4 de jul. de 2011

Capitulo 38

Posted by sandry costa On 7/04/2011 1 comment


P.O.V – Hellena di Fontana

Voltei rodopiando para a praça. Ela já estava lotada e cheia de pessoas rindo e dançando. Eu amava o carnaval.
-Hellena, onde estava? – a professora me segurou pelo pulso. – Esta quase na hora. – levou-me ate o lugar da nossa apresentação.
-Onde estava? – uma menina me perguntou. Ela usava mascara, mas reconheci como sendo Blake.
-Resolvendo minha vida! – gritei rindo.
Todos, a minha volta, cochichavam nervosos.
-Está bem melhor hein? Nervosa?
-Nunca estive tão bem em toda a minha vida! E não estou nada nervosa.
Esperamos mais um tempo, que pareceu muito longo para uma hiperativa, parados ali. Nossa professora foi para o meio da roda que formamos e começou a falar, explicar e bla, bla, bla...
Ela parou de falar e nos deu o sinal. A música começou a tocar bem alta, nem sei como eles conseguiram dar um volume tão grande assim para ela.
Nos esgueirávamos pelo publico, nos contorcendo e dançando devagar, como uma cobra hipnotizando um roedor. Os olhos estavam cravados em nos.
Movimentávamos os braços e nosso tronco, bailando entre nos mesmos, criando uma grande massa colorida e oscilante.
Chegou a um ponto da melodia em que estávamos todos no nosso ponto, de frente para nossos respectivos pares.
Os passos começavam, dançávamos em total sincronia, pés com pés, mãos com mãos. Rodando, pulando e requebrando juntos.
Nunca conseguiria descrever uma dança, algo de tanto visual, de tantos sentimentos e sensações. A dança fazia parte de cada um de nos, nos éramos a dança.
Quando terminamos toda nossa serie de passos e da coreografia, eu estava suada e ofegante. Agradecemos ao publico e nos retiramos para o camarim, rindo e gritando.
A próxima apresentação seria em uma hora.
Começamos a tirar as roupas apertadas e suadas. Não havia uma única pessoa com o cabelo arrumado, ou a maquiagem inteira. Eu não entendia porque tínhamos de usar maquiagem se estávamos de mascara.
Me espremi junto com Blake para dentro de um camarim lotado.
Meninas riam e se elogiavam tirando as roupas e tentando tomar um banho a seco. O ar cheirava a perfume e laquê de cabelo.
Georgina e Hoppe já estavam lá dentro, riam e penteavam o cabelo junto com a menina que seria Odette no bale. Eu não culpava-a, ela dançava muito bem, e treinou muito para o papel, mas por causa dela eu era Odile, o personagem que mais detestava.
Agora que eu percebi como Hoppe parecia com a Odette, os cabelos que de tão loiros, chegavam a serem prateados, olhos azuis como safiras bem polidas. Ah, mas deixa pra lá.
Ficamos ali conversando e comendo lanchinhos.
Blake e Hoppe eram os cisnes, enquanto Georgina era uma convidada. Nossas roupas ficaram bem passadas em cima de uma mesa, e a professora expulsou todos que não eram do bale do trailer, disse para que aproveitassem o resto do carnaval, mas que voltassem para lá no horário combinado.
Tirei minha roupa apertada, e segurei a outra.
Sem mangas também. Ah fala serio. Tem alguém querendo me congelar nessa droga. Mas eu estava tão animada que nem consegui pensar nisso.
Coloquei minha meia-calça, só que dessa vez preta, sapatilhas de ponta, pretas – com longas fitas de seda que se enrolavam em meus tornozelos.
-Me ajuda aqui com o corselet? – segurei ele contra meu peito e levei ate Blake. – Vê se essa porta esta bem trancada.
Ela começou a passar os cadarços como se faz com um tênis, então começou a puxar, e a puxar, puxou tanto, que eu mal conseguia respirar dentro dele.
-Prontinho. – ela deu um laço apertado.
-Não... consigo respirar. – ofeguei.
-Você se acostuma. – me ajudou a por o tutu. – Depois de hoje, nunca mais será a mesma Hellena. – sorriu.
-Hã... ta. – concertei meu cabelo, deixando-o impecavelmente arrumado, elas me ajudaram a fazer um coque diferente, que só um cabeleireiro conseguiria fazer.
Retocamos minha maquiagem com cuidado, mesmo sem precisar. Blake trouxe minha mascara.
-Esta noite, é a noite mais importante da sua vida. Tem que estar deslumbrante. – segurei a mascara na frente do meu rosto, encaixando-o com cuidado ali. Minha amiga amarou a fita de seda na minha nuca.
