10 de out. de 2010

Capitulo 21

Posted by sandry costa On 10/10/2010 No comments





Meias Verdades



Não andamos muito. Ele parou o carro num lugar vazio.

- Vamos sair do carro e andar um pouco, eu não vou te morder. – ele riu com a piada. E saiu do carro.

Ele foi andando na minha frente. Minha raiva já havia parado. Esse meu lado humana é muito emotivo. Eu olhei o celular e pensei em ligar pro Jake ou meu pai pra vir me buscar. Mas eu resolvi dar uma chance pro Nahuel. Quem sabe ele não é mesmo do mal.

Guardei o celular no bolso da calça, só por precaução. E sai do carro.

Agora eu pude ver direito a paisagem, estávamos no porto de Port Angeles. A noite estava clara, mas com muitas nuvens de chuva. O mar estava agitado e estava ventando muito aqui no Porto.

Ele sentou bem na beira do cais, assim tirando os sapatos e colocando os pés na água.

- Sabe que eu não queria que fosse assim Renesmee. Eu não sou assim. Eu queria ter tido uma vida diferente. Quero que saiba que não quero te fazer prisioneira hoje – ele falou e me chamou pra sentar com ele. Eu retirei meu salto alto e também coloquei os pés na água, molhando a barra da calça.

- Eu queria que você tivesse me conhecido de outra maneira. Mais civilizado. Eu realmente gosto de você. Não quero que fique brava comigo. Você está com muita raiva de mim?

- Não, mas estou brava porque você mentiu pra mim. E isso é uma coisa que eu não admito. Por que você simplesmente não veio até em casa e falou – Oi sou Nahuel se lembra de mim? – ia ser bem mais fácil e minha família iria te acolher com muito gosto. Agora eu já não sei o que meu pai, Jake e minha família vai fazer, se eles vão te perdoar pelo que está fazendo. Estão te considerando perigoso.

- Eu sei de tudo isso. Eu... Não tive escolha.

- Como assim não teve escolha?

Ele demorou pra responder. Ele estava escolhendo a resposta e as palavras certas pra me dar.

- Eu nunca tive uma família pra me ensinar, me dar broncas e me ajudar nas horas difíceis. Apenas tive a Huilen. Mas logo que meu pai morreu, ela não quis vir morar comigo. Ela me visita de vez em quando, fica alguns dias, mas sempre volta para o Brasil. – dessa vez ele falou com a voz embargada. Ele respirou fundo. E ficou olhando o mar, como se estivesse lembrando algo, algo que lhe traz muita dor.

- Sinto muito. Deve ser muito difícil não ter uma família. E me conta o lance dos seus poderes – eu falei um pouco comovida. E pensando o que a minha família estaria fazendo agora.

- Não fique assim por minha causa. Esses meus 170 anos me serviram pra alguma coisa.

Ficamos quietos por algum momento e ele continuou.

- Até aquele dia, da quase luta eu não sabia que tinha poderes. Foi quando retornei ao Brasil que descobri. Eu consigo ajudar um vampiro com poderes, eu amplio os seus poderes. Que nem eu fiz com você. E também consigo fazer com que seu poder não funcione comigo. Do mesmo jeito que eu fiz com a sua tia Alice e seu pai. Ela não consegue me ver e se eu quiser ela também não vê quem está comigo ou perto de mim.

- Até que é legal, se forem usados para o bem.

- Huilen me ensinou a viver só. Eu só não quero ficar que nem Joham. A vida dele foi repugnante e muito solitária. Eu não quero ficar sozinho pela eternidade, que nem ele.

- Quem é Joham?

- Era o nome do meu pai. Mas me desculpa Renesmee, eu não quero te fazer mal. Você é a única meia vampira que eu conheço. Tirando as minhas irmãs. Eu queria ser algo pra você. Não quero ser isso que você está vendo agora. Não quero fazer certas coisas de que sou obrigado a fazer.

- Você não precisa fazer nada de que não queira. Todos somos livres. Eu sei que é complicado Nahuel.

- Não, você não entende e não sabe pelo o que eu estou passando. – ele falou frio.

- Não é assim que as coisas acontecem. Você começou do jeito mais errado possível. Você acha que me raptar e me trazer pra um lugar bonito vai me fazer gostar mais de você ou que eu possa te perdoar pelo que está fazendo ou pelo que esta me contando? – eu falei e olhei para o céu.

- Eu sei Nessie. Me desculpa mesmo, será que você poderia me dar uma chance e me deixar te recompensar por tudo o que fiz? – ele olhou bem no fundo dos meus olhos. E eu corei.

- Vou ser muito sincera com você. Não é que eu não queira. Eu já disse é muito complicado. Você sabe de que eu amo o Jake e...

- Renesmee, me dê uma chance? – ele pegou minhas mãos.

- Não posso te corresponder do jeito que você quer. Se quiser ser apenas meu amigo, eu aceito. – eu retirei minhas mãos das deles. E olhei ao mar.

- Podemos começar por ai e... – ele virou o rosto.

- Mas... Sabe Nahuel, você é muito estranho. Eu sei que você pode ser uma boa pessoa, quer dizer um meio vampiro bom... – eu parei no meio da frase. Ele virou o rosto para trás, como se estivesse escutado algo. Eu apurei os meus ouvidos. E ouvi um leve farfalhar de sapatos rápidos.

- O que foi? – eu olhei para trás também e não vi nada.

- Nada.

Ele ficou estranho, diferente. Seu olhar ficou duro e frio. Ele levantou subitamente e me falou.

- É melhor você ir embora. Não quero que...

- Não quer o que? O que foi Nahuel. – eu levantei, mas fiquei com medo. Como ele mudou de uma hora pra outra.

- Vai, antes que eu faça alguma coisa de que eu me arrependa. – e saiu andando em direção do carro.

- Nahuel – eu gritei. Mas percebi que não estava sozinha. Ouvi novamente o farfalhar de sapatos. Senti cheiro de vampiro e não era o de Nahuel. O cheiro ficou mais forte, estava vindo em minha direção, e um vulto passou diante dos meus olhos. Eu sabia o que era, era um vampiro.

Eu comecei a correr, corri o mais rápido que pude. Como eu queria ser totalmente vampira nessas horas. Peguei meu celular do bolso da calça, mas estava difícil digitar os números, mas não adiantaria, estava sem sinal, droga de celular. O que será que está acontecendo? Eu virei de costas pra olhar e vi que Nahuel acabava de sair com o carro. Ele me deixou sozinha aqui. Porque ele fez isso? Eu corri até ficar bem longe do cais, eu não conhecia muitos lugares em Port Angeles. O cheiro do vampiro começou a sumir e eu parei de correr. Será que ele já foi? A noite ficou fria e pingos de chuva começaram a cair. E eu fiquei sozinha.

Eu vi uma árvore e me encostei nela, cai no chão e comecei a chorar desesperada.






Autora Je Marina

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