18 de nov. de 2010

Capitulo 15

Posted by sandry costa On 11/18/2010 1 comment




honestidade


Bella





Tudo bem, estava com dificuldades em entender o comportamento de Edward. Independente do que Adabir estivesse pensando sobre mim – me encolhi de
constrangimento – ele deveria saber melhor. Não existiam motivos para sentir
ciúmes. Chegava a ser
absurdo tudo isso.


- Atrás daquelas pedras tem uma plataforma de gelo. Lá que costumávamos nadar... bom, não lá exatamente, mais em auto mar. – disse Edward.


- Vocês faziam muito isso? Nadar em meios as águas geladas do Alaska. – perguntei, ele nunca comentou sobre isso especificamente.


- Esse lugar era como a minha campina... nossa campina. Eu gostava de vir aqui, pensar um pouco... é bem remoto e raramente era incomodado por vozes ou pensamentos dos outros.


Ele suspirou.


Edward estava sendo muito incomodado aqui.


- Nunca trouxe ninguém aqui? – perguntei quando nos aproximamos da rochas.


- Não. Todos sabiam que queria ficar sozinho quando vinha para esse lugar. – ele me puxou, me fazendo rodopiar como se estivéssemos dançando.


Eu ri. Era bom saber que não iria tropeçar.


- Ninguém irá nos incomodar aqui. – sussurrou ele em meu ouvido.


O perfume de seu hálito ainda conseguia me deixava tonta.


De repente ele passou a me conduzir através de pequenos movimentos. Nós estávamos dançando.


- Pensei que iríamos nadar. – falei me acomodando em seus braços.


- Nós vamos. Só me dê mais um minuto.


Ficamos dançando ao som do mar por vários minutos. Eu estava muito a vontade. Não havia lugar melhor do que estar sob a proteção dos braços de Edward. Poderia ficar ali por toda a eternidade.


Ele parou, suspirou e me empurrou delicadamente para que nossos olhos pudessem se encontrar.


Edward não disse nada, apenas me olhou por um longo momento antes de acariciar cada traço de meu rosto.


Ele sorriu, aquele velho e conhecido sorriso torto.


E eu achava que estava tonta antes.


Minha cabeça rodou.


- Sinto muito... por mais cedo. – murmurou. – Espero que possa me perdoar.


- Não há nada para ser perdoado.


- Em pensar que realmente acreditava que essa história de ciúmes era uma questão de costume e tempo. Com tudo sendo relativamente novo para mim. Parece inacreditável mas esse sentimento me atinge com muito mais força agora. – ele parecia constrangido.


- Você deveria saber melhor. Deveria saber que não existe motivo nenhum para se sentir assim.


- Eu sei. É completamente irracional. Tão irracional que mesmo sabendo, mesmo tendo você aqui me reafirmando, que a propósito é completamente desnecessário... mesmo assim não posso garantir que não voltarei a me
sentir tão incomodado,
irritado, como me senti a pouco com Abadir.


- Oh, Edward. Não sei o que fazer ou dizer. Posso sem dúvida sentir empatia por você, eu não gostaria de saber o todas aquelas mulheres pensam quando olham para você. Mas isso é algo que vai
ter que ser trabalhado, não digo isso por mim, mas por Renesmee. Ela será uma mulher em pouco
tempo...


- Bella, sei que você tem a melhor das intenções e que está absolutamente certa, como sempre, mas pelo bem de minha sanidade mental, vamos mudar de assunto.


Ele não podia ter falado mais sério. Edward já havia pensado muito no assunto. Senti-me mal por não poder ajudar. Por não poder fazer nada. Sua habilidade sem dúvidas tinha seus inconvenientes.


- Vamos nadar, o dia passa voando quando estamos sozinhos e se eu não voltar pela manhã, Tanya sem dúvida aparecerá por aqui. – peguei sua mão tentando distraí-lo.


- Ela não se atreveria a aparecer aqui. – disse ele tentando parecer severo.


Nos aproximamos das rochas que escondiam a grande plataforma de gelo.


