19 de dez. de 2011

Capitulo 5

Posted by sandry costa On 12/19/2011 1 comment


DO LADO CERTO?
“Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu”...
... Bella olhou bem no fundo dos olhos negros de Edward e viu verdade neles.
“Espera aí!! Negros? Deus do céu, como eu não notei isso antes?”
Os olhos de Edward não eram mais os olhos do monstro do armário, estavam dourados como o âmbar. Não se pareciam mais com olhos da morte. Eles agora refletiam os raios do sol que há muito tempo não brilhava mais na vida de Bella.
Realmente aquele garoto estranho tinha muito o que explicar, pensou Bella...
– Seus olhos...
– O que têm eles?
– Eles estão diferente, estão dourados. Como pode ser? Você está de lente?
Bella ficou se perguntando se ele tinha percebido o quanto o negro de seus olhos havia lhe causado medo, quando ela os viu pela primeira vez, e estava tentando disfarçar.
– Eu te prometo que explicarei isso, mas antes você precisa comer. Estou escutando o ronco de seu estômago daqui – Edward brincou.
– Não quero comer. Quero que me explique essa mudança de cor, agora!
– Não seja ansiosa, Bella. Teremos muito tempo para isso. Por favor, alimente-se. Você me parece tão fraquinha.
– Está bem, eu realmente estou com fome, mas vou esperar você pedir, depois comeremos juntos.
– Não vou comer. Deixe-me apenas olhá-la.
– Não está com fome?
– Não. – Edward disse sorrindo.
Bella começou a comer meio constrangida. Fixou os olhos no prato, mas podia sentir a intensidade do olhar de Edward sobre ela.
– Como nós vamos fazer isso? – Perguntou por fim, esperando que Edward tivesse um plano já traçado.
– Podemos começar amanhã. Eu quero te mostrar um lugar. É lindo e poderemos ficar sozinhos.
– Sozinhos?
– Você tem medo de ficar sozinha comigo, Bella?
Bella não precisou pensar para responder.
– Não!
– Que bom! Eu deveria ter, mais também não tenho.
– Às vezes eu não entendo o que você fala, Edward. – Bella disse, imaginando que tipo de perigo ela poderia representar, para que ele dissesse aquilo.
– Eu sei, Bella. Desculpe-me por isso. Depois que te conheci também estou começando a conviver com essa horrível sensação de não saber o que se passa na cabeça do outro. Você é completamente enigmática para mim. É impossível saber o que se passa aí dentro. – Edward disse, apontando carinhosamente para a testa de Bella. – Eu fico maluco com isso, embora, às vezes, seu rosto seja um espelho da sua alma...
– Entrar na mente de outra pessoa é muito difícil. Estuda-se anos para conseguir essa proeza. Ainda assim, muitas vezes é impossível. Veja meu caso. – Bella estava se referindo à sua medíocre participação no caso dos Gordon.
– Nem tão difícil quanto você pensa...
Bella ia dizer alguma coisa, mas Edward a interrompeu.
– Seu macarrão está esfriando...
– Reparou que a gente só conversa o que você quer?
Edward riu.
– Está bem, eu vou comer, mas porque “eu” quero!
– Quem me dera poder fazer nesse exato momento o que eu mais quero... – Edward disse, encarando Bella intensamente.
– E o que seria? – Bella perguntou, mordendo os lábios num ato falho. No fundo de sua mente acreditava que aquilo tinha algo a ver com beijo, pois os olhos de Edward não saíam de seus lábios.
Edward sorriu e abaixou a cabeça.
– Coma, Bella, a curiosidade matou o gato e a fome vai acabar matando-a – brincou, encerrando o assunto.
Edward fez questão de pagar a conta.
– Você não comeu nem bebeu nada! – Bella argumentou, protestando.
– Não seria cavalheiro de minha parte deixar uma dama pagar a conta.
– Tem certeza que você tem dezessete anos?
– Não.
Os dois riram do diálogo que Bella imaginou ser uma brincadeira.
A verdade que havia em suas palavras seria revelada ainda naquela manhã...
Quando chegaram à frente do hotel, Bella percebeu o quanto seria difícil despedir-se dele.
– Então... Até amanhã. – Disse sem graça.
– Durma bem, Bella. Eu não estarei muito longe.
– Mora aqui perto?
– Qualquer lugar onde você esteja é perto para mim. – Edward falou, abaixando o olhar como se estivesse encabulado.
