18 de dez. de 2011

Capitulo 37

Posted by sandry costa On 12/18/2011 No comments


P.O.V – Hellena
Eu nunca tinha visto Katherine ao vivo. Ela era mais impressionante do que eu imaginava.
Foi um erro meu compará-la a aquela personagem daquele livro, ela era tão bonita quanto, mas tinha um “q” a mais.
E seus olhos não eram como os meus ou da nossa mãe, eles tinham aquele tom estranho de castanho azulado, não deixava de ser bonito. E possuía perfeitos cachos bem modelados como aqueles de babyliss.
Usava roupas de tons escuros que faziam sua pele clara mais clara ainda.
–Hellena. Há quanto tempo... – sorriu usando uma voz sedutora.
–Na verdade, nunca nos vimos antes. – falei engolindo em seco.
–Ah... – fez um aceno com a mão. – Que erro o meu. Você passou alguns anos entre nos... – levou a mão ao queixo. – E nunca conheci minha irmãzinha antes?
A criada, que estava parada no canto da sala, se remexeu desconfortável. Costumávamos ter criadas humanas, mas elas eram tão silenciosas e discretas que eu nunca as notava, apenas quando eram homens.
Katherine desviou os olhos em sua direção.
–Pretende ir para o outro mundo? – voltei sua atenção para mim.
–Somos muito parecidas mesmo hein? – ignorou minha pergunta e se aproximou pegando um cacho de meus cabelos, ele não era tão bem feito quanto o dela, mas mesmo assim tinham a mesma forma. – Isso me lembra um seriado que eu tenho acompanhado.
Que droga, quando não sou eu comparando, é outra pessoa!
–Uma personagem que tem um nome igual ao meu, e outra com um nome parecido com o seu... Você não me acha parecida com aquela Katherine?
–Não te conheço o suficiente para ter certeza.
–Você não acha ela fascinante? – começou a rodar em minha volta.
Não respondi sua pergunta.
–Hum... – passou a mão por meu ombro. – Você tem me causado tantos problemas Hellena. – murmurou. Não tinha palavras para respondê-la, apenas fiquei parada. – Problemas maiores do que a outra Elena.
–Que tipos de problemas? – revirei os olhos.
–Só de você existir, já é um grande problema. – agora ela estava de frente para mim novamente. Cruzou os braços. – Soube que você recebeu a Wisp da grande mãe quando foi na floresta dos espíritos.
–Sim. – cruzei os braços como ela.
–Não é essa que você carrega. – segurou meu colar com a ponta dos dedos de longas unhas, me esquivei de sua mão, não gostávamos quando alguém a pegava a não ser nós mesmas.
–Nunca abandonaria quem esta comigo dês do inicio. – falei não me referindo apenas a minha wisp, mas me referindo a todos; Blake, Quenn, Hoppe, Georgina, Dacra e principalmente Alec.
Seus olhos felinos ficaram estreitos, uma aura escura rodopiava a sua volta, como uma grande tempestade perigosa. Apertou as mãos em punho fazendo seu casaco de couro ranger.
–Eu quero. – disse em uma voz mansa e perigosa.
–Isso é um problema, pois eu não vou te dar nada. – minha voz não estava mansa e possuía um timbre agressivo. Eu sempre explodia nessas horas, não sabia controlar meus sentimentos muito bem.
Ela fez um biquinho de falsa tristeza.
–Hum... – fez um muxoxo. - Você vai sim. – moveu sua cabeça para cima e para baixo. Descruzou os braços afastando seus cabelos de seu pescoço, e foi ai que eu notei a falta de algo ali.
–Não pode me obrigar. – falei sem medo algum.
–Sabe Hellena. – ela começou a andar de novo. – Você é uma criança de três anos de existência. Que não tem controle sobre seus dons, e nem sabe comer sozinha. – disse com desprezo.
–Mas eu tenho o espírito. – eu não costumava me gabar, mas meu tom estava de falsa superioridade, azedo e agressivo.
–Ah... Besteira. – desdenhou com a mão. – E alem de eu ser mais de trezentos anos mais velha que você... Você ainda é humana demais. – ok, ela tinha o jeito igual ao da personagem do seriado. – E com isso, vêm grandes problemas.
–Não estou entendendo o que quer dizer. – franzi o cenho.