Era tão lindo, parecia uma pétala de rosa branca flutuando sobre a água. O mar estava calmo e podia sentir a brisa salgada e ligeiramente gelada atingindo minha pele. Com certeza aquele lugar seria gelado
demais para mim, quando humana. Em pensar que cogitei em viver aqui. Na época,
talvez esse tenha sido um dos motivos para Edward insistir por Dartmouth.


Ele seguiu em direção a água, me puxando pela mão, retirou o grosso casaco de inverno e o deixou cair, por baixo ele usava um pullover cinza de gola alta que também foi ao chão em uma fração de segundos. Edward sempre se vestia tão bem, não que precisasse, tinha certeza que ninguém nunca reparava em nada além de
seu rosto de anjo. Claro, isso somente porque seu corpo perfeito ficava
escondido por baixo de várias camadas de tecido.


Ele sorriu, me beijou rapidamente e delicadamente antes de pular na água. Seu movimento foi elegante, como de um nadador olímpico ao entrar em uma piscina. Fiquei paralisada e encantada. Ele havia imergido, e mesmo com minha visão apurada, não podia mais o ver. Depois de alguns segundos, ele apareceu bem a frente,
seus cabelos estavam escuros pelo contato com a água. Edward sacudiu a cabeça e
passou os dedos pelos fios molhados.


- Estou esperando. – disse ele sorrindo e se divertindo. Isso era algo que ele realmente gostava de fazer.


Retirei meu cachecol e o pesado casaco e os coloquei com o seu no chão. Também usava um pullover de gola alta por baixo, porém era branco que também fez companhia as peças de Edward, fiquei apenas com uma fina blusa branca. Ainda bem que não havia seguido o conselho de
Alice e usado um vestido. Não que eu tinha problemas em me despir para ele, só que não ajudaria em nada
se nosso novo amigo aparecesse aqui nessa hora.





Ele me olhava, analisando cada movimento. Ainda sorrindo.


Mergulhei. Tentei imitar seu movimento elegante de antes – sem sucesso.


Fiquei impressionada em como a água parecia gelada contra minha pele. Desde que me transformei pude identificar com facilidade quando a temperatura do ar estava a baixo de zero, mesmo assim a brisa em minha pele era
sempre morna.


Agora, a água parecia gelada, claro que não me incomodava, pelo contrário, era surpreendentemente mais confortável. Fui de encontro a Edward.


- A água está fria.


- Sim, você a sente fria por ela estar em uma temperatura muito abaixo da temperatura de nosso corpo, dentro de alguns minutos ela parecerá morna.


- Eu gostei. – afirmei.


Era bom.


Mergulhei mais uma vez. A água era de um azul muito escuro, mais podia ver tudo claramente, não havia peixes ou qualquer outra espécie de vida aquática por perto. Os animais instintivamente se afastavam de nós.


Edward também mergulhou e fez sinal com a mão que para que o seguisse em direção ao alto mar.


Podia ver pequenos organismos azulados que seriam invisíveis aos meus antigos olhos. Todos abriam espaço para nossa passagem. Esponjas marinhas encobriam as rochas submersas, a variedade de cores era incrível.


Edward tinha razão, a água já estava parecendo mais quente.


Após alguns minutos, ele emergiu e eu o segui. Fiquei surpresa em perceber como o mar que parecia calmo agora estava mais agitado, ainda assim, era fácil permanecer imóvel na água.


- Mais a frente, a uns mil quilômetros a norte, é onde ficam os barcos pesqueiros. Eles nunca vem até essa área, os caranguejos ficam ao norte.


Olhei ao redor e vi que havíamos nadado mais de duzentos quilômetros em alguns minutos. Ainda assim, podia ver a plataforma de gelo, as rochas e nossas roupas.


Ele mergulhou novamente, aparecendo em menos de um segundo, bem a minha frente.


Seus mãos se acomodaram em minha cintura, virando-me de costas para ele.


- Vê aquelas luzes? – ele apontou e encostou seu rosto em meu ombro. – É a cidade de Anchorage. – Um pouquinho mais ao lado fica Juneu.


