17 de nov. de 2011

Capitulo 3

Posted by sandry costa On 11/17/2011 1 comment


 Pobre Menina Pobre...

ALÉM DO ARCO ÍRIS
(Harold Arlen – Luiza Possi)

Além do arco-íris
Pode ser que alguém veja em meus olhos
O que eu não posso ver
Além do arco-íris
 Só eu sei que o amor poderá me dar
Tudo que eu sonhei um dia
A estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade
Além do arco-íris
Um lugar que eu guardo em segredo
Que só eu sei chegar
Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade
A luz do arco-íris
Me fez ver
Que o amor dos meus sonhos
Tinha que ser você....

...”Que minha solidão me sirva de companhia.
Que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.”
(Clarice Lispector)
Uma parte de Isabella queria acreditar que Edward não a tinha abandonado por vontade própria e sim por coação dos pais; que ele a amava desesperadamente, assim como ela o amava, e que quando ele ficasse sozinho daria um jeito de buscá-la.
Com esta esperança quase infantil, esperou por semanas. Esme e Carlisle voltaram, ostentando um silêncio que a deixava completamente sem informações do que estava acontecendo. Edward  não lhe mandava uma carta, ou um telefonema, ou qualquer sinal de que honraria a promessa que lhe fez.
Quando aquele uniforme de arrumadeira lhe foi entregue, ela acordou de seu sonho dourado: “Jamais seria uma Cinderela!” Tinha nascido para Gata Borralheira. Esta era sua verdadeira vocação!
Teve vergonha de si mesma ao perceber o quanto tinha se iludido, acreditando que o filho do patrão poderia amá-la. Quem era ela para merecer tamanha deferência? Simplesmente não era nada... Nem ninguém... Era apenas uma bastarda, rejeitada pelo pai, predestinada a viver nas dependências de empregados daquela casa.
A única pessoa que a amara estava enterrada debaixo da terra.
Bella chegou à triste conclusão de que teria de viver com sua triste sina. Não nascera para ser amada. O amor não tinha sido feito para ela...
Aos quinze anos, sozinha e desiludida, deixou a mansão dos Cullen afogada em mágoas.
O fato era que Edward tinha ido embora sem levá-la e nem ao menos se dignou em explicar-lhe os motivos de sua decisão. Simplesmente rechaçou o amor que ela sentia por ele. A dor que tomava seu corpo era imensa. Parecia que um punhal tinha sido cravado em seu peito.
Juntou todo o pouco que tinha e deixou para trás os altos muros que protegiam o lugar que um dia chegou a pensar ingenuamente que era seu lar.
Na pequena sacola que continha o que era seu, levava também as cartas que recebera de Edward durante o tempo em que acreditou serem namorados. Não tinha tido forças para destruí-las e se envergonhava por isso. Queria eliminá-lo de vez de seus pensamentos, mas ainda doía muito viver sem a memória dele.
Sentia-se incapaz de sentir algo que não fosse revolta, indignação e ódio... Ódio por ainda amá-lo...
Lembrava-se da avó que dedicara dezoito anos de sua vida cuidando de Esme, dando-lhe amor, carinho e atenção. Mais atenção do que podia dar à própria filha, Renée. E o que sua família teve em troca de todo esse amor? Nada!! Sua mãe e ela foram confinadas à coxia da casa, tratadas como pessoas inferiores, que não estavam à altura de seus nobres moradores. Ainda bem que Vó Norma tinha morrido sem ver tamanha ingratidão, pensou.
Bella prometeu à mãe, diante de seu túmulo, que ela seria a última geração de sua família a herdar a subserviência dos Swan. Ninguém no mundo, principalmente as pessoas daquela família ingrata, nunca mais os humilhariam.
Daquele dia em diante os Cullen seriam seus inimigos. Faria de tudo para que aquele amor que insistia em sentir por Edward transformasse em desprezo e ódio... Tinha certeza que conseguiria. Motivos não lhe faltavam...
