e mentirosa.
Dei-lhe as costas e sai de seu quarto arrastando os pés.
Fiquei andando a esmo, sem nenhum roteiro ou direção em mente, apenas... Caminhar. Passei por corredores sem fim, e comecei a descer escadarias e corredores inclinados, ate que estava no subsolo.
A adega da minha mãe devia estar por perto, eu podia sentir o cheiro de vinho e conhaque não muito longe. O aroma era tão forte que confundia meus sentidos delicados.
E por causa dessa confusão de fragrâncias, acabei encontrando alguém que eu seria minha ultima opção de encontro.
–Hellena. O que faz aqui embaixo? – Alec saiu das sombras vindo em minha direção.
–O senhor que não devia ficar xeretando. Veio para roubar alguma garrafa de vinho? – levantei uma sobrancelha usando minha melhor expressão desafiadora.
–Descobriu meu plano. – debochou.
Então ele parou a alguns passos de mim.
–Isso já esta ficando repetitivo. – murmurei.
–Esta usando o colar. – ele disse com a voz rouca.
Levei meus dedos ate o diamante brilhante. Andei humanamente ate ele, encarando-o de frente, sem medo de me perder naqueles olhos hipnotizantes.
–Porque você voltou hã? – rosnei dando um empurrão nele. – Achei que já estava tudo resolvido entre nos quando eu fui embora.
–Nada está resolvido com você por perto, você é mais confusa e inconseqüente quanto um bebe humano! – perante meu empurrão, ele não se moveu um milímetro.
–Você sempre atrapalha tudo! – estreitei meus olhos perigosamente.
–Mas você me ama. – ele falou com uma expressão superior.
–Não Alec, eu te odeio. – sibilei.
–Semântica. – fez um gesto com a mão como se pouco ligasse.
–Não Alec, - repeti. – Por amor, nos morremos, mas por ódio... Por ódio nos matamos. – engoli em seco como que sentindo o choque de suas faces perfeitas.
–E você ainda acha que não é a mesma coisa? – ele ficou mais próximo, sua respiração gelada em meus cabelos, deixando todo meu corpo arrepiado por dentro.
Colocou sua mão em minha nuca.
–Pare. Pare! – comecei a me debater. A dar socos em seu peito.
–Você realmente quer que eu pare? – estreitou os olhos.
Seu rosto estava impassível, nada legível em suas faces lisas. E enquanto mais ele se aproximava, e trazia minha cabeça para mais e mais perto de si, eu sentia meu coração acelerar.
Sua boca se uniu na minha em um beijo quase que violento, como se sentíssemos sede um do outro. As mãos dele prensavam meus cabelos e minha cintura.
Durante um tempo eu resisti, mas logo depois deixei que o desejo me levasse. Deixei que Alec me levasse.
Nos separamos encarando um ao outro com um rosto desafiador.
–Isso não muda nada. – falei entre dentes.
–Claro que não. – e voltamos a nos beijar.
Bom... Eu preciso mesmo descrever o que aconteceu depois? Acho que não.
Eu abotoava meu vestido enquanto ele me olhava de lado e com uma expressão longínqua. Mordi meu lábio inferior pensando no que eu falaria depois disso.
–Alec... – comecei me virando para ele, mas antes que eu desse continuação ao assunto, ouvi passos ecoando na escadaria logo acima. Arregalei os olhos e mandei que ele se escondesse.
–Fala sério. – reclamou.
–Sim. – gritei baixo empurrando-o para o meio de vários barris.
–Agora eu virei o amante? – falou com ceticismo irritado.
–Vá logo.
Ele se escondeu bem na hora que uma súcubo jovem apareceu. Estava com um rosto aflito, e parecia à beira das lagrimas, uma coisa bem absurda para uma súcubo.
–Princesa, graças à deusa eu te encontrei.
–Qual o problema? – andei ate ela.
–Sua mãe princesa, recebemos a informação que ela desapareceu.
–O que?
Abandonei Alec sozinho na adega e fui me reunir com as conselheiras dos quatro elementos naquele mesmo segundo.
–É impossível terem seqüestrado duas súcubos do espírito! – a do ar falou. – E eu não vi nada disso em minhas profecias!
–Mas alguém o fez, e se fez, devia conhecer muito bem as súcubos. – a da terra disse com a voz dura.
–As corrompidas, só podem ser elas. – a da água sibilou.
–Ou talvez, alguém de dentro. – a rainha do fogo parecia mais calma do que todas, o que não batia com seu humor explosivo e quente.
–O que esta sugerindo? – sua companheira de terra estreitou os olhos.
–A corrompidas entre nós. – falou breve.
Todas passaram a se entreolharem, como se qualquer uma pudesse ser a culpada.
–Isso esta indo por um caminho errado. – falei pela primeira vez. – Concordo com você, rainha do fogo, mas se começarmos a pensar desse jeito, vamos matar umas as outras.
