21 de jun. de 2010

Capitulo 2

Posted by sandry costa On 6/21/2010 5 comments

CHANGES.


“Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.”
Fernando Pessoa.


Era uma manhã ensolarada em Phoenix, o sol estava a pino sem nenhuma nuvem para atrapalhar a visão perfeita de um céu azul, uma manhã completamente normal mesmo estando no verão, a temperatura não passava dos 18 graus, era totalmente agradável. Era só nisso que minha cabeça pensava enquanto eu dirigia pela avenida que me levaria até Forks, uma cidadezinha no fim do mundo em que um Shopping Center seria a mesma coisa do que a Paris Hilton doando bolsas Prada na praça central da cidade. Bufei baixinho quando percebi o rumo que meus pensamentos tinham tomado, eu estava perdendo minhas férias de verão neste lugar, não existe lado bom, existe? Sim existe! Deixe de ser chata Luciana! Você tem dois, motivos pra adorar este lugar. Primeiro: Nem Tommy, nem Sarah estão aqui. Segundo: É a cidade mais chuvosa de todo o estado de Washington. Sorri com esse pensamento. Chuva. Isso definitivamente tinha que melhorar o meu humor. Mesmo com a idéia de apreciar as nuvens acinzentadas eu não conseguia ficar tranqüila, achava muito estranho eu vir pra cá depois de tanto tempo. 

Já fazem dez anos que meus pais se separaram e que Joseph, meu pai, veio morar em uma reserva em La Plush, a primeira praia depois de Forks. Em dez anos eu só o vim visitar uma única vez quando completei 8 anos, vim passar um fim de semana de pescaria com ele, nem preciso dizer que eu odiei não é mesmo? Sei lá isso não é pra mim, não existe nem uma loja grande de conveniência ou ao menos um Mc Donald, sempre gostei de cidade grande. Desde aquela única vez que eu vim pra esse lugar não quis voltar mais. Sempre convenci meu pai de ir me visitar nos feriados e férias de verão ao invés de ao contrário, até hoje deu certo. É eu disse até hoje, porque não sei que cargas d’água deram no meu pai, acho que eu desaprendi a usar meus poderes de persuasão porque não sei, dessa vez não houve o que eu falasse pra convencer meu pai de ir até Phoenix, eu inventei até uma doença incurável por causa da minha semana depressiva! Tá certo que a mamãe desmentiu na hora, disse que eu devia dar uma chance pro Joseph e que seria ótimo pra mim sair daquela cidade, sair da fossa, conhecer gente nova. Então concordei, forcei-me a uma mudança. Não podia ser tão ruin ficar em uma cidade que provavelmente não tem nem internet sem fio. Não com toda essa chuva. Então aqui estou eu, dirigindo a 60 por hora porque a pista esta molhada demais pra passar disso (sim, acredite ou não, está chovendo!). Sorri sozinha olhando o céu cinza. Tinha esquecido o quão lindo era as cores deste lugar.

Respirei fundo e girei o botão do aquecedor do meu Dodge Charger, está pensado que? Ele é antigo, mas tem aquecedor e até um sonzinho legal! É meu xodó, e coitado de quem caçoar dele, eu devo lembrar algo das aulas de defesa pessoal. Diminui um pouco a velocidade quando avistei uma placa que indicava uma curva a esquerda e a fiz com o maior cuidado possível para que meus pneus um pouco desgastados não derrapassem. Até agora não entendo o porquê de o papai voltar pra esse lugar.. Respirei fundo tentando me lembrar da minha infância, de algumas histórias que papai contava de sua mocidade na reserva. 

Meu pai cresceu aqui, e o vovô sempre foi muito tradicional, um tipo de líder da reserva, ele não queria que meu pai saísse daqui nem por um decreto, mas na mesma época em que o vovô morreu meu pai conheceu minha mãe. Ela veio com um grupo de amigas visitar a praia, e então eles se apaixonaram perdidamente. Meio piegas eu sei, mas foi o que me contaram, daí como mamãe é bicho da cidade feito eu, pediu pro Joseph vir com ela morar em Phoenix. Essa foi a história, mas papai sempre disse que sentia muita falta daqui, ele vinha sozinho, sempre que podia, as vezes acho que meus pais se separaram por causa dessa obsessão do meu pai por este lugar, não sei. Ultimamente papai tem me falado muito daqui e quando se aproximaram as férias de verão ele veio com essa de que agora eu não tinha escapatória, que ele já tinha feito a parte dele e agora era minha vez. Definitivamente quando meu pai começa com essa sessão nostalgia eu me perco completamente, sinto como se ele falasse em aramaico ou algo do tipo, não entendo. 


