14 de jul. de 2012

Capítulo 28 Lute

Posted by Dany Rocha On 7/14/2012 No comments


Os agentes conseguiram retirar a arma das mãos astutas de Aro e voltar a segurá-lo com mais rigidez do que da última vez. 

Isabella forçou suas pernas a se movimentarem na direção de Edward e em poucos estantes ela estava caída de joelhos ao lado dele.

— Edward! — Ela pegou a cabeça dele cuidadosamente e colocou sobre seu colo. 

Ele sentia uma dor insuportável próximo a seu peito e uma ardência dolorosa tomar conta de seu corpo. Ele forçou seus olhos a se abrirem e encontrou o par de orbitas achocolatados marejados o olhando com aflição, medo e angustia.

— Bella. — Sua voz era quase inalcançável a audição dela, mas ela conseguiu o ouvir.

— Shhh; fica quietinho Edward, não faça esforços. — As gotículas de água vindas dos olhos dela manchavam sua face, assim como manchava a face de Edward.

— Bella. — Ele pronunciou seu nome em um lamento. — Me perdoa por ter mentido para você. — Sua voz, a cada silaba pronunciada perdia a potencia, fazendo com que as últimas palavras saíssem em um sussurro. Ele levantou sua mão do chão e buscou pela de Bella e ao encontrá-la ele a apertou delicadamente. — Nunca foi minha intenção te magoar, me perdoe, por favor. — Suas lágrimas escorriam.

Bella sentiu seu coração se apertar. O medo a invadia sem pudor algum, o que seria dela sem Edward? Ela simplesmente não conseguia vê-la sem ele, pois ele era seu tudo. Ele se tornara sua vida.

— Edward. — Ela fechou os olhos e algumas lágrimas caíram sobre a face dele. — Eu já havia te perdoado. — Ela voltou a abrir os olhos e se inclinou para tocar seus lábios nos dele. 

Edward fechou os olhos e se deliciou com o roçar dos lábios macios dela sobre os seus, quando ela se afastou ele abriu os olhos.

— E por que não disse isso antes? — Perguntou em um suspiro; seus lábios traziam um sorriso que não alcançou seus olhos que aos poucos iam se fechando, e por mais que ele lutasse para que a escuridão não o alcançasse ele perdeu a consciência, mas não sem antes ouvir a voz doce de Bella pedir para que ele não a deixasse e em seguida pronunciar um “Eu te amo” com sofreguidão.

— Não! Edward! — Bella voltou a se inclinar sobre ele e abraçou ao seu corpo como podia, era como se ela tivesse esperança de que aquele abraço o pudesse trazer de volta, como se aquele abraço pudesse fazer com que o brilho intenso se reacendesse em seus olhos agora fechados. — Edward! — Voltou a chamá-lo, mas ele já havia caído na inconsciência e não podia obedecer ao seu chamado nem mesmo se quisesse. 

***

O hospital onde se encontrava Edward era situado no centro de NY. Ele fora rapidamente colocado em um helicóptero e transferido para ali pelos agentes da CIA. Bella não havia saído de seu lado em momento algum. Ela sentia um vazio em seu peito e as lágrimas não paravam de rolar por sua face. O medo de perder Edward a assombrava a todo estante. 

Nesse momento ele se encontrava na sala de cirurgia para retirar a bala que havia se alojado próximo ao seu coração; essa foi à única hora em que Bella não pôde ficar ao lado dele. 

Alguns enfermeiros cuidaram dos machucados dela, porém quem fez alguns exames nela foi o clinico geral Christopher Snow. Ela estava com um corte no supercílio, que já tinha sido saturado e estava com dores — não muito graves — na região abdominal onde tivera que fazer alguns exames de checagens para saber se havia acontecido alguma lesão em seus órgãos internos. 

Ela aguardava o resultado de seus exames e noticias sobre Edward na sala de espera. Alexa havia voltado pra CIA para poder terminar de resolver os assuntos pendentes de longos anos com os Volturi. Se Bella já os odiava por terem matado sua mãe e por eles terem lhe causado sofrimento, agora ela os queria ver mortos por terem machucado Edward, o único homem no qual ela amou e ama com todas as suas forças. 

