Missão
Ariel
Ficar
sem a Sarah era mil vezes pior do que eu imaginava. Cada dia meu coração
parecia doer mais e eu já não sabia o que fazer para tentar disfarçar.
-
Tudo ok? – Tio Gui perguntou vindo até onde eu estava. Ele também andava
cabisbaixo nos últimos dias.
-
Na verdade não. – Falei deixando transparecer toda minha tristeza, eu precisava
desabafar com alguém e sabia que ele saberia me ouvir.
-
Tá sentindo a falta dela, não é? – Meu tio perguntou e eu afirmei com a cabeça.
-
Muita, às vezes parece que nem consigo respirar.
-
Te entendo. – As palavras dele eram tão verdadeiras que me fez imaginar se ele
já tinha amado alguém.
-
Entende? – Perguntei somente, se ele não quisesse falar eu não insistiria. Ele
me olhou intensamente por alguns minutos e então falou.
-
Eu encontrei uma garota linda. A mais especial que eu já vi, mas... – Ele olhou
para o chão de repente mais triste que nunca.
-
Mas?
-
Mas era impossível. – Ele parou novamente e dessa vez não parecia que iria
continuar.
-
Tio se não quiser contar eu entendo.
-
Não é que eu não queira, é que é complicado. – De repente algo começou a fazer
sentido, mas seria muita loucura.
-
Tio... – Comecei hesitantemente, mas parei com medo de ofendê-lo.
-
Sim? – Ele perguntou despercebido.
-
Você... Você. – Ele olhou no meu rosto e sorriu torto me encorajando. – Você se
apaixonou pela Mônica? – Era loucura, eu sei, mas era algo impossível de certo
modo. Depois de um bom tempo me olhando ele afirmou com a cabeça e eu
finalmente entendi o motivo da Mônica ir embora.
-
Por minha culpa ela foi embora. – Tio Gui falou como se tivesse ouvido meus
pensamentos. Eu pude então imaginar como ele estava se sentindo todo esse
tempo, além da dor de não estar com ela ele também se sentia culpado por sua
partida. – Vamos mudar de assunto. – Ele pediu em um sussurro, segui seu olhar
e vi a tia Bia se aproximar de nós.
-
Como estão os homens da minha vida? – Ela perguntou com um sorriso, beijou o
tio Gui e depois a mim. Ela era tão pequenininha que parecia uma criança, na
verdade ela era quase uma criança quando foi transformada, graças ao seu imenso
dom.
-
Bem. – Respondemos meu tio e eu juntos, ela gargalhou.
-
Vocês acham que me enganam? – Ela perguntou e eu revirei os olhos. – Tudo vai
dar certo, mas eu vou sentir a falta de vocês.
-
Como? – Perguntei sem entender. Tio Gui foi mais rápido que eu, ele a olhou,
incrédulo.
-
Você sabe. – Ele a acusou.
-
Como eu disse à Mônica, eu não sei o que aconteceu, mas sei o que acontecerá.
-
E você... – Ela o interrompeu.
-
Eu acho que a única coisa pela qual se vale a pena lutar é o amor. – Ela olhou
intensamente dentro dos olhos do tio Gui e por fim ele sorriu. Ela saiu e o tio
Gui ficou calado, até que eu não aguentei e perguntei.
-
O que você vai fazer? – Ele sorriu.
-
O que nós vamos fazer.
Mônica
Renata
resolveu levar o nosso grupo todo na missão, então saímos no mesmo dia, à
noite: Sarah, Zê, Mabel, Jaque, Rafael, Luiz, Nando, Renata e eu pra França. Zê
rastreou os vampiros rebeldes e nos disse que eles estavam em Lyon. Todos estavam
concentrados, então corremos em silêncio.
Minha
mente rodava por vários assuntos, eu tinha medo que algum dos meus amigos
pudesse se machucar por minha causa, mas eu tinha que acreditar que tudo daria
certo.
-
Renata qual a capacidade do seu escudo? – Sarah perguntou.
-
O bastante pra nos proteger. – Ela falou enquanto piscava para a Sarah. Senti
uma onda de tranquilidade e lembrei-me do tio Jasper, ele seria útil aqui.
