8 de nov. de 2010

Capitulo 12

Posted by sandry costa On 11/08/2010 2 comments


O acordo
Hera
Como meus poderes tinham voltado? Pelo que eu me lembre fazia parte da maldição perdê-los para sempre. Acho que fiquei em estado de choque, pois não percebi que as pessoas estavam começando a chegar, tive uma vaga lembrança de como eu conseguia voltar ao normal, e mentalizei minhas pernas novamente. Levantei rapidamente antes que alguém realmente prestasse atenção ao que estava acontecendo. Sai andando sem direção, mas não queria voltar pra minha caverna, pois há quase dois meses que voltei pra cá e só faço o mesmo trajeto todos os dias. Segui até o final  da praia onde ainda estava vazio e tinha um píer pequeno de madeira, queria pensar um pouco no que tinha acabado de acontecer. O que será que tinha acontecido? Era alegria demais pra mim, afinal consegui mais um pouco de minha mãe comigo e lembranças de Murgen também, pois ela era a única amiga que eu tinha, até mais que uma amiga, uma irmã. Lembrei a primeira vez que mostrei um de meus dons pra ela, foi muito divertido, ela realmente ficou impressionada. Foi a primeira vez que vi Atlantic também, um dos lugares mais belos que eu já vi se não o mais belo. Tínhamos mais ou menos uns 13 anos, e como sempre estávamos aqui em Cyclades.
“Será que ela vai vir? Ela disse que estaria aqui, então ela vem” Pensei comigo mesma olhando pro mar calmo e brilhante da Ilha. Estava sentada, com as pernas cruzadas esperando minha melhor amiga chegar. Tive um vislumbre de uma calda, sorri de orelha a orelha “É ela!” Pensei animada, na mesma hora levantei pra ver melhor, ela apareceu do tronco pra cima o mais perto que era possível, e abriu um enorme sorriso pra mim.
- Bem na hora. - Disse me aproximando com os pés já na água.
- Como sempre. - Disse ela rindo.- Não é difícil sair,quando se tem o dom da persuasão.-  Rimos mais ainda.
-Isso ia facilitar muito minha vida. - Eu disse fazendo graça.
- Com certeza é bem útil. - Murgen tinha sorte de ter esse dom, minha vida ia ser tão menos complicada se eu pudesse fazer a mesma coisa. Bom mas não era disso que eu queria falar e sim outra coisa.
- O que quer fazer hoje?- Ela perguntou levantando calda e a submergindo de novo. -Corrida, conversa, inventar outra brincadeira...?
- Bom eu tava pensando em algo diferente. - Disse me distanciando um pouco.
- O que?- Ela perguntou confusa.
- Fique e observe. - Eu disse correndo em direção a um penhasco que estava bem perto, Murgen ainda me olhava confusa.
- O que vai fazer?! Não dá pra eu subir aí em cima sabia?!- Ela gritou em quanto eu começava a subir com habilidade sobre humana.
- Eu já vou descer!- Ri das minhas palavras, não ia descer do jeito que ela imaginava. - Só olhe!- Gritei novamente. Quando cheguei lá em cima ela começou a entender o que eu queria fazer.
- Hera de Artemis! Nem pense em fazer o que eu acho que você vai fazer!- Ela disse desesperada nadando pra mais perto. Mas nem dei tempo pra ela continuar falando, tomei impulso e pulei de cabeça com os braços erguidos e mãos unidas. Só deu tempo de ouvir o grito agudo de Murgen ao fundo, depois eu não ouvi mais nada, eu já era água. Cada célula do meu corpo se misturando e tomando forma das moléculas de água, eu ia desaparecendo rapidamente, até estar completamente transformada na matéria em que eu tocava. Vi Murgen se aproximando rapidamente, tentando achar algo desesperadamente, subindo e descendo sem parar. Logo percebi que esse algo era eu. Resolvi me aproximar pra acabar com à angustia de minha amiga.
- Hera sua pirada, cadê você!- Ela disse angustiada olhando pro fundo.