Isso foi uma canta...?”
Bella sequer ousou completar o próprio pensamento.
– Te pego amanhã às nove. Tudo bem pra você?
– Tudo bem.
Edward levantou a mão, parecendo querer tocar seus cabelos, mas desistiu, para completo desgosto de Bella, que esperava ansiosamente aquele toque, com o coração acelerado.
–Tchau, Edward!
– Tchau, Bella!
Enquanto olhava para o teto, esperando o sono vir, Bella procurava uma explicação para o que estava preste a fazer. Estava jogando tudo para o alto! Sua sanidade, sua carreira, sua reputação e, por que não dizer, sua vida... Tudo estava em risco. Mas nada disso parecia ter importância no momento. Ansiava loucamente para que o dia seguinte chegasse e pudesse ver Edward novamente. Não fazia idéia do que ele queria contar. Para falar a verdade, isso pouco importava agora.
Seu celular tocou. Era Will.
Bella refletiu antes de atender. Não tinha certeza se queria falar com o amigo naquele momento. Talvez não pudesse nem quisesse responder as perguntas que provavelmente ele lhe faria.
Na terceira chamada ela rendeu-se à sua insistência.
– Fala, Will...
– Bella, que loucura é essa? Por que você estava jantando com Edward Cullen em Forks? Por favor, me diga que isso é um grande equívoco e que te confundiram com outra pessoa! – A voz dele mostrava nitidamente seu espanto e preocupação.
Bella sentou-se na cama estarrecida. Como ele sabia disso?
– Por acaso vocês estão me seguindo? – Perguntou irritada e assustada ao mesmo tempo.
– Não é você que está sendo vigiada, Bella, é Edward Cullen... Só não esperavam encontrá-los sentados à mesma mesa.
– Nós apenas jantamos juntos. Para ser mais exata, só eu comi, ele apenas me fez companhia.
– Por Deus, Bella, então é verdade?
– Will, não quero falar sobre isso agora. Eu estou bem. Sei o que estou fazendo. Tenho total liberdade de escolher com quem estar, ou não? – A ironia era a prova de que a irritação só estava aumentando.
– Como assim? Você janta com um psicopata que matou quatro pessoas e me diz que sabe o que está fazendo! Bella, o que está acontecendo com você? – A voz de Will era de alguém completamente indignado.
– Se o FBI tivesse certeza que ele era um psicopata assassino ele estaria em uma prisão federal e não em um restaurante de Forks...
– Está defendendo esse monstro? Santo Deus, Bella, o que ele faz com você? Vou para Seattle hoje mesmo. Amanhã estarei aí e você voltará comigo quer queira, quer não. Não me parece em condições emocionais de tomar decisões. Essa demissão te afetou mais do que eu esperava. Você está fora de si!
– Eu estou ótima, Will. Pare com essa mania de querer agir como se fosse meu pai. – Bella estava a ponto de explodir. – Não vou te explicar nada agora porque ainda não me sinto preparada para isso. Agradeço sua preocupação, mas dispenso-a no momento. Eu e Edward somos apenas duas pessoas querendo se conhecer melhor, só isso.
– “SE CONHECER MELHOR?” – Will repetiu aos gritos o que tinha acaba do ouvir. - Bella, você está me assustando. Afinal, de que lado está?
Aquela pergunta deixou Bella desconcertada. Nem ela mesma sabia em que lado do jogo estava.
– Will, confie em mim, eu estou do lado certo...
Bella nem esperou o amigo se despedir. Desligou o telefone e se jogou para trás, deixando sua cabeça cair no travesseiro macio.
A felicidade que estava sentindo minutos atrás havia sido substituída por uma enorme angústia. Tinha se mostrado convicta com relação às suas atitudes ao telefone, mas na realidade duvidava que estivesse agindo racionalmente. Estava se deixando levar por uma atração inexplicável por um garoto dez anos mais novo que ela e que ainda por cima poderia ser um assassino.
Bella levou as mãos à cabeça,puxando levemente os próprios cabelos. Estava completamente confusa.
Afinal, de que lado certo estou? Certo para quem?”
Perguntava-se por que não entrava em seu carro naquele mesmo instante e fugia daquela cidade, para bem longe de Edward Cullen... Para bem longe daquela bagunça toda...
