25 de mar. de 2011

Capitulo 2

Posted by sandry costa On 3/25/2011 3 comments


O e-mail.

Oito anos depois...

EDWARD

Outra garota estava prestes a partir meu coração.
Tinha olhos azuis, cabelos loiros e lisos e um sorriso que mostrava todos os seus dentes brancos, tinha quatorze anos e...
-Você está grávida? – Perguntei incrédulo.
-Sim Dr. Cullen. – Ela me respondeu.
Esforcei-me para não fechar os olhos ou dizer o quando aquela garota era irresponsável, mas eu sabia que a culpa não era só dela. Eu trabalhava como pediatra na clínica de Washington Height desde que terminará a residência no Centro Médico Presbiteriano de Colúmbia, cinco anos antes. Todos dizem que sou louco por trabalhar em um hospital e ser justo um pediatra. A questão é que eu gosto do que eu faço e aqui no hospital nos atendemos a população da previdência social, ou seja, a população pobre, prestando assistência médica familiar geral, incluindo obstetrícia, clínica geral e pediatria.
-Quais são os planos de vocês? – Perguntei.
-Eu e o Eric? Estamos muito felizes Dr. Cullen.
-Eric tem quantos anos? – Não escondi a curiosidade.
-Dezenove. Ele é meu irmão. – Ela respondeu para mim feliz e sorridente.
Olhei incrédulo para a garota a minha frente. Ela estava grávida do irmão? Como isso é possível? Onde estão os pais nessa hora?
-Eu não estou grávida do meu irmão Dr. Eu nem sei quem é o pai então quando o bebê nascer meu irmão vai registrá-lo. – Revelou a garota de quatorze anos que já era minha paciente desde os oito.
-Você já contou para sua mãe?
-Ainda não. – Ela disse envergonhada. – Achei que o senhor poderia me ajudar a contar.
- Claro. – Fiz que sim com a cabeça.
Nesses oito anos de trabalho aprendi a não julgar as pessoas. Eu apenas observava em vez de dar lição de moral como fazia. E sabe o porquê que eu apenas ouço ao em vez de falar? Vou explicar.
Em uma tarde fria em Manhattan eu estava de plantão no hospital quando meu bip tocou me informando do caso de uma garota que estava na emergência. Eu corri para lá e para minha surpresa encontro uma garota de 17 anos que estava tendo seu terceiro filho. Eu estava preste a dizer que aquilo era ridículo quando a garota olhou bem nos meus olhos e disse:
-O senhor não sabe de nada da minha vida. - Isso me fez mudar, repensar e não julgar.
Conversamos mais um pouco sobre a gravidez. Conversei com a mãe de Anna e a mesma não mostrou muito interesse sobre a gravidez da filha. E o que eu podia fazer? Nada, eu apenas observei as duas irem embora.
***
Passado duas horas eu ainda estava no hospital preenchendo alguns formulários quando a voz do monitor me distraiu.
“Você recebeu uma mensagem!” “Você recebeu uma mensagem!” Olhei para o monitor querendo verificar o e-mail e apagá-lo. Nunca retornava por mais importante que fosse. Coloquei a mão no mouse quando o interfone tocou. Tânia a recepcionista avisou.
-Dr. Cullen, a sua...a sua...Alice está ao telefone.
Eu entendi o porquê da confusão. Alice era uma pessoa incrível. Agradeci a Tânia e peguei o telefone.
-Alô, minha querida. – Disse.
-Surpresa. – Ela disse. – Estou aqui Edward.
Alice desligou o celular. Levantei-me e desci o corredor enquanto Alice chegava saltitante. Ela era uma pessoa incrível. Tinha 1,60m e pesava uns 50 quilos. Como você pode imaginar ela chamava a atenção pela altura e por chegar abalando em qualquer lugar. Ela nunca parava na recepção e ninguém tinha coragem de detê-la. Ela abriu a porta e me saudou com um beijo na bochecha.
-Vamos Edward, você vai almoçar comigo agora. – Alice disse.
-Eu avisei que estaria ocupado, Alice. – Disse.
-Ponha o casaco. – Ordenou ela. – Está frio lá fora.
-Olha está tudo bem Alice. O aniversário do primeiro beijo é só amanhã.
-Não adianta querer me enrolar. – Ela disse cruzando os braços sobre o peito e batendo o pé.
Eu hesitei e ela viu que havia me convencido.
-Vamos lá Edward será divertido. Como na faculdade, nos tempos que você, o Jasper e eu saímos para dançar ou comer alguma coisa fora.
-Ah! Nos tempos que ele olhava as garotas na sua frente? – Ironizei.
-Você também olhava na frente da Bella. – Ela mostrou a língua pra mim. Às vezes nem a Alice me fazia esquecer a Bella.
- Escuta. – Ela colocou uma mão em meu ombro. – Hoje não é dia pra ficar chateado, vamos almoçar ou não?
-Claro que vamos. – Disse com um sorriso. Ninguém conseguia ficar chateado com a Alice, muito menos eu.