Ele riu alto. E suas mãos deixaram minha cintura para que seus braços me apertassem contra ele. Seu rosto ainda em meu ombro.


- Uma vez, nadei todo o caminho, claro que fui cuidadoso e fiquei submerso o tempo todo... e você sabe como os animais reagem a nossa presença... Resumindo, nunca mais voltei a fazer aquilo, os pescadores literalmente
voltaram de mãos vazias para casa.


Virei-me, passando meus braços por seu pescoço, sem aumentar a distância entre nós.


- Você viu muitas Orcas? – perguntei sabendo o quanto ele estava adorando me “educar” sobre o local.


- À distância, sim. Nem mesmo as baleias assassinas se atrevem se aproximar.


Entendi a referência ao meu comportamento assim que nos conhecemos.


- É o instinto animal. Eles sabem que devem manter a distância, especialmente de nossa família.


Ele riu, balançando a cabeça.


De repente seus lábios tocaram meu pescoço. Entrelacei meus dedos em seus cabelos molhados.


- Tem certeza que quer mesmo ir caçar amanhã? – perguntou ele contra minha pele.


Não era uma fraqueza humana. Era uma fraqueza natural de minha parte. Era difícil ser coerente quando ele me beijava assim.


Suspirei satisfeita com seus carinhos.


- Eu prometi a Tanya. – respondi desejando muito quebrar tal promessa.


- Hummm... a cada dia fica mais difícil deixar você se afastar de mim, mesmo que por apenas algumas horas.


Na realidade o que ficava mais difícil era pensar em qualquer outra coisa além de Edward.





- Como você acabou de dizer... são só por algumas horas. Você sabe como se distrair.


Ele riu. Parando os beijos.


- Isso foi antes de você aparecer, agora coisas simples como respirar passaram a depender de você... Como você faz isso?


- Faço o que?


- Me fez ser tão dependente. Você deve fazer isso de propósito.


Eu gargalhei.


- Você não depende de ninguém, Edward. Você só gosta de ficar comigo... e isso é muito bom.


Ele sorriu a minha resposta.


Edward parecia se sentir tão a vontade, tão ele mesmo. Diferente de poucas horas atrás.


Seus olhos passaram de meu rosto para o céu.


Ele suspirou.


- O que? – perguntei quando ele franziu a testa.


- Alice está trazendo Renesmee. Ela tentou convencê-la a esperar por nós, mas ela não quis.


- Incrível.


Estava me referindo a sua teimosia.


- Hummm... essa parte é sua culpa. Ela puxou isso de você.


- Você diz muito isso. Mas você também é assim... teimoso. Às vezes muito mais que eu.


Era verdade. E ele sabia exatamente do que eu estava falando. Em pensar o tempo que levou Edward para aceitar me transformar. E ele apenas havia concordado porque o deixei sem alternativas... e as coisas chegaram ao ponto
onde houve a necessidade de fazê-lo.


Ele não estava arrependido, essa era mais uma daquelas coisas onde só percebemos que foi a decisão certa, após torná-la real.


- Você provavelmente está certa. – ele se permitiu dizer.


- Isso quer dizer que você está em paz com a decisão que tomei? – Nós nunca havíamos conversado sobre isso, ele não disse em voz alta que não se arrependia e nunca agiu como se estivesse arrependido. Era por isso que realmente acreditava que ele não estava.


E era melhor no momento manter seus lábios ocupados respondendo minhas perguntas, do que em contato com minha pele. Pelo menos naquele momento.


- Bom... – ele pareceu escolher bem as palavras. – Não estou arrependido. Você parece ter nascido para essa vida. Você parece feliz. Mas não posso ter certeza. Sua mente está trancada a sete chaves.


- Eu estou feliz, muito feliz.


Ele sorriu ainda mais em resposta.


- Eu gostaria que você pudesse continuar humana por mais tempo? Sim, eu gostaria. Mas também acredito que sua humanidade foi perdida por um válido motivo. E sópara constar... eu tenho certeza que sua alma continua intacta, exatamente como antes. – seu
sorriso se tornou gentil.