Esta resposta ela sabia perfeitamente. Não fugia porque não podia, porque não tinha mais forças para se afastar dele, porque estava definitivamente amarrada aos encantos e mistérios daquele homem.
Suas pálpebras começaram a ficar pesadas.
O olhar atento e curioso do carcereiro a deixava constrangida, mas naquele momento era o prazer que Edward lhe proporcionava que tomava conta de seus pensamentos.
Deitados na cama branca da cela, sentia seu corpo ser pressionado pelo dele. Suas peles nuas se roçavam, fazendo seus poros contraírem-se e um arrepio percorrer sua espinha. Edward estava sobre ela.
Bella sentiu suas bocas se encontrarem e se perdeu no gosto de luxúria daquele beijo perfeito. A língua dele procurava a sua com urgência. Enquanto se beijavam, seu sexo, já molhado pela excitação, era carinhosamente massageado pela glande macia e dura de Edward, que a fazia gemer descontroladamente, torturando-a enquanto não a penetrava como ela tanto ansiava, mais ainda assim lhe causava um prazer indescritível.
– Eu quero você dentro mim, Edward. – Implorava aos sussurros, arranhando suas costas, fazendo-o gemer de dor e prazer.
– Não podemos, Bella...
– Por favor!
– Seria loucura fazer isso.
– Não pense, Edward, apenas faça... Me faça sua.
Então um calor abrasador foi se irradiando do centro de suas pernas, levando-a a loucura, enquanto ia sendo preenchida por ele, firme e lentamente.
Os gemidos agora eram incontroláveis. De repente já não estavam mais na prisão e sim em um campo florido.
Os olhos de Edward fitavam os dela, imóveis, ao contrário do resto do corpo dele que se movimentava com força e virilidade, para cima e para baixo, entrando e saindo de seu sexo, fazendo-a quase perder os sentidos.
O gozo explodiu por todas suas células. Não conhecia o nome daquele sentimento. Nunca havia sentido nada igual... Era mais que prazer, era mais que felicidade... Era algo indefinível.”
Bella acordou ofegante e suada e por segundos deparou-se com os olhos de Edward grudados no seu. Ele estava parado ao lado da cama, encarando-a com uma expressão de adoração e... dor?
Na segunda piscada ela já não o viu mais.
Foi então que percebeu que tudo não tinha passado de um sonho.
Envergonhou-se ao notar que sua mão ainda se encontrava dentro de sua calcinha. Seus dedos molhados a lembravam que tinha acabado de ter um orgasmo. O mais intenso de toda sua vida.
Que crime cometi ao ter um sonho erótico com um garoto de dezessete anos?” - Bella se perguntava, tentando conter o sorriso inconseqüente e malicioso que teimava em se formar em sua face.
“Oh, Deus, eu preciso experimentar isso de verdade!”
Seu sangue ainda corria rápido por suas veias quando começou a sentir o sono a dominando novamente. Queria voltar para o sonho.
Quando o despertador de seu celular tocou fazia apenas algumas horas que tinha conseguido dormir. Bastou se lembrar com quem passaria o dia para uma euforia substituir todo o cansaço que dominava seu corpo e mente.
Bella percebeu que havia pelo menos umas dez chamadas de Preston não atendidas em seu celular. Devia ter dormido tão pesado depois do sonho com Edward que nem ouviu o telefone tocar.
Não ia retornar as ligações. Não tinha satisfação nenhuma a dar a ele. Preston sequer era mais seu chefe.
Assim que entrou no pequeno e aconchegante espaço onde o café-da-manhã estava sendo servido, seus olhos foram atraídos pela figura perfeita de Edward, sentado em uma mesa de canto.
Ele acenou para ela, chamando-a silenciosamente.
Bella temeu que ele percebesse o quanto seu coração tinha se acelerado. As lembranças da madrugada fizeram um tremor percorrer todo ser corpo.
– Bom dia, Bella!
– Bom dia, Edward, estou atrasada?
– Não, eu que vim mais cedo para poder fazer-lhe companhia. Como passou a noite, dormiu bem? – Havia um brilho diferente nos olhos dele ao fazer a pergunta.