Andamos pelo corredor de mãos dadas. Quem não nos conhecesse diria que Alice estaria traindo o marido com o cunhado ou que eu estaria traindo meu irmão com a esposa dele, mas não, a verdade é que nos só éramos amigos há muitos anos. Caminhamos até o carro e fomos para o restaurante italiano em silêncio.
***
Chegamos ao restaurante e nos sentamos em uma mesa ao fundo, em um lugar mais reservado. Não gostávamos de chamar atenção, bem eu não gostava, já Alice... É melhor nem comentar.
-Então Edward. –Ela começou. – O que anda fazendo da vida? – Ela me perguntou.
-Nada de mais, você sabe, só atendendo as pessoas é isso que eu faço. –Ela balançou a cabeça negativamente.
-Já se passaram oito anos e você não muda não é?
-O que você quer que eu faça? – Perguntei. Alice me conhecia muito bem. Dividíamos-nos o mesmo quarto na faculdade. Acabou que no último ano ela e meu irmão Jasper começaram a namorar. Ela entrou para família de imediato encantando a todos principalmente minha mãe que ficou feliz por Alice sempre estar ao lado dela. Minha irmã Rosalie era advogada, ela sempre viajava e quase nunca tinha tempo para família. Alice amenizou a falta que minha mãe sentia da minha irmã.
-Olha Edward, sinceramente eu acho que você deveria ficar com uma outra pessoa sabe...
-Alice a ultima vez que você me disse isso eu fui parar na casa de uma mulher casada. – Disse a interrompendo.
-Eu juro que não sabia. – Ela disse rindo e eu acompanhei.
-Me diz como estão você e o Jasper? – Perguntei tentando mudar de assunto.
-Ah! Edward. – Alice deu um suspiro e continuou. – Esta cada vez mais difícil. Eu e o Jasper não estamos com tempo para o Luke. Esta cada vez mais complicado cuidar dele. Então eu queria saber se você não poderia cuidar dele está noite?
Luke era meu sobrinho, tinha cinco anos. Um ano depois que meu irmão se casou com a Alice ela descobriu que estava grávida então nove meses depois Luke nasceu. Ele era a cara do Jasper. Cabelos loiros, olhos claros e tinha a mesma personalidade do pai. Era um garoto incrível.
-Tudo bem. – Concordei. – Estava mesmo querendo ver o novo filme da Disney.
-Eu aluguei alguns para assistirmos hoje com ele. – Alice disse sorrindo.
-Eu achei que você e o Jasper fossem sair e por isso estivesse me pedindo para cuidar dele. – Disse arqueando as sobrancelhas.
-Não. Seu irmão vai ao evento beneficente da Fundação Volturi. Eu não quero que o Luke fique sozinho. – Ela disse com um semblante triste. Jasper era meu irmão adotivo assim como Rosálie. Ele era um empresário bem sucedido e o braço direito do meu pai, Carlisle, quando o assunto eram as finanças e as propriedades da família Cullen. Jasper estava à frente de tudo e por conta disso quase nunca tinha tempo para o filho. Alice não queria que Luke crescesse sem uma figura masculina então sobrou para mim. 
-Mas você não tem planos para o final de semana? – Perguntei.
-Jasper vai pegar férias, estávamos pensando em viajar.
-Para onde? – Perguntei curioso.
-Não sabemos ainda. Por quê?
-Queria saber se você me deixa levar o Luke no parque sábado. Ontem ele me disse que queria ir, então pensei em levá-lo se não for nenhum problema.
-Claro que não Edward, eu agradeço por você estar fazendo isso. – Ela disse segurando minha mão em cima da mesa.
-Ele é meu sobrinho e eu o amo. –Disse sorrindo. A verdade é que eu amo o Luke e o vejo como um filho, o filho que eu não tive.
O celular de Alice tocou. Ela se reclinou para atender, mas seus olhos não deixaram de me fitar. Ela disse algo e guardou o aparelho.
-Eu tenho que ir, eu tenho que buscar o Luke na escola. – Anunciou.
Gesticulei para o garçom pedindo a conta.
-Você vai lá para casa amanhã à noite. – Ela ordenou. Eu dei um suspiro e assenti. Era melhor passar a noite com a Alice do que bebendo e fumando como eu sempre fazia.
Amanhã seria o aniversário do nosso primeiro beijo. Se Bella estivesse viva gravaríamos a vigésima primeira barra na árvore, mas como ela não estava eu não grava nada.
-Prometi a Renee que passaria lá amanhã a noite. – Disse.
-E depois de passar lá - Ela perguntou. Não dava pra falar não para Alice.
-Tudo bem eu vou. – Disse derrotado.
-Edward. – Ela agarrou meu braço. – Se tiver algum problema não hesite em me contar. Eu sou sua amiga. Eu te amo Edward, se não gostasse do seu irmão provavelmente teria ficado com você. Saiba que pode contar comigo sempre.
-Eu sei que posso. – Me levantei da mesa e acompanhei-a até o táxi.
Antes de ir ela baixou o vidro dianteiro e me disse:
-Não se exclua Edward. Bella pode não estar aqui, mas você ainda tem muito para viver. – Eu não disse nada. O carro cantou pneu e ela se foi.