Fiquei alguns instantes absorta em meus pensamentos, quando dei por mim já avistava à placa que em que dizia: “Forks à 5 Km”, cerrei os olhos tentando me lembrar das instruções de Joseph para eu chegar até La Plush. “Quando avistar a placa de 5 Km pra Forks preste atenção porque a uns 2 Km a diante você vai ver a entrada da estrada que te levará até La Plush, ela não é muito visível então preste bastante atenção porque..”. Porque, porque o que? Tentei me lembrar inutilmente da descrição da estrada que Joseph me fez, mas não me lembro exatamente do que ele havia dito, na hora fiquei mais preocupada em revirar a minha mala já feita pra verificar se eu havia pego casacos o suficiente. Agora me arrependo profundamente disso.

Fiz o retorno pela segunda vez naquele trecho, dessa vez prestei muito mais atenção do que antes.. Árvore, tronco, placa, árvore, árvore, mais um tronco... Bufei baixo enquanto parava o carro no acostamento, as coisas realmente estavam começando muito bem. Puxei minha bolsa do banco do carona e revirei-a até achar meu celular, quando o fiz pensei em ligar pro papai e perguntar mais uma vez sobre a entrada que me levaria até a reserva. Eu disse pensei porque, adivinha? Tava sem sinal! Pelo visto fazer uma ligação com celular por aqui era tão impossível como Harry Potter não ser bruxo. Estava começando a perder a paciência. Mesmo com a chuva eu não conseguia ficar bem, alguma coisa me alfinetava, me incomodava, um pressentimento inútil que estava começando a me deixar de mau humor. 
Bati com a cabeça no volante algumas vezes, enquanto balbuciava algumas palavras desconexas. Pode-se ouvir um trovão grave, a chuva ia apertar. 

Ouvi uma batida no vidro.

Olhei de canto de olho, avistei um cara alto com cabelos recém cortados, tentei fingir que nem havia notado sua presença, mas ele foi insistente e bateu mais duas vezes no vidro da minha porta, eu me forcei a olhá-lo e em resposta ele abriu um sorriso enorme que eu pensei que poderia rasgar suas maçãs do rosto. Demorei em analisá-lo, seu rosto era meio quadrado de um jeito rústico, sua pele avermelhada dava impressão de que ele era o turista do local e não eu, seus olhos eram de um castanho bem escuro, quase negro. Ele era forte e vestia apenas uma bermuda com uma regata branca, mesmo com o frio que fazia por ali. Acho que eu me demorei muito na análise sobre a sua aparência porque ele fez um movimento com as mãos indicando para que eu abaixasse o vidro, eu o fiz.

— Hey! — Ele falou sorrindo animado quando vira que eu desci o vidro, mesmo com a chuva fina que caia.

— Hey! — Respondi com a mesma intensidade que ele — ou tentei, já que meu sorriso amarelo não chegava aos pés do reluzente dele.

— Bem, antes de tudo quero que você saiba que eu não sou nenhum terrorista ou bandido.. — ele disse com uma careta no rosto.

— Rá, tudo bem — eu respondi tentando parecer amigável. Era verdade, ele podia ser um maníaco, estripador, mas isso nem passou pela minha cabeça, ainda mais eu, a pessoa mais medrosa que eu conheço. Talvez fossem os olhos calmos dele que me passassem certa confiança.

— Eu vi você fazendo o retorno pela pista Oeste algumas vezes e bem.. Deduzi que você está perdida — ele deu uma risadinha sem graça bem aqui — Talvez eu possa te ajudar, afinal não é nada legal ficar perdida na chuva. — Sorriu finalizando.