– Dormi maravilhosamente bem! – Respondeu, sentindo o rosto arder em chamas. – Estou faminta, vamos comer? – Bella tentou disfarçar, mudando o assunto. Teria conseguido que seu constrangimento passasse despercebido se não tivesse derrubado o copo em sua frente.
– Sonhou comigo?
– Co... como? Cla... claro que não! – Bella quase teve um ataque com aquela pergunta.
Será que ele...? Não, ele não poderia...! Pare de viajar, BellaSe recomponha, mulher!!”
– Calma, Bella, só perguntei de brincadeira. “É claro” que não sonhou comigo! O que eu poderia estar fazendo em seus sonhos? - Edward perguntou rindo. Tinha uma expressão indecifrável no rosto, mas ela já tinha se acostumado com esse seu lado misterioso.
– Fazendo nada! Já falei que não sonhei com você!
– Me parece nervosa.
– Imagina! Estou super calma.
– É, estou vendo...
Ele está sendo irônico ou é impressão minha?”
– Não vai comer?
– Eu já me alimentei.
– Mas você disse que veio para me acompanhar!
– Eu ficarei apenas olhando-a comer. Eu gosto disso.
– Você é muito estranho... – Bella comentou, sorrindo. De certa forma achava-o engraçado.
– Sou mesmo, já te disse isso.
Conversaram sobre o tempo, que como sempre estava nublado, enquanto Bella se deliciava com os bolos e pães caseiros que lhe foram servidos.
– Pronto, já acabei!
Edward levantou-se rapidamente e puxou a cadeira para ela.
– Pensei que este tipo de cavalheirismo também estava em extinção – brincou.
Ele apenas riu, balançando levemente a cabeça. Estava tão perto de Bella que ela sentiu algumas mechas de seu cabelo, próximas à orelha, se levantarem com o ar que ele expeliu dos pulmões. Aquilo fez seu corpo arrepiar-se por inteiro.
– Com frio? – Ele perguntou.
Ai, meu Deus, eu preciso para de dar bandeira!” – Pensou Bella, desconcertada.
– Sim! – Mentiu.
Ele se afastou.
Não é nesse momento que ele teria de me puxar para seu lado, me abraçar e me aquecer?”
Bella teve medo que tivesse pensado alto. Estava assustada com seus devaneios.
Antes de entrar em seu belo Volvo prata, Bella viu uma SUV preta parada do outro lado da rua. O homem de terno e óculos escuros olhava perplexo para os quatro pneus murchos, demonstrando incredulidade.
– Que azar, heim? – Edward comentou baixinho, com a cara mais cínica possível.
– Como você fez isso? – Bella perguntou espantada, mas rindo também. Sabia que se tratava de um agente do FBI.
– Pronto, já vai começar!! Precisa parar com essa mania de me acusar de tudo... Por acaso tenho cara de prego? – Edward falou, dando uma gargalhada e acelerando o carro.
Em pouco tempo a cidade ficava para trás e uma mata verde e densa se vislumbrava à sua frente.
– Aonde vamos mesmo?
– Vou te levar no meu paraíso particular.
– Paraíso?... Não é preciso morrer para se chegar lá? – Bella engoliu seco. Estava brincando, mas por mais que se sentisse à vontade ao lado dele, seu instinto de auto-preservação ainda lhe mandava avisos, fazendo-a sentir medo.
– Confie em mim, Bella, por favor... Eu nunca te farei mal.
– Eu sei... Estou aqui com você. Isso não é uma prova de confiança?
– Eu ainda estou tentando descobrir se você é uma louca suicida ou se realmente acredita que está segura ao meu lado.
Edward falou sério, mas foi sorrindo aos poucos, até soltar uma gostosa risada.
– Você é indecifrável, Bella... E é isso que a torna mais encantadora para mim...
Os olhos de Bella pousaram sobre os deles e ali ficaram, se esquecendo de todos os problemas que os cercavam.
– Você é dez anos mais novo que eu... Eu não devia estar fazendo isso. – Ela sussurrou, ainda perdida em seu olhar.
– Fazendo o quê? – Edward perguntou, displicentemente.
– Me apaixonando por você... – Bella não sabia se tinha apenas pensado ou falado realmente aquelas palavras.

1 comentários:

kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Muito massa, mas na real o que p edward vai fazer?
Tô rindo mesmo sem saber o que é.

Débora

Postar um comentário

Não esqueça de comentar, isso incentiva os escritores e também a mim que tento agradar a vocês.