-Aqui. - Eu disse atrás dela. Ela virou-se de supetão e começo a procurar.
-Hera onda tá você?!- Ela perguntou olhando pra trás de mim, ri um pouco, pois era lógico que ela não estava me vendo, eu era invisível, pois tomei a forma daquilo que estava encostando.
- Não grita. - Eu ri um pouco.- To aqui. Puxei um pouco da água ao meu redor, pra tomar a forma de um corpo, eu ainda estava transformada em água, mais tinha uma forma visível.
-Hera... - Ela estava muito espantada, queria que existisse máquina fotográfica  naquela época, tinha que ter tirado uma foto da cara dela.- é você mesma.. Como... O que... mas... Como você fez isso?!
- É uma benção, mas você pode chamar de dom.- Ri da sua cara mais uma vez. - Faz um tempo que eu queria te mostrar, não é demais?!
- Claro!!! Que incrível você pode virar água... - Era mais ou menos isso.
- Não só a água, mais tudo que eu toco, viro a matéria. - Rodopiei um pouco movimentando a água.
- Mais incrível ainda!- Ela disse tentando me seguir com os olhos.
- Verdade. -  Ela riu.
- Ei! Tive uma idéia, você poderia conhecer Atlantic, o que acha?- Ela disse animada, fiquei pensativa, e se alguém me visse?
- Eu não sei, pode ser perigoso, alguém pode me ver e vamos nos encrencar. - Disse com um pé atrás.
- Não seja boba, ninguém vai te ver, eu estou bem perto e mal estou te vendo, imagine quem está longe? Não vamos entrar, só vamos ver de longe. - Ela disse fazendo carinha de pidona, ela sabia que eu diria sim com essa carinha.
- Ah, Murgen isso é covardia. - Ela forçou mais os olhinhos chorosos.- Ta, ta bom você venceu.
- EEEE!!!.- Ela comemorou, só faltava fazer a dancinha da vitória. - Me segue.- Ela começo a nadar mais pra dentro do oceano.Ela nadava bem rápido, mas eu conseguia segui-la com facilidade. O que eram pra ter formato de pernas no meu corpo, agora eram milhares de bolhas em movimento constante, que faziam eu me mover tão rápido quanto Murgen. Ela começou a desacelerar e eu também. Paramos em baixo de umas rochas.
- Ali, Atlantic está ali. - Ela disse ficando um pouco acima das rochas e eu imitei seu movimento.
Tive que piscar várias vezes pra ver se o que eu estava vendo era real. Nunca tinha visto algo tão magnífico em toda minha vida. Enormes recifes de corais, apoiando, várias torres que se interligavam, umas nas outras, tão brilhantes que pareciam ser feitas de ouro, algumas até diamantes, peixes e sereias de várias cores, seres que nunca tinha imaginado ver, existiam e estavam bem ali na minha frente. Não consegui falar nada, tamanha era minha emoção.
- Que tal?- A voz da Murgen me tirou do transe em que me encontrava.
- Nunca vi nada tão bonito. - Disse sincera, e tentando não me descontrolar, sorte que não tem como eu chorar em baixo d’água.
- Sabia que iria gostar. - Ela deu um sorriso satisfeito. Não sei quanto tempo ficamos naquele silencio, na verdade, eu nem me importei, estava hipnotizada com a imagem a minha frente. Outra vez, a voz da minha amiga me tirou do meu transe.
- Acho melhor nós voltarmos, sua mãe já deve estar te procurando à uma hora dessas. - Ela disse, preocupada. Naquela hora meu senso de urgência falou mais alto do que minha vontade de continuar apreciando a vista.
- Tem razão, perdi a noção do tempo. - Falei, me apressando em voltar a praia de Cyclades.
- Percebi. - Ela me seguiu, e fomos nadando de volta na mesma velocidade em que viemos.
Não demorou muito já estávamos na praia de novamente, com forme eu ia saindo dá água minha forma normal ia aparecendo novamente.
- Seu poder é realmente incrível. - Ela ainda estava impressionada.