Os Cullen e os Hale chegaram ao hospital e qual foi à surpresa de Bella ao saber que todos tinham total consciência de que Edward era um agente? Nenhuma. Ela explicou a eles tudo o que havia acontecido e depois ficou em silencio com pensamentos sobre como estava Edward, ela na verdade não conseguia pensar em nada a não ser no Cullen que a irritava, mas que com o tempo ela aprendeu a amá-lo loucamente. 

— Bella? — Alice a chamou e ela se virou na direção da mulher de cabelos espetados. — Tome. — Ela entregou a Bella um copo com café.

— Não, obrigada. — Respondeu com os olhos vazios. 

Alice suspirou e se aproximou de Bella.

— Ele vai ficar bem, você vai ver. — Ela sorriu confiante e voltou a estender a mão onde segurava o copo quente na direção dela, Bella recolheu a bebida e abriu um pequeno sorriso que não alcançou seus olhos para a cunhada.

— Carlisle? — O médico que havia feito a cirurgia de Edward surgiu na sala com uma prancheta em mãos. 

— Leon. — Carlisle se levantou e ficou de frente para o cirurgião que era seu colega de trabalho. — Como está meu filho? — Bella não se levantou, temia que suas pernas não conseguissem sustentar seu corpo, ela apenas prestou atenção no diálogo entre eles. 

— A cirurgia foi bem sucedida. — Bella relaxou seu corpo e suspirou em puro alivio. — Agora teremos que aguardar às 24 horas precisas Carlisle para obtermos um quadro clínico estável de Edward, pois como você sabe, o quadro clínico pode ter uma alteração no decorrer desse tempo tanto para negativo quanto para positivo. — Bella se arrepiou com a possibilidade de Edward poder piorar ao invés de melhorar, mas ela não podia perder a esperança de que essas 24 horas passariam e o estado dele em nada se agravaria.

— Posso vê-lo? — Ela se manifestou conseguindo se levantar.

***

No quarto amplo da UTI haviam seis macas separadas por uma cortina, três ao lado direito e três ao lado esquerdo, Edward era o primeiro da fileira à direita, ele estava com um lençol até sua cintura, porem sua perna esquerda enfaixada estava descoberta. Ao lado de sua maca havia um monitor cardíaco, em seu dedo um oxímetro de pulso que media sua taxa de saturação do oxigênio, eletrocardiográfico se conectava através de eletrodos descartáveis em seu tórax, vale frisar que a parte inferior de seu peito esquerdo estava enfaixada por causar da cirurgia. Ele usava uma sonda nasal-enteral que era introduzida em seu nariz e chegava ao seu estomago, para que ele pudesse receber aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. Uma sonda vesical foi introduzida em sua uretra até a bexiga, essa sonda foi conectada em uma bolsa coletora que ficava ao lado do leito em um local baixo por ali. Uma mascara próxima a sua boca era necessária para fornecer oxigênio a ele, sua situação estava deprimente. A garganta de Bella se fechou e as lágrimas retornaram.

Ela caminhou até a maca e segurou em sua mão, palavras não saiam de sua boca, pois sua garganta estava fechada, mas palavras não eram necessárias para aquele momento, ela apenas se inclinou na direção dele e depositou um singelo beijo em sua testa. As lágrimas não paravam de jorrar de seus olhos, ela queria fazer com que essas 24 horas passassem logo, ela gostaria que a recuperação dele fosse rápida, ela gostaria que ele pudesse voltar logo para casa, voltar para o lado dela, lugar no qual ele nunca deveria ter saído. 

— Senhora Cullen? — Uma voz conhecida por ela a chamou da porta da UTI e ela se virou para ele, para Christopher Snow, o clinico geral que havia a atendido mais cedo. — Estou com o resultado de seus exames, queira me acompanhar até a minha sala, por favor. — Pediu gentilmente. 

— Ah, sim. — Sua voz saiu rouca. Ela se virou para Edward e acariciou lhe os cabelos, em seguida beijou sua mão e a soltou. — Depois eu volto. Fique bem, meu anjo. — Ela limpou as lágrimas com as costas das mãos e saiu da UTI em direção à sala do doutor Snow.

***

Já sentada a uma cadeira de frente para o clinico geral que estava sentado a sua frente ela perguntou:

— Então, tem algum problema com o resultado dos meus exames? — Sua voz estava mais controlada e o choro havia cessado.

— Não, nenhum problema, a não ser que você ache que estar grávida seja algum problema. — Sorriu calorosamente para ela.

Bella arqueou as sobrancelhas e arfou em surpresa.