***
Estava de volta ao consultório de frente para o monitor preste a apagar o e-mail. Não costumava abrir, se fosse de alguém do hospital eu abria e lia, mas se não fosse eu apagava.
Não sei se for por curiosidade ou algo parecido, mas naquele momento eu resolvi abrir o e-mail. Mesmo não sendo de ninguém do hospital. Dei uma olhada nas duas primeiras letras do assunto e isso me chamou a atenção. Da maneira que a janela estava formada só deu para ver o endereço do remetente e as duas primeiras letras do assunto e só isso bastou para me chamar à atenção.
Forcei a vista e apertei a tecla de rolagem para a direita. Os caracteres foram aparecendo um a um. Cada vez que eu apertava a tecla minha pulsação acelerava. Quando acabei, quando todas as letras ficaram visíveis, li o assunto de novo e um choque percorreu meu corpo.

Assunto: I.S. + E.C. /////////////////////

Vinte e uma barras. Já contei seis vezes. Uma brincadeira de mau gosto, algo cruel que me fez perder o foco por horas. Perguntei-me quem teria sido? Quem teria enviado esse e-mail? Ninguém a não ser Alice, Bella e eu sabiam da nossa árvore, do nosso primeiro beijo.
Alice nunca faria essa brincadeira. Ela sabia o quando que eu sofria e só não me perguntava sobre Bella porque sabia que mesmo depois de oito anos falar sobre ela doía. Era uma dor horrível. Eu me sentia culpado em não ter tido tempo ou coragem para salvá-la.
A dor de uma perda é algo que você não deseja nem mesmo para seus inimigos. Eu chorei pela Bella. Chorei no funeral, chorei por semanas e nem mesmo minha família conseguia me consolar. Eu dormia sozinho todas as noites em nossa cama enterrando a cabeça no travesseiro que ela sempre usou. Eu percorria seu armário e apertava suas roupas contra o rosto em uma tentativa inútil de ter-la de volta. De não me sentir sozinho.
Vocês sabem o que é pior? É, eu ter pessoas que me dizem que tenho que ser forte, que eu sou jovem, que ela foi para um lugar melhor e que a morte é algo natural e divino.
Eu vivia ouvindo essa frase todos os dia “Melhor ter perdido a pessoa amada do que nunca ter vivido um amor”. Não acreditem nisso, é mentira. Não me mostrem o paraíso e depois o destrua.
Posicionei o mouse e posicionei o cursor sobre a mensagem. Cliquei e ela apareceu.

Assunto: I.S. + E.C. /////////////////////

Mensagem: Clique no link abaixo, a hora do beijo.

Senti um aperto no peito e me preparei para clicar, mas a única coisa que tive foi uma página com a mensagem de erro.
A hora do beijo? Se isso fizesse sentido, a hora do beijo seria as 18h15m da próxima noite. Quando nos beijamos pela primeira vez vinte e um anos atrás eu olhei para o relógio apenas por curtição e marcava 18h15m. Eu teria que esperar até amanhã. Teria que esperar numa angustia lastimável.
Salvei a mensagem em um pendrive e imprimi a pagina do e-mail. Olhei novamente para o assunto e ainda tinha vinte e uma barras.
Sentei-me na cadeira e pensei naquela árvore, no nosso primeiro beijo, no dia do ataque, no seu último grito e naquele consultório apertado eu senti cheiro de chocolate. 

3 comentários:

simplismente estou atordoada com tudo,nao sei o q foi isso e estou super curiosa pra te fazer um monte de perguntas mas nao vou fazer pois sei q vc nao vai me responder....
cap perfeito e vc esta de parabens
beijusss

Ai acho que vou chorar.. Está lindo demais...

ain não creio nisso
ain tadinho do ed ele ta sofrendo tanto com a morte da bella,estou muito curiosa pra sabe que é que esta fazendo isto e o que tanto o ed queria falar pra bella naquela noite
ta perfeita a fic
to amando
beijos flor

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