Há quem
diga que o olhar de fã não é capaz de fazer uma análise crítica
imparcial dos filmes da saga. O que tenho a dizer sobre isso? É quase
verdade. Realmente os ansiosos olhos de fã vibram com cada cena e com
cada aparição de "Edward", "Bella", "Jacob" e cia, o que nos impede de
enxergar algumas imperfeições visíveis aos olhos totalmente imparciais
de um não-fã. Mas a visão de fã muitas vezes acaba sendo mais exigentes e
mais perceptíveis a muitos detalhes que passam desapercebidos por quem
não acompanha a história à fundo. Por termos lidos os livros (várias
vezes), conhecemos à fundo a trama, os personagens, e qualquer vacilo
cometido pela roteirista Melissa Rosenberg ou pelos diretores (David
Slade no caso deste terceiro filme), certamente não passará impune.
Ontem, tivemos o privilégio de assistir Eclipse em primeira-mão, na
pré-estreia exclusiva para a imprensa, no Cinemark do Shopping Paulista.
Com uma sala repleta de jornalistas atentos, pudemos assistir ao filme
sem o incômodo dos gritos. No máximo gargalhadas em uma ou outra cena ou
desaprovações em algumas outras. Não vou fazer a indelicadeza de contar
todo o filme como alguns sites fizeram no afã de provar que realmente
viram o filme. Prefiro respeitar quem ainda irá assistir, mas confesso
que cometerei alguns spoilers ao enumerar minha lista de observações
sobre ECLIPSE. Avisado? Então, vamos à crítica:
1) Eclipse
inicia sem avisar, já com "Riley" sendo perseguido e atacado por
"Victória" introduzindo a abertura da terceira produção da saga. A cena
aliás, mostra bem o estilo sombrio de David Slade, dando um certo tom de
terror e suspense. Xavier Samuel mandou bem como Riley.
2) A primeira
aparição de Edward e Bella, na linda clareira florida, já evidencia a
idéia fixa dele em querer se casar - diante da negativa de Bella - e a
relutância dele em não querer transformá-la - diante da sua insistência.
Tive a impressão, nesta cena, de um Edward inseguro e de uma Bella dona
de si.
3)
O make up
beneficiou Edward, que trouxe de volta a suavidade de Crepúsculo,
diferente daquela maquiagem pesada usada em Lua Nova. Já a peruca que
Kristen usou para compôr a personagem Bella não convenceu. Era
visivelmente perceptível. Aliás, as perucas foram um ponto negativo
também para "Alice", "Carlisle" e "Victória", como já havíamos percebido
nas fotos antes publicadas. Mas temos de reconhecer que desta vez
"Rosalie" e "Jasper" tiveram o visual melhorado. Mesmo o cabelo mais
escuro e com uma franjinha estilo "imperador romano louco" de "Emmet"
não conseguiu deixá-lo feio.
4) Desta vez
pudemos ver uma participação maior dos outros integrantes da família
Cullen. Nikki Reed pôde mostrar mais de "Rosalie" e Jackson Rathbone de
"Jasper"durante seus flashbacks. As histórias foram
bem encenadas. "Emmet" também teve mais cenas, e uma em especial me fez
vibrar: quando ele se estranha com "Paul" (Alex Meraz), em sua forma de
lobo, durante perseguição à "Victória". Aliás, essa cena da
perseguição, com os Cullen de um lado, e os lobo do outro, com um rio ao
meio separando os territórios, foi bem emocionante.
5)
O
triângulo amoroso fica mais evidente neste filme. Jacob se declara e
coloca os sentimentos de Bella em cheque. Aliás, palmas mais uma vez
para a maravilhosa atuação de Taylor Lautner, que passou
maravilhosamente bem as emoções do seu personagem. Ele nos fez rir, ter
raiva (as team Edward, certamente), sermos cúmplices e até vibrar com
suas cenas. Para quem gosta de ver o "tanquinho" de Taylor à mostra, vai
ter uma overdose nesse filme.
6) Júlia
Jones, que faz a loba "Leah", foi eficiente em passar toda a antipatia
de sua personagem. E foi bom ver Boo Boo, o "Seth", atuando, apesar da
pequeníssima participação. O lobo computadorizado que o representa
aparece bem mais que ele. E Jessica (Anna Kendrick) apesar de também
aparecer pouco faz um discurso de formatura emocionante.