Quando
chegamos aos arredores de Lyon, a tensão aumentou e o fato de ser dia ainda nos
fez parar e esperar. Os meios humanos, ou seja, Sarah e eu nos alimentamos de
comida também e descansamos um pouco. Nós adentramos a cidade assim que
anoiteceu, ela era belíssima.
Não
demorou muito pra encontramos um rastro fresco e menos tempo ainda pra
percebemos o que eles estavam fazendo. Em uma rua nem um pouco deserta havia
dois vampiros com uma humana, vários pedestres passavam e os olhavam, eles
ainda estavam somente conversando e a seduzindo. Mas a conversa estava ficando visivelmente
perigosa, não demorou muito e um deles segurou a garota pelas costas e a
mordeu, um homem com uma menina que passavam pela rua gritaram e correram, o
outro vampiro foi atrás deles e logo os pegou.
Meu
sangue ferveu e antes que eu raciocinasse eu estava eletrocutando o homem que
tinha pegado o pai e a menina, seus olhos rodearam o lugar e cravaram em nós, o
outro homem percebendo seu olhar nos olhou também, eles largaram suas presas e
vieram atrás de nós, percebi que o Luiz foi pro lado das vítimas e por um
momento temi pela vida deles, afinal ele não era vegetariano como Sarah e eu.
Não
deu tempo pra ver o que estava acontecendo, os dois vampiros vieram até nós e
logo mais dois vampiros, um homem e uma mulher se juntaram a eles. Pude ver o
alcance do escudo da Renata quando eles não puderam se aproximar de nenhum de
nós.
-
Não viemos aqui pra lutar. – Renata falou com a voz calma. – Vocês estão
desrespeitando as nossas leis e nós viemos aqui pra trazer um aviso dos nossos
líderes. – Eles nos olharam com desdém e logo sorriram.
-
Nós temos nossos próprios líderes. – Percebi logo que isso não seria fácil.
-
Olha... – Renata tentou falar, mas foi interrompida por um vento forte que
ultrapassou o escudo e nos jogou longe, cada um pra um canto. Mabel se levantou
rápido e falou.
-
Não haverá luta, voltem e avisem aos seus mestres que não haverá outro aviso. –
Os olhos deles deslocaram e no instante seguinte eles se afastaram. Eu a olhei
boquiaberta e então percebi que não sabia qual era o seu dom.
Sarah
Todos
os vampiros obedeceram o que a Mabel falou e eu logo percebi qual era o seu
dom.
-
Incrível. – Falei.
-
Onde está o Luiz? – Mônica perguntou, eu também estava curiosa sobre isso.
-
Estou aqui. – Luiz falou se aproximando de nós. Percebendo nossos olhares
curiosos Zê esclareceu.
-
O Luiz tem o dom de trocar memória.
-
E foi o que eu fiz. – Luiz completou. – Nenhum dos humanos lembrará nada. - Só
então percebi o quão poderosos eles eram.
A
volta pra casa foi completamente diferente da nossa viagem de ida, apesar da
nossa missão não ter sido tão boa quanto esperávamos, nós havíamos alcançado
êxito na nossa tarefa. Mônica e eu perguntamos sobre os dons dos nossos amigos
e eles detalharam cada um dos seus dons, que era cada um melhor que o outro. Nando
estava super falante e sempre ao meu lado, percebi o olhar de todos para nós,
mas decidi ignorar.
Quando
nos aproximamos de Volterra senti algo diferente e ansiosa pra chegar logo. Não
entendi direito até chegarmos ao castelo e ter a melhor surpresa de toda a
minha vida.
3 comentários:
Oi vc esta de parabens, amo esse fic e estava com saudades
ainda bem que vc postou novo capitulo, espero que muito breve eles fiquem juntos e muito romace venha por ai rsrsr
nao demora para postar o proximo capitulo por favor.
bjs And
Oi! to triste... vc ta demorando muito pra postar cap. o volume do meu cabelo diminuiu radicalmente! kkkkkkkkkk
Agora, falando um pouco mais serio, o cap. está mara e não to me aguentando de tanta ansiedade! Bjs!
Lupimix
Ainda não havia lido este capitulo amei viu parabnes.
beijos
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