Trabalharia na Inglaterra até que completasse dezoito anos. Assim que pudesse retirar o dinheiro de sua poupança iria embora para os Estados Unidos. Apesar de saber que Edward estava lá, não era esta sua motivação para atravessar o oceano. Queria aproveitar sua cidadania americana para começar uma nova vida, longe das lembranças doloridas que Londres lhe trazia.
Jonas havia lhe arrumado um emprego de babá na casa dos Richardson. Ela poderia morar no trabalho e continuar estudando à noite.
Sua nova patroa não era diferente de Esme. Tratava-a bem, mas sempre deixando claro que ela era uma simples empregada naquela casa.
O único que lhe demonstrava amor verdadeiro era Thomas, o bebê de quem cuidava.
À noite, confinada em seu pequeno quarto, nas dependências de empregados, chorava, sentindo-se sozinha e desamparada. Não tinha mais ninguém no mundo. Estava entregue à própria sorte e sabia que teria de ser forte para sobreviver. A memória da mãe era a única coisa que lhe dava forças para seguir em frente.
Quando fez dezoito anos, foi ao banco no mesmo dia sacar seu dinheiro. Já tinha avisado a seus patrões que iria embora.
Levou alguns dias decidindo para onde iria. Acabou optando pelo Kansas. Em suas pesquisas soube que em Lawrence havia uma universidade Estadual Pública onde poderia se matricular. Suas boas notas e recomendações das escolas inglesas nas quais estudou poderiam lhe proporcionar facilmente sua aceitação na instituição, ainda que fossem escolas de alunos pobres.
Em algum lugar, dentro de seu coração torturado, a criança que ainda sobrevivia ali alimentava a fantasia de que se tudo desse errado em sua vida ainda haveria a possibilidade de um tornado a levar para o mágico Mundo de Oz, como no filme, e ela então seguiria o caminho de tijolinhos amarelos até encontrar a sua felicidade.
Sim, o Kansas era a melhor opção, ficava além do arco íris...
Isabella abriu a janela do ônibus e deixou o vento bater em seu rosto. Estava chegando a Lawrence, vindo do aeroporto de Wichita, e se sentia renascendo. Esperança era o melhor que trazia consigo. Dos sentimentos que a impulsionavam, este era o único que lhe dava orgulho sentir... Os outros eram raiva, revolta, sofrimento e mágoa...
Ficou numa pensão até que conseguisse alugar um pequeno apartamento. Tratou logo de procurar um emprego. Não podia viver apenas do dinheiro que a mãe havia lhe deixado.
Dois meses após chegar à América, Bella já estava razoavelmente instalada, trabalhando de balconista em uma loja de conveniências à noite e matriculada no curso de Administração de Empresas da Universidade Estadual do Kansas.
Sua vida estava começando a tomar um rumo, mas emocionalmente ela ainda estava aos pedaços. Travava uma luta interna entre o ódio e o amor que ainda sentia por Edward Cullen.
Na faculdade fez amizades, mas se mantinha reservada, não se envolvendo muito com os colegas. Seu medo de se decepcionar com as pessoas ainda a levava a impor uma distância considerável entre ela e quem quer que fosse. Sua experiência em amar e ser amada não tinha sido boa. Preferiu afastar-se da ilusão utópica de que o amor era imprescindível na vida. Amor e dor andavam junto a seu modo de ver.
Estudo e muito trabalho preenchiam os seus dias completamente. Sua vida não era fácil. Já tinha gasto parte do dinheiro que tinha e não ganhava o suficiente para ter muito conforto. Vivia com simplicidade e privações.
Isabella sonhava com uma vida melhor quando se formasse e pudesse enfim arrumar um emprego em tempo integral.
Na solidão de seu quarto, chorava a falta da mãe.
Dois anos depois de se mudar, conheceu aquele que seria um misto de amigo e namorado. Mike lhe devolveu um pouco da alegria que havia perdido. Não estava apaixonada, mas gostava de estar com ele. Aos vinte anos, voltava a sentir-se amada e protegida.
Edward já fazia parte de seu passado.

1 comentários:

O que???
Como você pode acabar a história na melhor parte.
Estou louca para ver o próximo capítulo.
Não demore muito, por favor.
Bjs
Aline

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