- Eu sei. - Rimos nós duas.
- Depois eu é que sou a convencida. - Nos despedimos prometendo voltar o mais breve possível, já que eu nunca saberia quando poderia voltar a Terra novamente.

Fiquei olhando pra minhas mãos enquanto me lembrava do que tinha acontecido. Estava extasiada, finalmente uma parte de mim estava de volta. Será que era um sinal de que algo importante voltaria pra minha vida? Sabia que me encher de esperança era errado mais isso já era algo impossível. Tanto tempo sozinha, vagando por esse mundo sem rumo, procurando pessoas que eram importantes pra mim, mas que talvez eu não vesse nunca mais. Tanto tempo tendo só um monstro por companhia e agora meu dom de está de volta... Por favor, que isso seja um bom sinal. Sai do píer, um pouco cansada afinal passei a noite toda caçando e não dormi nada. Agora sim era hora de voltar a minha “aconchegante” caverna.
Fui andando sem demora, pois realmente o cansaço bateu na minha porta. Quando estava quase chegando, senti um cheiro estranho, algo que nunca havia sentido antes. Algo estava dentro da minha caverna e eu não sabia o que era algo alertava perigo me avisando pra fugir dali, mas meus sentidos de caçadora falaram mais altos, fui em direção a caverna determinada a defender meu território, afinal o que seria mais perigoso que eu ali?
- Quem está ai?!- Gritei sentindo o cheiro mais forte e se aproximando, comecei a ver uma forma humana, só a forma, pois com certeza aquilo não tinha nada de humano. Só que ainda não conseguia ver o rosto. - Seja lá o que você for saia daqui agora.-  Disse soando séria e convicta.
- Sabia que é falto de educação tratar os visitantes assim. - Disse o Homem chegando mais perto. Agora sim eu podia vê-lo completamente. Pela mais branca que uma nuvem feições terrivelmente lindas, corpo esbelto e cabelos meio dourados que lhe cobriam um pouco a face. Mas o que realmente me chamou atenção foram seus olhos, vermelhos vivos como o sangue. Logo reconheci o que era nunca tinha visto um pessoalmente, achava que eram lendas inventadas, para não invadirmos o mundo inferior, mas vejo que é real. Um filho de Hades é como chamamos essas criaturas, pois em sua maioria são cruéis e sem coração assim como o pai, criados pra enganar e destruir o ingênuo que se aproximasse. Minha mãe tinha me falado sobre eles. Com certeza esse não era diferente.
- Meu nome é Demetri, e o seu?- Por mais que ele parecesse simpático, podia reconhecer em sua voz a verdadeira intenção por trás dela.
- Um filho de Hades... - Sussurrei, mas parece que ele escutou.
- Como? Qual é seu nome?- Ela perguntou confuso.
- Você é um filho de Hades. - Disse em um tom mais alto.- Quero que saia daqui imediatamente!- Falei me aproximando pra poder pegar minha espada, mas ao que parece ela não estava ali. - Onde colocou minhas coisa?!- Minha voz já estava começando a mostrar alteração.
- Calma, - Ele riu. - Eu não sou isso que está dizendo, na verdade sou um vampiro, mas não se preocupe, não lhe machucarei. Vim aqui lhe fazer uma proposta, um acordo por assim dizer.
Todos os meus sentidos me falaram que ele era sim um filho de Hades, só não sabia. Apenas está usando outro nome, vampiro, foi o que ele disse. Mas que maldito acordo ele queria agora? Ela por acaso sabe quem eu sou? O que sou?
- Não quero fazer acordo nenhum, apenas me deixe em paz e devolva minhas coisas, se não eu não respondo por mim. - Não me importava se estava de roupa ia me transformar e me livrar desse infeliz se não fizesse o que eu estava mandando.
- Durona... - Ele deu mais um riso debochado.-  Não estaria disposta nem mesmo por Perceu?
Congelei no mesmo instante, em que ele disse aquelas palavras. Perceu foi isso mesmo que ele falou?
- O que você disse?- Perguntei em um sussurro quase inaudível, será que ele ouvirá?