Grávida.
Essa palavra fazia eco em sua cabeça. Ela estava grávida novamente. 

— Oh, meu Deus. — Um sorriso se formou em seus lábios e seu coração acelerou. Se há alguns estantes atrás seu peito estava vazio, bem, agora estava inflado de pura felicidade. Ah, quando Edward soubesse... Quando ele soubesse ira surtar de alegria, ela já podia imaginá-lo quando recebesse a noticia. 

— Como eu suspeitava então, você não sabia disso, certo? — O doutor checou.

— Não, eu não sabia. — Ela piscou algumas vezes e olhou para sua barriga.

— Pois bem, vou encaminhá-la para nosso ginecologista, você poderá começar a fazer as consultas com ele se desejar. — Ofereceu.

— Não, obrigada. — Ela se levantou. — Já tenho minha ginecologista. — Sorriu com a imagem de Leah em sua mente. — Mais uma vez obrigada.

— Não tem o que agradecer senhora Cullen, passar bem. — Bella agradeceu e se despediu dele com um aperto de mão, depois se retirou da sala.

Grávida.

Ela ainda não acreditava, isso era simplesmente maravilhoso, ela levou suas mãos até seu ventre. Agora mais do que nunca ela não via à hora de Edward acordar e ela lhe dar essa noticia, ele iria ficar tão feliz, assim como ela estava.

— Bella! Bella! Ah, graças a Deus eu te achei! — Emmett gritava por ela enquanto corria pelo corredor ao seu encontro.

Bella parou de caminhar e se virou para ele, nos olhos dele ela pôde ver seu desespero. O coração dela perdeu uma batida e a única coisa que vinha a sua mente era o Edward.

— O que aconteceu com ele? — As lágrimas já ameaçavam sair.

— Bella... — Emmett não conseguiu segurar as lágrimas e elas escorreram por sua face. —... Sinto tanto pelo o que aconteceu, estão todos tão desnorteados.

— Emmett! O que aconteceu? — Seu coração parecia como as asas de um beija-flor. — Diz! 

— Edward sofreu uma parada cardíaca e foi preciso induzi-lo ao coma. — Bella ao ouvir a voz de Emmett em tom de lamentação e tristeza lhe informar tal noticia tão cruel, desmoronou.

Ela não sabia o que pensar, simplesmente não havia o que pensar, na verdade o único pensamento que a assombrava em sua mente era: Durante as 24 horas Edward teve uma alteração em seu quadro clinico sim... uma alteração negativa, sombria e obscura.

Por causa da parada cardíaca ocorreu uma lesão no córtex de Edward, lesão que só acontece quando falta sangue de uma maneira generalizada no cérebro — como ocorre na parada cardíaca —, por causa de sua atual situação ele não conseguiria se recuperar sozinho, então foi induzido ao coma por medicamentos.

Bella colocou uma de suas mãos na parede ao seu lado e fechou os olhos deixando as lágrimas retornarem com força total. Emmett sem ter o que fazer apenas a abraçou com força e ela desatou a chorar mais ainda sobre seu peito.

***

A verdade é: Sem Edward Cullen, Isabella Swan era incompleta. 
Como sobreviver sem seu mundo? Sem seu oxigênio? Já pensaram sobre isso? Já refletiram? Imaginaram-se sem eles? Não precisa ser especificamente aquela pessoa, como seu namorado, seu noivo ou seu marido. Imagine você sem sua mãe, seria doloroso não é mesmo? Não, não, perdoem-me, doloroso seria pouco. Imagine você sem seu pai, sem algum dos seus irmãos, agora você sentiu uma pontada de angustia de se ver sem eles? Se imaginem sem seu — ou sua — melhor amigo, okay, okay, irei parar por aqui. Digo isso para vocês apenas terem uma noção de como é ter seu mundo tirado de você sem pudor algum. É horripilante você acordar de manhã e perceber que aquela pessoa não está bem, não está ali com você e você nem faz idéia de quando estará novamente...

Ontem ao descobrir que Edward havia sido induzido ao coma Carlisle deu um jeito de retirá-lo daquela sala e deixá-lo sozinho em um quarto no primeiro andar.