–O problema é que você se ligou demais a criaturas vulneráveis. Que com um estalar de dedos. – estalou-os. – Podem ser esmagados. – completou fechando a mão em punho.
–Não tenho medo de você.
–Isso é outro problema que tem que ser resolvido. – disse como se estivesse realmente chateada. Moveu-se tão rápido que meus olhos nem conseguiram alcançá-la, e já estava atrás da criada humana.
–O que esta fazendo? – gritei surpresa.
–Sabe... Eu nunca fui à rainha da criatividade, eu deixou esse ponto para vocês, súcubos do espírito. – revirou os olhos – Mas, ontem eu assisti mais um capítulo desse seriado, e minha personagem foi bem criativa em convencer a criaçãozinha malcriada dela.
Eu tinha quase idéia de que parte ela falava.
Segurou algum ponto nas costas dela.
–Se eu apertar essa parte da coluna vertebral dela e mover um pouco para a direita. – disse fazendo a criada se contorcer. – Pode causar grandes danos... tais como...
A humana tremia com a boca aberta em um grito travado, e ao um movimento de mão de Katherine, ela deu uma leve inclinada no tronco para frente, igual à menina do seriado fez quando a outra Katherine fez algo parecido.
–Imobilização do tronco para baixo. – droga, eu sabia o que acontecia depois disso, mas eu estava estática, não sabia o que fazer. Mais um estalo. – E se eu mover minha mão um pouco mais para cima – levou a mão mais acima de suas costas. – Ela morre.
Jogou o corpo da menina para cima de mim, mas diferente de Stefan eu não peguei ela, e seu corpo tombou no chão. Arregalei meus olhos prendendo o ar.
Minha irmã olhou sua obra e inclinou a cabeça para o lado, como que avaliando o estrago feito. Voltou os olhos escuros para mim, agora frigidos e assustadores.
–Me de a wisp ou eu farei igual a minha chara e matarei todos em meu caminho, inclusive seu vampirinho. – me deu as costas se preparando para partir.
–Você só esqueceu-se de uma coisa Katherine. – gritei em sua direção, ela não virou, apenas parou. – No final, a outra Katherine fica presa dentro de uma tumba.
–Que bom então que eu não sou ela. – dito isso sumiu em uma rajada de vento, me deixando só com aquela garota morta. Só de ter uma visualização de seu cadáver, eu sentia uma dor crescer dentro de mim.
Ouvi passos se aproximando pelo corredor, mas eu estava em estado de choque demais para erguer os olhos.
Fiquei de joelhos ao seu lado e segurei sua pequena mão fria. Levei meus dedos ate sua veia do pulso, procurando sua pulsação, foi uma estupidez fazer isso quando estava na cara que ela estava morta.
–Hellena? – a voz de Dacra atingiu meus ouvidos, quente e saborosa, assim como seu cheiro de romãs.
–Dacra. – murmurei sem olhar-la.
–Quem fez isso? – se agachou ao meu lado.
–Katherine. – eu estava sem emoção alguma em meus atos.
–Por quê? – sua voz ficou mais baixa, sinalizando a periculosidade do que estava acontecendo. Não costumávamos nos importar muito com nossos criados humanos, mas para um ser morto devia existir um bom motivo.
–Ela já sabe que eu tenho a Wisp da criadora, e quer para ela.
–Isso é um absurdo.
–Mas é a verdade. – sentei-me não chão abraçando as pernas.
–Hellena, sua mãe e Kahlan sumiram, você esta sendo acusada disso, acham que você é a culpada, e estão do lado de Katherine nisso, acusá-la de uma coisa dessas só vai piorar.
Ela tinha razão, quem acreditaria em mim? Uma pessoa que estava sendo acusada de ter matado a própria família? Balbuciei palavras sem sentindo me levantando.
–Você se livre desse cadáver por mim? – levantei os olhos ate ela.
–Claro... – moveu a cabeça para cima e para baixo.
Dei-lhe as costas andando arrastado em direção ao meu quarto, e pela primeira vez dês de que sou uma súcubo, não senti fome alguma, apenas um grande vazio na barriga.

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