2 de jan. de 2012

Capitulo 43

Posted by sandry costa On 1/02/2012 1 comment


P.O.V – Alec Volturi
Os dias seguintes aquele foram de puro estresse e preparativos para a guerra. Os únicos momentos que os meus neurônios não estavam em frangalhos era quando eu parava e ficava observando Hellena de longe.
Segui as súcubo com os olhos, e vi os incubo se sentarem com elas nas espreguiçadeiras e ficarem olhando os vampiros treinando luta no gramado, eles diziam piadas que só entenderiam e riam.
Aquele era o lugar de Hellena, não o meu, eu nunca saberia conversar com os familiares dela, nossos interesses são diferentes, nossos pensamentos são diferentes. O mundo dela não tinha mais lugar para mim.
Sentei-me na beirada da escada e fiquei olhando-os.
–Tentamos avisar você vampirinho. – olhei para trás de mim, Georgina estava ali. Os cabelos presos em uma longa trança e os olhos faiscando como chamas. – Não a lugar para você no mundo de Hellena.
Ela havia falado um reflexo dos meus pensamentos.
–Vocês adoram repetir isso. – disse com a voz rouca.
–Elas só querem proteger-la. Acham que você vai machucar ela, e a ultima coisa que a princesa precisa, é ficar mais depressiva ainda. – revirou os olhos.
–Concorda com elas?
–Meu dever acima de tudo é protegê-la. – mordeu um morango que surgiu do nada.
–É isso que todas aquelas súcubo que ainda estão no castelo pensam, por isso protegem Katherine. – fitei-a.
–É diferente saber seu dever, e cumprir seu dever. As pessoas encaram as leis de jeitos diferentes. Alguns estão tão presos a elas que acabam ficando cegas para a coisa certa. – mordeu mais um pedaço.
–E você, esta fazendo a coisa certa?
–Ultimamente não, nem eu ou as meninas. Nosso dever é proteger-la, mas o que é proteção? A única coisa que estamos fazendo e guardar Hellena em uma cúpula de vidro, mas... Isso é o certo, ou estamos sendo cegas?
Levantou os olhos para o teto.
–Vocês dizem que nos somos as criaturas mais bem feitas, perfeitas e completas que existem, mas... De longe somos completas, perfeitas... Talvez, mas bem feitas... Não. Nos somos um bando de garotas ninfomaníacas e imortais, cheias de carência, e que tentamos suprir ela nos braços de diferentes homens.
Suspirou rindo.
–Hellena é a súcubo mais inteligente que já pisou no Armageddon. Ela tem a capacidade de amar, e isso é milagroso. Ter-la no trono, mudaria tudo, talvez ela consiga trazer algum sentimento para nossos corações gelados e velhos. – revirou os olhos.
–Acredita mesmo nisso?
–Não. – ela riu. – Mas acho que não deve desistir de Hellena, ela te ama e você ama ela. Ponto.
–Então, vai parar de dificultar as coisas entre nos? – eu ri de canto.
–Sim. Mas não garanto que vou ajudar. – ela se levantou e foi em direção a varanda, não se juntou a trupe de súcubos, foi mais adiante, indo treinar junto com Emmet e Jasper, que revisavam táticas com Demetri e Eleazar.
Suspirei e continuei a olhar Hellena.
O dia foi sendo substituído pela tarde, que foi trocada pela noite. Levantei-me, andei pela casa, treinei. Bruxas começavam a aparecer e se envolviam em conversas com vampiros, uma coisa que eu nunca imaginaria acontecer.
Fui ate a cozinha e abri a geladeira, estava repleta de bolsas de sangue, peguei uma e sai da cozinha. Passei por uma bruxa que entortou a boca para o saco que eu levava na mão.
Sai para o ar frio da noite, havia novos grupos de vampiros treinando.
Fui ate a piscina, uma bruxa estava sentada de pernas cruzadas na beirada, estava de olhos fechados e a água da a sua frente borbulhava.
–O que quer Volturi? – perguntou com a voz serena.
–Só tomar um pouco de ar.
–Como se precisasse. – zombou.
Ignorei o que ela dizia e tomei o caminho da floresta. Havia rastro de todo tipo de imortal por todo canto, ouvi um ocasional uivar, e passadas vampiras entre as folhas.
Pulei ate um galho em uma arvore e fiquei sentado bebendo o resto do sangue. Fechei os olhos respirando fundo, um ato inútil para alguém como eu, mas um hábito que eu não conseguia esquecer.
Ouvi mais passadas, e então Hellena passou correndo por mim, ela tirou a blusa no meio do caminho e saltou. Nunca havia visto uma súcubo se transformar, mas era a coisa mais impressionante que já vi.
Diferente dos vampiros, ela não foi absorvida pelas sombras, mas sim pela luz, como se a luz saísse de dentro do seu corpo, como um globo gigante de energia. No lugar onde ela estava, apareceu um lobo de pelo branco.
Passou reto por mim, como se não tivesse me visto, e saiu correndo pela floresta. Ainda conseguia ver seu pelo lustroso e brilhante entre as arvores.
Tirei meu casaco e minha camisa, nunca havia tentado virar algo alem de um pássaro, mas talvez conseguisse virar um lobo.
Fechei os olhos e tentei pensar do mesmo modo que fazia quando virava um falcão, mas nada aconteceu. Fiquei parado em cima do galho, desci para o chão e me agachei, inalando o cheiro predatório de lobo dela.
Meu corpo começou a dissolver pouco a pouco, e então, diferente do que aconteceu com Hellena, às sombras me circundaram, e virei algo com quatro patas.