–Ou talvez, alguém que lucrasse muito com isso. – uma súcubo guarda se pronunciou. Reconheci ela como dama de companhia de Katherine. – Se aceitam minha opinião.
–Fale mais Nannitri. – sua rainha do ar ordenou.
–Quem mais lucraria com o desaparecimento das duas únicas restantes do espírito, talvez Hellena possa ser a próxima na lista. – olhou para mim com olhos... Estranhos.
–Ela tem razão, temos de te proteger princesa.
–Nada disso, temos guardas o suficiente, esse castelo é o mais protegido de toda a galáxia, ninguém poderia me fazer mal aqui dentro. – disse serena, mas sem tirar os olhos de Nannitri.
–Ou talvez estejamos olhando para o lado errado. Quem lucraria com o sumiço delas? – balançou a cabeça erguendo as sobrancelhas.
–Esta sugerindo que fui eu? – me levantei.
–Se a idéia passou pela cabeça de vossa majestade.
–Não Nannitri, foi transmissão de pensamento. – sibilei estreitando os olhos perigosamente. – Você sabe que esta cometendo um crime me acusando de coisa tão absurda.
–Talvez não. – me enfrentou.
–Pois bem, se acha que eu matei minha mãe e minha prima apenas para subir ao trono, deve ter uma imagem muito ruim de mim. – voltei a me sentar.
–A única imagem que temos de vossa majestade, é que ela teve um caso com um vampiro, e não desistiu dele, mesmo após assumir sua condição de súcubo.
–Chega. – Donna apareceu. – Esta suspeitando de sua rainha.
–A reunião esta encerrada. - sai da mesa. – Não faremos nada, apenas nos proteger, tentarei encontrar-las pelos espíritos. – voltei meu rosto em direção a Nannitri. – E você, tome cuidado com a língua.
Ultrapassei a sala e fui em direção ao quarto de Kenzi com uma escolta de súcubos atrás de mim. Bati na porta, mas ninguém respondeu, bati mais três vezes antes de achar estranho.
Olhei para as presentes e meneei a cabeça para que abrisse a porta. Com um único chute ela cedeu, mas não havia ninguém no quarto, e tudo estava revirado.
–Súcubos estão desaparecendo! – gritei batendo as mãos na mesa quando fomos forçadas a refazer a reunião.
–Uma súcubo muito intima sua. – Nannitri não estava mais na sala, mas agora quem me acusava era a súcubo da água. – Talvez ela pudesse ter descoberto algo importante, e você decidiu se livrar dela.
–Vocês estão acusando a mim, a princesa de vocês! Não podem ficar sem a minha presença, ainda mais agora! Eu fui à escolhida da criadora. – soltei minha língua.
–O que quer dizer? – perguntou.
–A criadora me concedeu seu wisp, e se não acreditam, olhem minha mente!
Elas se calaram.
–Eu sei que pode ser mais fácil colocar a culpa toda em alguém, mas vocês estão enlouquecendo. Eu sou a líder de vocês, sem mim ninguém aqui sobrevive, juntas vamos encontrar minha mãe. Uma promessa, mas precisam confiar em mim.
Nada disseram, apenas continuaram com as expressões desconfiadas.
–Deixo vocês com seus pensamentos. – levantei-me. – Mas devo avisar que a uma conspiração contra mim aqui, e sem uma súcubo do espírito, vocês não sobrevivem.
Retirei-me novamente da sala de reuniões.
Dessa vez, fiz com que ninguém me seguisse e fui para o subsolo aguardando por Alec, apesar de todos os problemas, eu não deixaria transparecer, não ainda.
–O que esta havendo Hellena? – ele perguntou se sentando ao meu lado e beijando-me os lábios. – Parece preocupada.
–Olha... O que fizemos foi... – comecei me afastando.
–Maravilhoso? – ele riu.
–Confuso. – suspirei olhando-o.
–Confuso? – ele arqueou as sobrancelhas.
–Não significou nada, foi só uma distração. – disse sem emoção.
Ele respirou fundo como que cansado.
–Estou voltando para os Volturi. Acham agora tenho que voltar.
–Vá em paz. – disse inemotiva.
–Antes, eu tenho algo a dizer.
Levantei meus olhos cansados pra ele.
–Essa não é você. Quem não se importa e acha que não significou nada, você esta mudada mais do que eu pensei. – se levantou partindo. – Minha Hellena não é manipuladora, nem hipócrita. – não entendi bem o que ele falava, mas deixei que partisse sem que brigássemos.
Uma criada humana surgiu de cabeça baixa e começou a remexer nas garrafas limpando e ignorando minha presença, mas foi ai, que ela surgiu.
–Ora, ora, ora... Quem eu vejo?
–Katherine.

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