7) A tão
esperada cena da cama king size é tal como no livro (com as devidas
adaptações, uma vez que o seu contexto é colocado totalmente fora do que
é apresentado no livro). Nos arrepia quando começa e termina com um
balde de água fria. Só acho que o roteiro poderia deixar mais evidente o
porquêe do medo de Edward em não se deixar ir além, apesar de querer.
Não foi fácil ouvir alguns jornalistas o chamando de "mariquinha" e
coisas do gênero. Mas nem isso tirou o romantismo de ver Edward se
ajoelhando e pedindo Bella em casamento, enquanto lhe oferece o anel de
noivado.
8) Bryce
Dallas que me desculpe, mas não me convenceu no papel de "Victória".
Aquela personagem que Rachelle Lefevre conseguiu compôr no primeiro e no
segundo filmes (mesmo sem falas em Lua Nova, as expressões faciais
bastaram), de uma "Victória" dissimulada e com cara de menina levada,
nada tinha a ver com essa "Victória" de Eclipse, com olhares inseguros e
amedrontados. Senti falta dos sorrisinhos maliciosos tão bem
expressados por Rachelle.
9) Eclipse,
apesar de ser um filme "meio a meio", com bastante cenas de "Edward" e
"Jacob" (diferente do primeiro, q só teve "Edward", e do segundo q
praticamente só teve "Jacob") tive a impressão que, mais uma vez Taylor
se destacou e foi beneficiado pelo roteiro.
10) Jodelle
Ferland nos deixou compadecidos com o triste fim de sua personagem Bree,
julgada injustamente pela malvada Jane, mais uma vez vivida de forma
impecável por Dakota Fanning. Ambas mandaram bem em seus papéis de
vítima e algoz. E Elizabeth Reaser pôde passar mais daquela expressão de
mãezona de "Esme" na sua tentativa frustrada de salvar a pobre Bree.
11) A cena
do confronto no alto do penhasco foi o que mais rendeu observações e
merece uma subenumeração:
a) Ver a
situação de Edward dentro daquela barraca ao ter que aceitar Jacob
abraçando Bella para não vê-la morrer de frio, foi de doer.
b) Mas
ver o efeito de tempestade e ventania que se passa do lado de fora da
barraca e depois ver que, do lado de dentro, a tal barraquinha mal se
mexe, foi constrangedor.
c) O mesmo constrangimento se
deu quando Jacob abriu o ziper da barraca e nenhum ventinho adentrou o
recinto, o cabelo dele não esvoaçou com a suposta "ventania", flocos de
neve não apareceram e a pele dele nem molhada estava.
d) O
confronto entre "Ed", "Victória", "Riley" e "Seth" - assim como todos os
outros que se deram no decorrer do filme - foi cheio de ação e emoção.
Aliás, foi um quebra-quebra de vampiro e, apesar de braços e cabeças
rolando pra todo lado, não vimos um pingo de sangue (a não ser o de
Bella). O diretor deu um efeito de mármore quebrado, quando os vampiros
eram estraçalhados.
e) Edward joga o seu zippo aceso
em cima de Victória e ela entra em combustão imediatamente. Bem, quanto
ao fato de Edward carregar um zippo no bolso a gente pode deduzir que é
porque ele já sabia que precisaria do mesmo para queimar a vampirada.
Mas o fato de Victória queimar com o simples toque do mesmo em seu corpo
me fez pensar se ela havia tomado um banho de algum produto inflamável
antes de partir pra briga.
No mais, posso
dizer que "Eclipse", na minha opinião, foi melhor que os dois primeiros
filmes. Só perde mesmo no quesito trilha sonora. Com exceção de Muse,
com seu "Neutron Star Collision", achei bem fraquinha a seleção musical
desta produção. Agora é aguardar a galera assistir à estréia amanhã para
trocarmos "figurinhas".
1 comentários:
Assisti o filme e concordo com todas as observações. Mas uma coisa tenho que enfatizar: Jacob com aquela barriguinha deixa qualquer um dos vampiros sem chances de aparecer... Gente! Ele é lindooooooo
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