— Você diz como se a chuva não fosse rotina por aqui — eu dei uma risadinha completamente sem humor, acho que ele percebeu. 

— É verdade, eu estranharia se não estivesse chovendo, mas pra onde você está indo? Talvez eu possa lhe dizer o caminho.

— La Plush, — eu soltei entre dentes, seguindo uma bufada, ele riu disso. — Eu realmente espero que você saiba o caminho porque eu não faço a menor idéia de como chegar até lá.

— Opa! — Ele disse antes mesmo de eu acabar a frase enquanto dava a volta no Dodge. Mas o que..? Ele abriu a porta do lado do passageiro e sentou ao meu lado rindo. Acho que ele percebeu minha cara de indignação porque começou a gargalhar.

— Eu moro na reserva... — ele parou pra me olhar como tentasse se lembrar de algo. Só agora percebi como ele estava encharcado da chuva, eu tinha notado que a chuva estava mais forte, dei uma olhada pelo pára-brisa a chuva estava caindo em pingos grossos, que faziam barulho assim que batiam na lataria do carro. Pisquei umas duas vezes, eu estava completamente desligada analisando aquela água toda, poderia até dizer que não me lembrava mais do estranho que estava sentado ao meu lado no carro.

— .. ãn qual o seu nome mesmo? — Ele completou a frase confusa de antes, me libertando do meu transe.

— Na verdade eu não disse, é Luciana, Luciana Geller, mas pode me chamar de Luh, é bem menos constrangedor. — Soltei um risinho sem humor, enquanto estendia a mão pra cumprimentá-lo. Seus olhos negros brilharam.

— Geller? — Ele repetiu meio tropeçando nas palavras enquanto apertava minha mão desajeitadamente, ela parecia ridiculamente pequena e frágil perto da dele, completamente quente apesar de ter saído da chuva. — Então você é a famosa filha do Joseph. — Ele disse sorrindo animado. Otimo: famosa, era óbvio que meu pai me conhecia muito, sabia o quanto eu adorava ser o centro das atenções, e é claro que isso foi uma frase completamente irônica. Ele já havia falado de mim pra toda a reserva, maravilha. Olhei de soslaio pra chuva, tentando me acalmar, consegui. Soltei um breve sorriso para o gigante ao meu lado.

— Não sei quanto ao famosa, mas sou filha do Joseph, ao que me consta. — Retribui o aperto de mão e então as separei esperando um comentário dele. 

— Embry, Embry Call. — Apresentou-se, novamente com os dentes reluzindo para mim. Eu pisquei.

— Ok, Embry. Será que podemos seguir para La Plush então? — Voltei-me ao volante e tornei a ligar o carro, que roncou embalado pelo barulho da chuva, agora mais branda.

— Tudo bem, não tem muito segredo, vamos que eu lhe mostro. — Pisei no acelerador enquanto ele me dava os detalhes do caminho. Bendito pinheiro torto que me pareceu na inclinação certa quando o olhei. Escondido atrás dele, estava a estrada que nos levaria até La Plush. Minutos depois de dirigir silenciosamente, já pude avistar o mar ao longe e as pequenas casinhas iguais da reserva. 

— Qual delas? — Perguntei a Embry quando já estávamos próximo as casas.

— Serve aquela com umas trinta pessoas na porta? — Apontou. Meus olhos caíram sobre aquela cena e saltaram pra fora das órbitas, ele riu. O que Joseph estava fazendo? Convidando a reserva toda pra minha chegada? Ele começou a perder a noção do perigo, só pode. 



Fanfic escrita por Ravenna

5 comentários:

kkkkkkkkk Oi. Sua fic eh muito legal! Tipo... muito doida mesmo! xD

Ri muito!

Continuaaaa! \o/


By: Aya/Bruh...

Exelente fic, parabens ja to amando

ola eu ja to amando sua fic continui assim ta muito interesante,,,,,,,,sera q vai ser com o embry...............parabens :N

Rav seja bem vinda ao BET :t
eu amo sua fic, vc ja sabe disso :h
este primeiro cap realmente fui engraçado, cuitada ficou dando voltas na entrada de La Push
:n :q
bjss:t

parabenss, tah ficando otima!!continuaa!!

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