-Porque esta falando essas coisas Blake? – me virei para ela.
-É uma noite muito importante. – deu de ombros sorrindo.
-Hum... – fiz um barulho com a boca.
A purpurina preta cintilava no meu vestido.
-Nossa Hellena. – a menina que ia fazer Odette disse. – Sua roupa esta mais bonita que a minha.
Ela usava um delicado “vestido” azul gelo brilhante como o meu. Não era o meu que estava mais bonito, eu estava mais sensual, mais mulher, ela estava angelical demais, como uma menininha.
-Você esta linda. – sorri por baixo da mascara.
Dei uma ultima olhada no espelho. Meus seios saltavam para fora do espartilho, deixando meias-luas pálidas contra o preto da roupa. Minhas veias azuis pulsavam, uma das reações do sangue vampiro em nos.
Sim. Eu estava linda.
-Vou dar uma saidinha para respirar. – falei saindo do camarim.
As pessoas corriam e gritavam na rua, dançando alegres. A noite ainda demoraria a chegar, e todos estavam em um pique fantástico. Olhei para todos os lados, e vi Alec parado na praça, olhando para mim.
Corri ate ele e me joguei em seus braços.
Ele circundou minha cintura com suas mãos e me puxou para o lugar onde eu apanhara de Nikki. Tirou minha mascara deixando-a cair.
Ficamos nos beijando voluptuosamente, com sede um do outro.
A boca dele desceu por meu pescoço, indo em direção ao meu decote. Quando eu estava com ele me sentia uma vadia tarada, mas tudo nele estimulava meu corpo de um jeito estranho.
-Alec... Pare... – comentei rindo. – Melhor... Não pare... – viu o que eu disse? Vadia tarada.
Ele tirou a boca de mim e ficou me olhando. Traçando as linhas da minha face com seus olhos, esquadrinhando cada detalhe do meu rosto. Não havia malicia nenhuma naquele olhar, nem chegava a ter desejo, só... Amor. Sua respiração gelada contra a minha quente.
Sentia algo estranho crescendo em mim, de longe chegava a ser medo, mas de deixava arrepiada e tonta.
-Eu te amo, sabe disso não é?
-Eu te amo também Alec... – não parávamos de repetir isso um para o outro, como se estivéssemos com medo de esquecer-nos, como se sempre precisássemos repetir para não deixássemos de nos amar.
Mostrou-me o anel que lhe dera em seu dedo, e depois tirou o que ele me dera do bolso – hum... ele devia ter mexido nas minhas coisas na republica. - a opala refletia e cintilava na pouca luz que as arvores deixavam passar por suas folhas.
-Para não esquecer de mim.
-Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te. – até eu já estava me enchendo o saco de repetir provérbios de Shakespeare, só que dessa vez ele não reclamou, apenas riu.
-Tem razão.
-Quando Shakespeare não tem razão?
-Você às vezes é tão chata. – reclamou rindo.
-Já nasci assim.
-Mas use para mim mesmo assim, está bem? – ao olhar o anel, me lembrei do colar que as meninas me deram, eu trouxera, seria uma boa usar os dois juntos.
-Ok. – estiquei meu dedo, e ele colocou-o ali com cuidado. – Tenho de ir. – beijei-lhe rápida nos lábios e voltei para o trailer, antes peguei minha mascara e coloquei-a.
As meninas ainda se arrumavam. Abri minha bolsa e tirei o colar ali de dentro. Antes de colocá-lo no meu pescoço, passei meus dedos pelo colar que minha mãe me dera. De longe era tão precioso quanto esse, mas me valia tanto quanto.
-Você estava fazendo dança do ventre? – um cisne perguntou.
-Sim. Eu e Blake.
-Dança cigana e hindu também. – Blake entrou na conversa.
-Nossa, deve ser muito legal.
-Sabe como é. Estou arrastando Hell para todo tipo de curso, já fizemos de dança de salão em geral, e uau, aprendemos todas! Então fizemos de hip hop, e agora de danças do oriente.
-A dança cigana veio do oriente?
Urgh, que bom que eu sempre me desligo das conversas que elas têm, eu não consigo suportar-las. Coloquei o colar em volta do meu pescoço. A pedra cintilou docemente, como se dissesse olá.
-Esta na hora senhorita di Fontana. – a professora me chamou.
Está na hora.

1 comentários:

Nossa, que pena que já acabou o capitulo,
quero mais por favor nao demore.

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