- Perceu. - Ele repetiu as palavras parecendo se deliciar com meu estado.- Um velho amigo seu acredito.. Ele está com saudades. -  Eu não tinha mais chão naquele momento, tudo o que eu via era vermelho, malditos olhos vermelhos. O que ele fez com meu Perceu??! Aquele monstro, eu o quero de volta! Mas o que ele sabia afinal? Respirei fundo, e me controlei ao máximo. A saída era ouvir o que esse tal tinha a dizer, talvez minha única chance de reencontrá-lo.
- O que você sabe sobre mim?- Eu disse o encarando. - e o que você quer?- Fiz as duas perguntas devagar, mostrando que queria todas as explicações e motivos para ele estar ali falando sobre Perceu.
- Você é bem talentosa, ando te observando há um tempo. - Me pergunto como não percebi isso antes.- Uma criatura magnífica a que você se transforma devo dizer. Meu mestre tinha razão. – Respondendo a minha pergunta interna de quem era seu mestre ele continuou. - Aro, outro como eu, e meu mestre, que me mandou vim fazer um acordo com você.
- Como ele sabe sobre mim?- O interrompi.
- Isso terá que perguntar a ele. - Ele respondeu.
- Continuando, - Ele prosseguiu com o que estava dizendo. - Meu mestre é um colecionador de espécimes raras como você, e tomou conhecimento de que você existia.- Minha cara interrogativa era óbvia, aquele cara era louco só podia ser.- O acordo é simples, ele quer você em troca terá Perceu de volta.- Ele realmente estava me pedindo aquele absurdo?
- Como é que é?- Fiz uma cara que demonstrava puro nojo. - Acho que você vai ter que me explicar direito por que eu não sei se entendi ou se eu quero entender.
- Meu mestre está montando um exército que o mundo jamais viu, um exercito tão poderoso que ninguém vai desafiar o poder dos Volturi, e você minha querida Hera, ou devo chamá-la de Quimera? Vai compor este exercito se quiser ver seu amado Perceu de novo. Fui claro o bastante pra você agora?
- Se sabia meu nome por que perguntou?- Disse tentando não pensar naquilo que ele estava propondo.
- Questão de educação. - Ele respondeu indiferente.
Aquilo era um absurdo sem tamanho, só tinha uma palavra para descrever o tipo de ser que estava me propondo uma coisa dessas, Louco. Por que alguém em seu juízo perfeito criaria um exercito? Loucos, isso é o que eles eram nunca poderia aceitar uma coisa assim. Mas o que ele estava me oferecendo em troca era tentador demais... Perceu meu amor, como eu sentia falta dele, dos seus beijos, dos seus abraços, do quanto eu era feliz ao seu lado mesmo sendo um monstro, e do quanto eu sou infeliz sem Ele, e que só estou viva, pois sei que um dia vou reencontrá-lo. Queria saber se ele estava bem, seguro e a salvo, se esses monstros o pegaram? Se o fizeram mal? Estava começando a me desesperar, precisava de um tempo.
- Preciso pensar no assunto. - Disse contendo a lágrima.
- Você tem exatamente duas semanas pra aparecer na cidade de Volterra, Itália, sabe onde fica?- Ele perguntou indo em direção a saída da caverna.
- Eu encontro. - Respondi automaticamente, não conseguia sair do lugar, estava de costas pra ele, e eu mais do que ninguém sabia o quanto isso  é perigoso, mas nada em meu corpo me obedecia mais.
- Pense bem nessa oportunidade Hera, é a única chance de você vê-lo novamente. - Ele disse e em fim saiu.
Minhas pernas finalmente cederam, cai de joelhos no chão apoiando minha cabeça entre eles. As lembranças começaram a invadir minha mente...
-Hera!- Ele gritava em quanto eu corria, e ele corria atrás de mim, era mais uma tarde feliz que passávamos juntos.