Suas palavras não podiam ter me deixado mais feliz. Feliz por ele ter finalmente percebido que ELE possuía uma alma.


- Fico feliz por finalmente ter percebido isso.


Ele entendeu o que quis dizer.


- Elas estão demorando. – Comentei ao perceber que não podia nem sequer ouvi-las se aproximar.


- Eles estão andando, bem devagar. Alice está nos dando um pouco mais de tempo. Vamos voltar.


Colocamos nossas roupas e sentamos no chão. Alguns segundos depois, Alice, Renesmee e Jacob apareceram.


- Me desculpem. – disse Alice. – Ela não quis esperar, ficou perguntando onde Bella estava.


- Vem aqui. – falei, chamando Renesmee ao meu colo.


- Posso nadar também? – perguntou ela.


- Hoje não. A água está gelada demais. – disse a ela.


Jacob bufou.


Edward o olhou irritado. Ele não gostava quando Jacob, nem mesmo da forma mais sutil, expressasse qualquer opinião contra a algo que decidimos com relação a nossa filha. Para falar a verdade, “Não gostava” era diminuir um pouco, eu não gostava, Edward odiava.


- Vocês já conheceram o vampiro, agora quando vamos iremos embora? – perguntou Jacob.


- Você pode ir quando sentir vontade. – respondeu Edward.


- Não, não posso. – rebateu ele.


- Não se preocupe Jacob, quando decidirmos alguma coisa, você ficará sabendo. – disse antes que um dos dois perdessem a paciência. Hoje não parecia ser um dos melhores dias para Edward.


- Aquele cara é estranho. Ele pergunta coisas demais sobre vocês. – comentou Jacob. – Como se ele quisesse escrever alguma biografia ou coisa do tipo.


- Eu gosto dele. – falou Renesmee.


- Você gosta de tudo mundo Nessie. – murmurou Alice.


- Onde eles estão? – perguntou Edward a Alice.


- Todos estão no cais. – ela respondeu, olhando significativamente para Edward.


Ele virou-se para mim.


- Então vamos voltar?


- Claro, preciso ligar para Charlie e também preciso de um banho. Estou um pouquinho salgada. – falei rindo.


- Isso não é bom para os cabelos. – comentou Alice.


- Como se fizesse muita diferença para nós.


- Cabelo é cabelo, ele requer os mesmos cuidados que tinha antes. – completou ela.


Meu cuidado se resumia a um básico shampoo e condicionador.


- Talvez depois do banho você possa fazer o grande favor de usar vestido que escolhi essa manhã. Você nem sequer olhou para ele.


- Alice, eu sei me vestir sozinha.


- Sabe de uma coisa? Renesmee nunca reclama. Não entendo como ainda não se acostumou a isso. É o que eu gosto de
fazer. Não custa nada se
educar um pouquinho em moda, irmãzinha.


- Não custa? - perguntei.


- Não, nadinha, e também acho que você só me contraria porque gosta de ter essas discussões e também gosta de perdê-las.


Suspirei.


A teimosia fazia parte do comportamento de todos. E pensando bem, Alice poderia ser, sem dúvida a mais teimosa entre todos nós.


O dia havia sido proveitoso de certa forma. O lugar era lindo e estava feliz por Abadir não ser uma ameaça. Só teria que ficar atenta ao temperamento de Edward, seria difícil evitar as perguntas de Abadir quando o visse novamente.


E como poderia evitá-las? Ele estava curioso e com razão. Sem contar que o simples fato dele estar considerando mudar de vida, o fazia merecer a atenção de todos nós. Por que dificultar? Seria ótimo se todos os vampiros mudassem de dieta.


Esse pensamento me fez rir. Seria o fim da vida animal no mundo.

1 comentários:

Eles sempre românticos,, aii que lindoo
A Nessie puxou a teimosia da Bella,, elas são parecidas de todas as formas. -kk
Adoreei o capp,, que bom que Edward não mentiu os seus pensamentos da Bella
Parabéns..
beeijoos

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