Balancei minha cabeça peluda e espirrei.
Andei devagar ate uma poça d’água e olhei meu reflexo, meus olhos estavam amarelos e minha cabeça era um cachorro preto. Ofeguei cansado, virar um lobo era mais difícil e doloroso que uma ave.
Corri na direção do rastro dela
Meus olhos se difundiam nas sombras da floresta, e o rastro de Hellena era uma espécie de corrente de ar prateada, que eu seguia com os olhos, não com o nariz.
Quando cheguei a onde ela estava, foi como se eu estivesse dentro de um sonho banhado a prata, era a imagem mais bela que já vi em toda minha existência.
Sem P.O.V
A jovem imortal meneou a cabeça de um lado para o outro, seguindo a linha de seus próprios pensamentos em silencio.
Seus lábios estavam cerrados à medida que refletia sobre o que fazer. Os olhos perdidos na bruma pesada da noite.
As roupas já de volta ao corpo estavam limpas e bem passadas, sem nenhum sinal de sua transformação. A árvore em que estava empoleirada balançava ocasionalmente com o vento.
Alec se aproximou, na forma animal. Seus olhos amarelos brilhavam com o luar da noite. Os passos caninos soavam baixos, mas mesmo assim barulhentos.
Ela desviou os olhos do alto das copas e foi em sua direção. As patas negras e elegantes dele estavam apoiadas no tronco, deixando-lhe em pé e próximo do braço dela.
Olhou o lobo negro com carinho, mas demonstrando certa relutância em fazer-lo. Esticou os dedos trêmulos e pousou no focinho dele, estabelecendo contato mental.
Não disseram nada um para o outro, ficaram apenas compartilhando pensamentos, sentimentos e experiências desses três anos separados.
Hellena sentia a grande onda que provinha da mente tão velha de Alec.
–É a primeira vez que vira um lobo? – perguntou com a voz carregada.
Alec espirrou, mostrando seu desprezo pela forma assumida.
–Também acho nojento. – ela sorriu descendo da arvore. Alec tirou as patas no tronco e se sentou ao seu lado, as orelhas em pé. A súcubo riu e voltou a olhar o céu. – Mas é tão bom para correr. É como a liberdade mais pura e bruta.
O lobo balançou a cabeça, ele sabia o que ela sentia, apesar daquilo lhe lembrar os lobisomens, a sensação era demasiadamente confortável, e a liberdade era palpável.
–Liberdade... – murmurou convicta. – Um dia eu vou ter? – perguntou tristemente. A luz prateada da lua banhava seu rosto deixando-a com um brilho mágico.
–Não é hora de pensar nisso Hellena, precisamos nos concentrar na guerra. – Alec voltou a sua forma normal sentando-se em uma raiz mais abaixo de sua figura esquia.
–Você ainda me ama? – desceu os olhos um pouco para baixo, onde ele se sentava. – Mesmo depois de eu ter sido tão má, tão sádica e ruim para você e todos?
–Hellena... – ele disse com carinho acariciando o rosto dela. – Eu sempre vou amar-la. Isso nunca mudara, mesmo que passem milênios, o sentimento será o mesmo. Até porque, eu sou irmão de Jane.
Ela riu, e aquele som foi o mais puro e belo que ele já ouvira.
Em um ímpeto instantâneo, Alec pulou ate estar ao seu lado e segurou a mão delicada e macia dela, sorriu mostrando as presas e falou com a voz ecoando pela floresta.
–Casa comigo?
Hellena entreabriu os lábios de prata, sua expressão era pasma, mas ao mesmo tempo era de pura felicidade. Seus lábios alvos tremeram quando riu.
–Mas nem temos um padre, ou testemunhas.
–As testemunhas serão os espíritos que sempre rondam nossos caminhos, e quanto ao padre... – pensou um pouco. – Tenho certeza que tem algum padre morto por perto. – a súcubo abriu a boca ao escutar aquele sacrilégio, mas não se importou, nunca foi muito religiosa.
Alec tirou o anel de safira da mão direita e deixou o aro de ouro branco no ar, como se fosse colocar na mão esquerda, os olhos fixos no rosto de Hellena, esperando.
–Não acho que espíritos possam ser testemunhas de verdade. – ela fungou rindo baixo. Esticou os dedos e tocou o anel com delicadeza e carinho. – Há um tempo atrás eu acharia absurdo casar com dezenove anos.
–E agora, o que acha?
–Eu... Não sei o que dizer. – gaguejou.
–Diga que sim. – Alec ficou de joelhos.
Hellena prensou os lábios, seus olhos estavam pontilhados de lagrimas, mas apenas uma escapou dele escorrendo por seu rosto, era uma lagrima de alegria.
–É claro que sim. – riu alto passando os braços envolta de seu pescoço e abraçando-o com força, como se nunca quisesse soltar-lo.
–Não consigo respirar. – disse rindo com o ar faltando.
–Que bom! – ela exclamou beijando-o.
Ele colocou o anel no dedo anelar da nova “esposa”, e enquanto fazia isso, Hellena podia sentir as súcubos espírito por perto olhando-a de um jeito quase que... “assustado”. Ela estava quebrando todas as regras de milênios de existência.
Mas Radamante não estava olhando-a daquela forma, Radamante ria, pois acima de qualquer um, ela era a que mais sabia o que era aquele sentimento, pois ela se sacrificou por ele.
E não se arrependia.

1 comentários:

Ohhhhhhh!!!!!! Que coisa linda, eles se casaram, mas será que o casamento irá durar muito tempo???

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