- Você é um lerdo!!- Eu gritava correndo pela praia, mas não demorou muito e duas mãos fortes me pegaram pela cintura e me agarraram, caímos rolando pela areia, sem nos importar com mais nada, aquela ilha ali ainda era só nossa. Quando terminamos de rolar, ele estava por cima de mim segurando meus braços acima de minha cabeça com uma mão só, de um jeito que não me machucava.
- Quem é o lerdo agora?- Ele disse me dando o sorriso mais lindo do mundo, com um ar de “Eu venci”
- Você. - Eu disse rindo sem querer me dar por vencida. Ele se aproximou de mim com seu rosto a milímetros de distancia, parecia que ele ia me beijar e eu estava quase implorando pra que o fizesse. Mais ele não o fez em vez disso beijou o canto de meus lábios.
- E agora?- Ele perguntou com a voz rouca roçando os lábios em meu rosto.
- Você. - Eu disse com a voz falhando, meu coração estava a mil por segundo, esse homem me deixava louca.
- Tem certeza?- Ele disse mordendo o lóbulo de minha orelha, beijando meu pescoço, foi como apagar fogo com gasolina, nem sabia quem era eu ali naquele momento, só sabia que eu o queria.
-Não. - Eu respondi, mas pra ele não foi o suficiente, se tem uma coisa que eu aprendi com ele foi nunca o subestimar.
- Então, quem é a lerda?- Ele perguntou passando os lábios pelo meu queixo, chegando bem perto da minha boca sem m beijar, ele gostava de me torturar e eu de ser torturada.
 - Eu. - Finalmente eu falei, não agüentava mais aquele tormento. Ele tomou meus lábios com urgência, desejo e amor, liberando minhas mãos para que ele pudesse passar as suas em meu corpo. Percorri minhas mãos pelos seus ombros, os arranhado um pouco. Em poucos segundos já estávamos fazendo amor enlouquecidamente em plena praia deserta, nos entregando totalmente aquele momento sem nada pra nos atrapalhar. Ela me fazia ir aos céus, eu não precisava do Olímpio, ele era meu mundo agora, eu já o amava tanto que daria minha vida por ele feliz se ele estivesse bem. Quando eu já não achava que poderia haver mais prazer, chegamos ao ápice juntos em uma sincronia perfeita, que só havia uma explicação, fomos feito um pro outro. Ele era meu, e eu era sua, pra toda eternidade.
- Eu te amo. - Ele sussurrou em meu ouvido, caindo do meu lado pra não me machucar e me puxando junto a ele.
- Eu também te amo. - Disse beijando o vão de seu pescoço.
Estava tudo perfeito, o por do sol, as ondas, o vento batendo em nossos corpos quentes, e claro como sempre, eu tinha que estragar tudo, pois estava com fome. Minha barriga roncou alto o suficiente pra que ele ouvisse.
- Era pra você ter caçado ontem. - Ele disse como se estivesse me repreendendo.
- Sabe que eu evito se puder. - Disse me levantando.
- Você vai acabar se matando assim, eu já disse que você não é um monstro, monstro é aquele que fez isso com você. - Ele se levantou e ficou de frente pra mim passando a mão em meus braços.
- Não consigo evitar me sentir assim. Você é que é louco por me amar, quem em seu estado normal chegaria perto de uma maldição?- Disse me virando pra ele não ver minhas lágrimas.
- Se você acha o que eu sinto por você loucura, então sou a pessoa mais insana de mundo. Mas conheço muito bem o significado que você impõe a loucura, então com certeza eu não sou o louco aqui, só se for louco de amor, mas não foi isso que você quis dizer, então só posso supor que a louca aqui é você. Por que você é pessoa mais linda, inteligente, e metida à esperta que eu conheço e fique sabendo que eu adoro isso em você. - Um sorriso começou a se formar involuntariamente em meus lábios, não conseguia evitar de me sentir assim quando ele começava a falar daquele jeito. Rimos juntos, ai ele me virou. - E se por acaso você se chamar de monstro novamente ou tentar se matar de fome, vou ter que tomar providencias..- Ele me beijou com carinho, aproximando mais nossos corpos.