Bella foi praticamente arrastada do hospital por Alice, pois ela estava exausta e muito nervosa pelo o que havia acontecido, então ao chegarem ao apartamento dela Alice a ajudou a tomar um banho e a fez comer alguma coisa e depois lhe entregou um remédio que seu pai havia a dado para que Bella adormecesse, pois ela estava precisando. Mais tarde Alice se foi e deixou Bella dormindo, ela dormiu sim, mas quando despertou o cansaço ainda estava presente e as lembranças de Edward naquelas condições voltaram em sua cabeça e algumas lágrimas rolaram por sua face. 

Sua manha toda foi passada na cama e quando faltava pouco mais de uma hora para as 15h — horário de visita no hospital — ela se levantou, tomou banho e se arrumou para voltar a ver Edward. Ela nada comeu, apenas passou no Starbucks — hoje Ângela não estava —, e pagou um café. O caminho todo até o hospital foi automático, pois Bella não estava prestando muita atenção em nada, e logo ela havia chegado a seu destino.

Ao entrar no hospital ela caminhou pelo corredor do primeiro andar e encontrou Carlisle — era seu plantão hoje — saindo de um quarto, na certa o quarto de Edward.

— Bella. — Ele caminhou até ela e a abraçou.

— Como ele está? — Perguntou após se separarem.

— Ainda é cedo para dizer, mas pelo o que posso perceber ele está reagindo bem aos medicamentos. — Ele ficou ao lado dela e colocou sua mão esquerda em suas costas a guiando em direção ao quarto. — Esme ficou com ele como acompanhante, mas hoje se você quiser ficar com ele. — Carlisle abriu a porta do quarto e Edward estava na cama com os mesmos aparelhos do dia anterior e Esme estava sentada em uma poltrona ao lado dele.

— Sim, eu gostaria de ficar com ele sim. — Respondeu e adentrou ao quarto.

— Bella, querida. — Esme se levantou e a abraçou. — Está melhor?

— Sim, obrigada. — Mentiu, pois nada havia melhorado, porém a noticia de que ele estava reagindo bem aos medicamentos lhe era um pouco animador. Ela caminhou até a cama de Edward e segurou em sua mão, em seguida o beijou na testa. — Oi, anjo. — Sussurrou em seu ouvido. Carlisle e Esme olharam aquela cena com um sorriso triste nos lábios e se entre olharam, ele assentiu para a esposa e eles se retiraram do quarto. Bela ouviu quando a porta se fechou, porém não desviou sua atenção de Edward.

Você nunca imagina que esse tipo de coisa possa acontecer conosco, talvez com um desconhecido na rua, às vezes até com o vizinho ou o carteiro, mas não com algum parente, com alguém que você ama tanto que chega a doer.

— Eu sinto sua falta. — Disse acariciando os fios do cabelo dele. — É tão terrivelmente doloroso vê-lo nessas condições. — Apertou os lábios em uma linha reta e engoliu em seco. Ela olhou para cima e suspirou. — Eu não sei se é verdade, mas ouvir dizer que as pessoas em coma, principalmente as que estão em coma induzido podem nos escutar. Eu gostaria muito de poder lhe falar isso quando você estivesse acordado, gostaria de poder ver o brilho em seus olhos e o sorriso de felicidade ser tatuado em seus lábios ao saber que você será pai. — E lá estavam as lágrimas traiçoeiras novamente. — Sei que você será um bom pai. — Soltou o ar e abriu um pequeno sorriso. — Assim como é um bom amigo, marido, parceiro e... um cara irritantemente chato. — Umedeceu os lábios capturando algumas lágrimas com a ponta da língua. — Não sei quando você sairá do coma, mas eu espero que seja logo. — Fez movimentos circulares com seu polegar na testa dele. — Você não tem idéia Edward de como estou me sentindo sem você. — As lágrimas rolavam sem parar. — Não sabe como é torturante vê-lo dessa maneira e não poder fazer absolutamente nada. — Bella ficou alguns segundos em silencio e o único som perceptível no quarto era o barulho do monitor cardíaco de Edward e dos soluços dela. — Então, lute. — Mordeu o lábio inferior e fechou os olhos. — Você é forte e eu sei que você não quis me decepcionar no passado e sei que não me decepcionará agora. Lute, pois não apenas eu preciso de você como agora seu filho também. Eu te amo Edward Cullen e te esperarei por quanto tempo for preciso, não desistirei de você jamais. — Ela abriu os olhos chorosos e olhou para ele, para aquele ser pálido dormindo não por vontade própria, mas por ser preciso sobre aquela cama com uma lágrima escorrendo por seu olho esquerdo.

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