- A é, e posso saber que tipo de providencias?- Tentei soar indiferente, mas era bem visível meu nervosismo.
- Não vai querer saber. - Rimos juntos de novo, e minha barriga roncou novamente.
- Hora de comer. - Tentei fazer piada.
- Vou te esperar na caverna. - Ele disse beijando minha testa.- Eu te amo.- Senti uma coisa ruim mas não queria que ele se zangasse de novo então deixei pra lá.
- Eu também te amo. - Sorri e lhe dei um Celinho.
Fui correndo pra dentro da floresta, mas antes que eu estivesse mais longe me virei para olhá-lo mais uma vez, mal sabia eu que seria a ultima vez que eu o veria.
Abati logo uns três animais grandes, pra não ter que vir tão cedo e voltei pra nossa caverna o mais rapidamente possível. Já estava com saudades.  Mas quando me aproximei não senti seu cheiro, e sim outro ser.
-Perceu!- Gritei, tentando me dizer que ele estava ali. Ele tinha que estar.
- Ele não esta. - Uma voz soou mais ao fundo.
- Quem é você?- Perguntei, mas quando o vi o reconheci.
- Há quanto tempo Quimera. - Ele disse com descaso. Nunca me chamou pelo meu nome normal e sim pelo de monstro, para ele era uma desonra pra todo o Olimpio, uma bastarda ter o nome de uma Deusa. Bastarda só porque não sou sua filha.
- Zeus... - Meu espanto era tamanho que não sabia o que fazer. Ele estava vestido com uma túnica branca de capuz que ele tinha tirado para me ver melhor.
- Você nunca mais vai ver meu filho. - E essa agora, o que o filho dele tem haver comigo?
- Eu não conheço seu filho. - Esse ser só me trouxe sofrimento, como eu o odeio, o que eu ia querer com o filho dele?
- Não se faça de insolente, é claro que o conhece. - Ele ficou com raiva, mas como eu vou saber quem é seu filho?
- Não faço idéia do que está falando. - Disse rápido e ásperamente.
 - De Perceu. É dele que estou falando!- Ah não! Isso era mentira, só podia ser o meu amor não podia ter nem sequer uma gota de sangue desse monstro que se diz ser um Deus.
- Eu não acredito. - Falei sem ter muita certeza, talvez só querendo aquietar meu coração.
- Não se engane as provas estão na sua bem na sua frente. - Ele disse se referindo a ele mesmo. Parando um pouco para analisar, Perceu tinha traços parecidos com ele, como a cor dos olhos, os cabelos loiros, só que menos grisalhos, o mesmo porte físico... Meus olhos estavam se negando a ver o que estava na minha frente, suas semelhanças, não era verdade, não podia ser verdade!
- Não é possível... - Falei sem querer acreditar.
- Sim é muito possível, realmente pra alguém que viveu no Olimpio você deveria saber a diferença de semideuses e Humanos. - Eu sabia que Perceu era diferente, mas ele me disse que nasceu de pais humanos, então achei que sua semelhança com os deuses fosse uma benção dada de algum deus, não que ele fosse filho de um. Talvez eu não quisesse acreditar nisso também. - Nunca notou sua beleza sobre humana, habilidades, e força fora do comum? Se disser que não você é realmente mais animal do que um ser Olimpiano. - Ele disse aquilo pra me ofender, mas eu estava tão chocada que não deu atenção.. É claro que eu tinha notado suas diferenças fora do comum, mas isso era demais pra mim. – Acredita agora?
 - Infelizmente sim. - Minha razão que sempre me guiou, falou mais alto agora, porque eu a deixei falar, pois enquanto eu estava com Perceu, a escondia pra ser um pouco feliz.. E que no caso, fui imensamente feliz.
- Apesar dele não saber o que é não quero nenhum filho meu com um monstro bastardo e a partir de hoje, você nunca mais vai vê-lo novamente. - Ele falou me olhando com nojo, aquilo foi a pior coisa que já aconteceu comigo “Não!” eu gritava dentro de mim, “Não pode ser!”, pó que isso esta acontecendo comigo? Por acaso a uma lei que diga você tem que ser tão infeliz quanto já foi feliz? Isso é aqui se faz aqui se paga?
- Não pode fazer isso! Onde ele está?!- Perguntei gritando.
- Quanto mais perto dele você estiver, mais longe ele vai estar, o quanto você o amar, vai ser o quanto que ele se afastará, e o quanto mais ele te procurar, mais vocês vão se perder e nunca vão se encontrar. - Ele chegou mais perto de mim e sussurrou para minha forma paralisada.- Essa é sua segunda maldição, e vai ter que conviver eternamente com isso, pois a única maneira de quebrar a maldição é o achando, o que você nunca vai consegui- Se existisse fundo do poço naquele momento eu estava a léguas abaixo dele. Não existia vida sem Perceu, e agora nem mesmo a morte poderá me salvar. Senti aquela coisa desprezível se distanciar e reuni todas as minhas forças só pra dizer mais uma coisa.
- Eu vou encontrá-lo, custe o que custar, até meus pés sangrarem, até eu não ter mais ar, nem que eu morra tentando fazer isso, vou encontrá-lo e vamos ser felizes novamente!- Eu nunca tive tanta certeza de uma coisa quanto àquela que estava dizendo.
- É dessa certeza de que preciso saber que você nunca ira conseguir. - Ela falou isso e se transformou em uma águia voando para o Olimpio.
- Com toda certeza do mundo eu vou encontrá-lo. - Falei pra mim mesma, e todo o amor que eu tinha por ele, iria usar nessa busca.
"O que Murgen faria se estivesse em meu lugar? Se ela fosse banida de ver o Atheir e tivesse a chance de reencontrá-lo mesmo se não fosse da maneira certa? Não se o que Murgen realmente faria, mas se o que ela for à obrigada a fazer. Por causa de sua ligação com ele, ela faria o que fosse preciso pra tê-lo novamente. F co me perguntando se certa Harpia não t vesse me seguido, eles teriam se conhecido de uma outra maneira?
“Tomara que Murgen ainda esteja lá, não consegui sair a tempo” Pensava comigo mesma enquanto me esgueirava pelos corredores do Olímpio. Ótimo, os caças não estavam desse lado, dava pra sair sem ser vista. Essa era a função das Harpias, guardarem o Olímpio o para ninguém entrar ou sair. Fui em direção a Terra o ma s rápido possível, desejando internamente que minha amiga ainda estivesse lá. Estava quase chegando a pra a quando sinto um braço me puxando.
- Quem é você?- Olhe pra trás e v que tinha s do seguida, uma harpia, Há ma s como eu fui burra, estou totalmente perdida... O que eu faço agora?"
"Pra minha sorte Atheir não era uma Harpia comum, e sinceramente acho que o fato deu ser amiga de Murgen contribuiu muito para que ele não falasse nada."
Lembrar daquilo me fez ter um ódio imenso de tudo, inclusive de mim mesma, por não estar cumprindo o que eu prometi. Já tinha a resposta para o pedido de Demetri, que se dane tudo que aprendi, toda a minha moral e toda minha decência, cumpriria aquilo que disse, acharia o meu amor e honraria minha palavra. Iria pra Volterra o mais cedo possível. E iria dizer sim.  

2 comentários:

Nossa isso sim é uma grande surpresa...
nossa o sofrimento dela não para nunca fico com tanta pena dela...
e q bom q os poderes dela esta voltando...
mas tinha mesmo q ser os voltures despresiveis pra propor uma coisa dessas usar as fragilidades das pessoas contra elas ...
ai amando demais cada cap ...
lindo lindo lindo
quero mais
parabens e beijos
a quem escreveu esse cap pois ficou lindo
e muito bem esplicado
ja consigo entender quase todos os personagem e saber de suas vidas e poderes
beijos
q pena agora só segunda vou surtar ate lá

Que bom que vc gostou amiga, fico muito feliz com isso!!!!
Bjus morrendo de saudades de vc!!!!

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